Vampiros - A Máscara
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Tropeços de um Início, rendendo Jorge Altobello

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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:26 pm




Tropeços de um Início, rendendo Jorge Altobello

O ambiente é escuro, com exceção de algumas frestas por onde entra a luz da avenida e ocasionalmente dançam os feixes dos faróis de carros que passam. O ar é úmido, com um cheiro de mofo e putridão proveniente de anos sem uma alma viva passando por aqui. Lá fora, um gato berra e foge de alguma coisa, derrubando uma barulhenta lata de lixo metálica no caminho.

Dez vultos estão alinhados lado a lado. Perfeitamente imóveis, perfeitamente obedientes. São todos recrutas de elite, treinados às pressas, mas com perfeição imperdoável. Todos ex-militares em vida, com as mentes moldadas para obediência cega antes e depois do Abraço. São verdadeiras armas ambulantes, neófitos hiper-capacitados. Sombras vivas sob as ordens de um único comandante. Geronimo.

Geronimo está de pé em frente a eles. Sereno, silencioso. Ele os olha com uma mistura de amor e pena. São os frutos de seu treinamento intensivo, graças à lavagem cerebral todos aprenderam em tempo recorde a Tenebrosidade até a perfeição. Todos os que não morreram durante o processo, é claro. Quando Springfield o ordenou que desaparecesse, que fosse sua sombra por onde que que fosse, que fosse seus tentáculos extras, que cuidasse de todas as suas brechas, ele não disse para que ele fizesse o mesmo com outros neófitos. Isso foi ideia do próprio Geronimo. Um braço extra com seus próprios braços extras. Ele tem certeza de que impressionou Springfield com a atuação de seu pequeno exército durante a cerimônia. O Arcebispo não disse nada a respeito, mas ele sabe que fez bem. Em seu íntimo, ele gosta de acreditar nisso. É a única coisa que lhe dá forças.

Mas mantê-los vivos agora é arriscado demais. Eles cumpriram seu objetivo e agora precisam ser eliminados. Geronimo pega um revólver silenciado e, sem pressa, atira na testa do primeiro. O neófito baleado cai em Torpor. Os outros não se movem. Para todos, ele disse a mesma coisa. Para todos, ele mentiu. "Eu vou matar os outros, você será o meu único pupilo. Meu vencedor." Foi isso que Springfield fez com ele, e ele teve certeza de que eles ficariam tão felizes quanto ele ficou na época.

Um a um, os neófitos tomados pela obediência cega são abatidos. Nem o último reage, nem quando Geronimo aponta a arma para ele. Obediência cega. Ferramentas vivas, apenas. Ele atira, o último cai.

Eles eram só reflexos de sua própria existência. No escuro, sozinho, Geronimo se vê perguntando-se o que fará no lugar deles, quando Springfield estiver lhe apontando a arma. Como uma sombra praticamente invisível, ele deixa o depósito. A bomba caseira incendiária explode, engolindo o corpo dos neófitos em chamas junto com qualquer evidência. Ele conclui que provavelmente não faria nada. Teria ficado ali parado, como eles.

... À distância, alguém fareja o odor de vampiros queimados. E uiva.


Última edição por Gam em Sex Ago 01, 2014 2:54 am, editado 4 vez(es)
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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:27 pm

@Jorge Altobello
    A viagem de volta fora relativamente tranquila, apesar da estranha necessidade do Arcebispo de dizer o óbvio de uma maneira um tanto quanto ameaçadora. Ouvi suas palavras em silêncio. Não que eu estivesse realmente intimidado, já que nunca me passou pela cabeça me desfazer da rara chance de ganhar o apoio de Springfield, e sim pelo simples motivo de que aquele sermão não era dirigido a mim. O carro parou.
     Um bar abandonado... típico. Talvez só não fosse mais óbvio que um casarão abandonado. Afinal, por que raios todo oásis tem que ser um lugar abandonado? Eu ficaria surpreso se não o fosse.
     - Kurt, descarregue o porta-malas. - Ordenei, assim que saí do carro, que apesar de espaçoso, ainda proporcionou uma viagem desconfortável para quem a fez no banco traseiro. Esperamos Elyon abrir a porta do estabelecimento, e enfim, entramos. Por dentro o lugar parecia mais velho ainda. Analisando o lugar, cômodo a cômodo, acabamos encontrando um alçapão que levava para o subsolo. - Pode largar os dois aí.
     Percebi que um dois prisioneiros não tinha uma estaca, o que era um erro. Quebrei a perna de uma das cadeiras do lugar, e a entreguei à Kurt para que ele golpeasse o coração do caipira. Antes que qualquer um dos demais dissesse algo, expliquei. - Não queremos que ele acorde do torpor em um momento inoportuno, certo? - Se persistissem na discussão, continuaria. - Kurt ficará responsável por, uma vez por semana, retirar a estaca e conferir se o homem acordou ou não. Não há motivos para afobação, ele não irá fugir. E no momento, temos assuntos muito mais importantes para tratar.
     ...
     Karsh então puxou seus adorados instrumentos ritualísticos e sugeriu uma Valderie. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, um dos dois acabaria tomando uma atitude parecida. Por mais que parecesse vantajoso, não me senti confiante em aceitar, apesar de ter o feito. Ambos os homens me pareciam um tanto quanto inconsequentes e apressados. Um defeito que no nosso mundo pode determinar o fracasso ou a vitória. D'outro lado, estaria vinculado ao meu próprio aprendiz, o que de maneira nenhuma poderia ser uma coisa boa. E então foi a minha vez de agir de modo inconsequente e beber do sangue de outros vampiros. Instantaneamente notei a diferença e percebi que fora um erro.
     Dei uma bela encarada em meus mais novos companheiros, e então nos prisioneiros estirados no chão. Assim que o ritual estivesse findo, sairia da companhia dos demais, procurando o lugar menos desagradável para se dormir.


Última edição por Gam em Sex maio 23, 2014 2:31 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:28 pm

@Karsh von Bredtch
    Como esperado, a nossa viagem e volta à NY foi tranquila e menos barulhenta que a ida, muito por que Springfield reforçava em dizer que éramos todos cumplíces no crime de exterminar os putregatos Nosferatu. Aquela ameaça não me atingia, ou pelo menos eu me achava isento dessa culpa até porque não tinha a intenção de denunciá-lo. Mas ficou o aviso, e todos ficaram num silêncio como se pensassem o mesmo que eu (não é comigo!).
    Springfield nos deixou num bar abandonado, algo discreto. "La Proposta" era o nome do local, que parecia muito convidativo aos quatro ali. Ele nos pediu que vigiassem o caipira em torpor - Mas quem sabe o quanto ele era degenerado!? isso poderia durar décadas. - Não deve durar tanto tempo assim.
    Adentramos o local, investigando cada espaço que houvesse. Foi bom saber que ali era um lugar conhecido por ele e não apenas um esconderijo avulso, pois tinha um bom lugar para nos abrigar e aos nossos queridos convidados.
    Precavido ao extremo, Jorge quebrou uma perna de mesa e entregou para o Kurt empalar o caipira em torpor.
    — como saberemos quando ele acordar se estiver empalado!? indagava antes do neófito empalá-lo.
    — Kurt ficará responsável por, uma vez por semana, retirar a estaca e conferir se o homem acordo ou não. Não há motivos para afbação, ele não irá fugir. E no momento, temos assuntos mais importantes para tratar - falava Jorge confiante no que falava.
    — Sim, realmente temos... Me aproximava do capira momentos depois que Kurt o empalara. Não subestime o inimigo, meu caro.... abaixava e unia os dedos da mão esquerda com os ossos dos dedos da mão direita, fazia o mesmo com as pernas, rasgando sua calça de forma nada sutil e colava os seus lábios... e pacientemente voltava ao Jorge Me impressiona em confiar tanto na sua cria, não o desmerecendo-o, mas também não subestimando o outro.
    Via a necessidade da junção dos nossos ideais, precisávamos selar essa viagem com a valderie. Usando a deixa do nome do bar, os faço "la proposta" tomei a iniciativa e dei início à valderie. Precisávamos formalizar a nossa união, um bando forte fisicamente e mentalmente, agora progrediremos juntos e com a Seita, a ideia era tornar cada individualidade ali, uma nova força. Se uma mão lava a outra, as duas lavam o rosto.
    Ali formava-se o bando. O sangue místico que escorria pela garganta nos tornava um elo de uma forte corrente. Agora sabia e sentia que neles eu poderia confiar, sabia que eles iriam me ajudar em tudo que fosse preciso e da mesma forma seria recíproco. Eu me sentia menos individualista agora. E fui dormir nesse clima.


Última edição por Gam em Sex maio 23, 2014 2:32 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:30 pm

@Todos
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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:38 pm

@Elyon Kameroth
    Elyon, como de costume, acorda bem mais cedo do que os demais de seu bando. Mas para sua surpresa, Karsh também acordava praticamente no mesmo horário. Elyon aproveitou o fato para lhe deixar o recado de que ele sairia por algumas horas, mas voltaria a tempo de saírem com Springfield. O Gangrel passou seu número para o Tzimisce, como precaução caso ele se atrasasse.

    Após isso, Elyon começa a se desmaterializar em névoa, tornando-se completamente invisível ao sair do campo de visão do bando. Ele seguia em direção ao seu antigo refúgio. Lá, no sub-solo, ele pega o seu celular reserva, ligando para Padma, já que não tinha mais o número de Paul. No entanto, ela não atende, o que deixa Elyon receoso, pois Padma nunca ignoraria uma ligação dele. O Gangrel, que já tinha experiências com tragédias, imaginava que seu plano poderia ter dado incrivelmente errado. Afinal, nem todos os humanos reagiam bem com uma notícia tão direta, e a situação fez com que ele fosse um tanto... Chocante para Paul. Ele seguiu em direção ao quarto de hotel onde ele havia encontrado Padma, na suspeita de que talvez ela ainda estivesse lá.

    Ao chegar, deparou-se com o corpo derrubado de sua fiel lacaia. Seu crânio estava muito deformado com o tiro que a assassinou, não dando menor chance de que ela reagisse. Elyon, ao ver a cena, ficou frustrado. Seu fiel lacaio, que estava ao seu lado há 50 anos, tinha morrido, e agora sua única subordinada sobrevivente, que estava com ele há aproximadamente 25 anos, também. Tudo em tão pouco tempo. E o sonho? Padma estava lá, irritada com ele. Será que aquilo tinha algum fundo de realidade? O Gangrel materializou-se, aproximando-se do corpo de Padma e virando ela de frente.

    Elyon se sentia triste pelo que tinha acontecido com ela. Era difícil para um vampiro do sabá admitir aquilo, mas era o que de fato ele sentia naquele momento. Por mais que fosse apenas um fantoche em suas mãos, era quase impossível não ter nenhuma simpatia por alguém que esteve ao seu lado por tantos anos. Elyon fechou os olhos da carniçal, levantando-se e retomando sua postura em seguida. Ele não era sentimental, com certeza não ficaria sofrendo por aquilo, mas Paul tinha que pagar. A vingança não era necessariamente por Padma, mas sim pelo seu orgulho. Como aquele filho da puta ousava fazer aquilo? Um humano desgraçado, que tinha tido uma oportunidade de ouro, além de jogá-la fora, ainda tinha a ousadia de fazer aquilo com sua lacaia, aquilo era uma verdadeira afronta a superioridade que ele tinha como cainita. A breve tristeza que sentira pela morte da lacaia já não existia, agora dando espaço para o ódio que o Gangrel sentia daquele humano atrevido.

    O Gangrel ligou para um de seus aliados, que tinha grande influência nas ruas. Conversou banalidades com ele por alguns minutos, para que seus objetivos com a ligação não ficassem tão explícitos. Depois, perguntou sobre Paul, dizendo que ele lhe devia "umas paradas". Como Paul era líder de uma gangue, seu aliado sabia muito bem onde ele e seu grupo costumavam ficar, contando facilmente para Elyon. O Gangrel agradeceu, conversando mais um pouco e desligando logo depois. O Gangrel reassumiu a forma de névoa, ofuscou-se e foi em direção a sua presa.

    Chegando lá, o lugar era tudo que ele esperava: decadente e violento. Logo ele encontrou Paul, com uma posição estranha, agindo como se estivesse sobre o efeito de drogas. Felizmente, ele já estava sozinho, poupando o trabalho do Gangrel. Com um belo soco na nuca, ele nocauteou Paul, chamando atenção dos indivíduos próximos, mas esses mal deram importância a uma atitude tão comum por lá. Utilizando a sua ofuscação, ele escondeu-se junto de Paul e seguiu em direção ao seu refúgio.

    Lá, ele amarrou Paul com várias cordas em uma cadeira, ainda desmaiado. Aproveitando-se da falta de consciência do homem, o Gangrel aproveitou para se preparar para lhe pregar uma peça. Ele queria ver como o desgraçado reagiria ao ver Padma, queria ver o que ele tinha a dizer.


- Eu... - Um ouvido humano não conseguiria escutar, está muito baixo. - Eu já pedi desculpa. Eu já pedi. Já. O que você... Por que você...

    -Desculpa? - Padma aperta forte o pescoço de Paul - Vai precisar mais do que isso se quiser se redimir.


Ele engasga, mas não parece temer.
- Guh... - É difícil para o rapaz focar em Padma. - ... Eu... você... guh... - Ele não consegue respirar nem, por consequência, falar.

    Ela solta o pescoço dele.
    Fica apenas olhando, com ódio nos olhos.


- Você tinha... tinha dito... - Sua cabeça pende por um instante, e você tem a impressão de que ele desmaiou. Mas então ela levanta de novo. - Tinha dito que tava... tava desculpado. O monstro... ele... guh...

    -Monstro? Você ousa chamar o meu mestre de monstro?
    -Ele te ofereceu poder, te ofereceu uma vida digna de se viver. Se não fosse por ele, eu seria uma velhota de 50 anos, mas olhe pra mim... Ele me deu a eternidade, e eu ainda teria ela, se não fosse por você... - diz ela.


- É... - Ele pisca profundamente. - Você morreu.

    Você me matou, seu filho da puta!!! - ela dá um tapa na cara dele, mas não com força o bastante para causar ainda mais dano. Era um tapa para causar o efeito do momento.

- É... - Ele parece catatônico, a despeito do tapa. - É verdade...

    - Por quê?? - ela parece, além de irritada, triste.


- ... eu tava... com medo. - Mesmo nesse estado, parece difícil para ele admitir isso. A cabeça pende, dessa vez sem levantar mais.

    Assumindo a forma da lacaia, o Gangrel pode ver claramente como Paul tinha perdido o juízo. Ele imaginava que Paul não tinha reagido muito bem, mas não pensava que ele tivesse uma mente tão fraca. O Gangrel aproveitou-se disso para brincar com ele, queria ver até que ponto a sua loucura ia. Até que, então, ele desmaiou de novo.

    Elyon levanta a cabeça de Paul. Está vivo, mas com a respiração fraca. Há um filete de sangue escorrendo de sua narina esquerda. Ele aproveita a oportunidade pra voltar a forma normal.


Paul abre o olho devagar. Quando finalmente se dá conta de quem está ali, ele grita. Alto, desesperadamente, balançando-se todo e tentando se afastar de Elyon. A cadeira cai pra trás, e ele bate a cabeça de novo. Está acordado, contudo, e continua a tentar se soltar à qualquer custo. Gritando e gritando...

    Elyon dá uma gargalhada psicótica
    -Pode gritar o quanto quiser... Ninguém vai te escutar daqui. - diz ele, ainda sorrindo
    Ele levanta a cadeira de Paul como se nada tivesse acontecido.


Ele balança, e tenta pular pra frente freneticamente com a cadeira
Se Elyon não segurar, é capaz de cair de cara agora

    Elyon segura, e além de segurar, usa o olhar aterrorizante nele.


Como se possível ficar mais aterrorizado do que já estava
O garoto revira os olhos.

    -Se você não calar a boca, vai ter realmente motivos para gritar.


Gritando em pânico completo, ele não consegue ouvir Elyon sobre o próprio grito e não cansa de se debater. Lágrimas efusivas escorrem por um de seus olhos.

    Com tanta gritaria, o Gangrel resolveu deixá-lo com ainda mais medo, tanto ao ponto de que ele não conseguiria sequer falar direito.

    Quando Paul ficou completamente mudo, Elyon resolveu amenizar o terror que exercia sobre ele, pelo menos o suficiente para que ele pudesse falar. Mas como aquilo de nada adiantou, o Gangrel decidiu tomar métodos mais eficazes. Decepando um dedo de Paul, o humano acabou entrando em um pânico ainda maior, que o levou a uma crise epiléptica. A crise tinha praticamente matado-o, quando Elyon decidiu usar o método alternativo que mais relutava usar: a transformação. Transformar alguém em vampiro era algo que tinha um significado especial, mas naquele caso, ele decidiu abrir uma exceção. Afinal, seria muito mais difícil manter Paul vivo para sofrer toda a tortura que ele planejava se ele ainda fosse humano.

    Elyon drenou Paul por completo. Antes de lhe dar seu sangue, ele pegou algumas bolsas de sangue que tinha no freezer. O sangue poderia estar horrível e velho, mas ainda era sangue, e serviria para tirar Paul do frenesi quando ele acordasse. Elyon deu-lhe seu sangue, esperando que ele acordasse em fúria de sede. No entanto, isso não aconteceu...


Ao drenar por completo um humano em overdose de crack, Kameroth inicia um processo de alucinações descontroladas.


    Elyon ouviu passos no andar de cima, algo incrivelmente estranho. Era impossível que alguém tivesse escutado os gritos,  ao menos... Se não fossem humanos. Já espantado com os passos que ouvira, Elyon choca-se ao perceber a bizarra transformação que Paul, ou quem quer que fosse o impostor, sofria. Lupinos tinham armado para ele, de uma maneira extremamente incrível. Como o sangue de Paul poderia ter gosto de sangue humano? Bom, o Gangrel não tinha tempo para questionamentos, pois sabia que precisava correr dali o mais rápido possível. Uma emboscada de lupinos era algo que ele sabia ser possível depois dos dois que ele havia matado, pois sabia como eles eram vingativos, mas nunca pensou que eles fossem tão espertos. Usando uma quantidade considerável de sangue, Elyon assumiu a forma de névoa quase que instantaneamente, tentando sair daquele local o mais rápido possível. Se ele não conseguisse escapar, sabia que aquele seria um trágico fim para sua não-vida.


Elyon rapidamente desmaterializa-se, tornando-se névoa. As cordas de Paul (será ele mesmo?) arrebentam uma a uma, conforme ele cresce em massa e altura. Ele esgueira-se o mais rápido que a forma lhe permite, tomando os corredores para subir. Uma espécie de silvo agudo toma conta do ambiente, deixando o Gangrel completamente desnorteado. A névoa se rebate contra as paredes, e não sabe onde é cima e onde é baixo. Ele vê, em meio à sua confusão, duas formas cheias de pelos descendo as escadas aos trancos e tropeções. Concentrando-se por sua não-vida, ele foca a direção que tem que ser tomada e sai da cripta. Durante a confusão, ele perdeu os Garous de vista, mas com certeza estão farejando-o neste momento.

Em desespero por paranóias sem cabimento, o Gangrel foge das alucinações de sua própria mente conforme o crack pesado e de má qualidade impregna seu cérebro

Elyon se afasta bastante, e leva algum tempo até se sentir seguro de novo para assumir a forma humana. Ele liga para Springfield. Após tocar por uns instantes, o Arcebispo atende.
- Sim?

    -Sua Excelência, quando pretende ir até o refúgio?


- Já estou indo pra lá. Por quê?

    -Também sai rapidamente e já estou voltando. Gostaria de conversar um pouco, depois poderíamos ir juntos até lá. Pode me encontrar?


- Onde está?

    Elyon lhe passa o endereço e referências fáceis.


- Espere aí. - E o Arcebispo desliga.

A espera por Springfield leva trinta minutos. Mas, para Elyon, os próximos eventos duraram no máximo dois.

A rua está em relativo silêncio enquanto Elyon espera.
De repente, ele começa a sentir seus pés se desprenderem do chão. Sem transformar-se em névoa, ele começa a flutuar sozinho. Ele se sente feliz, tranquilo. É uma sensação boa, e é bom não ter que sustentar seu corpo pra variar. Há uma pessoa virando a esquina. Se ele não fizer nada a respeito, ela vai vê-lo flutuando. Isso pode chamar uma atenção indesejada.

Sem conseguir se equilibrar, ele cai no chão. Como uma tartaruga de cabeça para baixo, ele não consegue se levantar. Sua mente forja explicações confusas, assumindo que está preso em pleno ar.

Pensando rapidamente, ele ativa sua Ofuscação e torna-se invisível aos olhos dela. A mulher passa ao seu lado, à poucos centímetros. Quando ela está muito próxima, Elyon sente uma vontade irresistível de rir. Como uma criança tola que não sabe se esconder direito.

Kameroth; Segurar Risada
FV = 8 / Dif = 9
10(5), 6, 2, 6, 2, 2, 7, 9 = 2 sucessos

Confuso, ele escapa para o segundo local mais seguro que conhece. Sua Ofuscação. Quando um humano passa, por pouco ele não se revela e causa um estrago.

Ele tapa a boca com as mãos, e consegue se conter conforme a mulher passa desavisada. Sucesso. O céu então começa a mudar de cor. Por um instante, um medo de que já esteja amanhecendo toma conta, mas ele sabe que isso não faria sentido algum. O céu começa a mudar para um tom um pouco mais claro, mas não chega a parecer de dia. E uma revoada de pássaros corta o horizonte em formação de seta. É muito bonito.

    Elyon está se sentindo estranhamente feliz, como se fosse uma mera criança vendo os pássaros pela primeira vez. Mas no fundo ele sabia que aquilo tudo não era normal. O que estava acontecendo com ele, afinal? A sensação de felicidade parecia confortável para alguém que raramente sentia tais coisas, mas ele não conseguia deixar de se preocupar com o que realmente estava acontecendo. E o pior é que tudo aquilo já vinha acontecendo fazia algum tempo, e ele não encontrava nenhuma resposta. Ele tenta voar, se isso for possível. Queria testar os limites de sua viagem sem sentido.


Elyon percebe que consegue se mexer, mas não consegue sair do lugar. Por mais que se mova, está "pendurado" no ar à meio metro do chão sem conseguir ir pra qualquer direção.

Kameroth; Notar (teste oculto)
Percepção+Prontidão = 6 / Dif = 6
6, 2, 4, 1(x), 7, 1(x) = 0 sucessos

    Elyon fica realmente preocupado quando percebe que está preso ali, no meio do ar. Ele está cansado de tanta confusão em tão pouco tempo. Antes que algo de terrível apareça, ele volta a reassumir a forma de névoa e com ela, tenta se mover.


Assustado, ele assume a sua primeira forma de escape preferida. Quando tudo dá errado, a fera assustada se desmaterializa-se. Deste momento até o próximo humano passar, passam-se vinte minutos. Mas sua mente apagou por esse tempo.
Um humano comum percebe a névoa estranha pelo chão, e leva alguns instantes tentando entender de onde ela vem. Mal sabe ele o perigo que corre.


Bem à tempo, Elyon se dissipa no ar quando uma garra veloz passa por onde outrora estava seu corpo sólido. O Garou parece genuinamente confuso, e energeticamente olha ao redor, sentindo sua presença, mas sem conseguir acertá-lo.

Para piorar a situação, o carro preto de Springfield se aproxima. O Garou encara o carro, e Elyon fica apreensivo. Mesmo em forma de névoa, ele não consegue se mover. Ele se sente impotente para ajudar o Arcebispo que, alheio à presença do Garou no meio da calçada, buzina algumas vezes.

Poucos vampiros experimentaram o efeito de crack pesado sob a Forma de Névoa. Mesmo incorpóreo, a mente de Elyon ainda acredita estar presa e, portanto, a névoa não sai do lugar. Springfield pára ali e, sem ver Elyon, buzina para ver se ele aparece.

Elyon mantém-se como está. Springfield por fim sai do carro. Ele caminha até a névoa. Passos calmos, mas seu olhar demonstra impaciência.
O Garou mantém-se parado. Springfield o encara, e ele sai andando pela calçada para ir embora. Então, ele olha para a névoa.
- O que está fazendo? Quase não te notei aqui, eu já ia partir sem você.

O Arcebispo por fim consegue enxergar Kameroth na estranha névoa da calçada, através de sua visão de aura. Ele levanta e vai até lá, espantando o humano curioso com um olhar feio. O mortal sai andando assustado, voltando à seus próprios afazeres.

    Elyon então volta à forma humana.


Springfield o olha intrigado, agora que Elyon materializou-se.
- O que está acontecendo, Kameroth? Levante-se, temos que ir.
Kameroth agora percebe que está deitado no chão da calçada. E Springfield, com a voz vinda de cima, está de pé ao seu lado.

    Elyon se levanta.
    -Alguma coisa muito estranha está acontecendo comigo nestas últimas noites... - Elyon comenta, perplexo com a situação - Melhor sairmos daqui rápido.
    Ele tenta ir até o carro com Springfield, se conseguir sair da "gaiola"


Elyon caminha normalmente. Springfield lhe abre a porta de trás e senta no banco do motorista em seguida.
- Do que você está falando? - Ele pergunta, depois que o carro começa a andar.
Elyon nota que a velocidade do carro o deixa meio tonto.

    -Tinha um Garou tentando me matar pouco antes de você chegar - Comenta Elyon, fazendo uma rápida pausa - Eu escapei do golpe dele por pouco, mas não conseguia sair daquele espaço. Você não viu nada ali?


- Ersch volen'blaum omniq... - Com palavras confusas, aparentemente em outra língua, a voz de Springfield fica cada vez mais baixa até desaparecer.
A tontura de Elyon ganha proporções colossais e um novo chiado terrível toma conta de sua cabeça. Ele fica cada vez mais alto, levando o Gangrel a loucura, até que para de vez.
Finalmente, parece que acabou.

Uma vez no carro, o efeito da droga começa a passar. Um súbito cansaço toma conta de Elyon, e ele já não escuta direito o que Springfield diz. Ele dorme, e sonha que ainda está na conversa, mas agora sua mente tem a chance de construí-la de forma coerente. Mas não necessariamente confortável...

Elyon não está mais tonto, e ele é capaz de ouvir a voz de Springfield normalmente agora. Talvez tenham se distanciado da fonte de seja lá o que estava causando-lhe isto.
- Não. Ele provavelmente estava oculto, Garous também têm essa capacidade. Talvez esteja tentando te confundir de alguma forma. Mas você está bem agora?

    -Agora, sim... - Elyon responde - Ultimamente, tenho tido várias alucinações. Elas começaram na noite da Palla, mas continuam acontecendo. Elas são reais em certas proporções, de modo que eu não tenho como julgar de imediato se são ou não reais, como o que aconteceu agora. O que pode estar acontecendo comigo, Sua Excelência? Os Garous conseguem fazer isso, ou seriam os tais Tecnocratas?


- Não sei até que ponto chegam as capacidades dos Garous, mas não duvido que tenham algum tipo de veneno indígena alucinógeno. - Ele fala devagar, conforme vai pensando. - Já os Tecnocratas conseguem manipular as mentes mais fracas, isso explicaria...

    -Eu não tenho uma mente frágil, mas também não possuo as admiráveis percepções mentais que os vampiros dominadores de Auspícius possuem... - Comenta Elyon. O Gangrel sabia que, se aquela disciplina era capaz de penetrar a poderosa ofuscação, ler auras e até mentes, certamente forneceria algum tipo de proteção a mente dos usuários, ou algo desse tipo.
    Elyon saca seu celular e começa a digitar em um espaço para mensagens a frase que ouvira durante a sua alucinação. Obviamente, o Gangrel não entendia aquela língua, então ele tentava escrever a forma como entendia aquilo escrito na sua língua.
    -Sua Excelência, durante a mais recente alucinação, ouvi essa frase em uma língua que desconheço. Pode dar uma olhada e ver se entende algo? - Pergunta Elyon, sabendo que vampiros antigos como Springfield dominavam muitas línguas estrangeiras por tanto viajarem pelo mundo.


Springfield pega o celular e dá uma rápida olhada enquanto o carro para em um semáforo fechado.
- São só um monte de letras aleatórias, Kameroth... - Ele fala suspirando enquanto devolve o celular.
Depois de uma ou duas esquinas, o Arcebispo diz:
- Me arrependo de ter te promovido à Paladino. Você é um estorvo, me traz mais problemas do que resolve.

    -Lamento pelos acontecimentos recentes, Sua Excelência. Agirei de forma mais centrada, daqui em diante. - Responde Elyon, apreensivo pela reação do Arcebispo - A propósito, ontem eu e aqueles cainitas decidimos formar um novo bando, para melhor lidar com esse problema da Tecnocracia. Eu, como Ductus do bando, posso mantê-los "na linha" conforme deseje, bem como garantir que eles não cometam nenhuma estupidez como abrir a boca à respeito de ontem.


- Que bom que formaram um Bando. Tenho uma política de manter os pontos fracos de meu time mais próximos de mim, para vigiar. O fracassado do Altobello e seu neófito inútil, o Sacerdote com ilusões de grandeza e você... - Ele fala de modo frio, sem emoção. - ... cuja incompetência reflete à de Kyria.

    Elyon chocou-se com as palavras de Springfield, ficando preocupado com a permanência em seu cargo. Ele sabia que não estava sendo muito competente nas últimas noites, mas ele não tinha arrumado nenhum problema de fato para o Arcebispo até então. Certamente os alertas desnecessários na noite da Palla e o seu comportamento estranho naquela noite tenham contribuído para aquele desaforo, mas o Arcebispo estava sendo exagerado nas palavras. O Gangrel desculpou-se, reconhecendo seus erros, e aproveitou a oportunidade para falar ao Arcebispo sobre o novo bando que havia formado. Elyon esperava que, com um bando ao seu lado, ele pudesse ser ainda mais útil para Springfield. Obviamente, o Gangrel também temia perder o seu cargo, caso continuasse desapontando o Arcebispo. Ele não almejava tanto ser um Templário, mas sabia que aquele cargo tinha o seu valor, além de que poderia ser uma porta de entrada para lidar com cainitas de grande status e conseguir cargos maiores futuramente.

    No entanto, a informação à respeito do bando rendeu um comentário ainda pior por parte de Springfield. Além de menosprezar todos os membros do bando, ainda menosprezou a falecida senhora de Elyon, que o Gangrel respeitava imensamente. Springfield sabia disso, pois se ele conhecia Kyria, deveria saber o quanto ela era ligada a Elyon. Aquela ofensa foi profundamente ofensiva, e mesmo possuindo um grande vínculo artificial com o Arcebispo, Elyon não deixou de sentir um verdadeiro ódio do Lasombra depois disso. O Gangrel suspirou friamente diante daquilo. Não era como se ele estivesse apreensivo, pois aquele sentimento já tinha dado espaço para a raiva. O Gangrel se segurou para não expressar sua ira na sua face ou nas suas palavras, embora talvez aquilo fosse inevitável (mesmo assim, não pretendia mostrar a profundidade do sentimento). Ele não precisava passar por aquilo, já tinha conhecido templários realmente incompetentes e fracos, e aquela atitude de Springfield desvalorizava qualquer qualidade que o Gangrel tivesse. Elyon se conteve bastante (se fosse um neófito qualquer, ele certamente já teria matado), mas se o Arcebispo ainda quisesse demiti-lo, ele já não faria questão pelo cargo.

    -Garanto que, embora você julgue o bando dessa forma, ainda vamos fazer muito pelo Sabá e conquistar grande prestígio. - Responde Elyon, com uma auto-confiança contagiante em sua voz. Seu tom não era grosseiro, mas tinha uma notável seriedade ainda maior do que de costume - À respeito de Kyria, me surpreende que você se recorde dela dessa maneira, uma vez que ela tinha grande fama exatamente do oposto, e eu pude conferir que ela realmente era tudo o que diziam. Sua morte aconteceu enquanto lutava pela seita, algo que todos nós estamos predispostos a passar, além de estar longe de ser vergonhoso. - Continua o Gangrel - Já se tratando de mim, mesmo recebendo tratamento de incompetente, não me recordo de tê-lo deixado por conta própria quando fui solicitado. Admito que o que utilizaram contra mim desde a noite da Palla veio afetando o meu desempenho, mas isso foi algo inevitável. Com o tempo, posso lhe mostrar como posso ser realmente eficiente. - Completa Elyon. Mesmo irritado, o Gangrel não jogaria simplesmente para o alto o seu cargo. Ele conduziu o diálogo seriamente, defendendo a memória de sua adorável senhora, mas não chegou a ser grosseiro como Springfield havia sido. Em tantos anos de intrigas, ele sabia que se deixar levar completamente pelas emoções não costumava ser uma atitude coerente, embora às vezes fosse inevitável ignorá-las.


Kameroth; Resistir Frenesi
Autocontrole = 2 / FV / Dif = 8
10(7), 4 = 1+1 = 2/5 sucessos

Springfield ouve calado, sem interromper. Por fim, diz:
- Já está na hora de você saber a verdade sobre Kyria, Kameroth. Ela não morreu lutando pela Seita. Foi executada. Sua mentora era uma traidora, e estamos de olho em você desde então.
Como se não bastassem as palavras surpreendentes, Elyon é acometido por um profundo aperto em seu interior. Sua ligação empática com a alma de Kyria o faz sentir o desespero dela quando a verdade é revelada. Dói, e ele ao mesmo tempo se sente usado.

    Elyon arregala os olhos diante daquela revelação. O Gangrel, que mantém sempre uma pose fria e confiante, não consegue mais evitar um evidente choque em sua face. Seu coração morto parece apertar forte em seu peito, mas aquela dor não tem nada de física, é algo muito mais profundo. 80 anos desde a morte de sua senhora, e só então a verdade veio à tona. Ele planejou minuciosamente cada detalhe que usaria para torturar Bristhon, além de examinar cada possibilidade de ataque e de defesa contra ele. Antes apressado, aprendeu a conter a sua fúria para o momento em que a oportunidade perfeita surgisse, a oportunidade em que o ancião não teria escapatória. Guardou, alimentou e fortaleceu durante quase um século o ódio que sentia por quem ele acreditava ser culpado. E então, de repente, tudo era jogado por água abaixo.

    Mas o pior de tudo era a verdade sobre quem sua senhora era. Ela havia mentido para ele durante tantos anos? Ele não sabia como aquela traição havia sido, mas ela nunca mencionara nada para ele. Obviamente, o próprio Elyon não se era tão fanático pela seita, dependendo da traição, ele não mudaria tanto o que pensava de sua senhora. Mas a pior ideia era a de ter sido usado por Kyria, para fosse lá qual plano ela tivesse. E por que exigir que ele se vingasse nos sonhos, se a verdade estava tão longe de Bristhon? Elyon não sabia mais o que acreditar a respeito de Kyria.

    Tão ligado como era com a sua senhora, Elyon conseguia praticamente enxergar a cena em sua mente. A sua senhora empalada, presa em um tronco de madeira ao céu aberto, aguardando em desespero pelo sol. Ele podia sentir o seu medo, angústia, ódio, desespero e até mesmo a dor dos raios de sol em sua pele. Podia praticamente ver sua senhora sendo desfigurada pelo fogo, com a sua besta interior urgindo cada vez mais alto de terror, até que só restassem as cinzas. Elyon estava em completo choque.

    Além de todo o choque emocional, o Gangrel podia sentir sua Besta urgir. Springfield tinha realmente tocado em sua ferida e apertado, deixando o Gangrel à ponto de perder totalmente o controle. E agora, juntando as palavras ofensivas com a revelação de que estava apenas manipulando o Gangrel, Elyon estava realmente sentindo uma vontade sobrenatural de rasgar a pele daquele Lasombra. Mas não... Ele ainda não tinha toda a sua resposta. E mesmo diante de toda a sua ira, ele sabia o perigo de desafiar Springfield.

    -Que tipo de traição? - Pergunta seriamente, alguns segundos depois, quando se recuperou de toda a tensão emocional dentro de si - E por que me vigiar? Se eu sequer sabia que minha senhora era uma traidora, por que eu representaria uma preocupação para vocês? - Continua o Gangrel.

    A voz de Elyon nunca tinha soado tão séria para Springfield. Mesmo diante do choque, Elyon mantinha sua postura. Seu olhar já havia recuperado a firmeza que sempre tinha, bem como suas palavras exalavam uma auto-confiança e seriedade enormes. Ele não parecia mais confuso. Pelo contrário, ele agora parecia estar mais forte do que nunca. E além de firme, seu olhar exprimia algo que não estava lá antes, talvez a razão de sua súbita mudança: ódio. Ele não sabia ainda quem realmente merecia aquele ódio, e o quanto merecia, mas ele estava completamente abastecido por aquele sentimento.


Kameroth; Resistir ao Frenesi
Autocontrole = 2 / FV / Dif = 8
4, 3 = 0+1 = 1 sucesso = 3/5 sucessos

- Não há como ter certeza. Mesmo agora, você pode estar interpretando sua surpresa. - Ele fala com a calma de quem dirige um carro à 30 km/h por uma rua residencial, que é exatamente o que está fazendo no momento. - Também há a possibilidade de ter sofrido lavagem cerebral.

    -Entendo. Mas então, o que Kyria fez? Você não me respondeu. - Responde Elyon, friamente.


- Houve um tempo em que ela foi confiável, mas isso mudou quando...
A voz de Springfield é abafada por gritos estridentes abissais.
- NÃO - Kameroth pensa reconhecer a voz de Kyria. - NÃO OUÇA. FIQUE COMIGO! - É alta, como se viesse de dentro de seus tímpanos.

    Elyon fica surpreso ao ouvir repentinamente a voz de sua senhora. Aquilo já tinha acontecido uma vez, quando ele estava "drogado" pelo sangue lupino, mas ele nunca tinha levado aquilo a sério. Mesmo sabendo que sua mente não estava em perfeitas condições, ele decidiu julgar aquele fato como real. Afinal, se era ou não fruto de uma loucura, estava apenas na sua cabeça, não faria diferença ignorar ou responder. Além disso, aquele era um "bom" momento para falar com Kyria, diante da ira que estava sentindo.


Kameroth; Resistir ao Frenesi
Autocontrole = 2 / FV / Dif = 8
1(x),1(x) = -2 sucessos+1 = 1 sucesso = 4/5 sucessos

    -CALE-SE! - Elyon gritava mentalmente. Ele nunca tinha pensado em falar de tal forma com sua senhora, mas as coisas tinham repentinamente mudado - CANSEI DE SUAS MENTIRAS! - A sua voz mental era tão alta quanto os gritos de sua senhora, mostrando a ira que ele sentia naquele momento.

    -Quando? - Elyon indaga para Springfield.


- Quando ela teve a oportunidade de cometer o Amaranto. Foi o Bispo O'well. Ele estava fraco, e só confiava nela para ajudá-lo. Mas sua confiança foi sua ruína. Depois disso, Kyria nunca mais foi a mesma. A única coisa que a movia eram as maquinações e intrigas que criava para apunhalar outros anciões. Quando nós descobrimos, ela já estava vários passos à nossa frente.

Kameroth se lembra de O'well. Na época, ele de fato desapareceu sem deixar vestígios. Com raiva, ele se lembra que foi nessa mesma época que Kyria inventou de levá-lo para um treinamento intensivo de vários meses longe de tudo e todos. Ela precisava de tempo...

Kameroth; Resistir ao Frenesi
Autocontrole = 2 / FV / Dif = 8
FV = 1 sucesso = 5/5 sucessos

    -Ela diablerizou mais algum membro de destaque da seita, ou tomou alguma outra atitude que prejudicasse o Sabá? - Pergunta Elyon. O Gangrel já não parecia tão surpreso. Sua ganância sempre tinha sido compatível com a ganância de Kyria. A própria havia lhe ensinado a ser ganancioso, a almejar o poder. Sua decepção era que ela não tivesse lhe contado nada daquilo.


A última frase começa em sonho, termina em vida. Kameroth acorda com o leve solavanco do carro parando em frente ao "La Proposta". O pesadelo desvanece em sua memória de curto prazo conforme ele reorganiza suas lembranças e percebe onde estão. O efeito da droga já passou e ele começa a lembrar fragmentos de sua viagem narcótica. Talvez não tenha sido uma boa ideia ter sugado todo o sangue de um usuário de crack em overdose, afinal. Vivendo e aprendendo.
Apesar de não se lembrar da conversa agoniante que teve em sonho, ele ainda sustenta a sensação terrível que ela lhe causou. Como quem perdeu algo muito importante, mas não lembra o que era. Sua mente está em frangalhos, e ele sente muita fome. Agora aguenta a larica, Paladino.


- Ah, você acordou. Você realmente não está bem, Kameroth. Caiu no sono enquanto conversávamos. Precisamos ver isso com cuidado.

    -Não sei o que aconteceu comigo, mas seja lá o que for, o efeito já passou. - Comenta o Gangrel, ao se recuperar do tenso pesadelo. Ele pretendia "tranquilizar" Springfield com aquelas palavras. Não é como se ele acreditasse que Springfield realmente se importasse com o seu bem-estar, pois ele sabia que companheirismo verdadeiro era difícil de se ter entre os cainitas. Mas ele não queria que Springfield se preocupasse com a instabilidade mental de seu paladino.

    -Lamento pelo comportamento, Sua Excelência. - Diz o Templário.


- Não se preocupe, não é culpa sua. Mas vamos verificar a origem disso, de qualquer maneira. Esse tipo de coisa não acontece sem motivo, e nós não queremos permitir brechas assim na segurança.

    -Compreendo. - Diz Elyon, ainda pensando no que tinha acontecido. Por fim, decidiu mudar de assunto - Eu tenho uma novidade. Eu e esses cainitas formamos um bando ontem, que está sob a minha liderança.


- Isso é ótimo. - Springfield continua sendo um indivíduo seco e direto, mas sua mudança de comportamento em relação à Kameroth desde aquela Vaulderie é clara para o Paladino. - Vocês podem ficar com o refúgio. Eu já não uso há muito tempo.

    -Obrigado, Sua Excelência, será bem útil. - Responde Elyon. Ele já tinha pensado em perguntar sobre isso, mas ficou satisfeito com a iniciativa do Arcebispo


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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:42 pm

@Kurt Marshall
    Kurt se levanta com as roupas cheias de sangue e rasgadas. Ele se sente como um sem-teto. Seu corpo parece ter sofrido um forte impacto, o sonho o assustou e seu coração está acelerado. Estranho, pois ele não deveria mais bater. É como se seu corpo tivesse sentido aquilo e reagido, bombeado sangue. Ele balança a cabeça e cambaleia pelo escuro do bar. Ele coloca o chapéu procurando alguém com quem possa falar.


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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 3:48 pm

@Karsh von Bredtch
    A noite parecia dia, e todos marchavam imponente rumo à glória, mas agora a minha missão era que os líderes não perdesse a sanidade em seu fanatismo. Para ganhar uma guerra o seu espírito e força de vontade tem que ser tão forte quanto os punhos fortes que derrubam os inimigos, e eu manteria esse equilíbrio e estabilidade. - O corpo Sabá, um só corpo!
    Acordei sem saber se era sonho ou um presságio, acordei antes que os outros, e escolhi me familiarizar com o ambiente. Fui ao salão principal e me concentrava em alguns itens importantes, tipo uma flanela no balcão, cadeira do atendente ou mesmo as fechaduras da porta, queria saber quem realmente ficava ali antes de nós. Queria saber se podíamos adotar o local como refúgio do bando, quem sabia tanto de lá.
    Enquanto esperava os demais acordarem.


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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 4:03 pm

@Karsh von Bredtch, Jorge Altobello e Kurt Marshall
    Karsh
    - Aliás, Jorge, como será o proceder para esse nosso problema mais importante? - recepcionava-o com uma pergunta chave, cessando o tamborilar de dedos no balcão. Estava entediado de esperar.


    Jorge
     Finalmente reuni a vontade de me levantar e subir as escadas. Abri o alçapão que dava para o salão principal do bar. Lá estavam Von Bredtch e Kurt. Nem sinal de Kameroth. Ao perguntar, me responderam que ele voltaria logo. Dei de ombros. Olhei o relógio, preocupado. Tão logo acabara de me responder, o Tzimisce retribuiu com outra pergunta, essa muito mais complicada que a primeira.
     O encarei por alguns instantes, e depois fiz o mesmo com Kurt. Eu não poderia dizer toda a verdade, não com Marshall ali. Seus sentimentos poderiam atrapalhar o curso dos acontecimentos. Colocaria o futuro de todos os vampiros em perigo, assim como o seu próprio. Senti um aperto no peito. Algo que há tempos não sentia. Maldito vinculum!
     - Bem... - Dei início, depois de um logo breve período os encarando. - Springfield achou indícios de que uma pessoa envolvida com os Tecnocratas está presa no plano espiritual. - Menti, não tinha sido Springfield e sim eu. No entanto, livrar-me desse mérito seria mais seguro se quisesse manter o aprendiz calmo. - Eu e Springfield iremos barganhar com um Precursor do Ódio. O loiro em troca dessa pessoa.

    Karsh
    Não achei que havia perguntado algo de tão grave, mas a reação de Jorge me fazia desconfiar que aquela resposta, que ele estava pensando nos poucos segundos em que nos encarava, não era pra mim e sim pro Kurt.
    Enquanto ele falava eu tentava buscar verdade em sua face, em sua aura, não sei ele estivesse mentindo, mas omitindo algo em questão.
    — Então só irão vocês dois, pelo que Springfield disse... - tentava disfarçar que não acreditei completamente nele, mas também isso não fazia importância, não era tão grave, uma vez que iríamos combater o inimigo maior.


    Jorge
    - Sim. - Disse sem dar muita importância. - Springfield não disse se manteríamos este lugar... - Mudei de assunto, rapidamente.


    Kurt
    - Acho que manteremos esse bar como o local para o bando se reunir, ou até que o cara acorde. Afinal, isso foi o que ele disse. - Aprofundava no assunto novo - em por falar nisso, é importante um nome para o bando. Em meio o tédio eu pensei em alguns nomes, o melhor é  Bad to the bone! O que acham!?


    Karsh
    - Muito bom o nome.


    Kurt
    - Esse bar poderia ser reaberto... *Kurt olha em volta* Poderíamos colocar uma mesa de sinuca bem ali *ele faz gestos com as mãos como se imaginasse as coisas no bar* poderíamos fazer daqui um ponto de negócios interessante... o que acham?


    Karsh
    O Kurt se empolgou, queria dar vida ao local, reativar o local poderia ser uma boa tanto para um fonte de renda extra, tanto para disfarçar ainda mais o local. - É... - observava o fazendo os gestos, acabeo vizualizando aquele local cheio de gente, um rock tocando como o plano de fundo do ambiente barulhento e selvagem. Imaginei alguns prováveis carniçais brigando por uma partida de sinuca. - Realmente é uma boa ideia. Reativamos, assim temos uma fonte de sangue e dinheiro. - Animava o Kurt, talvez ele fizesse isso ir pra frente. - tome a iniciativa, já que você que jogou a ideia, com certeza vai dar muito certo.


    Kurt
    - Quando eu era vivo eu fui um advogado criminalista muito bom. Modéstia parte da mesma forma que eu coloquei muita gente na cadeia por saber como a polícia trabalha eu também posso, facilmente, encobrir negócios escusos da polícia.
    Mudando de assunto, já que o nome é La proposta... Uma temática mexicana ficaria legal, mas eu pensava em um bar de rock. Talvez strippers... *Kurt sai andando falando sozinho e maquinando os lugares para móveis novos e tipos de negócios que poderiam ter ali*


    Jorge
     - Eu posso fazer este lugar funcionar. - Disse depois de um tempo. - Alguns clientes meus venderiam a alma por um bom ponto para comercializarem seus produtos.
     - Mas antes, precisamos reformar este lugar. - Olhei com certo desgosto para as paredes, teto e tudo mais. - Este bar está um lixo.


    Kurt
    - Claro, claro! Pensei em colocar piso de taco assim como o original, mas a manutenção fica cara. Podemos colocar de azulejo também, ai fazer como um tabuleiro de xadrez, branco e preto, entendem? Mas penso que ficaria muito fresco para a nossa clientela, se bem que pode ser que combine. Podemos fazer aqueles pisos de boate de stripper, todo preto, tipo danceteria, meio liso.


    Jorge
    - Pensaremos nisso tudo com mais calma. - Voltei à olhar o relógio.


    Karsh
    - Um piso xadrez fica bem legal. Isso não é fresco, é elegante até! - falava e andava. Eu pegava uma garrafa de vinho e abria, averiguando se todas ali eram vinho mesmo ou se havia, por acaso, algum sangue. - Acho que o Elyon seria a pessoa mais indicada para ser o Ductus né mesmo!? ... sendo eu o Sacerdote. - falava fingindo não mostrar tanta importância  a isso.


    Jorge
    Ao ouvir o Tzimisce falando sobre Elyon como Ductus, lancei um olhar fuzilador. No entanto, permaneci calado.


Leva algum tempo até uma breve buzina tocar lá fora. Kurt olha lá fora, mas não reconhece o carro de Springfield. Altobello toma a frente e vai até lá.

Altobello troca algumas palavras com seu carniçal. O homem sai do carro e vai até o porta-malas, retirando uma mala e carregando-a até a porta para seu Senhor. O La Sombra lhe manda que arranje mais algumas coisas, e Jurg se prepara para partir.

- Eu tomei a liberdade de já arranjar aquela outra coisa que pediu. Nosso amigo disse que começou o serviço. - Ele diz para seu Senhor antes de partir com o carro, recebendo como recompensa um gole de sua adorada vitae vampírica. Jurg, então, parte feliz.

Passam-se alguns minutos a mais nos quais o recém-formado Bando continua conversando sobre planejamentos técnicos a respeito de seu Refúgio, quando um carro para lá fora novamente. Este não buzina, e é de fato Springfield.

Eles notam que Elyon Kameroth já está lá com o Arcebispo, sentado no banco de trás.

- Eu vou com Altobello até lá. O resto de vocês está livre para nos acompanhar, mas não será necessário. - Ele diz, dando-lhes a liberdade de escolha. - Menos você. - Ele adiciona para Kameroth. - Você vem conosco.

    Kurt
    Kurt coça a cabeça faz uma breve reverência - Senhor Arcebispo Springfield,com todo o respeito, preciso pegar algumas coisas na minha antiga moradia, se o Sr. e os demais não se importarem,essa noite sigo sozinho na minha pequena mudança. No resto da noite estarei aqui mesmo, se precisarem me liguem - Kurt aguarda a aceitação ou não.


Springfield silenciosamente assente com a cabeça.

    Jorge
    Antes do Kurt ir, lhe entregarei as Desert Eagles com munição de prata. Com os seguintes dizeres. "Não as perca desta vez." Em um tom bem sério.


    Kurt
    - Pode deixar, agora eu sei usa-las melhor. - Kurt se arruma da maneira que pode para ficar com uma aparência transitável. Ele segue para casa ciente das lembranças que podem abala-lo.


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Mensagem por Gam Dom Jan 26, 2014 11:11 pm

@Kurt Marshall
Kurt tem um momento só dele, por agora. Esses momentos têm se tornado cada vez mais raros ultimamente, sendo obrigado a seguir a cauda de alguém o tempo todo. No silêncio do carro, ele dirige pela noite calma enquanto reorganiza sua mente.

Se observar com atenção, ele verá os vestígios da destruição causada pela Palla ontem. Vidros quebrados, buracos de bala aqui e ali, sangue seco na calçada... Mas, em geral, o silêncio faz parecer que é um local bem distante da Nova Iorque de ontem. O tempo causa essa impressão. Separa o agora do outrora melhor do que centenas de milhas poderiam fazer. Será mesmo?

Será que, para Kurt, o passado está assim tão intangível? Por que ele está seguindo essa rota? Será mesmo que era a única à trilhar?





@Elyon Kameroth, Karsh von Bredtch, Jorge Altobello
A viagem até o local é silenciosa. Engraçado como a presença de Springfield costuma deixar qualquer pessoa mais tímida.

Ele para o carro em frente à um pequeno edifício comercial. Ainda há funcionamento do comércio na rua, e ela é relativamente movimentada mesmo agora. Sem uma palavra, Springfield continua dentro do carro em silêncio. Passam-se cinco angustiantes minutos nos quais o mundo lá fora continua a andar enquanto os quatro permanecem ali, parados.

E então um carro branco passa ao lado e vira, entrando na garagem do edifício. O portão permanece aberto atrás dele, e Springfield aproveita a chance como se já esperasse por ela.

O carro preto segue o carro branco pela apertada garagem subterrânea. Silenciosos, os carros fazem algumas curvas até, por fim, estacionarem na vaga mais longínqua, à um canto extremo.

O indivíduo do carro branco sai primeiro. Parece ser um homem caucasiano de 1,7m, vestido de camisa e calças sociais. Ele entra em uma porta suja com aparência de depósito da zeladoria.

- É aqui. - Springfield diz, finalmente saindo do carro. - Evitem dirigir a palavra à ele sem que eu lhes dê a deixa para tal.

Depois da porta os quatro sobem por uma escada apertada de poucos degraus. A zeladoria, aparentemente modificada, é bastante aconchegante pra situação. Há uma poltrona de couro confortável, uma luminária alta ao lado, uma estante de livros, um armário antigo e uma maleta ao lado de um carregador de laptop. Um tapete disfarça o chão de concreto frio.

- Aguarde aí. - Ele diz, e Springfield para antes de dar o primeiro passo para dentro. - Estou terminando de desativar a segurança.

O homem está agaichado atrás do armário, concentrado em alguma coisa. Ouve-se um clique, e outro bem próximo de onde Springfield teria pisado, e ele então se levanta. Era um caucasiano agaichado ali, mas quem se levanta é um homem de pele amarelada, desgastada pela ação de vermes necrófagos e fungos tumulares. Seus olhos sem pálpebras parecem estar sempre esbugalhados, que passam uma sensação terrivelmente desagradável quando ele encara alguém diretamente em uma conversa casual.

- Espero que não se importem. Me sinto sufocado com essa aparência falsa a noite inteira. - Ele não soa educado, mas também não chega a ser grosso. Parece um homem cansado pelo tempo, sem má vontade, mas também sem paciência para banalidades. - E então, qual era mesmo o assunto?

- Estes são Jorge Altobello, Karsh von Bredtch e meu Paladino pessoal, Elyon Kameroth. - Springfield começa com a cortesia mínima, e apresenta o Precursor ao grupo também. - Este é Ortheos Fley.

- Senhor Fley. - Springfield prossegue. - Precisamos de suas habilidades para um caso particularmente específico. Altobello aqui, que está mais inteirado no assunto, saberá explicar melhor.

Provavelmente era à isso que ele se referia quando disse que daria uma deixa.
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Mensagem por Padre Judas Seg Jan 27, 2014 2:56 pm

ㅤㅤJurg chegara e, com ele, minhas armas. Uma das Desert Eagles já estava sob minha posse, mas agora estava com as duas, o fuzil Remington, a munição especial e, claro, uma granada ou duas. Exagero? Alguns poderiam dizer que sim. No entanto, eu prefiro me precaver quando o assunto é Garou. O carniçal me entregou a maleta, e então a abri, checando se estava tudo certo. Um velho hábito que insisto em perpetuar. Enquanto conferia o conteúdo da mala, aproveitei para dar novas ordens. - Estas armas não serão suficientes. Quero que encomende mais metralhadoras e munição de prata. E mais algumas granadas destas. - Assentiu e seguiu me contando boas notícias, que como resultado, fez brotar um leve sorriso em meu rosto. Jurg havia sido pró-ativo, uma qualidade que aprecio bastante, e por isso, merecia ter sua recompensa. - Agiste bem, Jurg! É hora de receberes o teu agrado! - Usei meus caninos para rasgar a pele do pulso, e deixei que o sangue escorresse até a boca do carniçal, que à esta altura, já estava ajoelhado e sedento por minha vitae. Finda a alimentação, partiu satisfeito.

ㅤㅤEm seguida, foi a vez de Springfield chegar. O que fez com que os demais saíssem do bar. Antes que eu praguejasse contra o Gangrel, percebi que ele já estava dentro do carro. Por acaso, estava tramando algo pelas minhas costas? - Kurt, vá buscar o loiro, sim? - Ele foi, me dando tempo para pensar em alguma ordem para tirá-lo do meu caminho. Afinal, Marshall já tinha sua missão pessoal de acabar com minha concorrência no tráfico de armas, não é verdade? Decidido. Ao voltar era isto que eu ordenaria. Voltou, colocou o loiro no porta-malas, e antes que eu o ordenasse algo, ele próprio se pronunciou. Já tinha seus próprios planos. Ótimo. - Kurt... - Abri a mala prateada, e peguei um dos revólveres, e sua respectiva munição. Entreguei ao aprendiz juntamente com a Desert Eagle que eu já portava comigo. - Não as perca desta vez. - Deixei-o ir.

ㅤㅤDentro do carro, partimos. Uma viagem silenciosa, já que ninguém verdadeiramente fazia questão de falar nada. Perfeito, por mim. Mudei minha aparência. Andar por aí como um agente da SWAT não é lá muito inteligente, ainda mais se esse tal agente estiver banhado em sangue. Apresentava-me com um elegante terno cinza e um costumeiro ar aristocrático. A viagem não demorou mais do que alguns minutos e logo chegamos a um pequeno edifício. O Arcebispo simplesmente parou o carro e esperou. Fiquei me perguntando pelo quê, exatamente, estávamos esperando. A curiosidade me corroía por dentro enquanto os segundos se passavam sem uma resolução. Assim mesmo, não o questionei. Não seria eu a romper o silêncio. Permiti que as dúvidas fluíssem dentro de minha mente, e quando dei por mim, estava lembrando de que Elyon e Springfield chegaram juntos. O que esses dois estavam aprontando? Apoiei o braço na janela do carro enquanto olhava vagamente para algum lugar ao longe.

ㅤㅤFinalmente um carro branco passou ao lado do nosso, e Ellioth deu a partida, o seguindo de perto. Os dois passaram por um portão e entraram no prédio, estacionando nas duas vagas mais distantes da entrada. Lá, um homem branco esquisito, sem dizer uma só palavra, nos guiou até um pequeno cômodo ali perto. A esse ponto, eu já tinha certeza de que se tratava de um lacaio do - Ou mesmo, o próprio - Precursor. Estava certo. Lá dentro, após desativar um dispositivo de segurança que aparentava ser cuidadosamente bem pensado, ele revelou sua forma verdadeira. Praticamente a mesma de um cadáver em decomposição avançada. Era o esperado.

ㅤㅤSpringfield fez as apresentações e então me passou a palavra. - Bem... - Em tom apático e indiferente, como costumeiro. Na ocasião, não me pareceu necessário agir de maneira diferente da que estou habituado. - Já deves saber dos últimos grandes acontecimentos. A queda da Camarilla, o choque do avião, e tudo mais... Eu adoraria admitir que tudo isso fora obra do Sabá, mas não foi. A verdadeira responsável é uma seita de magos chamada Tecnocracia. - Fiz uma pausa, analisando a reação de Fley. Com a idade e instrução que eu esperava que ele tivesse, com certeza saberia mais sobre o inimigo do que eu, e era isso que eu gostaria de confirmar. - Temo que sejamos os próximos alvos, e se este for o caso, quando digo "nós", o senhor também está incluído. - Fiz questão de frisar de que pouca escolha Ortheos tinha. - Poucas pistas temos sobre a Tecnocracia, mas uma delas parece promissora. Consegui a informação de uma mortal que fora refém do inimigo se encontra viva no mundo dos mortos. E é isso que queremos que o senhor faça para nós. - Optei por não revelar sobre o Giovanni no porta-malas por agora. Deixe que ele mesmo pergunte, se quiser uma recompensa maior do que sobreviver à Tecnocracia. - Podes busca-la e nos entregar, Ortheos Fley?
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Mensagem por Edgard Seg Jan 27, 2014 7:30 pm

As ideias fluíam na cabeça do aprendiz de Jorge, ele se empolgava para colocar aquele novo refúgio em atividade, e eu gostei da ideia e incentivava-o. 
Lá fora a buzina rompia a conversação, não esperava encontrar o carniçal do Jorge, mas a sua visita foi de suma importância, veio cheio de armas e munições de prata na qual o Jorge conferia e passava alguma para seu aprendiz. 
Involuntariamente eu cruzei minha vista no horizonte, procurando algum sinal de Elyon. E não demorou muito, quando o carniçal partiu, eles chegaram. A cena foi irônica, Springfiel no banco da frente e Elyon no de trás, como se o Arcebispo fosse um motorista não devia ser o contrário rs 

O silêncio ali me incomodava. Eu esperava ter alguma instrução sobre o que fazer quando chegarmos lá. Mas não, ninguém tocou no assunto, e eu apenas deixei minha mente fluir pelos devaneios de como seria mais fundo na penumbra. Tinha uma boa lembrança de como era o mundo dos mortos, como nós caminhávamos, como as regras da realidade estática pareciam ausentes, passos eram dados, mas flutuavam, os corpos libertos da carne davam a sensação de liberdade, atravessávamos paredes e toda aquela cena delirante de um cenário pós apocalipse. Essa lembrança me fazia ter a sensação que meu espírito queria desprender do meu corpo. Enquanto tentava voltar realmente para a realidade, sentia como se minha consciência tivesse querendo me levar para lá. Cerrava os olhos, e balançava levemente a cabeça, para que Elyon não notasse o meu desconforto, uma tontura me fazia confundir o que, de fato, era físico e o que era espírito*. Meu olhar procurava um foco. Havia me concentrado demais no mundo inferior, lembrava daquele livro cercado de estátuas, que provavelmente existia no mundo espiritual. Quando encontrei o foco, era um carro branco ao qual já estávamos seguindo. 
Olhei breve para Elyon, para ver se ele tinha notado alguma coisa e franzia a sobrancelha sério, como se incomodado se ele por acaso estivesse olhando demais para mim, dei de ombros e seguia a visão no carro à frente.

Enfim paramos nas vagas mais distantes, o homem sai do carro e seguimos-o até uma porta e algumas escadas. Springfield como sempre, deixou um ar de suspense no ar, não querendo que nós falássemos sem o seu consenso. Analisei o homem que andava sem preocupação pelas escadas e até chegar em um aconchegante escritório particular. Fingi não notar os detalhes, fingi também não me espantar com a sua aparência cadavérica, quando o analisei aos olhos do Auspícios. Ele agaixado, repreende a entrada sem antes desativar os dispositivos de segurança.
bastante precavido, eu não confiaria em nós se fosse ele, mas o arcebispo deve ter alguma relação com ele

Ele se mostrava seguro, e o arcebispo começou a nos apresentar e deu a deixa que o Jorge precisava. Eu só acenei de leve e ouvia o Jorge expor os acontecimentos sobre a derrota da Camarilla e a prisioneira dos Tecnocratas. Ele é um barganhador nato, tentava conseguir o favor sem dar a moeda de troca.

Sem mais, eu só expressava a favor das declarações do Lasombra, como um repórter animado com a notícia que ouvia.
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Mensagem por Dylan Dog Seg Jan 27, 2014 9:33 pm

Spoiler:

(Recomendação, deixe a música repetindo sem parar até acabar de ler o post)


Com o olhar Kurt viaja pela cidade. O homem agora vestido como um garoto, sem roupas pesadas, sem ternos negros e chapéus misteriosos que o consagraram como uma advogado soturno que mandava os bandidos para de trás da grades.
O carro viaja e junto vão seus pensamentos.

- Onde você está Nero?...

Therese também vem como um fantasma à sua memória. Uma lágrima rubra escorre, mas dessa vez não é a fúria que o toma e sim uma tristeza profunda.

Marshal observa um pai e seu filho atravessarem a rua enquanto o farolestava fechado. Marshall se vê no lugar do homem e imagina Nero alguns anos mais velho...

- Será que depois que eu... Deixar a humanidade... Ainda vou conseguir amar meu filho?

A viajem segue, mas seus pensamentos vão além do espaço, eles não respeitam o tempo...

Marshall se lembra de chegar mais cedo em casa um dia e Jantar com Therese e depois dar banho em Nero. Sua esposa era gentil, lhe levava a toalha que ele havia esquecido de pegar. O bebê brinca com a água e sorri - Mais lágrimas rubras escorrem pelo rosto de Kurt - O pequenino sorri e Therese o pega nos braços, enquanto dava uma bronca em Marshall por demorar tanto. Era aniversário de casamento deles, e ela tinha algo especial para ele...

O carro adentra o bairro em que Marshall morava, as casas grandes de classe média alta tem uma arquitetura repetitiva. Mais alguns minutos e lá está o jardim.

- Ainda há algumas folhas ali... Quanto tempo se passou? Meu Deus... Quanto tempo?

Ele estaciona o carro, abre a porta e ao tranca-lo fica paralisado por alguns segundos. Virado de costas para a casa, Marshall reúne toda as suas forças para resistir ao frenesi que vira na casa (Começo a gastar FV se sentir que vou entrar em frenesi). Ele então se volta a sua antiga moradia, ele enxiga as lágrimas rubras e observa saudosamente aquela casa. Ele caminha a passos lentos pelo jardim, cada passo é um misto de medo, saudades, tristeza, afliação e importência. Marshall não é o mais forte do bando, não pe o mais rico, nem mesmo o mais inteligente ou influente, talvez seja o mais tolo, mas uma coisa é certa, ele é o mais triste e o mais determinado deles.

Finalmente ele chega na porta. Ao abri-la o cheiro é do perfume de Therese e do Bebê. Algo vem até sua garganta, ele pensa em gritar, mas ele engole e dá um passo a frente adentrando a residência. Kurt tranca a porta atrás dele, ainda há algumas coisas caidas pela casa como no dia de sua saída apresada. Ele coloca as mãos na cabeça e se encolhe em um canto, chorando. Ele se arrasta pelos comodos, suas forças são drenadas pela tristeza e a besta insiste em domina-lo. Ele chora.

- Porque Deus?! Porque o Senhor deixou isso acontecer com minha familia? Eu morri e voltei por eles mas mesmo assim... Eu não consigo... Eu não consigo! Porque?! - Ele esbraveja pela casa em meio ao pranto - Eu só quero que meu filho cresça e tenha uma vida! Só que eu não sei se consigo... Olha o que eu me tornei! - Marshall se olha no espelho e mais lágrimas rubras escorrem ao NÃO se ver. Ele só percebe agora que está no quarto onde ele dormia com sua esposa. Kurt derruba algumas coisas pela casa descontando a raiva, ele quebra o espelho e enfim cai na cama desnorteado. Ele após alguns segundos, se senta na beirada da cama enquanto seca as lágrimas com os lençóis. Após alguns minutos tentando se recompor ele se levanta e começa a arrumar suas coisas. Com as mãos trêmulas Kurt se troca colocando novamente a sua endumentária clássica.

Tropeços de um Início, rendendo Jorge Altobello Stock-photo-sad-man-with-hat-69513013

Kurt vai até a sala do altar, agora queimado, se senta em posição de lótus e começa a meditar. Ele apenas tenta limpar sua mente antes de sair. Armado com as duas Pistolas pesadas e com malas cheias de ternos no corredor, ele inicia a meditação.
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Mensagem por No One Seg Jan 27, 2014 10:47 pm

O tempo de espera pelos demais não foi longo. No entanto, a viagem silenciosa parecia durar uma eternidade. Elyon já era acostumado com situações como aquela, mas elas não deixavam de ser levemente desconfortáveis. Springfield era inspirador, mas ao mesmo tempo, sua presença não deixava os outros muito à vontade.

No caminho, Elyon notou que Karsh agia de forma estranha, como se estivesse sonolento ou drogado. Mesmo assim, o Gangrel não falou nada. Quando o Tzimisce abriu os olhos, ele não fez questão de esconder que tinha notado sua estranheza, mas também não se manteve olhando para ele por muito tempo. Tirando esse fato estranho, toda a viagem tinha sido normal e silenciosa. Quando chegaram ao local, apenas esperaram no carro por algum tempo até adentrarem numa garagem seguindo um carro branco.

Ao estacionarem, seguiram o homem branco que saiu do carro até um local que parecia um tipo de depósito velho. No interior, no entanto, o local era contrastante pela confortável acomodação. O homem pediu que Springfield aguardasse enquanto ele desativava a segurança. Obviamente, sendo aquele seu refúgio, era natural que esse foi precavido.

Quando o homem virou-se para eles, revelou uma aparência espantosa. Ele era tão monstruoso quanto um nosferatu, mas de um modo diferente, como se fosse um zumbi. Elyon também não tinha feito questão de esconder sua verdadeira aparência ao entrar, e não demonstrou nenhuma reação anormal ao ver o estado do homem. Afinal, além de estar acostumado com os monstros nosferatus do sabá, ele encarava sua própria monstruosidade todos os dias, embora ele não fosse nem de longe tão feio quanto os citados.

Elyon limitou-se ao ouvir os demais falarem, visto que Springfield já tinha alertado-lhes para que não falassem desnecessariamente. Jorge foi solicitado para explicar o que exatamente eles queriam do Precursor, mas não citou o Giovanni que seria a moeda de troca. Era uma atitude esperta, Elyon admitia. Afinal, o Precursor já tinha motivos para lhes ajudar, com ou sem o loiro. E se ele não achasse o motivo o suficiente, eles já tinham a carta na manga.
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Mensagem por Gam Qua Jan 29, 2014 11:39 pm

@Karsh von Bredtch. Antes
Por um breve momento, Karsh alcança o limiar entre a realidade física e a astral. Permitindo que sua mente divague, ele consegue sentir por um instante o limite do mundo real, como quem observa o céu por sob a água. Há todo um mundo novo ali do outro lado, basta atravessar a barreira. Ele alcança, deste modo, uma iluminação.

Mas algo o assusta, e o susto lhe desconcentra e o faz acordar novamente. A aproximação veloz de um monstro caçador. Karsh tem a impressão de que acordou no último segundo antes do impacto, e ele não gosta de imaginar o que aconteceria caso houvesse sido pego. Mesmo no mundo consciente, ele não se sente mais seguro. Ele sabe que a coisa está ali à espreita, mesmo que não possam vê-la ou sentí-la.





@Karsh von Bredtch, Elyon Kameroth, Jorge Altobello. Agora
- Uhm... - O Precursor pondera, e para tal senta em sua poltrona. - Sim, eu poderia falar com ela. E, se me trouxerem um humano vivo, posso fazer com que ela fale com todos vocês também. Mas, há algo que não entendi... - Ele olha de Altobello para Springfield, e então para Altobello de novo. - Como exatamente eu seria um alvo da Tecnocracia? Com todo o respeito à Seita, eu não frequento reuniões do Sabá nem perco muito tempo próximo à qualquer outro cainita. - Claramente, ele não enxerga o perigo de forma que o façam trabalhar de graça.





@Kurt Marshall
Marshall; Resistir ao Frenesi
Autocontrole = 2 / FV / Dif = 6
6, 6 = 2+1 = 3/5 sucessos

A janela ainda está quebrada, desde aquele dia quando sua vida toda virou do avesso. A sala do altar, ainda avariada por aquela terrível Aparição que ele mesmo invocou. De resto, é a mesma casa onde estão suas melhores lembranças. E, provavelmente, nunca mais existirão outras parecidas. Não para ele.

Kurt passa por um turbilhão de emoções. Sua esposa, provavelmente morta na queda do edifício, não está mais aqui para mantê-lo firme. Marshall alivia a tensão quebrando tudo o que puder encontrar. Nada disso possui valor algum agora. Os espelhos... Ah, os espelhos principalmente.

Esgotado, ele se senta na cama. Relaxa, tenta colocar as ideias no lugar. Marshall então vai até a sala do altar.

Um local feito para encontrar a paz de espírito, agora totalmente avariado. Um reflexo dele mesmo, seu pequeno santuário pessoal. Um desastre.

- Por que voltou, Kurt Marshall? - Há uma pergunta, mas a voz não espera resposta. - Você nunca devia voltar.

- Advogado. - Outra voz agora. Pelo modo como o chamam, Marshall consegue saber como são. Velhos conhecidos... - Finalmente podemos conversar.

- Não dá tempo. - Diz a outra voz.

- Não podemos nos aproximar com aquele homem por perto. - Altobello, com certeza. - Ele sabe de coisas.

- Mas não dá tempo.

- Cale-se.

- ...

- Ele vai te entregar uma criança. Mas é um truque. Você deve matá-la.

- Não mata a criança, Kurt Marshall.

- Mate. Você está em débito comigo, deve fazer o que eu digo.

- Não mata a criança, Kurt Marshall. É muito, até pra você.

- Ela não vai sobreviver de qualquer maneira. Além disso, você precisa que eles confiem em você.

- É uma criança.

- Mate-a.

- Não mata.

- O seu verdadeiro filho é o que realmente importa.

- Sim. O Pequeno Branco. Ele é importante.

- Ótimo, concordamos em alguma coisa.

- O tempo.

- Pare de repetir isso.

- Agora acabou.

- ...

- ...

- Droga, Advogado. Eles já estão aqui. Você precisa ir embora, RÁPIDO.

- Eu falei.

Marshall acorda do transe. A casa está em absoluto silêncio, do jeito que ele deixou. Mas o silêncio não é confortável agora. O silêncio o assusta... Há algo no ar. Perigo.

- Não vá pela sala, eles já estão ali. Suba. E silêncio! - a voz de Norma o guia. Ela parece muito aflita. O Orangotango, por outro lado, parece ter sumido de vez.

A Besta, ainda lutando dentro de si, agora está assustada.
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Mensagem por Gam Qui Jan 30, 2014 6:31 pm

@Jorge Altobello, Karsh von Bredtch, Elyon Kameroth
    Jorge
    - Algum dos senhores pode, por gentileza, ir atrás do mortal?


    Elyon
    -Vou trazê-lo. - Elyon responde. Ele olha para Springfield rapidamente, avaliando se o Arcebispo se incomodaria com a sua rápida ausência. Obviamente, além do fato de ser o seu "patrão", Springfield exercia uma admiração grande pelo vínculo que possuíam, tornando a sua opinião ainda mais importante.


Narrador
Springfield assente com a cabeça para Kameroth.

    Elyon
    Elyon desce por onde veio e ao sair da vista dos cainitas, ofuscava-se. Ele seguia silenciosamente para fora do prédio, procurando o beco mais próximo dali.


    Jorge
    - Compreendo a tua dúvida, Fley. - Digo complacente. - Vou explicar de outra forma... Se os Tecnocratas ganharam, eu serei destruído, tu serás destruído, o senhor Kameroth aqui, serás destruído e todo vampiro nessa cidade será destruído. O que me dizes, senhor Fley? Este não é um motivo suficiente para nos oferecer teus serviços?


Narrador
Altobello; Convencer
Manipulação+Lábia = 9 / Dif = 6-1(Bom Argumentador) = 5
6, 7, 3, 9, 6, 5, 7, 9, 8 = 8 sucessos
Fley; Resistir
Força de Vontade = 8 / Dif = 6-2(Natureza) = 4
2, 7, 7, 1(x), 2, 5, 7, 10(10(3)) = 5 sucessos

O Precursor parece bastante contrariado, e não se dá ao luxo de esconder isso. Ele suspira longamente.

- Muito bem, então. Aparentemente não tenho escolha.

Alguns tipos de vampiros não gostam de ser incomodados, e a Seita é vista por eles como um estorvo inconveniente necessário. Altobello mostra que a visão está correta.
Não leva muito mais que alguns minutos até que Kameroth retorne com um humano. Um homem em seus 40 anos, talvez mais. Está nocauteado, carregado pelo Gangrel com facilidade.

Fley se levanta.

- Vamos, coloque-o na poltrona.

    Elyon
    Elyon coloca o humano no lugar e retorna para o lado de Springfield. O Gangrel agia tão discretamente como agia quando ofuscado.


Narrador
Ele coloca um pano encardido e velho atrás da cabeça do humano, bem apoiado. Então se afasta um passo, vira-se para ele, saca uma velha pistola e atira no meio da sua testa. Foi repentino, e até mesmo Springfield parece ter sido pego de surpresa.

- Você não precisava dele vivo?

- Não. Mas precisa ser morto recentemente. - Fley explica, enquanto trava e guarda a arma no armário. - Qual o nome da mulher?

    Jorge
    - Marie Thèrese. - Digo seco. - Filha de Marie Antoinette. - Continuo como se ajudasse em alguma coisa.


    Karsh
    Gravava os nomes, talvez se eu me concentrasse nisso poderia ajudar de alguma forma na conjuração de sua alma.


Narrador
- Também vou precisar de qualquer objeto que ela tenha tido contato. Melhor se ela considerasse importante. - Ele avisa só agora.

    Karsh
    O tiro repentino nao foi o que eu esperava, ele pediu um mortal, logo eu pensei em algo semelhante a um receptor do espírito, mas a morte era justamente atraente.


    Elyon
    Elyon se surpreendeu com o tiro repentino. Ele esperava que o Precursor fosse usar o corpo do humano para colocar a alma da humana ou coisa do tipo. De qualquer maneira, não importava, desde que eles conseguissem o que queriam.


    Jorge
    Pego de surpresa, eu puxo na memória onde conseguir tal objeto por alguns instantes. - Não tenho nada comigo, - Passo o olhar do Precursor e pulo para Springfield. - mas podemos conseguir na casa do Kurt.


    Elyon
    Quando o Precursor disse que eles precisariam de algum objeto da humana, Elyon não conseguiu deixar de achar aquilo irritante. Não teria sido melhor pedir tudo de uma vez?


    Karsh
    Sim... esse era o  motivo ao qual Jorge ficara um tanto desconfiado perante a minha indagação no La Proposta, a pessoa aprisionada pelos Tecnocratas era sua conhecida. Sua esposa ou filha!? - Será que só saberemos se formos lá no Kurt!? - indagava Jorge de modo sutil, tentando nao quebrar o clima, tentando nao polemizar, tentando o fazer pensar em outra alternativa rápida.


    Elyon
    -Kurt? - Elyon indaga para Altobello. Obviamente, ele ainda não tinha sido informado sobre a relação dos dois.


    Jorge
    - Sim, Kurt. - Lanço um olhar cansado para Kameroth, como quem prevê que terá que dar uma longa explicação da qual não está nem um pouco afim de dar. - É uma longa história.


    Elyon
    Elyon lança um olhar levemente desaprovador para Altobello, por não lhe manter informado. Mas permaneceu calado.


    Karsh
    - por que diabos ele nao quis vir para cá, Jorge!? - andava inquieto de um lado para o outro, minha sensação de inquieteis foi muito por causa da sensação estranha que tive anteriormente, ao transitar entre os dois mundos vagamente. Mentalmente praguejei contra o Lasombra que nao teve controle sobre sua cria, mas os motivos ficaram subentendidos.


    Jorge
    - E então, tudo bem irmos até lá? - Perguntei, prevenindo uma extensão à conversa. - Ou prejudicará o ritual?


Narrador
- Nenhum problema. Mas esse corpo não vai mais servir. Vamos precisar de outro.

    Elyon
    Elyon se irrita com o Precursor. Se não fosse pelas palavras de Springfield, ele teria dado uma bela resposta ao zumbi.


    Jorge
    - Imaginei. - Falei em tom cansado. - Espero que vocês não se importem se eu me servir... - Me aproximei do cadáver recém-abatido e tomei seu pulso, reabastecendo a vitae em meu corpo. Seu sangue ainda estava quente e delicioso. - Eu recomendo que façam o mesmo.

    - Vamos. - Disse junto a porta, convidando quem quer que se dispor-se a me acompanhar.


    Elyon
    Elyon aproxima-se do cadáver e drena seu outro pulso. Ele sugaria rápido o que precisasse, sem se demorar. Depois, voltaria silenciosamente para o lado de Springfield. Quando ouviu Altobello chamar, observou a atitude do arcebispo primeiro. Afinal, ele tinha chamado Elyon por algum motivo.


Narrador
- Fique aqui. Acho que Fley pode lhe ajudar. - O Arcebispo cochicha para Elyon, enquanto os outros dois saem.

    Karsh
    "Será uma corrida contra o tempo, ou então teremos que trazer outra vítima" foi o que pensei, iríamos perder tempo mas teria que ser feito de toda forma.  - vamos lá, Jorge, irei contigo para que  seja mais rápido.

    Rejeitei o difunto e já me intitulei apto para causa.  - você precisará de um bom argumento para o Kurt, se o quiser entrar nessa de bom grado. - sussurava para Jorge enquanto ja dava os primeiros passos.


    Jorge
    - Já que tocou no assunto, Kurt não deve saber disso. - Achei que já tinha sido claro, mas preferi reforçar para não haver mais dúvidas.


    Karsh
    - então roubamos algo dele sem ao menos saber do que se trata!? - tentava ser o mais discreto possível - posso tentar ir no fundo da sua mente para saber o que ela mais se apegava! - falava como se ele nao se importasse que eu fuçasse a mente do Kurt para um bem geral.


    Jorge
    - Eu encontrarei algo adequado quando chegarmos lá. - Expliquei. Na maioria das vezes, a solução mais simples é a melhor opção.


    Karsh
    - De fato! - respondi de imediato, entendi o que ele falava, chegaremos la e tentamos descobrir de algima for.a menos invasiva. Maos discreta e sutil, como eu havia dito.


Narrador
Jorge Altobello e Karsh von Bredtch partem sozinhos. O que encontrarão na casa de Kurt Marshall, nem mesmo seus olhos astrais conseguem enxergar. Sem um carro, são obrigados a pegar um táxi.





@Elyon Kameroth
Kameroth então é deixado a sós com os dois vampiros. Ele não mediu seu poder total em comparação com os outros dois de seu Bando, mas agora tem certeza de que é a criatura mais fraca do estabelecimento. Esse tipo de sensação não costuma acometê-lo com muita frequência, e é estranho pensar nisso agora. Springfield dispensa explicações, e ele já ouviu falar que Precursores do Ódio são os detentores originais da Necromancia, antes dos Giovanni lhes traírem. Diz-se que eles ficaram centenas de anos presos no reino dos mortos, e só agora arranjaram um jeito de retornar. Eternamente desfigurados e tomados por um desejo de vingança centenário... Talvez, lá no fundo, seja por isso que ele tenha aceitado ajudar de bom grado. Talvez ele se identifique com o estado de Marie Thérèse.

- Há mais uma coisa. - Começa Springfield.

- Sempre há... - O velho Precursor tem menos paciência do que amor à vida, claramente.

- O senhor Kameroth aqui anda sofrendo de alucinações constantes, desde ontem. - Springfield continua, ignorando o comentário sarcástico. - Sei que você não é um psiquiatra, mas já que estávamos vindo pra cá de qualquer maneira...

- Sim, verei o que posso fazer. - Ele não se dá ao trabalho de contestar agora, já admitindo que não tem escolha alguma. - Sente-se, garoto. Me conte o que está acontecendo.


Última edição por Gam em Sex maio 23, 2014 2:42 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por No One Sex Jan 31, 2014 1:58 am

Elyon ouve as palavras de Springfield e permanece parado no recinto. Ele prestou atenção quando Springfield disse que eles averiguariam o que houve, mas não pensou que fosse ser tão rápido. O Gangrel se perguntava se o precursor o ajudaria tão facilmente quanto tinha concordado ajudá-los sobre a tecnocracia, já que dessa vez ele não tinha seu pescoço em jogo. O Templário estava disposto a arriscar simplesmente pedir a sua ajuda, e se ela não fosse concebida tão facilmente, ele teria que deixar claro que ficaria devendo o favor (o que não deixaria de ser uma moeda de troca, embora futuramente o Gangrel soubesse que seria incoviniente).

Quando ficaram os três sozinhos, Elyon sentiu um certo desconforto. Ele era obviamente o mais fraco ali, o mais vulnerável... Mesmo com seu excelente carisma, seria difícil agir como se estivesse no controle da situação perto daqueles dois. Geralmente perto de neófitos as coisas eram bem diferentes... O Gangrel sabia de sua superioridade, e ele sequer precisava fazer esforço para que eles o temessem. Com os membros do bando, sendo eles a maioria ancilla, a superioridade não era algo tão claro, mas ele ainda podia se considerar o mais forte entre eles. Já com anciões, a situação era invertida. Springfield era extraordinário, e o precursor ele sequer precisava ter conhecido para saber da sua grande idade. Os boatos sobre eles serem a linhagem verdadeira de necromantes usurpada pelos giovannis cerca de mil anos atrás era o suficiente pra saber que todos eles eram anciões, se é que não fossem matusaléns.

Springfield foi direto ao assunto, tornando desnecessário que o próprio Elyon pedisse a ajuda. Para surpresa do Gangrel, o Precursor não relutou em ajudar, certamente colocando o pedido de Springfield "no bolo" junto com o do resgate da humana. Obviamente, ele não gostava de ser incomodado, então o quanto antes ele ajudasse no que pudesse, mais rápido ele ficaria livre para voltar aos seus afazeres. Elyon sentou-se na poltrona, conforme Fley orientara, soltando as palavras tão rápido que aparentava tê-las decorado (raciocínio 5).

-Isso começou quando eu estava em um hotel, resolvendo assuntos com dois banais humanos. Pela janela, um prédio distante me chamou atenção, pois percebi que alguém observava o movimento das ruas escondido nas cortinas. Isso não parecia algo relevante, visto que tinha um culto de mortais satanistas fazendo barulho e a bagunça gerada pela Palla não estava muito distante também. No entanto, eu tive uma forte intuição de que alguma coisa ali estava errada... - Fez uma rápida pausa para que os anciões absorvessem as informações - Fui até lá, e encontrei um apartamento aparentemente recém-alugado, e o humano ou seja lá o que fosse tinha fugido. Mas o que realmente surpreendeu foi um quarto escondido, que tinha várias máquinas de alta tecnologia e diversos jornais e anotações tratando de assuntos que envolviam de alguma forma os cainitas. Tentei ligar para Springfield em seguida, mas o celular parou de funcionar. Logo, resolvi avisar pessoalmente, já que eu não tinha conseguido ver o rosto do fugitivo antes de chegar até lá, então seria impossível saber quem pegar. - Fez mais uma breve pausa - Só que ao chegar na Palla, tive a impressão de que o braço da Priscus, Madalene, possuía algo de mecanizado que não estava lá antes. E ao falar com Springfield, tive a impressão de que as cor de seus olhos estava diferente. Tudo tentava apontar que eles fossem impostores, mas eu sabia que aquilo tudo era muito improvável. Pouco tempo depois, minha mente retomou a clareza de que tudo que eu tinha visto sempre tinha sido daquela forma... O braço de Madalene e os olhos de Springfield. Por fim, não sei que ponto do que eu vi naquele hotel foi realidade ou ilusão, ou mesmo se aquela intuição também foi algum truque. - pausou mais uma vez - Já hoje, as alucinações foram mais severas, embora não tenham representado nada relevante como o que eu vi no hotel. Foram basicamente relacionadas a Garous tentando me atacar. Também houve um momento em que me senti completamente preso em um determinado espaço e adormeci algum tempo depois. Isso é tudo. - Concluiu o Gangrel.
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Mensagem por Gam Sex Jan 31, 2014 6:26 am

@Elyon Kameroth
Fley; Análise
Inteligência+Ocultismo = 9 / Dif = 10
7, 2, 4, 10(7), 4, 3, 10(4), 8, 10(5) = 3 sucessos

Ortheos Fley aproxima-se do rosto de Kameroth enquanto ele fala. Ao mesmo tempo que ouve suas palavras, abre sua pálpebra com os dedos e analisa sua pupila bem de perto, olho no olho. Ele vira o rosto do Gangrel durante seu discurso, de um lado e do outro, apalpa com firmeza incômoda suas têmporas. Estuda-o como a um cadáver dissecado qualquer. Então, quando Kameroth termina, ele apenas o observa por mais algum tempo.

- Creio que eu estava mais seguro com o perigo dos Tecnocratas, Elioth. - É engraçado ver alguém chamando Springfield pelo primeiro nome, como se ele fosse um... moleque qualquer. - Você acabou de me empurrar em um problema que eu não me colocaria por ameaça nenhuma. - E então, para Kameroth. - Andou se metendo com cachorros maiores que você, Gangrel? - Ele não espera uma resposta. - A magia tribal Garou é perigosa. É de essência bruta, rudimentar... Eles trabalham com a essência das coisas, é complicado explicar... - Ele caminha até o armário, fuça em algumas tralhas enquanto continua falando. - Há um lupino forte na espreita desse garoto. Um lobo velho, e se ele se deu ao trabalho de mexer com a sua cabeça, é porque ele está mesmo muito bravo com você. E isso é só o começo, é claro... - Ele por fim termina de mexer nas tralhas, fechando o armário sem ter pego nada. - Eu vou ter que mudar de refúgio, você me colocou em perigo considerável, assim como vai fazer com qualquer vampiro que se aproximar de você. - Ele parece apreensivo, apesar de manter uma calma digna de alguém que já viu demais, mesmo para um vampiro. - O efeito é temporário. Pode levar alguns dias, mas não mais que duas semanas. É claro, isso se ele não fizer de novo... e de novo... até que você não possa confiar mais em si mesmo e seja o seu próprio arauto. Eu diria que a única solução seria caçar o seu caçador. Uma missão cem por cento suicída, é claro, ainda mais para um viciado em crack. Sinto muito por ter que dizer isso, filho, mas suas noites estão contadas.

Um silêncio incômodo fica no ar enquanto os três digerem a notícia. É Springfield quem o quebra:

- Seu risco não será em vão, Fley. Tenho um agrado para você. - Ele fala, enquanto pega o celular. Nenhuma palavra é dita sobre Elyon.





@Jorge Altobello
Uma mensagem do Arcebispo:
"Traga o loiro quando voltar. Teremos que entregá-lo, afinal."
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Mensagem por Dylan Dog Sex Jan 31, 2014 9:42 pm

Como se saísse de um sonho profundo Kurt sente o impacto de sua mente em seu corpo, aquela sensação... Era como se a história se repitice, mas dessa vez ele não era o mesmo, e os inimigos também não.

Marshall se levanta lentamente, toda aquela conversa passa pela sua cabeça, mas agora não é hora. Ele precisa fugir, mas de quem? Na pior das hipóteses serão os Garous, na melhor os tecnocratas, ou seja... uma morte terrível ou uma morte estranha.

- 2PDS para DESTREZA

Kurt tenta se esgueirar até as escadas que ficam quase em frente a sala do altar e na direção oposta a das escadas. Ele aproveita para sacar as duas pistolas pesadas dadas à ele por Jorge... Ele deixa para trás a mala com as roupas. Que os jogos comecem!
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Mensagem por Gam Sáb Fev 01, 2014 6:53 pm

@Kurt Marshall
Marshall; Esgueirar-se
Destreza+Furtividade = 6 / Dif = 6
6, 2, 1(x), 1(x), 5, 3 = 0 sucessos

Marshall nunca foi nenhum tipo de espião ou ninja. Ele mexia com pessoas e papéis, não com malditas missões furtivas. Seus passos no chão de madeira fazem "toc" a cada vez que tocam-no, independente do quanto ele se esforça para evitar.

Quando está chegando na escada, ele ouve um som mecânico, como se algo robótico se move-se... E está vindo nessa direção.

- Eles te ouviram! - Norma parece desesperada. - Esqueça isso e corra, Advogado! Corra, rápido!

Quando chegar no topo da escada, ela continuará guiando-o.

- Eles estão aqui em cima também! Mas como, se eu...? À direita, Advogado. À direita!
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Mensagem por Padre Judas Sáb Fev 01, 2014 7:10 pm

Gam escreveu:
Altobello; Toque de Espírito
Percepção+Empatia = 9 / Dif = 8 (recente,sutil)
8, 9, 9, 3, 4, 9, 9, 6, 6 = 5 sucessos


O carro pertence à Springfield por relativamente pouco tempo. Foi pintado e reforçado com o propósito de serví-lo, mas até então nao precisou participar de qualquer grande perseguição. Altobello pode ver Springfield dirigindo tranquilamente pelas ruas escuras, pode vê-lo buzinando impaciente à seu modo, pode vê-lo saindo do carro e, mais tarde, voltando com Kameroth. O Gangrel parece abatido, baqueado. Piscando perigosamente, ele conversa com o Arcebispo sentado no banco de trás até que não resiste e apaga. Ele estava sentado no exato local em que Altobello está agora. Ele não sabe com o que Kameroth sonhou, mas tem certeza de que foi um pesadelo angustiante. Altobello pode sentir o próprio coração um pouco apertado como esteve o de Kameroth.

Springfield diz que ele precisa de ajuda. Ele aceita.



Altobello;Notar drogas
Auspícios+Manha = 6 / Dif = 6
8,4,2,3,8,8 = 3 sucessos


Kameroth não está apenas pesadamente drogado. Há algo ou alguém agindo sobre ele. Uma pressão proveniente de forças externas, forças cuja potência faz Altobello se sentir mal em presenciar.

Ao fim das visões, um filete de sangue escorre por sua narina.



ㅤㅤSempre com a maleta prateada em mãos, saí do prédio comercial acompanhado de Karsh e procuramos por um táxi próximo dali. Não fora difícil encontrar um, e logo estávamos dentro de um dos carros amarelos que infestam Nova Iorque. Durante a primeira parte do percurso imaginei qual seria o melhor objeto para levar a Ortheos. Jóias, roupas, fotos? Resolvi que seria melhor pensar sobre isso quando já estivesse lá, poderia usar o toque do espírito para descobrir. 

ㅤㅤEste último pensamento sobre Auspícios me lembrou do que eu vira mais cedo, no carro de Springfield. Na visão, eu podia ver o Arcebispo parando o carro em uma rua qualquer, buzinando algumas vezes, saindo, e então voltando ao lado de Elyon. O Gangrel se mostrava completamente incapaz de fazer qualquer coisa além de lutar debilmente para permanecer com os olhos meio abertos. Evidentemente drogado. Mas não era tudo. Pude sentir que algo pairava sobre ele. Algo sobrenatural da qual não conseguia compreender a origem. 

ㅤㅤ- Escutes, von Bredtch... - Rompi o silêncio no táxi. - Por acaso notastes algo estranho no senhor Kameroth? 
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Mensagem por No One Sáb Fev 01, 2014 10:41 pm

Elyon deixou-se analisar pelo Precursor, embora aquilo fosse um tanto irritante. Ao terminar de contar a história, ele escutou em silêncio o que o Precursor tinha a dizer, na medida em que ia se surpreendendo mais e mais. O Gangrel escutava tudo estático, sem exibir nenhuma emoção. Embora parecesse simplesmente falta de empatia, Kameroth estava na verdade chocado e preocupado, tanto que sequer conseguia exibir uma reação física. E então ele começou a juntar as peças...

Os Garous não eram transformados do mesmo modo que os vampiros, eles certamente tinham um grau de parentesco, e ele tinha matado dois deles. O que um garou faria ao saber que um irmão seu, ou mesmo um filho, foi assassinado? Os lupinos são cães raivosos, e ele tinha certeza que aquilo se tratava de vingança... Do mesmo modo como ele almeja vingar a sua senhora. Já sobre ser viciado em crack, ele agora entendia o porquê de ter começado a ter alucinações após transformar Paul... Aquele filho da puta não estava tendo um ataque devido ao medo extremo que sentia, mas na verdade estava em overdose! Elyon irritou-se consigo mesmo por não ter percebido aquilo, mas sabia que já não fazia mais diferença. Matar Paul poderia ficar para depois, pois dessa vez ele tinha problemas muito maiores que ele mesmo para lidar. Afinal, se até o ancião estava apreensivo, o garou deveria ser realmente poderoso. Ele tinha que pensar bem em como resolver aquele problema, se quisesse sobreviver...

Springfield quebrara o silêncio enquanto Elyon refletia. Ele disse que recompensaria o ancião, que de tão apreensivo mudaria até de refúgio, certamente se tratava do Giovanni. O Gangrel ainda permaneceu calado por alguns segundos depois disso, enfim falando.

-Como imaginei... - Elyon comenta normalmente. Embora estivesse muito mais apreensivo do que o Precursor, ele já tinha absorvido o choque o suficiente para retomar a sua pose. Realmente ele tinha imaginado que aquilo poderia ser obra dos Garous ou dos Tecnocratas, e infelizmente ele estava certo - No dia em que tomamos o controle da cidade, eles estavam lá. Manipulamos eles para a destruição de uma boa quantidade de Camarillas, e eles foram muito úteis... Mas duraram além do necessário, e eu tive que eliminar alguns antes que eles fizessem isso conosco. - Comenta o Gangrel, fazendo uma leve pausa - Agora, não parece que eu tenho nenhuma opção além de cuidar dos outros. - Era evidente que Elyon não se iludia com a possibilidade daquele ser o único. Ele sabia que os garous sempre estavam em tribos, assim como os sabás viviam em bandos - Agradeço o seu suporte, assim como o seu, Sua Excelência. - Mesmo diante da situação, ele não podia esquecer de ser cordial com dois anciões - Mas me diga, Fley, como exatamente essa perseguição funciona? Ele pode ouvir tudo o que falamos desse lado? Há alguma maneira de evitar, ao menos temporariamente, a presença dele? - Elyon pergunta, já analisando como poderia solucionar aquilo, isso se tivesse alguma solução.
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Mensagem por Dylan Dog Dom Fev 02, 2014 10:12 am

Kurt com as Desert's em mãos corre pelas escadas, ser silencioso não era seu forte.
Chegando no topo A garota o avisa:

- Eles estão aqui em cima também! Mas como, se eu...? À direita, Advogado. À

direita!

Marshall faz mira com as duas pistolas e caminha rápido pelo corredor na direção indicada.
A sua esquerda está a porta do escritório, será que há alguém lá? Se ele puder entrar

poderá pular da janela, afinal, para quem pulou do oitavo andar e teve pequenos arranhões,

pular do segundo andar não deve ser tão ruim. Ele guarda uma das pistolas (a da mão inabíl

, a esquerda) e então tenta abrir a porta do escritória, desistirá apenas se Norma disser

o contrário.


OBS: Caso um animigo apareça, Kurt realiza uma ação multipla.

- PARADO! - Dominação Nv. 1 - O Comando.

Seguido de dois disparos de pistola.
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Mensagem por Edgard Seg Fev 03, 2014 3:49 pm

Saímos com uma sensação de pressa. Como viemos no carro de Springfield agora estamos sem nossa condução, e naquela cidade agitada, pegamos o primeiro táxi que passava. No táxi eu observava a paisagem como um ponto de fuga para o turbilhão de pensamentos que me rondava. Fiquei um tanto acuado desde que senti a sensação de que uma energia muito forte me atacava no plano astral, eu não estava fora do meu corpo, mas o breve espiar foi capaz de entregar a minha posição espiatória, e o quer que seja aquilo, não teria a menor piedade de estraçalhar quem fosse.


-  Escutes, von Bredtch... - Jorge rompeu o silêncio no táxi. - Por acaso notastes algo estranho no senhor Kameroth?

— Não... nada além do normal... lancei um olhar curioso, ele deve ter notado algo que passou desapercebido. - Apenas o mesmo silencioso e fiel escudeiro do arcebispo. O que de estranho nostastes?

Devia ser algo realmente sério, pois Jorge não é muito de falar, mas naquele momento longe dos outros ele indicou que notara que o templário estava diferente. Não havia me preocupado com Elyon, a minha sensação de insegurança passou por um breve momento. Não sei porque mas tinha impressão que algo nos vigiava no plano espiritual, e isso realmente era preocupante.



Dava uma breve espiada no retrovisor e analisava se o motorista por algum motivo estivesse ouvindo a nossa conversa, então diminuí o tom. — Sim, Jorge, por acaso você tem experiências no outro plano!? Torcia para que a resposta fosse sim, mas não esperei a resposta e emendei - Há algo muito forte lá que não nos quer ali... falava serenamente, como se o que o Percursor tentasse pudesse ser perigoso, e já alertava-o para que se tentasse algo heróico seria frustrante.
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Mensagem por Padre Judas Seg Fev 03, 2014 4:49 pm

ㅤㅤ- Tu não achaste estranho o fato de Kameroth ter saído tão cedo e voltado com Springfield? - Comentei casualmente. - Não ficaste curioso em sabe o que estavam fazendo juntos? - Perguntei, e esperei a resposta. 

Karsh von Bredtch escreveu:- sim, realmente... mas nao achei estrango. Deve ser algo casual de um templario. O que tu pensas!?
ㅤㅤ- Bom, eu fiquei... Podes aumentar a música? - Falei um pouco mais alto para o motorista. A música alta faria com que o homem não escutasse a conversa com clareza. O taxista duvidaria do que ele próprio escutasse, se é que ele conseguiria escutar algo. E então continuei. 

ㅤㅤ- Usei o toque do espírito no carro do Springfield, e o vi indo buscar Kameroth totalmente drogado. Era incapaz até mesmo de conversar. - Dei um tempo para Karsh processar as recentes informações e continuei. - Isso me preocupa. Não foi a primeira vez que o vi ingerindo essas substâncias. Na tomada da cidade, o peguei bebendo sangue de lobisomem. - O que para um vampiro, seria tão venenoso quanto qualquer droga. Esperei Karsh se pronunciar sobre o assunto e então complementei. - Também notei que tem alguém muito poderoso mexendo com a cabeça dele. Ainda não sei ao certo quem e o que ele é, mas pretendo descobrir. 

ㅤㅤ- Não sou nenhum especialista, mas sei um pouco de tudo. - Respondi sobre o questionamento. - A maioria do que há nesses lugares não nos quer por perto... Esse é um dos motivos do porque estarmos contando com Fley para fazer o serviço. - O celular vibrou. - Um segundo... - Disse educado, enquanto pegava o celular e o olhava. Era Springfield. No fim das contas o loiro seria entregue. Maldição! Eu adoraria me divertir extraindo conhecimento daquele jovem, e agora não teria esse luxo. Quando chegar lá, eu cobraria uma boa explicação para isto! Não me preocupei em esconder a leve expressão de raiva misturada com frustração, que apesar de suave, seria o bastante para um vampiro como von Bredtch perceber.
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Mensagem por Gam Seg Fev 03, 2014 5:03 pm

@Kurt Marshall
Eles são rápidos demais pra ele.
Quando Marshall toca na porta para abrí-la, ela se estilhaça em centenas de lascas conforme um monstro dá o bote atravessando-a e caindo com seus infinitos dentes de agulha sobre ele.

A criatura, um monstro metálico de formato felino, o derruba com suas patas frias e afiadas, segurando-o pelo braço armado e mantendo-o no chão. Seu único olho, em formato de cristal no meio do crânio liso, brilha um brilho azul tênue, e Marshall é capaz de ver seu próprio reflexo assustado ali.

O Tecnocrata, um homem de óculos escuros, aproxima-se calmamente. Um de seus braços é completamente robótico, o que dá pra notar pois as mangas de sua camisa social estão arregaçadas. Um sobretudo está amarrado em sua cintura.

Ele pluga dois de seus dedos nas costas do felino, e você pode notar um fluxo de algum fluído azul passando por tubos transparentes do braço e sendo injetados no enorme gato. Feito isto, Kurt percebe que a pegada de seus dentes aumenta, assim como a força de seu corpo sobre ele, e o olho azul brilha mais. Agora um azul forte, que lembra um céu claro em um Sábado de manhã.

- Não resista, Kurt Marshall. - O homem diz. - Nós precisamos conversar.

Spoiler:

Jogo oculto escreveu:
    Kurt
    Kurt é surpreendido com uma fera cibernética que destrói a porta de seu escritório e o prende contra o chão.
    Um homem, um provável tecnocrata vem em sua direção com um discurso vencedor, naquele exato momento Marshall pensa em desistir, seguir as recomendações do homem, afinal, para que prolongar aquela situação? Talvez se ele resistir acabe morrendo...

    O jovem La sombra não termina o raciocínio, sua mão esquerda, livre, sem nenhum objeto, é dela que vem a reação inconsciente do Guardião. Os dedos se contraem e ferem a palma da mão, Marshall tinha uma expressão de surpresa e medo no rosto, proposital ou não...
    O sangue que mina dos pequenos ferimentos feitos pelas unhas de Kurt escorre imperceptível para todos no local, ele busca as sombras ao redor de Kurt, ele mergulha na escuridão desaparecendo, como se fosse o pagamento por algo... Um pagamento por um favor do Abismo...

    TENEBROSIDADE NV. 3 - BRAÇOS DO ABISMO - -1PDS

    Com o corpo relaxado Marshall vê o(s) braço(s) se levantarem violentamente tirando a fera cibernética de cima de si e a jogando em direção oposta a de seu mestre.


Narrador
Marshall clama pelo Abismo, e o Abismo responde.

Três tentáculos poderosos surgem por entre as frestras do chão de madeira, agarrando a criatura metálica que, mesmo forte como um touro, não consegue resistir aos três braços que a levantam e lançam ao canto da sala.

O Tecnocrata, então, lança uma pequena esfera que parece ter sido ejetada pela palma de sua mão. Ela causa um pequeno estouro no chão, e línguas de fogo se espalham rapidamente entre ele e Marshall, aproximando-se do LaSombra e rodeando seus tentáculos conforme crescem lentamente.

- Nós podemos ajudá-lo, Kurt Marshall. Desista! - Ele grita em meio ao crepitar das chamas.

Spoiler:

    Kurt
    É difícil, Marshal agora se vê obrigado a resistir ao frenesi, mas ele não pretende se render, na verdade, o Tecnocrata não o atacou seriamente, na verdade, tenta convence-lo. Mas e se for apenas um truque? E se no fim quiserem captura-lo para transforma-lo em uma marionete? Ele não pode confiar em ninguém!

    - Ponha-se no meu lugar Tecnocrata, você desistiria?

    O Vampiro se levanta enquanto vomita escuridão como uma nuvem de piche.

    TENEBROSIDADE NV. 2 - MORTALHA DAS TREVAS


    Kurt gasta sua força de vontade para não sucumbir ao medo e mais uma vez clama pelo abismo...


Narrador
Marshall infla sua presença, e as sombras preenchem a sala. O fogo, contudo, é o único meio de iluminar as verdadeiras trevas, e a sala agora é de um escuro cadavérico iluminado pelos filetes de chamas que se espalham pelo chão.

O felino gigante salta sobre o Lasombra, derrubando-o de novo conforme arranca com seus vários dentes de agulha um pedaço considerável de seu torso e orgãos. Os tentáculos, talvez pela velocidade do movimento, talvez pelas chamas que começa a queimá-los, não conseguem parar a fera.

A Mortalha se torna ainda mais fraca e efêmera agora que o fogo começa a aumentar e preencher a sala à uma velocidade fascinante. Marshall, em um momento crucial para lutar pela própria vida, domina completamente sua Besta. Mas isso de nada adiantará se ele morrer queimado aqui.

- Nós podemos salvar seu filho, Marshall. - A voz do homem, apesar de competir com o fogo furioso e as tentativas fúteis da Mortalha de abafá-la, ainda é clara. - Não queremos muito em troca.

Em meio ao ambiente dominado pelas cores preto e laranja, Marshall vê nos óculos do Tecnocrata o reflexo de sua derrota. O homem continua ali, de pé, intacto. A fera metálica, sem qualquer arranhão. E ele ali, destruído em meio ao fogo com seus fiéis braços do Abismo queimando em agonia.

Spoiler:

    Kurt
    Kurt desfaz a Mortalha, ele pensa em uma última manobra, mas de nada adiantará, afinal, pelo o que se mostra, ele pode acabar morto, ao menos ele parece útil aos tecnocratas, talvez exista uma saída...
    Caído, Kurt apenas responde - Diga o que veio dizer - Ele não se move. Fica apenas estirado no chão.


Narrador
Os tentáculos desintegram-se às chamas, desaparecendo completamente. A Mortalha também some, mas o fogo ainda queima o escritório. A fera metálica, completamente imóvel, encara Marshall com seu grande olho azul.
- Temos uma lista de extermínio. São quatro, no total. Quando tiver tomado conta de todos, lhe entregaremos a criança. Traia nossa confiança, e o eliminaremos na sua frente.

    Kurt
    - Não estão com ele... Além do mais, quem são os 4?


Narrador
- Não, não estamos. - Ele diz, conforme as chamas continuam a crescer e se aproximar perigosamente de Marshall. - Mas não é difícil conseguí-lo, se quisermos. Sabemos onde ele está.

- Lhe diremos um nome de cada vez, por questão de segurança. A primeira é Marie Thérèse.

    Kurt
    - Hmmmm, engraçado. Quer que eu faça algo mas vai acabar me matando se não controlar as chamas...
    Marshall sorri

    - Oh! Ela não está morta?

    Não há como matar alguém duas vezes.


Narrador
Marshall; Convencer
Manipulação+Lábia = 7 / Dif = 6-1(Convincente) = 5
7, 7, 3, 3, 9, 8, 6 = 5 sucessos
Tecnocrata; Resistir
Força de Vontade = 9 / Dif = 6
7, 7, 7, 8, 4, 2, 5, 9, 4 = 5 sucessos
- Estamos indo contra o tempo, Kurt Marshall. Queremos uma resposta rápida. - É interessante como ele sempre usa o plural.
- Marie Thérèse vive. Seu mestre - Altobello? - sabe lhe informar.
- Sim, Altobello sabe. Ele te esconde coisas, Marshall. - A voz de Norma ressurge.

    Kurt
    Dominação nv1 - Apague as chamas... E continuamos nossa conversa, ou nada terá de mim.


Narrador
O homem permanece em silêncio. O fogo, crescendo e engolindo a sala, começa a tomar proporções descontroláveis. Pedaços do teto caem aqui e ali. O ambiente está muito quente, e Marshall sente um cheiro de queimado desagradavelmente perto, quando nota que um pedaço de um orgão seu (o fígado, talvez?) começa a queimar ao seu lado. Carne queimada. Sua carne, apesar de não estar mais com ele.

    Kurt
    - Feito, mas quero ver meu filho


Narrador
- Bom. Você fez a escolha certa, Kurt Marshall. - Todo o fogo, como em um passe de mágica, se apaga instantaneamente.

Ele pega algo do bolso da calça e joga. O objeto cai ao lado de Marshall. Se parece com uma pílula, exceto que é feito de metal.

- Engula isso. Irá blindar sua mente contra novas invasões de seu mestre. - Novas?

    Kurt
    - Novas? - Responde Marshall ainda caído no chão - Você não acha que precisa me explicar algumas coisas? Como por exemplo isso e o fato da minha ex-falecida mulher estar viva?

    Marshall tenta se levantar lentamente e com dificuldade, pegando a pílula.


Narrador
- Atenha-se ao contrato. - Ele diz virando-se e, com o braço metálico, rasgando um portal em pleno ar. - Logo verá seu filho. - Ele diz em meio ao barulho ensurdecedor que o rasgo causa.

O buraco na realidade oscila em eletricidade e seu interior é difuso como ver as coisas através de uma lupa muito próxima. O felino salta para dentro, e o homem some atrás. Marshall é deixado em uma sala vazia, tomada pelo cheiro de madeira e carne queimada. Sangue escorre e pinga de seu corpo, e a única evidência da estadia do Tecnocrata ali é a peculiar pílula em sua mão.

    Kurt
    Marshall engole a pílula sabendo que aquilo possivelmente o fará um fantoche, mas está sem opções... Ele se segura... - Norma? Está ai! Eu sei. O que sabe sobre essa coisa que pretendo ingerir? E sobre o homem que esteve aqui?


Narrador
Quando Marshall faz menção de engolir a pílula, ele é pego de surpresa. Ela não desce por sua garganta. Ao invés disso, cria pequenas pernas que o espetam por dentro, causando uma terrível angústia e desconforto. Abrindo espaço por dentro de sua cabeça através de passagens que ele não sabia que tinha e dores que ele não sabia que eram possíveis, a coisinha abre caminho até seu cérebro.

E é aí que chega a maior dor. Uma pontada tão forte que ele instantaneamente perde a consciência. Só terá tempo de gritar quando acordar.

    Kurt, acordando
    - Mar que... Droga foi essa? Essa pontada... Essa... Sensação...

    Marshall sentiu como se seu cérebro fosse um computador agora. Ele contém seus sentimentos mas talvez ele mostre um olhar perplexo por um breve instante. Isso seria confundido com qualquer outro sentimento, afinal, ninguém sabe o que realmente ocorreu, exceto ele e os tecnocratas.


    - Vocês podem me ouvir? O que foi isso?  

    Mesmo as intenções de Kurt eram óbvias agora, pois sua mente estava provavelmente sendo monitorada, provavelmente seu fim estava se tornando cada vez mais próximo. Marshall sabia que tinha que se apressar, cumprir o combinado e salvar seu filho... Mas mesmo isso agora parece impossível, afinal, o quão confiáveis são esses magos? Marshall sentia uma profunda derrota enquanto pegava suas vísceras, não só pela sua derrota na luta, mas por agora não ter escolha se não fazer o que os Tecnocratas o dizem, mesmo que isso incluísse matar sua amada esposa... de novo.

    - Se eu matar Therese vou me tornar um monstro, isso ão poderá ser feito antes de me tornar um seguidor da trilha da noite... Bom, vocês não me deram um prazo, apenas pediram para que eu a assassinasse.


Narrador
Kurt esperava ouvir algum tipo de resposta telepática, mas não ouve nada além de seus próprios pensamentos.



@Elyon Kameroth
- Ele está além do véu, no mundo onírico. Mesmo ali, ele precisa dormir e se alimentar. Não acredito que ele esteja na sua cola 24 horas, mas com certeza lhe seguiu por vários dos lugares que foi. Mesmo agora, deve estar nos escutando, em algum lugar nesta sala, mas em outro plano. - Fley explica. - Sim, há uma maneira. Eu posso acentuar a barreira do Véu que separa o nosso plano do que ele está, mas isso também tornará mais difícil entrarmos em contato com Thérèse.


Última edição por Gam em Dom Abr 13, 2014 4:28 pm, editado 2 vez(es)
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