Lobisomem (Universidade dos Lobos)

PEDRO


      Ao final de sua quest espiritual, a matilha seguia com Fernando para um lanche rápido em um fast food conhecido de Pedro. Em seguida, eles se reúnem com a matilha dos Ratos do Subúrbio para planejarem seus próximos passos. A imagem inicial era a de um bando de desleixados, bêbados, morando em um mini bus velho. O lugar fedia a álcool, cerveja velha, meias sujas, suor, e cachorro molhado.

      Enquanto planejavam juntos, um telefonema os obriga a fazerem uma mudança rápida, e Fernando decide levar seu filho e Hunter até uma tal de Maria Antônia. Ele deixava Pedro e o aparente líder da outra matilha no comando da missão.

Pedro: - Enfim, a sós, não é mesmo, irmãos? Vai ser legal trabalhar com uma matilha veterana... inclusive, vocês já tiveram a oportunidade de fazer uma missão desse tipo?

Diego: - Olha, recentemente participamos do fiasco no Clube Masquerade onde nos infiltramos no clube através da Umbra, tomamos uma surra dos malditos encontrados por lá e escurraçados. Não que eu esteja me queixando nem nada, mas acho que o fato de não nos mandarem com o grupo que invadirá o clube é meio que uma punição. Joelson mandou todos os "fodões" para salvar a sobrinha e mandou uma matilha de novatos e a nós para essa missão secundária apenas por descargo de consciência. A barra tá esquentando e vai arder no nosso, como sempre. Já notou que praticamente todos os Roedores foram enviados nessa missão?! Será que isso é coincidência?!

Brianna: - Então, qual o plano? Pessoalmente, acho que devemos investigar essa tal de Nightfang de perto antes de qualquer coisa!

      Caso ambos os grupos concordem, eles seguem até a sede da empresa na Av. Rebouças. Quem os visse na rua pensaria que se trata apenas de um bando de mendigos e boêmios perambulando pelo local sem nada para fazer.




      O local em si parecia apenas uma empresa comum, até mesmo bem inocente, se não fosse pelo símbolo na entrada.


      Era uma estranha ironia o símbolo da empresa ser um lobo, e mais estranho ainda um nome tão chamativo para uma empresa de fachada de vampiros. Parece que discrição não era o forte desses.

      O grupo fica a uma distância segura do local, procurando não chamarem a atenção. Inicialmente o local parece pouco protegido, mas o grupo conseguia contar ao menos cinco seguranças armados em pontos estratégicos. Parecia um numero pequeno para um local que esconde algo de tamanha importância como um produto capaz de exterminar uma espécie inteira, mas não era sábio subestimá-los. Eles sabiam da existência dos Garou, logo, era provável que soubessem como enfrentá-los.

      Pedro fica satisfeito ao saber que Alexandre conhecia os dons: Embasamento da Própria Forma, Encontre o Prêmio, Sem Saída e Abrir Objetos, enquanto Brianna conhacia os dons: Uivo Mental, Sugestão do Invisível, Conversar com coisas Estranhas e Paixão Repentina,  Diego os dons: Voz Distante, Bênçãos da Arte dos Macacos, Pressionar Arma, Proteção de Artificial e Sentimento Ilusório, todos com um potencial útil para a missão. Lucas parecia apenas um brutamontes, e como tal, seus dons eram apenas voltados para o combate, o que também seria de extrema utilidade. Pedro ainda guardava consigo a coberta de Tito, mas por alguma razão, ela não parecia estar funcionando. Talvez o item devesse ser novamente ativado. Pedro não sabia como fazê-lo, mas se lembrava de Tito dizendo que "urinar gnose nele" era o necessário para fazê-lo funcionar.

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO


Pedro: - Alguém com boa conexão espiritual poderia dar uma olhada pela Película? Acho que provavelmente esse local deve tá cheio de Maldito, mas não custa ter certeza, não é?

      Para o azar de Pedro, parece que a matilha dos Ratos do Subúrbio também não possuía nenhum Theurge, então, ele próprio se propunha a esta tarefa. O problema era que a película nesta região em especial era praticamente impenetrável, e ele não consegue nem mesmo espiar do outro lado, além de ficar com uma leve dor de cabeça temporária. Era como bater de cara com um muro espiritual de titânio repetidas vezes.

      Os Ragabash parecem ter tido um pouco mais de sucesso. Como era previsível, puderam contar duas portas, uma maior, para o público em geral e uma para funcionários, na garagem. Ambas guardadas por dois guardas, e ainda havia ao menos um quinto vigiando de uma janela.

      Pedro retira a pedra (de crack) caçadora de sua mochila e se sente satisfeito ao ver que ela apontava para o edifício empresarial, como uma bússola aponta para o norte. Brianna sorri ao ver a pedra.

- Andou pedindo ajuda ao Rei da Erva, gatinho?

      Pedro percebe que Lucas faz uma careta ao ouvir o comentário da companheira de matilha, mas não havia muito tempo para se preocupar com bobagens, eles precisavam resgatar uma companheira que já se via cativa a mais de 24 horas e destruírem um composto capaz de arrasar a Nação Garou. Rápidamente ele pensava em um plano baseado nas habilidades e dons de cada um. Alexandre possuía dons de furtividade, encontrar coisas específicas, abrir objetos e encontrar rotas de fuga. Brianna podia falar mentalmente com o grupo, falar com coisas estranhas e mexer com as emoções dos outros. Diego também podia falar com o grupo à distância e mexer com emoções dos outros, além de manipular ferramentas humanas, impedir que armas disparem, e era resistente a certos tipos de ferimentos. Lucas era o Ahroun do grupo. Ele e Raul possuíam a proteção da Anaconda que lhes garantia uma furtividade digna de animais rasteiros em busca de uma presa, e ainda possuíam uma "capa da invisibilidade" embora ainda precisasse ser ativada.

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO

OFF: Apenas corrigindo um erro que cometi. O Dom: Sem Saída é de nível 2, logo, nenhum dos Galliard o possui.


      Diego elogia a estratégia de Pedro e diz que não pensaria em nada melhor. Assim que estão preparados, o grupo se esconde enquanto Brianna tenta seduzir dois guardas. O momento inicial foi tenso, mas após alguns minutos de conversa e com uma ajudinha dos dons da Garou, estava óbvio que ambos os guardas estavam no papo. Ainda assim, Diego tenta travar as armas de ambos à distância com seus dons. Inicialmente, eles pareciam relutantes em abandonar seu posto, mas acabam cedendo aos seus instintos, com a promessa de cinco ou seis minutos de uma rapidinha. O que de mal poderia acontecer em apenas alguns minutos em que os guardas não estivessem?!

      Brianna era boa (em ambos os sentidos), e conseguia tirá-los de lá antes mesmo do horário de refeição. Ela vai conduzindo-os até o beco onde o resto do grupo se escondia. Diego e Lucas já estavam preparados e os atacam assim que adentram o local. Surpresos e com as armas travadas, não foram capazes de reagir. Em segundos já estavam no chão, e os dois Garou que os derrubaram vasculhavam seus bolsos e vestiam suas roupas.

      Cada um deles possuía uma espécie de cartão magnético. Certamento usado para abrir a porta de entrada. Apesar de conseguir seduzi-los rapidamente, Brianna não descobriu muitas informações, com medo de tornar a situação muito suspeita.

      A Garou então caminha furtivamente até o mini bus que havia sido deixado longe do local, para oferecer-lhes uma fuga rápida assim que tudo terminasse. Com Diego e Lucas vestidos como guardas, Alexandre embaça sua própria forma através de seus dons enquanto Pedro e Raul "ativam" a capa. Eles não sabiam exatamente por quanto tempo o efeito da capa durava, mas deveria ser por um tempo razoavelmente longo, pelas vezes em que foi utilizada anteriormente.

      O grupo caminha até a porta dos fundos e conseguem abri-la com os cartões magnéticos. Por azar, naquele momento haviam várias pessoas no corredor.


      Um deles olhava desconfiado para os "guardas":

- Algum problema?- Então ele olhava para o relógio - Ainda não é hora do almoço!- E olhava para o rosto de ambos. Teria ele reconhecido que ambos não trabalhavam ali?

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO


      O momento era de tensão extrema, o coração de Pedro batia como nunca, e ele esperava que Diego e Lucas não estivessem suando. Antes que alguma gafe ocorresse, Pedro sussurra no ouvido do companheiro de tribo o que dizer. Os cientistas, olham desconfiados, mas permitem que ele passe. Porém, Lucas ficará de guarda lá fora. Uma pena deixarem para trás do Ahroun do grupo, mas talvez ele pudesse ajudar lá de fora no momento da fuga.

      Diego (com o trio) passa pelos cientistas, e alguns deles tampam o nariz fazendo caretas. O odor de urina da coberta realmente não era sutil.

      À partir dali, pedro vai se guiando pela Pedra. Por sorte, poucas pessoas eram vistas nos corredores nesse momento, e nenhuma delas os impedia de seguir adiante.

      Por dentro, o local parecia muito maior do que era visto lá fora, e o grupo segue por corredores. Era possível ver algumas salas onde cientistas trabalhavam, mas não era possível descobrir em quê.

      Finalmente, Diego se deparava com uma porta blindada e trancada. A pedra de Pedro indicava que do outro lado estaria Viviane, mas como iriam passar pela porta?

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO


      Pedro observava os arredores do corredor em volta da porta e conseguia encontrar 3 micro-câmeras escondidas. Diego não poderia permanecer muito tempo ali para não levantar suspeitas.

      Após observar as 3 câmeras, Pedro acreditava ter encontrado um pequeno ponto cego que poderia ser usado, mas não tinha muita ideia de suas dimensões. Diego, então, decide distrair quem quer que esteja observando, ficando à vista das câmeras e fingindo amarrar seu coturno. Antes disso, ele pede que Pedro e Raul vigiem o corredor caso alguém apareça subitamente, pois Alexandre teria de se revelar por alguns instantes para usar seu dom.

      A primeira tentativa é falha, porém, na segunda, Alexandre obtém sucesso e a porta se abre sozinha. Uma luz branca vinda de dentro da sala os ilumina, e eles podiam ver uma espécie de cubículo de vidro. Dentro dele, uma espécie de maca, com uma garota loira aparentemente sedada sobre ela e dezenas de tubos ligando seu corpo a uma estranha substância que com certeza devia ser o composto. Além dela, constavam na sala 4 cientistas e 5 guardas armados.



      Assim que a porta se abre, Alexandre se esconde na parede. Diego que fingia ajustar o coturno se levanta, e todos dentro da sala se viram para ele. Os cinco soldados estavam com armas na mão, e um dos cientistas indaga:

- Quem abriu essa porta?

      Os soldados estavam com armas apontadas para Diego e olhavam para o cientista esperando alguma ordem.

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO


      A situação era crítica, principalmente para Diego, que tinha cinco armas apontadas para ele. Antes que Pedro pudesse alcançá-lo, um dos guardas gritava com ele:

- SOLDADO, IDENTIFIQUE-SE!

      Diego dizia que estava apenas passando por ali e não viu quem abriu a porta, mas essa desculpa era esfarrapada demais, por que ele estaria fora do posto naquele momento?! Aliás, é bem provável que os guardas não o reconhecessem como seu colega.

      Assim que Pedro e Raul conseguiam se aproximar dele, dois guardas saem da sala e se aproximam de Diego, com as armas apontadas para ele. Um dos cientistas sacava um aparelho e o segurava na mão. Muito provavelmente o aparelho soaria algum tipo de alarme se ele o apertasse, e ele o faria caso a situação fugisse do controle.

      Os guardas pareciam não reconhecer Diego, e um deles grita após dar um tapa no rosto dele.

- QUEM É VOCÊ? MÃOS PARA CIMA! reviste os bolsos dele.

      Neste momento, Pedro, Raul e Alexandre estavam escondidos e assumiam a forma de Glabro. Haviam dois guardas no corredor revistando Diego. Dentro da sala, mais três guardas armados e quatro cientistas, um dos quais segurava o aparelho.

      Tanto Pedro e Raul quanto Alexandre estavam próximos dos dois guardas, logo atrás deles. Não seria difícil atacá-los de surpresa e acabar com eles, o problema é que isso acabaria com o momento surpresa e o cientista com certeza soaria o alarme. Não havia muito tempo para pensar e muito menos se deslocar para falar com Diego ou Alexandre, se não agissem logo, Diego estaria ferrado.

     

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO



      Seu coração batia como nunca, ele suava frio. A decisão era difícil e Pedro não dispunha de tempo. Pedro tinha o peso do mundo nos ombros e precisava agir. Neste momento, as palavras de Raul vinham à tona. A espécie vale mais que um indivíduo.

      Dito isso, Pedro gesticulava para Raul o seguir, e ambos adentravam o laboratório. Atrás de si, o Roedor podia ouvir os soldados mandando Diego ajoelhar. Pedro e Raul finalmente chegavam atrás do cientista com o alarme, e o plano era traçado.

      Neste momento, muitas coisas aconteciam dentro do período de alguns segundos: Pedro saia de baixo da capa e agarrava um dos guardas. Pego de surpresa, ele mal pôde reagir e se vê incapacitado de se mover. Ao seu lado, ele vê Raul também saindo enquanto se transformava imediatamente para a forma crinos e abocanhava o braço que o cientista segurava o controle, decepando sua mão.

      Do lado de fora, Alexandre se revelava, também na forma de crinos e golpeava as costas de um dos guardas que revistava Diego, dilacerando-as. Diego por sua vez, aproveitava a deixa e o fato de estar ajoelhado, para dar uma rasteira no outro guarda que o revistava, derrubando-o no chão.

      O cientista com o braço decepado caia no chão gritando e segurando o toco ensanguentado. Os outros quatro cientistas entravam em desespero, um tentava correr para fora, outro se jogava no chão em posição fetal e ficava choramingando, outro se escondia em um canto, e o último caía de joelhos no chão chorando. Infelizmente, parece que os guardas tinham certa imunidade aos efeitos do delírio e estavam preparados. O guarda que Pedro segurava tenta se soltar (inutilmente), o que recebeu a rasteira tenta disparar contra Diego, mas sua arma trava, o atingido por Alexandre desaba no chão com as costas dilaceradas, mas ainda vivo o suficiente para virar-se no chão e apertar o gatilho, disparando três tiros (nenhum dos quais atinge o alvo, além de um deles ricochetear na parede e atingir um dos companheiros guardas, que também caía). O último guarda, porém, dispara uma rajada de tiros contra Pedro.

      As balas voam muito rápido, mas Pedro pode ver seus reflexos prateados cruzando o ar (balas de prata, eles estavam preparados). O guarda que Pedro segurava estava no caminho e ele acabou recebendo os tiros direcionados ao Roedor, sendo morto na hora. Alguns disparos atingem o vidro onde estava Vivian, mas não são capazes de penetrá-lo.

      Diego também muda para sua forma de crinos, e juntamente com Alexandre, enterram as mandíbulas nos dois guardas caídos no corredor. Raul salta contra o soldado que disparou contra Pedro e o degola com um golpe de suas garras. O último guarda ainda vivo tentava rastejar até o controle do alarme caído no chão (com uma mão ensanguentada ainda segurando-o), e Pedro percebe que precisaria agir rápido.

Antes que consiga alcançar a mão decepada com o controle, Pedro pisa em sua cabeça, forçando-a contra o chão, quebrando seu nariz, alguns dentes e ossos do rosto. Os cinco soldados haviam sido abatidos, um dos cientistas corria para fora e os outros quatro choravam e gemiam encolhidos no chão.

PEDRO - PEDRA-NO-SEU-CAMINHO



      Tudo foi tão rápido que Pedro mal teve chance de perceber tudo. Ele apenas agira movido por seus instintos de sobrevivência. O confronto era rápido, e milagrosamente nenhum dos seus parecia ferido. Ele vê um último guarda rastejando até o controle, e esmaga sua cabeça contra o chão. Uma estranha sensação se apoderava dele, além da adrenalina pura obviamente. Ele se sentia como um dos antigos lobos primordiais na época em que o número de humanos ainda era controlado, era uma sensação de onipotência que o Roedor não estava acostumado, sendo sempre a base da cadeia alimentar Garou. Mas este dia era diferente, ele esmagava literalmente a oposição e guiava uma alcateia de outros párias em uma missão que poderia salvar toda a nação Garou.

      Ele ainda podia ouvir um dos cientistas fugindo e rapidamente grita para Alexandre caçá-lo. Em seguida, olhava para a redoma. Aparentemente essa coisa era à prova de balas, seria também à prova de balas? Talvez ela tivesse sido criada especialmente para aguentar até mesmo a fúria de um Garou em crinos.

      Pedro pegava uma arma do chão e disparava contra a redoma. Por pouco não era atingido pelo ricochete dos disparos, que mal danificavam o vidro. Diego e Raul jogam-se contra a redoma com todo o seu peso, apenas para serem repelidos por uma espécie de flash de luz assim que tocavam na redoma. Ambos eram afastados contra a vontade da redoma, com pelos queimados e ferimentos leves (mas agravados) nas regiões em que tocaram no vidro. Era como se uma espécie de dom ou ritual impedisse os Garou de tocarem na redoma.

      Fora da sala, os três podiam ouvir em outro corredor, o som de disparos e o grito de Alexandre.

PEDRO



      Os Garou não conseguiam passar pela redoma, seu companheiro estava em perigo, o tempo era curto e eles precisavam fazer algo. Pedro olha bem em pela sala em busca de alguma solução. Os papei nas mesas muito provavelmente conteriam a solução da fórmula. A porta da redoma não possuía fechadura, mas seu aparelho talvez aceitasse impressões digitais.

- Tentem resolver isso, eu vou segurar os guardas o quanto puder! - Diz Diego, pegando uma arma com dificuldade, pois parecia muito pequena para sua forma de Crinos. Ele então corre para o corredor.

      Raul pega a mochila de Pedro e vai jogando tudo o que podia dentro dela. Enquanto isso, Pedro recolhia a mão sangrenta do chão. Ela ainda estava fechada no aparelho, mas com pouco esforço, o Roedor consegue soltá-la e colocá-la aberta no espaço do aparelho.

      Bingo! - Acesso Permitido - Então a porta se abria. Vivian ainda estava viva, mas em coma induzido. Vários aparelhos e tubos ligados ao seu corpo, ligados a algo que com certeza deveria ser o composto. Carregar a garota seria fácil mesmo em forma de Glabro.

      Mais tiros, e desta vez o uivo de Diego. Passos silenciosos se aproximando, Raul havia acabado de entupir a mochila com material do laboratória e se colocava em posição ofensiva. Eles tinham poucos instantes até os inimigos chegarem.

PEDRO



      O tempo corria, seus aliados estavam se sacrificando para lhe dar mais tempo, e ele precisava agir rápido. Pedro arranca rapidamente os tubos do corpo de Vivian sem muito cerimônia, retira as ampolas do aparelho e as coloca em seus bolsos, enquanto colocava Vivian em seu ombro.

      O Roedor pode ouvir um alarme soando em todo o prédio, além de passos de inimigos correndo pelo corredor à caminho da sala, então precisa se apressar.

- Glabro, agora!

      Felizmente, Raul entendeu o recado e corre para perto de Pedro, já diminuindo de tamanho. Alguns segundo antes dos homens surgirem, Pedro consegue cobri-los com a capa, usando apenas uma mão. Eles se agacham e tornam-se invisíveis para os inimigos.

      Dois guardas entram na sala, olhando para os lados à procura de inimigos. Eles passam pela dupla, mas não os localizam, então decidem interrogar os cientistas no chão. Os cientistas estavam totalmente fora de si, e pouco do que diziam fazia sentido, fora que um deles estava caído, com um braço decepado, e sangraria até a morte se não fosse levado logo a um hospital.

      Neste momento, a saída estava livre, enquanto os guardas tentam socorrer os cientistas. A dupla tinha duas escolhas, fugir agora, ou matar os guardas que estavam de costas para eles.

      Pedro opta por seguirem em frente, deixando os inimigos distraídos para trás. Eles tentam refazer o caminho de volta, mas o laboratório agora parecia um labirinto, com um alarme tocando alto e pessoas correndo pelos corredores. No meio do caminho, Pedro sente um grande peso em seu peito ao ver os corpos de Alexandre e Diego caídos no chão, com diversas perfurações de balas, em sua forma hominídea. Diversas vezes eles são quase atingidos por pessoas correndo desesperadas, até que finalmente chegam à porta dos fundos por onde entraram. Lá haviam dois guardas protegendo a saída, mas antes que pudessem pensar em algo para fazer, um enorme Garou ruivo em Crinos entra pela porta e atravessa o estômago de ambos com suas garras.



     Caso se revelem a ele, o Garou se revela como Lucas e lhes pergunta rapidamente sobre Alexandre e Diego. A dor da perda de ambos arde em seus olhos, mas ele sabe que precisam fugir logo e diz para seguirem-no. Do lado de fora, parece que o terreno foi limpo pelo Fianna. Dois ou três corpos de guardas ainda sangravam no chão desmembrados e desfigurados. O ruivo não era nem um pouco sutil, mas ao menos fez seu trabalho. Enquanto corriam sobre poças de sangue, ele mudava rapidamente para Glabro. Sirenes de polícia já podiam ser ouvidas há alguns quarteirões, e o mini-bus de Brienne não estava longe.

      O trio praticamente pula dentro do veículo que já estava ligado, e Brienne acelera sem olhar para trás. Como esperado, não leva muito tempo para uma viatura da polícia alcançá-los. Será muito difícil despistar a viatura naquele ônibus velho. O carro segue correndo quase encostado ao lado do bus e um dos dois policiais dentro do carro grita para pararem o veículo senão precisarão fazer uso de força letal.

PEDRO



Ainda com o coração pesado pela perda de dois companheiros de tribo, Pedro apenas largava Vivian em um canto enquanto o furgão arrancava. Vivian usava apenas uma daquelas roupas que dão em hospitais para pessoas que vão passar por uma cirurgia, semelhante a uma camisola, sem roupas de baixo. Após ter os tubos tirados de seu corpo, ela esboçava alguma reação, balbuciava com os olhos ainda fechados, mas parecia ainda estar adormecida.

Uma viatura alcança o furgão, e em uma atitude desesperada, pedro uiva para eles (Chamado Da Wyld, 3 sucessos). Seu uivo é terrível de se ouvir, exceto por seus companheiros, que parecem ainda mais motivados por ele. Porém, parece que os policiais não eram totalmente contaminados pela Wyrm, pois o uivo parece ter sido pouco efetivo contra eles. A atitude de Pedro motivou Lucas a uma estratégia semelhante: ele mudava para Crinos dentro do furgão e forçava sua enorme cabeça lupina para fora da janela, uivando contra os perseguidores. A visão de tal criatura provoca o mais puro terror primevo em seus corações, fazendo o carro bater em um muro e ficar para trás.

Brienne então pergunta onde poderiam ir agora. Ela própria sugere abandonar o furgão em algum local, atear fogo nele e seguir até a USP a pé ou pela Umbra.

PEDRO


      O mini-bus chegava com sucesso até a barragem próxima a Osasco. Lá, Brienne ascendia um cigarro enquanto Lucas deixava o motor exposto. Eles avisavam para Pedro e Raul saírem de dentro do veículo com Vivian, a mochila e as ampolas, e quando estavam distantes o suficiente, incendiavam o veículo.

      Pedro podia ver em seus rostos a tristeza de perderem tanto o veículo que também era sua casa, como os parceiros. Agora sua matilha estava oficialmente destruída.

      Sem tempo para chorar o leite derramado, o grupo adentra a Umbra e segue até o Caern da USP.





      Pedro, Raul, Vivian, Lucas e Brienne descobrem que não foram apenas eles que tiveram severas perdas naquela noite. A outra parte da equipe, formada por Fernando, Ryan e Hunter seguiram até a Secretaria do Meio Ambiente para encontrar Tormento de Gaia e desarmar a bomba que ele teria plantado no edifício. Pouco se sabe sobre o que ocorreu em seguida, apenas que a bomba explodiu, Ryan e Fernando foram mortos na explosão e Hunter encontra-se gravemente ferido, em estado de coma.

      No ataque ao Clube Masquerade também houveram baixas. Lorraine e uma matilha de Andarilhos foram alvejados por uma saraivada de balas de prata e mortos. Apenas Dante e Tito conseguiram escapar. Eles foram capazes de destruir todos os sanguessugas e seus servos e encontrarem a "princesa perdida", porém... eles descobrem que ela não era uma prisioneira e sim uma hóspede. Ela fica furiosa ao descobrir que assassinaram sua amante (a vampira dona da boate) e ataca seus "salvadores", sendo abatida no ato.

      Inconformado com o destino de sua sobrinha, Joelson decide abdicar do posto de líder da Seita, o que gera um atrito na Assembléia seguinte. Os Senhores das Sombras, Garras Vermelhas e Fúrias exigem que o próximo líder seja de uma de suas tribos, pois os Andarilhos fizeram um péssimo trabalho. Os Andarilhos, enfraquecidos demais, apenas colocam o nome de André Pantulha à disposição, enquanto as três tribos rivais possuem dois nomes: Zimbar e Dante. O Rei-da-Erva decide representar os Roedores, mas ninguém em seu juízo perfeito o escolheria para liderar a seita. As demais tribos são pequenas demais na cidade e não possuem nomes de peso.

      Os votos da matilha dos Olhos da Serpente acabam sendo decisivos, e André acaba sendo o vencedor da votação. Zimbar e Dante decidem desafiá-lo no mesmo momento, pois segundo eles, seria uma insanidade o controle da seita continuar com os AA. André nega o desafio, ao menos por enquanto, pois segundo ele, já haviam baixas demais neste conflito. Furiosos, ambos o chamam de covarde e decidem que suas tribos, juntamente com as Fúrias Negras, se retirarão da Assembléia (com certeza para planejar algo).

      O novo líder diz que entrará em contato com membros de sua tribo por todo o estado e além, para ocupar o lugar dos caídos. Os membros restantes da antiga matilha dos Ratos do Subúrbio são convidados a se juntarem à matilha da Anaconda (agora formada por Pedro, Raul, Vivian, Lucas, Brienne e Hunter que atualmente está em coma). A matilha também é parabenizada, pois mesmo em situações extremas, foram capazes de salvar não apenas uma companheira de matilha ou mesmo uma tribo, mas toda a Nação Garou, ganhando grande Renome:

Renome adquirido: Pedro:

      Cada membro da matilha também recebe um fetiche:

Brienne recebe uma Flauta da Harmonia: Level 1, Gnose 5: Tocando e ativando a flauta, pode-se impedir que se executem ações ofensivas, a menos que as vítimas tenham sucesso num teste de Fúria.

Lucas recebe uma Adaga-Presa: Level 3, Gnose 6: Esta adaga na forma de uma presa de um grande predador, se presa ao oponente e ativada, dobra o dano recebido no turno seguinte.

Hunter, mesmo em coma, recebe uma espécie de Walkman que tem o efeito de aumentar a fúria do usuário.

Raul recebe uma "Pele de Maldito": Level 3, Gnose 6: Pele de um Bane que quando usada como amuleto faz com que as criaturas da Wyrm vejam o usuário como um deles.

Vivian recebe uma Presa da Wyrm: Level 1, Gnose 3: Uma presa usada como pingente, que torna-se verde em tonalidades de acordo com a corrupção da área onde se encontra o usuário.

Pedro recebe uma Chave para a Umbra: Level 3, Gnose 7:  Uma chave que reduz a força da Película em um a cada dois sucessos de ativação.

      Por fim, Hunter permanecerá aos cuidados da seita até se recuperar, mas Brienne e Lucas já não tem aonde morar após perderem seu furgão velho, e assim como Raul e Vivian (que também não possuem um lar definido) perguntam a Pedro se podem viver com ele e os Órfãos da Sé, ao menos temporariamente.


OFF: Fim da parte 1 da aventura, pode responder à postagem. Essa semana inicio a parte 2.

CENA BÔNUS






      Durante a assembléia, Pedro não pôde deixar de fazer uma homenagem póstuma aos dois guerreiros caídos, mesmo que ninguém desse por falta de dois Roedores de Ossos. Como esperado, além dos membros da matilha sobreviventes, os únicos a comparecerem à homenagem foram o Rei e Tito. Todos acompanham o uivo triste de Pedro.
      Assim que descia do palanque, Tito se aproximava e tocava seu ombro.

- Eram boas pessoas, bons lobos, bons irmãos. Pude acompanhar a trajetória de ambos desde seu rito de iniciação e posso dizer que apesar da seita não ligar, perderam mais do que imaginavam. Mas tenho certeza que estejam onde estiverem, seus espíritos dormem tranquilos sabendo que seu sacrifício serviu para salvar toda a nação e lhes rendeu esta homenagem!

- Sim, sim, eu também lamento a perda deles,  o Carlos e o Marlon eram dois Presas de Prata muito honrados!- Dizia o rei, como se não soubesse o que estava fazendo ali, mas ninguém ligava para as bobagens que ele dizia.

      A presença de ambos ali serviu para lembrar a Pedro que ele ainda não havia devolvido a capa a Tito, além de ainda não ter tido tempo de iniciar seu treinamento de comunicação com cães, e ainda estar devendo um favor ao Rei.

      Pedro vestia a jaqueta de Diego e faria um colar com as baquetas de Alexandre. Seria uma forma de honrá-los enquanto guiava a matilha. Uma pena não terem conseguido trazer seus corpos, mas ainda assim, Lucas e Brienne acendiam duas fogueiras simbólicas em homenagem a ambos. Os olhos da Roedora estavam cheios de lágrimas. Lucas tentava esconder sua tristeza, mas não conseguia esconder seu semblante. Ele trazia um velho rádio de pilha, daqueles que tocavam fitas, e colocava uma música dos Mamonas Assassinas.

- Eles adoravam essa música!


      Brienne então caia em lágrimas e Lucas a abraçava como consolo. Vivian parecia perdida ali, mas ela sabia o que havia acontecido. Raul uivava para a lua uma última vez antes das fogueiras se apagarem completamente.





      Era difícil dizer aquilo, mas não havia espaço para todos no meio dos Órfãos da Sé. Brienne parece muito magoada, mas Lucas a consola dizendo que encontrarão algum lugar. Pedro e Raul que conheciam as ruas como a palma da mão, conseguem achar facilmente uma construção abandonada como moradia para todos.



      Conseguir colchões e cobertores não era uma tarefa difícil e em alguns dias eles já estavam habituados à nova "casa". Pedro descobre mais sobre Vivian. Ela ainda não falava sua língua, mas podiam se comunicar através da linguagem Garou. Inicialmente ela não desejava se abrir, mas após tudo que aconteceu, ela acaba cedendo. A garota veio da Romênia, o líder de sua tribo controlava a seita com punho de ferro e intrigas. Eles havia quebrado a Litânia diversas vezes se acasalando com fêmeas da seita, e Vivian era sua próxima escolhida. A garota decidiu fugir e acabou vindo parar no Brasil. Pedro também descobre que Raul é um velho conhecido de Marcos (líder de uma das gangues dos Órfãos que moram no outro prédio das Torres Gêmeas).

      Neste meio tempo, os novos membros foram apresentados à Yube na Umbra e tiveram a tatuagem umbral feita em seus corpos, ligando-os à matilha e provando que a partir daquele dia, também eram filhos da anaconda. Quanto à Nightfang, a matilha andou ouvindo rumores que André Pantulha já pensa em algo para fazer, apenas está esperando que novos Garou juntem-se à seita para ocupar os lugares dos caídos. O trio dos rebeldes (Garras Vermelhas, Senhores das Sombras e Fúrias) vem fazendo grande oposição a André e colocando pressão para que a seita cace todos os sanguessugas da cidade pela afronta feita por eles, mas novamente, André diz que ainda estão muito enfraquecidos para uma guerra aberta contra os cadáveres.