Vampiros - A Máscara
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Gosto de Fim, a morte de Kurt Marshall

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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 4:43 pm



Gosto de Fim, a morte de Kurt Marshall

A sala de controle, geralmente tomada pelo caos e falatório, está agora em silêncio absoluto. Todos estão momentaneamente sem exercer suas funções, e atentam para a grande tela principal à frente quase que hipnotizados. Lá, eles podem acompanhar ao vivo o grande míssel TK003 conforme ele cruza os céus rumo ao seu alvo, o Empire State Building. Graças à última tecnologia em Correspondência, eles podem acompanhar o míssel em tempo real como se uma câmera voasse logo atrás dele, acompanhando cada curva.

Sargento Corrêa, o idealizador do projeto, está de pé no meio da sala, orgulhoso demais para esconder o sorriso. Foi fácil conseguir com que ocultassem o míssel de todos os radares americanos. Também não foi complicado passar pela burocracia e conquistar o aval para liberarem o TK003. Depois do ataque forjado no World Trade Center com os TK001 e 002, muitos disseram que era arriscado demais usar o mesmo golpe para o próximo "ataque interno de contenção", como costumam chamar. Mas nada que um leve toque entrópico não resolvesse. O Sargento teria sérios problemas se descobrissem que andou usando magia dentro do Orgão Tecnocrata, mas foi por uma boa causa.
Tudo isso foi fácil, por assim dizer. Difícil mesmo foi convencer o Conselho de que essa era a melhor medida. Acostumados a agir sutilmente, à manter todos aqueles jogos, controlar peões e soldados diversos por anos até atingir uma parte do objetivo, a ideia de simplesmente aproveitar que estariam todos ali e lançar um maldito míssel para resolver o problema era assustadora demais para aquele bando de velhos. Corrêa teve que gastar todos os seus favores para que aceitassem lançar o TK003.

Mas o que passou, passou. E lá está ele, na grande tela, voando em direção ao seu alvo. Se Corrêa não fosse uma verdadeira pedra de gelo por dentro, uma lágrima de alegria escorreria por sua face agora. Ver este enorme míssel tecnoguiado com potencial destrutivo maciço voando em direção ao prédio mais alto dos Estados Unidos para aniquilar um punhado de inconveniências ao custo de algumas centenas de vidas inocentes é como assistir ao nascimento do seu terceiro filho. Não, não. O segundo, esse sim foi o mais emocionante. Ele estava de cabeça pra baixo, e a perninha...


- Cinco segundos para o impacto. - Seus devaneios são cortados pelo anúncio do técnico.

Com isso eles finalizam aquele maldito Príncipe, o tal do Gorgonier. Foram 80 anos assistindo o sanguessuga fazer o que bem entende com a maior megalópole dos Estados Unidos... Ou será a segunda maior? Agora ele fica em dúvida...

- Quatro segundos para o impacto.

Tanto tempo enganando aquelas crianças até que serviu de alguma coisa. Quem diria? Seu Setor tinha para si os próprios filhos da última rainha da França. E dois Garous! É bom demais pra ser verdade. Bom, um Garou, já que o primeiro escapou. O que não importa, porque ele fez o favor de caminhar por livre e espontânea vontade pra armadilha e trazer consigo mais um punhado de cachor...

- Impacto em três...

Ora, que diabos. Três segundos parecem uma eternidade agora. Felizmente, com mais uma leve trapaça, o Sargento Corrêa adquire controle sobre a concepção temporal de sua própria mente.

- Dois. Um. Alvo atingido.

Esplêndido.


Última edição por Gam em Sex Ago 01, 2014 2:56 am, editado 9 vez(es)
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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 4:45 pm

Todas as programações nacionais são interrompidas para a notícia bombástica de última hora. Algumas emissoras conseguiram vídeos do impacto em tempo real, outras tiveram que comprar. Boa parte delas transmite ao vivo com um repórter próximo ao Empire State Building:

- É inacreditável! Depois do atentado do 11 de Setembro, mais um avião atinge o atual maior edifício dos Estados Unidos da América! - A câmera foca no prédio, onde nota-se a cauda de uma aeronave cuja maior parte do corpo está fincada no edifício. Um grande estrago foi feito no local atingido, e o prédio está perigosamente envergado. Fogo e fumaça enfeitam o impacto. - Com a morte de Osama Bin Laden, suspeitas são de que haja um novo líder na Al Qaeda, reestabelecendo seu reinado de terror com um novo atentado que, mais uma vez, revela a fragilidade do nosso p... Minha nossa! Filma aqui, Stewe, filma aqui! - O repórter corre pela rua e a câmera balança conforme o cameraman corre atrás dele. Uma vez focada novamente no prédio, agora mais perto, pode-se ver pessoas saltando das janelas para escapar do aparente incêndio no interior - Novamente a América sente o gosto amargo da maldade humana... - O repórter narra em tom fúnebre. - Até quando nós vamos ter que conviver com o medo?

Replays relembram incessantemente o momento do impacto, repetindo-se no canto da tela. Outros canais mostram o pânico nas ruas, a polícia e o corpo de bombeiros evacuando todas as proximidades devido ao desabamento iminente.
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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 4:45 pm

@Kurt Marshall
Kurt Marshall já não sabe em que andar está, nem há quanto tempo está subindo. Ele imagina já estar mais ou menos uns dez andares acima de onde começou, mas pode muito bem ter errado grosseiramente.

Repentinamente, ele perde o chão sob seus pés. Suas pernas o desobedecem, ele é jogado contra a parede, desce rolando todo um lance de escadas. Por alguns momentos, tudo treme e um enorme estrondo ecoa em sua cabeça.
Quando as coisas acalmam, Kurt se vê sentado contra a parede sem saber exatamente o que aconteceu. Suas pernas ardem e formigam de tal maneira que ele não sabe nem se é capaz de se levantar agora.

- Levante, Kurt Marshall! - Diz o Orangotango, em seu ouvido. - Eles estão vindo! Corra!

    "Eu me lembro de estar correndo por minha vida e..."

    Kurt está sentado, seu corpo dói, o Orangotango fala em seu ouvido...

    - É fácil falar quando não é com você? Mas que Merda foi essa?

    O advogado tenta se levantar apoiando-se na parede, o que teria acontecido? Seriam reflexos do embate entre os vampiros e os tais tecnocratas?

    - Hey Orangotango? O que está havendo?

    Kurt tenta continuar a subida... se é que é possível




- Não sei. - Responde prontamente o Orangotango.

Kurt; Vigor
Vigor+Esportes = 3 / Dif = 6
8,5,5 = 1 sucesso

Kurt levanta-se com esforço, apoiando na parede. Ele sente seus joelhos cederem e suas coxas tremerem violentamente. É praticamente impossível continuar a subida no mesmo ritmo que estava antes. Ele sobe degrau por degrau, apoiando-se penosamente no corrimão e caindo sobre os joelhos eventualmente.

- Você precisa ir mais rápido, Kurt Marshall! Eles vão te alcançar!

    - Meu filho...

    Kurt sabe que se não se apressar tudo estará perdido...

    - Eu vou... Eu consigo...

    O mortal solta um gemido de dor e então excede os limites de seu corpo

    (1 FV para subir mais rápido)

    ele tem um olhar determinado, ele se segura no corrimão e dá um último impulso com as forças restantes para puxar seu corpo mais rápido para cima.

    O humano ofega, seus pulmões trabalham ao máximo, seus músculos estão em chamas... Nada pode parar esse "Pai". Ele não sobe as escadas por ele, sobe pelo seu filho, pela única coisa que ainda serve de motivo pra ele viver.


A lembrança de seu filho lhe dá novas forças. Kurt Marshall retoma o passo, talvez com ainda mais vigor que antes. Suas pernas lhe obedecem à muito custo, reclamando demais, mas ele não cede.

- Sim, Kurt Marshall! Suba!

Ele sobe por mais alguns andares, mas é impedido de prosseguir. O teto desabou nessa parte, e há pedaços enormes de puro concreto impedindo sua passagem.

- Por aqui, Advogado. - É a voz de Fim, que agora está de volta. Ele o direciona para a última porta corta-fogo por onde Kurt passou. O 31º andar.

    Kurt tosse, seus pulmões se enchem novamente, mas é só um segundo de folego, ele segura o chapéu agora sujo de poeira e investe contra a porta, elas tem barras de pânico só de apoiar o corpo ela abrirá... O pobre humano mal tem forças pra levantar a mão pra empurrar a porta.

    - Fim... Por que vc a matou? - ele ofega algumas palavras... tosse e empurra a pota com o corpo para que se abra.


- Porque eu precisava me recuperar com um mortal. Seguir você por aí é desgastante, sabia? - Ele parece caçoar. - Mas não se preocupe, eu... - Infelizmente Kurt não consegue ouvir o resto da frase, devido ao barulho inesperado que é revelado atrás da porta.

Quando Kurt consegue abrir a porta, uma lufada de ar quente passa por ele. O 31º andar lhe tira o fôlego, e não é apenas pelo que ele vê ali, mas também pelo fato do incêndio estar em toda parte. Há um enorme Boeing 787 invadindo o andar. Paredes foram derrubadas, o avião está completamente em destroços e há fogo por toda a parte. O próprio teto e o chão possuem vários rombos em várias partes, revelando o andar de cima e o de baixo.

Humanos mortos se espalham pelos corredores. Ele pode ver que alguns nem estavam feridos, mas morreram provavelmente pela falta de ar.

- Você pode subir pela carcaça e alcançar o próximo andar... Se não morrer no caminho. - Direciona Fim.

- Ou... - A voz da garota agora. - Tem a saída mais rápida. Olhe para a direita.

Se Kurt olhar para a direita, ele verá algo perturbador. O Boeing atravessou todo o andar e bateu de ponta na parede oposta à que entrou, mas não teve força para derrubá-la. Por resultado disso, fincou parte de seu enorme nariz no concreto, para azar da pobre mulher que estava em seu caminho.
Atravessada pela ponta do Boeing 787 e presa contra a parede com seu corpo esticado e deformado de forma horrenda, há uma mulher de branco. Antes de ser assassinada por um avião enorme, parece que ela era bonita com seu vestido combinando com seus cabelos igualmente brancos. Pintados, provavelmente, porque ela não aparenta ter muita idade. Seus olhos estão escancarados em uma expressão aterrorizante, e o que torna ainda mais bizarro é o fato de ela não ter pupilas. São brancos, completamente brancos, combinando com suas roupas e seu cabelo.

Mas por que a garota fantasma lhe apontaria uma mulher morta?

    "Caminho mais rápido?"

    - Fim eu vou virar churrasco... Garota, sei lá seu nome... qual a sua ideia? O que aquela mulher tem? Um extintor?

    Ele fala sério, Kurt não encontra lógica na opção "rápida" mais ele fica curioso, afinal espíritos sabem muito sobre o sobrenatural... Ele se aproxima do corpo e examina a cena horrenda....

    - Eu já vi muitas cenas de assassinato mas isso, confesso que é perturbador...

    Ele balança a cabeça, engole a ânsia, seu filho precisa do pai... Ele fará o que for preciso.

    Ele está próximo ao corpo, contendo o a ânsia com uma das mãos

    - E então? Seja rápida, cada segundo é precioso, o que eu faço?

    Kurt se lembra da mulher... Aquela figura "nada peculiar"

    - Garota... ela é uma vampira... qual a sua ideia? - Kurt está com receio explícito na voz.

    Supondo que ele e sua esposa fossem os únicos humanos daquela festa... Os restos mortais seriam de uma vampira... Mas...

    - Vampiros não viram cinzas? - Kurt indaga


É muito difícil para Kurt respirar e, portanto, falar ali em meio à fumaça. Ele tem que tampar a boca e respirar devagar, e mesmo assim nota que está começando a se sentir tonto.

- Ela não está morta. Não ainda. Você pode acordá-la com algumas gotas do seu sangue. - A garota sussurra bem próximo de seu ouvido. - Ande logo, antes que você morra com a fumaça.

    Kurt procura um ferimento em seus braços... Tem que ter um ferimento... mesmo que pequeno... (se não encontrar ele se corta ou finca o ante-braço esquerdo na boca dela)

    Pensamento "tenho que ser rápido"
    Pensamento "Acorda seu monstro secular, e se mexe!"


Depois de cair da escada, Kurt ficou com o cotovelo razoavelmente ralado. Ele estende o braço sobre a boca escancarada da mulher destroçada e espreme seu cotovelo para ver o sangue pingar.

Ele toma um susto quando ela acorda, urrando de dor e piscando nervosamente até notar que ainda está presa.

Com um olhar desconfiado, ela encara um tonto Kurt Marshall que já mal consegue se manter de pé.

- Um humano? Quem é seu mestre, e por que ele mandou você aqui?

- Não há tempo para isso, Advogado! Aproxime-se dela! - A garota lhe pressiona. - Lhe dê um beijo, tanto faz! Minha visão está confusa, eu vejo você morrendo de tantas formas diferentes. Escolha a melhor!

- Você morreria pelo seu filho, Advogado? - Pergunta Fim, em um tom de quem está se divertindo. - Pior, eu não posso garantir para onde vai a sua alma depois disso.

- Quem são... Vocês? - Para uma mulher cega, ela vê até demais.

    - Eu... Não.... Sou... Um... Humano... Qualquer... - Kurt ofega para enfim beijar a mulher, ele agarra a cabeça dela e a puxa contra o rosto dele, seria um beijo apaixonado se não fossem as circunstâncias, não que o advogado a ame, mas ele beija uma salvação.

    Pensamento: "Espera um momento, como assim não sabe pra onde vai minha alma depois disso? Dane-se... O Meu Filho vai pro Céu! Nero... Papai vai dar um jeito nisso.... Vou morrer beijando uma cega? Até que ela era ajeitadinha quando viva... Ué, não sou só eu que vejo de mais por aqui"

    A mente de Kurt trabalhou frenética nos últimos instantes.

    Ele segura o rosto da mulher, ele permanece com os olhos fechados... sua alma se esvai... Marshall sucumbiu a fumaça?

    Seu corpo mortal sucumbe, ainda se agarrando ao corpo estraçalhado e beijando-a mesmo assim



Última edição por Gam em Sáb maio 11, 2013 5:07 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 4:47 pm

@Marie Antoinette
Os quatro sobem as escadarias a passos largos. Marie Thérèse tropeça uma ou duas vezes na enorme saia de seu vestido e, além disso, sendo a única mortal, eventualmente reduz o ritmo para respirar.

Hermett, que vai à frente, parece ter um ritmo relativamente constante. Ele sempre olha para trás, mas não reduz o passo em momento algum para esperar pelas mulheres.

Repentinamente, um estrondo e um tremor. Thérèse grita conforme cai sobre os joelhos e se agarra com força ao corrimão. Hermett se segura com força à barra do corrimão, enquanto agarra o braço de sua irmã com a outra mão. Marie perde o equilíbrio e samba por alguns degraus, conseguindo se estabelecer antes de descer as escadas rolando.
E então o tremor para.

- Vamos, ainda não estamos seguros. - Diz Hermett, ignorando o que quer que tenha sido e reestabelecendo a subida.

    Joseph... Joseph estava ali também. Quase todos os seus filhos estavam ali e ela corria para salvar-se de algo desconhecido. Quando tudo havia ficado tão complicado? Quando todas as verdades que conhecia haviam se tornado mentiras? Seus passos eram apressados, degrau a degrau, apoiando Therese conforme ela precisava de sua ajuda. Por fim, puxou uma barra do vestido de sua filha - era dificil acreditar que sua filha tinha um aspecto asiatico - num dos varios momentos que ela parava para respirar e o rasgou - É para lhe ajudar a correr. - dizia, jogando fora o pedaço de tecido para então continuarem pelo caminho.

    Seu semblante se mantinha sério, incapaz de absorver ainda tudo aquilo o que estava acontecendo. Lauren lhe havia dito pessoalmente para sair, isso era novo. Charles, Joseph... Não, precisavam sair. E teria continuado no mesmo ritmo se as escadas não tremessem, retirando dela seu equilibrio por alguns degraus antes de se recuperar - Terremoto? - comentava, ajudando Marie Therese a se recuperar também para continuar, como Hermett havia dito. Subiam... Mas para onde?



Thérèse faz uma expressão confusa quando lhe rasga a barra do vestido, mas não contesta. Ela contesta, porém, quando Antoinette vem ajudá-la a se recuperar.

- Eu não preciso da sua ajuda! - Ela diz, desvencilhando-se rispidamente. Dito isso, ela acelera o ritmo de sua subida, claramente forçando-se ao extremo.

- Precisamos subir bastante e então escapar por algum andar. - Explica Hermett, enquanto pula pelos lances de escada. - Temos que sair do prédio, eles irão nos caçar como ratos aqui.

    Pareceu que algo se quebrava dentro dela quando sua filha se desvencilhava. Bem, era isso que ganhava por ter deixado Therese... Comprimiu os lábios, retomando sua subida e ficando um pouco mais para trás do grupo, mas ainda era capaz de ouvir Hermett. Sabia que poderia passar todos eles, sair primeiro... Mas não queria, já não tinha importancia. Nada tinha importância, seus filhos já não eram mais seus... Por que sofrer por eles, então? - Vamos subir, subir subir... e escapar como?


- Ora, não é óbvio? - Leonora responde. - Pela janela.

Eles passam mais algum tempo subindo escadas, até chegar em um ponto onde grandes blocos de concreto impedem a passagem. Parece que houve um desmoronamento.
Hermett espera todos se juntarem e força a porta corta-fogo, só para imediataente fechá-la de novo depois.

No breve momento em que esteve aberta, a porta revelou o inferno. Um andar completamente tomado por fogo e morte, com o que aparentava ser um enorme avião que entrou de bico no prédio. Felizmente, Hermett fechou a porta antes que o medo falasse mais alto dentro de cada um dos vampiros.

- Acalmem-se e pensem em coisas bonitas, porque nós vamos ter que passar por ali.

    O quê? Iriam voar? Antoinette soltou um risinho nervoso que revelava seus dentes, olhando para a mulher. Iriam saltar, acreditando que eram gatos? Como desceriam com Therese, ela era só uma humana... Ou pelo menos parecia ser. Olhava a mulher que era sua filha, imaginando os locais pelos quais ela havia passado, o que havia feito até chegar ali. Havia sofrido? Como havia ficado tão... diferente daquela doce e pequena menina que ainda guardava dentro de suas lembranças? Seus filhos... Charles estava tão bonito. Apostava que era bem forte também... E um... O que ele era? O que vinha atrás deles? Deslizou os dedos das mãos na testa, como se sua cabeça estivesse doendo. Será que os teria encontrado, se soubesse que ainda estavam vivos?

    Mais a frente, deparavam-se com o caminho bloqueado, desmoronado - O terremoto foi tão grande assim? - murmurava, observando aquilo com alguma preocupação. Imaginava o que mais encontrariam a frente, observando Hermett abrir e fechar a porta rapidamente. Aquilo não era um bom sinal... E o ver o inferno de fogo por trás da brecha, sua suspeita se confirmava. Ou o terremoto causara uma explosão... Ou havia sido somente uma explosão. E o pior é que teriam que passar por ali. Um pequeno riso quase histério se formava em sua garganta... Mais uma vez naquela semana precisaria lidar com o fogo, que lindo! - Não há outro caminho pelo qual possamos tentar...? Será dificil... - disse, olhando para os cainitas e, por ultimo, sua filha. Se... Não conseguissem suportar o medo vermelho... Quem mais sofreria com a proximidade?


- É o único jeito de subir. Um avião atingiu o prédio e destruiu a separação entre os andares. Nós podemos alcançar o próximo se passarmos por ele. - Explica Hermett, a porta ainda fechada.

- Apenas foque e faça o que eu fizer. - Ele não responde a pergunta. - Vamos todos ficar bem.

O Giovanni então abre a porta, e a lufada de ar quente toma conta novamente. Ele entra no andar com Leonora atrás de si. Não está tudo tomado pelo fogo, mas ele está em várias partes e em grande quantidade. Andando, tomando conta de tudo.

    Um... avião? - Sua mente demorava a aderir aquelas palavras à consciência. Quem jogaria um avião contra o empire state?! Terroristas? Bem naquela noite? Baixou a cabeça por alguns breves instantes, fitando o chão. Tinha sentido... O tremor e tudo o mais. Não havia sido um terremoto, mas sim o impacto que havia feito o chão tremer. Passar por um corredor em chamas, apenas imaginar fazia o pânico subir por sua garganta, mas Hermett estava certo, precisava se concentrar. Se era a única saída, teriam que passar por ali... Mas.. e Charles? Comprimiu os lábios, olhando para baixo nas escadas. Será que ele conseguiria sair? Não queria perdê-lo, não depois de décadas acreditando que seu filho estava morto... Quem eram as pessoas cruéis que separaram seus filhos da mãe? E então olhou para Marie Therese. - Focar. - murmurou, colocando-se ao lado da filha para que pudessem passar pela porta quase ao mesmo tempo. Sim, se focaria por ela. Provaria que podia cuidar dela, mesmo que ela não quisesse. - Vamos então.


O andar, outrora separado por paredes plásticas que formavam cubículos de escritório, agora é um espaço amplo e dominado por fogo. O avião derrubou as paredes falsas e as reais e abriu um rombo gigantesco que deixa dúvidas quanto à consistência do prédio acima de suas cabeças.

Marie; Medo Vermelho
Autocontrole = 3 / Dif = 6
2, 6, 6 = 2/5 sucessos

Os quatro passam a passos rápidos, na direção da grande nave amassada. Marie tosse muito e efusivamente. Por um instante esqueceram-se que a que não tem medo de fogo tem um problema maior... Intoxicação por carbono.

E, para piorar a situação, Hermett para no meio do caminho.
Com os olhos vidrados, ele aponta para uma situação estranha.

A ponta do avião fincou um corpo contra a parede. O corpo da Regente Tremere, Felícia, a bruxa branca. Agora ela possui um enorme rombo no torso que a deforma e estica, mas está claramente viva. Com seus olhos brancos, ela parece estar falando sozinha enquanto apoia os braços na aeronave que a prende ali. Ao seu lado, um corpo inerte no chão. O humano.

Marie Thérèse nota isso, pois corre imediatamente na direção dele.
Hermett e Leonora também aproximam-se. Marie Antoinette pode notar o brilho nos olhos de Hermett. Oportunidade. Em meio ao caos, ninguém notaria pela falta de Felícia... Será que ele seria capaz de fazer isso? Ali, com elas olhando? Seria a Rainha uma cúmplice? Ela pode ver que Leonora também tem essas dúvidas, pois parece apreensiva.

- Eu não vou fazer isso. Está contra as leis. Não importa se é o único jeito, eu não... Ora. - Ela é interrompida quando os nota vindo através da fumaça. - Hermett... Por que afugenta meus amigos?

- Eles me temem, Felícia. - Ele diz, beijando-lhe a mão, apesar da situação nada agradável em que ela se encontra.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? - Thérèse grita em meio ao sufoco, abraçando o corpo inerte de seu marido. - ELE NÃO ESTÁ RESPIRANDO!

    Não olhava para os lados, apenas para a frente. Estava focada em passar ilesa pelo andar e fazer com que sua filha também passasse ilesa por ali, embora não duvidasse que, se não deixassem logo o prédio, iriam afundar junto com o concreto e seria dificil todos escaparem - senão impossível. Estava ciente da tosse de Therese, provavelmente causada pela fumaça... Será que ela aceitaria alguma ajuda? - Rasgue um pedaço do tecido e coloque diante da boca e do nariz. Irá diminuir a fumaça. - falou para a filha, de modo que deixava para ela a escolha de se ajudar ou não. Esperava que aceitasse melhor do que havia aceitado a melhora do vestido.

    Hermett? - murmurava ao ve-lo parado, virando-se para a frente para ver o que o havia feito parar. Uma cena grotesca, de fato... Não acreditaria se alguém lhe contasse que um avião havia quase partido ao meio um cainita e este ainda permanecia vivo. Como? Que maldição era aquela que lhes impedia de morrer mesmo quando o corpo encontrava-se em tão deplorável estado? só notava o humano quando sua filha corria em direção a algo caído. Bem, pelo menos algo bom havia saido daquela cena toda. Seguiu os dois cainitas, deixando que a filha lamentasse o humano. Havia algo mais importante ali, algo que poderia mudar muita coisa... O brilho no olhar do giovanni deixava claro as intenções que surgiam. com certeza, ninguém sentiria falta de um corpo carbonizado... Se o corpo não fosse o da regente Tremere. - Hermett, é melhor a ajudarmos a sair desse... enrosco, viva. - Esperava que com isso, ele retirasse as ideias negativas da cabeça - Therese, não acuse sem saber do que aconteceu. Não pode analisar por si só a situação? Explosão, Felicia atingida pelo avião. O que você julga dessas peças? - alertava a filha sem olhar para ela e esperando que ela entendesse, tentando pensar num modo de afastar o avião... Mas era impossivel e ela sabia disso. Felicia também deveria saber, não é? - Creio que se te movermos daí, Senhora Felícia... Algo pior pode acontecer com o prédio. - murmurou as palavras, olhando para a regente com algum pesar.


- Eu o matei. - Felícia responde, com uma honestidade chocante. - Eu estava em semi-torpor, ele ofereceu o seu sangue na esperança de que eu o transformasse para ele me ajudar a sair daqui.

E então ela olha para Hermett com seus olhos sem pupilas.

- Mas eu não preciso, não é mesmo? Vocês chegaram. - E então corrige Marie Antoinette. - Mas não, não mova o avião. É um míssel. Ele não explodiu por mal funcionamento, mas pode acontecer a qualquer segundo. Apenas me...

- VOCÊ O QUÊ? COF... cof... - Thérèse se dobra sobre o corpo do falecido marido, afundando o pano que rasgou do vestido e tentando respirar. Antoinette nota que em dado momento ela está chorando. E então ela levanta o rosto de novo. - Você ainda pode transformá-lo? Por que não transforma?

- É contra as leis, humana. - Ela diz. - Ainda mais tratando-se do meu clã. Temos leis muito rigorosas, bem mais do que as da Seita em geral.

- Você é do clã dela? Você pode transformá-lo, não pode? - Thérèse olha para Marie Antoinette com olhos secos. - Você nunca fez nada por mim.... Traga meu marido de volta.

    Oh. - murmurou, olhando de Felicia para o humano no chão. O matou, como o mosquito irritante que era. Humano ingênuo, acreditar que seria abraçado por ajudar... Era só um saco de sangue, quem o levaria em consideração? Um saco de sangue que não tinha valor nenhum, exceto para sua filha, que chorava por ele. Mas não chorava pelo bebê que estava em sua casa... Franziu o cenho diante da pergunta desesperada de Therese, sorrindo internamente. Tremeres não tendiam a abraçar qualquer pessoa assim, tolo humano que acreditou em sua palavra.

    Como uma segunda opção, sua filha virava-se para ela e com palavras tão chantagistas! É claro que havia feito, havia feito tudo pela filha! Era injusto ela lhe acusar de tais negligências! - Seu marido não será o mesmo se o trouxer de volta, Therese. Não somos os monstros os quais você odeia? - havia um pouco de rancor em suas palavras, um rancor que ocultava a tristeza que havia sentido com aquele pedido. - Há leis que precisamos respeitar, Therese...


- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - Em uma revolta quase infantil, Thérèse soca o peito do cadáver enquanto expressa sua indignação.

E então, o prédio responde. Todos os vários focos de fogo aumentam e gritam, um grito estridente de dor e angústia. Um estranho redemoinho começa a se formar ao redor de todos. Fogo e lamúrias estridentes rodeiam os cainitas, que se vêem mais e mais acoados contra a parede, cada vez mais próximos uns dos outros.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - Marie ouve praticamente dentro de seu ouvido.

Leonora já está de joelhos, a cabeça entre as pernas e os braços protegendo o corpo. Felícia tampa os olhos e os ouvidos como pode.

- Eles querem o advogado vivo! - Grita Hermett, com o braço em frente ao rosto enquanto encara as chamas. - Mas não ceda! Eles não podem manter isso pra sempre, apenas resista!

Marie; Medo Vermelho
Coragem = 4 / Dif = 8
2,6,5,6 = 0 sucessos

-1 FV para manter o controle

    Desviou o olhar da filha quando ela começou a gritar, sentindo com dor a indignação que a filha demonstrava. Ela não sabia o que era ser um cainita, não sabia o que era seguir as leis para sobreviver. Sua filha não sabia nada do mundo que odiava. Só levantou o olhar quando, com o canto dos olhos, via a iluminação diferenciada do fogo como uma resposta ao ataque de Marie Therese. Um redemoinho rodeava os três cainitas, impedindo-os de moverem-se. - THERESE! - tentou gritar acima dos gritos que pareciam querer lhe ensudercer, tampando as orelhas com força. - PARE COM ISSO JÁ! - continuava gritando, tentando resistir ao fogo e aos gritos. Não, não iria ceder. Não iria condenar mais uma alma, uma alma que sua filha amava mesmo que ela não entendesse isso. - MARIE! - o terceiro grito saia mais como um rosnado enquanto focalizava a filha com uma expressão autoritária e ameaçadora. Se ela não entendia por amor... Pela ameaça talvez pudesse salvá-los. Se Felicia estava certa, o fogo só pioraria a situação para todos ali.

    [Presença 2]


Diante do susto, Thérèse engole o ar e paralisa, os olhos apavorados, o corpo tremendo ligeiramente. O local se acalma na hora, como se ela realmente tivesse influência nas... coisas, o que quer que sejam.

- ... - Ela tenta falar, mas ainda está atônita. - Você... você realmente virou um monstro, não foi?

- Vamos, não temos tempo para isso. Me tire daqui, Hermett. Simplesmente separe a parte de cima. Você tem uma faca?

- Mas é claro. - Hermett puxa então uma faca butterfly e a arma. Sem qualquer receio, ele começa a serrar as poucas partes do corpo de Felícia que ainda mantém seu torso preso.

A mulher morde os beiços, aguentando a dor. Filetes de sangue escorrem de onde seus caninos lhe perfuram. Atônita, Thérèse encara aquela cena grotesca. Seu olhar, contudo, parece vago, perdido.

- Nós temos que tirar a humana daqui, ela não vai aguentar esperar. Vamos - Diz Leonora, levantando Thérèse a força. Ou melhor dizendo, praticamente carregando-a. - Me ajude a subir no avião, temos que alcançar o próximo andar.

    Fechou os olhos no mesmo momento em que as coisas se acalmavam, trancando-se por dentro de uma face inexpressiva. Ela era o monstro que era em seus sonhos, o monstro que matava suas crianças. Talvez sentisse seu coração se partir um pouco mais se não fosse a impossibilidade de existir vida dentro dele. Não havia perdão para ela nessa vida.

    Moveu-se ao pedido de Lenora para ajudá-la, trazendo na face a mesma expressão vaga para continuar as tarefas. Subir no avião, estender a mão para segurar a mão daquele deveria subir... Puxar para cima. Fez isso com todos, até com os pedaços de Felicia como se não passasse de um boneco de manequim. Uma boneca... Era a mesma expressão vazia que as bonecas de porcelana tinham desenhadas no rosto que Antoinette tinha em sua própria face enquanto os auxiliava a escapar.

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Gosto de Fim, a morte de Kurt Marshall Empty Re: Gosto de Fim, a morte de Kurt Marshall

Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 4:49 pm

@Elyon Kameroth
Com uma audição tão precisa, o usuário logo habitua-se a ignorar certos ruídos que seriam imperceptíveis para uma pessoa normal. Um trânsito há quilômetros de distância, uma conversa não-importante do vizinho, um telefone tocando no outro lado da quadra, um avião passando...

E é por isso que, mesmo para Elyon, aquilo foi inesperado. Ele ouviu o avião, ele sentiu que estava se aproximando, mas não achou que seria tão perto. Quando deu por si, a enorme nave de passageiros enterrou-se no prédio relativamente logo acima de si, mais ou menos no 30º andar. Pânico imediatamente toma as ruas, fogo lambe os andares próximos ao impacto e destroços enormes caem constantemente conforme o avião, agora um monte de lata inútil, dobra-se e cede lentamente. E tudo isso acontecendo logo acima de sua cabeça. É desconfortante, pra dizer o mínimo.

É fácil notar que o prédio, ao menos a parte acima do impacto, envergou completamente. A ponta do último andar, outrora apontada reto para o céu, agora está em uma diagonal assustadora. Assustadora particularmente para Elyon, que se encontra exatamente abaixo da zona de perigo. É óbvio notar que em pouco tempo toneladas e mais toneladas de concreto descerão sobre sua cabeça, se ele continuar ali.

Indiferente à isso, parece que um embate sangrento já começou no grande salão. Do terraço do prédio em que está Elyon não consegue ver o que está acontecendo, mas ele nota que é uma luta lenta e calculada... Um golpe por vez, a cada tantos segundos, como se algo estivesse impedindo-os de brigar ativamente. Rosnados e berros eventuais completam sua certeza.

    Elyon surpreendeu-se, inevitavelmente. Outro "atentado terrorista" nos Estados Unidos, definitivamente não parecia ser uma coisa de Lupinos. Se ele sabia que o Sabá não tinha programado algo como aquilo, e os Lupinos raramente deviam ter tantos recursos para tal, tudo indicava que algum outro inimigo da Camarilla também agia. A situação, de um certo modo, era desconfortante, principalmente porque os danos causados ao prédio tinha boa chance de atingi-los em breve. Na verdade, o Sabá também era alvo daquilo, já que tinham sido "convidados" para o evento em questão e só não haviam sofrido as mesmas consequências por intervenção do próprio Elyon. Logo, aqueles não eram inimigos especificamente da Camarilla, mas sim de todos os vampiros em questão. E, talvez, também dos lobisomens, uma vez que eles também estava lá dentro e obviamente não estariam dispostos a se suicidarem dessa forma.

    Elyon viu que seus aliados não tinham se movido. Também notou que uma luta relativamente lenta acontecia em algum lugar fora de seu alcance visual. A curiosidade em acompanhar a luta visualmente era inevitável, uma vez que, como um espião, ele estava habituado a sempre estar por dentro dos acontecimentos. Contudo, essa curiosidade não era nada se comparada ao desconforto ainda maior que sentia ao ver toneladas prestes a cair em sua cabeça. Ele sabia que o plano que ele mesmo havia elaborado era que esperassem ali, até que tudo acabasse. Mas, do jeito que as coisas estavam mostrando-se tão imprevisíveis, eles teriam que improvisar muita coisa. Além disso, ficar ali, parados, não era uma boa ideia. Contudo, embora se importasse com seu próprio rabo, ele também importava-se com seu status e orgulho, e não seria o primeiro a recuar de seu próprio plano. Se os seus aliados queriam permanecer naquele precipício, tudo bem. Afinal, ele tinha certeza que desviar daquilo não seria um grande problema para ele, e nem para maioria (até porque alguns sequer seriam atingidos). Contudo, embora não recuasse de vez, afastou-se para um local mais fácil de saltar e esquivar-se quando o prédio enfim caísse, certamente algum lugar que ficasse nas pontas do prédio. Além disso, quando o prédio desse sinal de sua queda, utilizaria sua vitae para aprimorar sua esquiva.


Por enquanto, o prédio parece estável. Estranhamente, com a maior parte inclinada, ele alcançou uma espécie de equilíbrio delicado. Algo que pode ceder a qualquer momento, é verdade, mas ao menos por enquanto parou de movimentar-se.

Elyon pode ouvir o embate reduzindo e reduzindo, até parar de uma vez. Ou apenas sumir de seu campo de audição, talvez.

Algo então chama sua atenção. Um assovio distante. Ele olha a tempo de ver um único fogo de artifício subindo no horizonte, e explodindo em luzes vermelhas no ar. Imediatamente, os filetes que representavam seus aliados escorrem com velocidade na direção do outro prédio. Foi o sinal, é hora de agir.

    Elyon percebe que seus companheiros começam a agir depois de uma espécie de sinal lançado ao céu. Nesse momento, uma pitada de raiva toma conta de Elyon, por não ter sido avisado daquela parte. Afinal, ele não era apenas um peão, não servia apenas para brigas (embora fosse muito bom nisso). Ele era um estrategista, um líder, um vampiro secular com grande experiência. Contudo, não tinha tempo para pensar sobre isso naquele momento. A ação finalmente tava prestes a começar. Elyon seguiu rumo ao 13º andar, local onde julgava que seus companheiros estavam indo. Assim como eles, Elyon seguiu pelas paredes, aproveitando-se da vantagem que os ratos possuíam para escalar.


O salão é enorme, e está recheado de morte.
castiçais com velas apagadas estão jogados pelos cantos. Há uma grande cadeira vazia sobre um degrau elevado, taças quebradas e sangue espalhados pelo chão. Quadros nas paredes, agora rasgados, provavelmente representam um prejuízo salgado.

Um bonito vestido preenchido por cinzas está caido à um canto. À outro, fincado na parede de uma forma peculiar, está um paletó. Ao chão notam-se mais cinzas, sendo lentamente espalhadas pelo vento.

O cheiro forte não deixa dúvidas. Há sangue de lupino aqui também. Mas nenhum corpo, o que indica que os feridos sobreviveram.

Os companheiros Sabá de Elyon espalham-se pela sala, ainda sem tomar sua forma original. O filete preto e o filete vermelho percorrem o perímetro, aparentemente analisando o campo de combate. Então eles dirigem-se às escadas, subindo os degraus.

    Vendo a situação dentro do salão, Elyon encontrou o mais óbvio: muita morte e destruição. Contudo, não encontrou ninguém vivo ou morto-vivo restando lá. Obviamente, eles já tinham tido tempo para fugir. Mas certamente alguns ainda poderiam estar no prédio, e era isso que seus companheiros procuravam. Como o próximo movimento certamente seria o ataque, não tinha mais motivos para permanecer naquela forma. Além disso, sua ofuscação era o suficiente para garantir que ele não fosse visto (pelo menos por humanos e por boa parte dos vampiros). Com isso, Elyon iniciou sua metamorfose novamente, assumindo lentamente a forma de um pastor alemão. Naquela forma canina, Elyon tornava-se uma verdadeira máquina de matar. Antes de completar a transformação, ele ainda aprimorou sua resistência e velocidade, atributos que tornaram-se ainda melhor depois que ele completou sua transformação. Durante o percurso, Elyon, ainda ofuscado e já em sua forma de combate, procuraria por corpos dentro do salão, afim de preencher sua reserva de vitae (quanto mais alimentado, melhor antes de se iniciar um combate).


Não há corpos, não além dos dois montes de cinzas.
Elyon segue os filetes escada acima. O cheiro de Garou é nauseante, impregnado por toda parte. Um pouco mais acima, ele começa a ouvir a respiração pesada e monstruosa. Parece ter se aproximado de algo...

    Elyon, na forma canina, tinha um olfato extremamente apurado. Contudo, mesmo que não o tivesse, ainda seria capaz de sentir o maldito cheiro de garous que impregnava o ambiente. Sentir a aproximação do lupino e ouvir os seus rugidos apenas indicavam as ações óbvias que o lupino tomaria contra eles. "Lobisomem estúpido! Sempre se metendo em nosso caminho nos momentos mais inconvenientes. Pensei que dessa vez esses fanáticos imbecis fossem servir pelo menos como peões na nossa luta contra Camarilla, mas além de terem causado um estrago mínimo, ainda insistem fazer-nos perder nosso precioso tempo aniquilando-os. Que assim seja, então, filhos da puta! Hoje saciarei toda falta que senti do sangue de garous durante todos esses anos desde a última matança." - Elyon pensava tudo aquilo em segundos, completamente irritado por ter que gastarem energias contra inimigos secundários que não lhe forneceriam nenhum lucro. Utilizou sua vitae para aumentar ainda mais a sua velocidade, chegando a um nível extremamente absurdo (+2 pds em destreza, +1 pds para rapidez). Ele aproveitaria-se dos segundos antes de chegarem até o inimigo para garantir que sua velocidade sobrenatural surtisse efeito, e então descarregaria mordidas aniquiladoras sobre o oponente.


Elyon sobe as escadas correndo, seguindo de perto seus aliados em formas incorpóreas. Quando vira, a visão do oponente o desconcerta.

É uma criatura mítica, de porte impecável. De pé sobre as patas traseiras, quase três metros de puros músculos, os pelos acinzentados com algumas manchas negras. Há uma runa mística marcada à ferro em seu peito, a qual ele ostenta com orgulho. O animal possui ombros largos e enormes, e uma bocarra de dentes proeminentes e ameaçadores. A mera visão da besta faz seus oponentes encolherem (iniciativa -1).

Fica claro para Elyon que o Garou o via desde o início. Ele o encara em seus olhos preparado para a investida, os enormes braços com garras ameaçadoras esticadas ao máximo.

Mas o Gangrel tem o elemento surpresa. Sua velocidade, já absurdamente rápida, quadruplica um milésimo antes da investida. Ele passa por entre os braços do Garou como uma mancha, abocanhando sua jugular e sentindo o delicioso gosto de sangue lupino conforme derruba para trás a pesada fera de duzentos quilos.

O Garou ainda ameaça resistir, mas uma lâmina finca seu braço no chão pelo pulso, fazendo jorrar sangue em profusão e levando a criatura à morte definitiva. É Geronimo, armado com um afiado florete de prata.

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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 4:50 pm

@Jorge Altobello
Jorge Altobello vem sentindo-se um verme desde que perdeu a Monomancia. É difícil aturar as provocações, mas ele tem que fazer isso se quiser que elas parem. Foi no novo e repentino ataque à Camarilla que ele viu a chance de restaurar sua imagem.

Ele foi avisado em cima da hora. Provavelmente o ataque foi improvisado, para haver menos chances de vazar informações. Jorge teve apenas duas noites para fazer sua jogada, mas ele não decepcionou. Armamento pesado à preço de custo foi entregue ao Sabá em tempo recorde graças à sua colaboração. E, como uma cereja no bolo, Altobello prontificou-se em pessoa a participar do ataque.

O Arcebispo foi contra esse plano, prevendo uma armadilha, mas o Bispo Elliot Springfield, bastante conceituado na cidade, viu nisso uma oportunidade de brilhar e moveu seus próprios pauzinhos para o ataque. Vários postos conhecidos da Camarilla seriam atacados ao mesmo tempo. Altobello ficou com o principal deles, o Elísio Empire State Building.

Ofuscado, dirigindo-se ao ponto de encontro, o terraço de um prédio de nove andares em frente ao Empire State, ele aguardou. Foi-lhe entregue um briefing muito resumido do que deveria esperar: Era o dia de um evento na Camarilla. No 13º andar há um enorme salão, onde os principais Membros se encontrariam para receber um presente - um Templário aprisionado pelo Arconte Tonttorberg, de Washington DC - que, o Sabá sabia, era na verdade um Garou pronto para uma cilada. Quando os Templários fizessem sua armadilha, o Sabá esperaria o resultado do embate e então atacaria os vencedores. Deveria ser simples.

Imóvel e silencioso no terraço, não levou muito tempo para Altobello notar a presença de pelo menos mais dois aliados. Um filete de sangue discreto e outro de sombra. Seriam eles os únicos? Provavelmente não.

Eles aguardaram, e o embate não foi exatamente como esperado. Um grupo de homens invadiu o prédio, sim, mas não pareciam Templários. Eles eram brutos e selvagens e, depois de entrarem, os sons que ouviram não foram nada humanos, muito menos divinos. Eram rugidos, rugidos pesados e característicos. Mas o Sabá não se moveu.

Algo interessante acontece. No andar do salão, a parede desliza revelando uma abertura enorme. Ele pode ter um vislumbre do salão suntuoso lá dentro, pode ver que parece estranhamente vazio. Mas o Sabá ainda não se move.

E então aconteceu o absurdo. Um enorme Boeing 787 chegou rasgando o ar e fincou seu gordo nariz no Empire State, atingindo em torno do trigésimo andar e causando uma perigosíssima inclinação nos 120 andares acima do impacto, que a princípio não despencou.
A região próxima ao impacto arde em chamas e o caos se estabelece em todo o entorno. Ainda é relativamente cedo da noite, é horário comercial e há centenas de humanos no edifício. Mas o Sabá não se moveu.

É alguns segundos depois que o sinal é dado. Um único fogo de artifício vermelho estoura no horizonte. Só então Altobello pode ver os filetes se adiantarem. Ele os vê deslizando pelas paredes, atravessando a rua e subindo rumo ao 13º andar.

    O oceano estava agitado naquela noite, eu podia sentir. Sabia que o que quer que acontecesse alí, no momento em que o sol tocasse a terra, minha não-vida não seria da maneira que um dia já foi. Obriguei-me a encarar a marca do fracasso em minha mão esquerda por alguns segundos, aquilo me lembraria o motivo de eu estar lá. Limpar o meu nome perante os meus iguais. Um homem que ocupou uma posição de destaque na seita, e que agora precisava conviver com olhares frios recheados de desprezo. Porém, havia um motivo maior. Algo que já seria um feito extraordinário a um membro prestigiado e que à uma escória jamais seria concedido. Um Lasombra que almeja os conhecimentos antigos do clã deve fazer por onde merecer.

    Há décadas atrás, me vi nesta mesma posição. Encarando o mesmo desafio. Assim como Nova Iorque encara o Sabá hoje, e Londres o encarou no passado. E modéstia parte, eu tive um papel importante nessa vitória. Eu cravei a madeira no coração do Primógeno. Eu banqueteei sobre seu sangue e alma. E eu ascendi até um posto de Ductus. De lá pra cá, o destino tirou de mim muito do que eu conquistei naquele dia, mas cabe a mim reconquistar a glória do passado e calar aqueles que me desacreditaram.

    Paciente, esperei pelo sinal. Como uma rocha, inerte. Quando Garous subiram a Torre, e quando um avião se chocou contra o edifício, permaneci alí. No entanto, um simples sinalizador vermelho ditava o que deveria ser feito. O tiro de largada havia sido dado. Aqueles que eu não ousava chamar de companheiros avançaram, contando com técnicas das quais eu receio que não poderei acompanhá-los. Ao invés disso, seguirei do jeito convencional. Usando minhas próprias pernas.

    Em meio a tanto caos, me coloquei no ambiente mais maternal possível. Nas sombras. Sempre pelas trevas, me coloquei a correr de maneira furtiva. Entrecortando entre mortais e destroços. Descendo escadas. E depois as subindo. Minhas mãos apertavam ao redor do fuzil, estava pronto para usar aquelas balas de prata a qualquer instante. Garous são criaturas poderosas de modo que não arriscaria minha cabeça sem uma garantia mínima de sucesso. Além do fuzil e de munição extra para ele, contava com minhas inseparáveis Desert Eagle, também com munição "anti-Garou", algumas granadas de fragmentação e uma roupa reforçada que não limita meus movimentos.
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Mensagem por No One Sáb maio 11, 2013 5:20 pm

O Garou surpreendeu Elyon... De tão fraco que era. O Gangrel esperava por algo mais ameaçador, como já tinha presenciado anos atrás. Contudo, não podia menosprezar o fato de que suas capacidades vampíricas estavam muito mais poderosas atualmente, e aquilo certamente tinha feito a diferença. Se antes o caçador estava irritado pelo fato de ter que perder tempo lutando com lupinos, após o massacre ele sentiu-se bem mais satisfeito. Afinal, o único problema seria ter suas forças enfraquecidas lutando contra eles, e desse modo tornarem-se alvos fáceis para Camarilla. Mas ao contrário disso, o Garou de 200 quilos tinha servido como um belo banquete para ele (além da vitae ser extremamente saborosa).

Elyon jogou longe o enorme pedaço de carne espatifada que tinha arrancado do Garou e cravou novamente suas presas no pescoço do monstro. Aproveitou-se da enorme reserva de sangue e aprimorou sua força para os possíveis próximos combates (+2 pds em força, deixando no 6 pelo resto da cena). Depois bebeu, bebeu e bebeu, até estar totalmente saciado. O sangue do lupino era como um êxtase para ele, o Gangrel deliciava-se daquela refeição com grande prazer. Depois de terminar, abriu um leve "sorriso canino". Os dentes ensanguentados eram assustadores, além do fato de que animais comuns não fazem isso. Elyon sorria de prazer. Prazer pelo massacre do lupino (embora não quisesse perder tempo com eles, ainda assim detestava-os), prazer pela deliciosa vitae e prazer pelos benefícios que receberia quando a cidade fosse retomada pelo Sabá.
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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 5:43 pm

@Marie Antoinette
O andar superior lembra a todos a situação delicada em que se encontram. O perigo eminente, um leve sabor do que os espera... Ele está inclinado. Não muito, é verdade. Talvez uns 10, 15 graus? Mas definitivamente é coisa demais para um arranha-céus. Pensar que os próximos 120 andares também estão com essa inclinação causa calafrios. E sustentados pelo quê? A cauda do avião? Uma ou duas vigas?

Que tipo de míssel será esse? Quem lançou? A qualquer momento o avião pode explodir, e depois...?

- Precisamos sair logo. - Diz Hermett, carregando Felícia nas costas (ou parte dela), e isso é o bastante para sanar qualquer indecisão.

Todos caminham com certo cuidado em direção às escadas, o terreno está avariado e a inclinação não ajuda em nada. Leonora, em dado momento, apoia-se na parede.

- Hermett... Hermett! - Ela clama por seu irmão.

- O que houve? - Ele se vira, ainda segurando uma ofegante Felícia.

- A Mortalha! O Véu está completamente escancarado, é muito perigoso!

- Mas é claro que é, Leonora. Olhe ao redor!

- Não, Hermett, você não entendeu. É muito pior! Eu acho que vai...

- Ainda dá tempo de se afastar?

- Eu não sei.

- Vamos. - Ele parece acelerar o passo.

Thérèse parece catatônica, talvez mais que sua mãe cainita. Os acontecimentos recentes parecem ter sido demais para ela. Como um robô automático, ela apenas segue com os olhos vazios. Olhos encarando aquela meia-mulher que estranhamente cicatrizou em segundos a carne rasgada de seu torso.

- O que vai acontecer? - Ela pergunta, mas suas palavras são uma curiosidade vazia e sem um alvo específico. Provavelmente Antoinette foi a única a escutá-la.

O grupo alcança as escadas. Hora de iniciar a subida novamente.
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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 6:16 pm

@Elyon Kameroth
Elyon faz um verdadeiro banquete do sangue. Ele está eufórico por ter derrubado um Garou com tanta facilidade, e a cada delicioso gole ele fica mais e mais animado. Animado... até demais.

Respirando rápido como um cachorro louco, ele sorri com olhos vidrados enquanto examina o resto do ambiente.

O Tzimisce finalmente se revela. Uma criatura bizarra, como era de se esperar. A cabeça estranhamente alongada e com um par de chifres de bode adornando as laterais. O corpo, fino e longo, parece ao mesmo tempo rígido mas frágil. É perturbador.

O Tzimisce inicia sua própria transformação, tornando-se algo pior. Seus ossos tomam formas mais violentas. Espinhos lhe rasgam carne e pele, sua costela infla e enrijece, seu rosto afunda e um maxilar aumentado toma lugar. Ele também se recupera, banqueteando-se do lupino depois que Elyon termina.

Geronimo é o único que não encosta no Garou.

- Vamos subir. Fiquem atentos, os próximos não serão tão fáceis. - Ele diz.

Elyon está à mil por hora, como se tivesse ingerido trinta litros de energético, café, coca-cola e LSD. Mas ele bebeu algo muito pior que isso, não foi? Sangue de Garou. A ira da criação em sua forma líquida.

Ele ouve o embate como se fosse na sala ao lado. Três andares acima, na segunda sala da direita. Dois Garous... quantos vampiros? Dois, três? São muitos gritos, é difícil discernir.


Última edição por Gam em Sáb maio 11, 2013 6:21 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Pri Sáb maio 11, 2013 6:20 pm

Andava com cautela, cada passo pensado como se estivesse pisando em ovos. Sentia-se assim, afinal o prédio poderia afundar a qualquer momento. Talvez a mais pequena pressão dos andares pudessem destruir todos em um enorme raio pela explosão. Talvez pudessem se livrar do míssel, jogá-lo pela janela. Mas duvidava que isso fosse servir de alguma ajuda, apenas pioraria a situação. Tudo o que fizessem, ela sabia que iria piorar. As pessoas que estavam abaixo, será que haviam conseguido escapar? Fechou os olhos com força, pensando em seus outros filhos, preocupando com eles. Havia conseguido salvar apenas Marie Thérèse... Mas será que ela desejaria ser salva agora? Lauren, onde estava ela?

Observou Felicia em seu estado deplorável e resmungou baixinho alguma pequena maldição. Estariam todos daquele modo por causa dela e seus filhos? - O que vocês fizeram, Thérese? No que foram metidos por minha causa? - falou baixinho, se sentindo derrotada. Retirou os sapatos de salto que usava para que assim pudesse vencer a inclinação com uma maior velocidade e os jogou em um canto do prédio. Já estavam arruinados, de qualquer modo. Assim como a barra de seu belo vestido preto... Estar deplorável para ela também era motivo de lamento.

Só não entendia a razão pela qual continuavam subindo, como sairiam? Chegariam a tempo, em que andar estavam? Decidiu que seria a primeira coisa que buscaria saber quando alcançassem as escadas. Mas parecia que sempre as coisas podiam piorar, e pelo jeito de Lenora e Hermett aquela ocasião não seria diferente. Não sabia o que os dois queriam dizer com Mortalha, mas não podia significar boa coisa. - Eu não sei, Therese... Vamos todos morrer antes de sair do prédio, provavelmente. - Deu de ombros, não se incomodando com aquela realidade. - Posso ser mais rápida... Posso ir na frente e verificar os caminhos mais seguros para passarmos. O que acham? - Ficar sem fazer nada não estava lhe ajudando, não ajudando ninguém. Não podia nem sequer usar sua capacidade de apurar sentidos, senão acabaria se cegando na "proxima esquina" dos corredores.
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Mensagem por No One Sáb maio 11, 2013 8:51 pm

Êxtase. Paranoia. Prazer. Excitação. Delírio. Fascínio. Agitação. Eram inúmeras as sensações que o Gangrel presenciava naquele momento. Seus olhos tornavam-se ainda mais amarelados e lacrimejavam sangue. Seu corpo estremecia, sua respiração acelerava freneticamente, suas garras esticavam-se na medida em que ele rasgava o chão com um sorriso canino simplesmente insano e assustador. Elyon virava-se para trás com um salto. Ele observava seus próprios aliados, e também procurava por possíveis inimigos que poderiam surgir de repente, assim como ele surgia quando ofuscado. Seus olhos, antes vidrados, agora viravam a mil por hora, junto de sua cabeça. Ele parecia espreitar todo o ambiante, como se a qualquer momento algum inimigo pudesse surgir do nada para atacá-lo. Ou talvez seus próprios aliados! Aquele Tzimisce horripilante, porque ele tinha se transformado? Em algum lugar de seu consciente, ele sabia que aquilo era uma atitude óbvia antes de um combate, mas a paranoia que sentia fazia-o desacreditar até mesmo de seus aliados. Contudo, ele controlou-se. Sabia que estava em desvantagem ali, os dois eram cainitas poderosos! Melhor manter-se quieto e atento, torcendo para que eles não o atacassem. Mas se o fizessem, ele estaria pronto para devolvê-los o golpe!

-Elyon... - Uma voz ecoava no ambiente. Uma voz que ele não reconhecia de imediato, mas era uma vez feminina.

O Gangrel deu outro salto para trás, sua cabeça e seus olhos freneticamente procurando quem havia proferido as palavras.

-Você não reconhece minha voz, Elyon? Ou melhor, Ulisses. - A voz feminina continuava, enquanto Elyon arregalava seus olhos procurando pela mulher. Normalmente, ele não demonstraria fraquezas como aquela. Mas naquele momento, ele não estava normal. - Você não vai me encontrar. Eu estou na sua mente, eu estou em você! Meu sangue flui em você! Como podes me esquecer? - Continuava a mulher.

-Kyria!! - Elyon respondia em sua própria mente. Seu corpo, antes frenético, agora paralisado diante da viagem mental. - Eu não te esqueci, minha criadora. Oh, Kyria, como eu sinto sua falta! E você está aqui, realmente? Sempre esteve, mas só agora falas comigo? Esclareça minha mente! O que eu posso fazer para tê-la novamente aqui, comigo?

-Você me envergonha, Elyon! Maldita noite em que te abracei! Nem para vingar minha morte serviste. Teu destino é o fracasso! Tu és um fracasso! És minha vergonha incorrigível! Tomara que prevaleça em tua não-vida miserável por longos anos, para que não tenha que encontrá-lo do outro lado. - E então a voz de sua senhora silenciava-se.

As palavras que ecoavam em sua mente feriam o espírito do Gangrel como mil lanças atravessando sua pele. Aquela dor era tão grande quanto a que sentira quando sua senhora encontrara a morte-final. Ele agora sabia o que ela pensava dele, ao observá-lo do outro lado. Os seus planos de vingar sua morte não tinham sido o suficiente para ela, pois ele era fraco demais para concretizá-los. Kyria o odiava... A sua amada criadora o desprezava! Não era possível, não podia ser. O Gangrel negava para si mesmo as palavras que escutara.

-Kyria, me perdoe! Eu vou vingá-la! Por favor, não me deixe de novo! - Os gritos mentais de desespero ecoavam a mente do Gangrel. Contudo, ninguém respondera.

Durante a viagem mental, Elyon permanecia paralisado fisicamente. Tudo aquilo não tinha durado além de alguns segundos, mas pareciam uma eternidade para ele. Era como se ele sequer estivesse ali, fisicamente falando. Contudo, quando a viagem mental terminara, ele retornava até seu corpo. A dor que sentia parecia menos real ao retornar, era como se todas as suas emoções estivessem ampliadas a mil. Como aquilo tinha sido possível, afinal? Elyon estava em uma plena confusão mental. Por fim, voltou a preencher novamente a sua mente com a paranoia. Era quase como se o diálogo mental tivesse sido um sonho, ele ainda o sentia, mas em uma intensidade bem menor. Voltou a mirar olhares para todos os lados, tomado pela paranoia de outrora.

Seus inimigos... Ele queria destroçá-los! Ele os ouvia a distância, lutando entre si. Alguma coisa em sua mente o dizia que aquilo não era correto. Mas porquê? Todos eram inimigos, ele já não lembrava mais o motivo de não atacarem. Ah, foda-se! Ele precisava extravasar aquela euforia! Não sabia porque os sabás ainda estavam parados, estavam o observando? Se ele tomasse medidas erradas, eles poderiam querer atacá-lo, e ele não seria capaz contra dois vampiros antigos. Oh, merda! Se ele não deveria atacar os outros inimigos, pelo menos se divertiria com o morto. Cravou suas presas no lobisomem morto, rasgando pedaços, destroçando-o ainda mais, quebrando seus ossos, transformando-o em uma verdadeira pilha de carne triturada!
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Mensagem por Gam Sáb maio 11, 2013 9:57 pm

@Jorge Altobello
Em meio à um andar cercado por fogo e o que aparenta ser a grande aeronave batida, pode-se ver várias manchas de sangue, vários humanos mortos e um em especial, que se mantém por um fio de vida. Um fio emprestado por uma personalidade inusitada... Uma Aparição.

Gosto de Fim, a morte de Kurt Marshall Ghost_of_christmas_future_by_shuangwen-d34wppr

Não são todos os que morrem que tem seus espíritos presos ao mundo material. Na verdade, quando isso acontece eles já estavam presos por algum motivo. Dívidas, desejos, frustrações, projetos importantes inacabados... Mas uma coisa que Jorge Altobello nunca ouviu falar foi de alguém que tornou-se uma Aparição por vontade própria. Por que alguém passaria a vida juntando problemas e dívidas e mágoas propositalmente, em um caminho constante de destruição e auto-destruição, só para se tornar uma Aparição? Ele não entende o motivo, mas ele vê claramente isso. Fim. É Fim seu codenome. Um homem que passou a vida matando e fazendo todo o tipo de serviços inumanos com o único propósito de morrer e se tornar uma alma atormentada.

E agora Fim precisa de ajuda. Por algum motivo, ele precisa de influência terrena. E não é fácil encontrar alguém de boa intenção precisando de uma Aparição como ele, certo? Talvez seja por isso que ele esteja tão preocupado com aquele humano morto. Talvez seja por isso que ele esteja lhe passando sua energia vital, pouco a pouco. Mas não é o bastante. Se ninguém o salvar, será tarde demais. Tarde demais para os dois. Tarde demais para o que quer que Fim esteja tramando.

Altobello vê os vários lances de escada. Ele vê que há um longo caminho até chegar lá, talvez não dê tempo. E ele sabe que, entre ele e esse estranho episódio, existe uma série de inimigos escondidos. Alguns temendo ser encontrados, outros ávidos por encontrar alguém.

E eles não serão seu único problema, certo? Conforme tinha sua visão, como num sonho louco, Altobello continuava subindo com suas pernas trabalhando automaticamente. E agora ele chegou no 14º. Ele, ofuscado, se depara com seus colegas. Bom sem dúvida devem ser eles.

Um homem de porte, muitíssimo apessoado, segura um florete ensanguentado, cuja lâmina ele limpa na barra da camisa. Perto dele, um monstro Tzimisce com chifres de bode em forma de combate. Entre eles, um pastor alemão negro consideravelmente maior que o normal despedaça freneticamente o corpo do que aparentemente já foi um Garou. Parece que eles estiveram ocupados.
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Mensagem por Padre Judas Sáb maio 11, 2013 11:00 pm

ㅤㅤEm caso de incêndio, utilize as escadas. Um sábio conselho, no entanto bastante cansativo. Nós vampiros não precisamos forçar nosso pulmão ou coração a bombear oxigênio e sangue, é verdade, mas nossas pernas ainda sentem a dor do esforço físico como um humano qualquer sentiria. E por Caim! Quantos degraus! Afastei esse pensamento da minha cabeça, deveria me concentrar na missão. A qualquer momento um Garou poderia saltar de algum corredor e eu deveria estar focado.

ㅤㅤ- "Ok, Jorge... limpe sua mente." - A única coisa que se repetia constantemente dentro da minha cabeça era o padrão dos degraus que eu subia de novo e de novo. Nem mesmo os passos podiam ser ouvidos, eram silenciosos demais. Entretanto, era como se eu imaginasse tais sons, e de alguma maneira, essa repetição hipnotizante me levou à alguns andares acima.

ㅤㅤEra o andar do avião. Trigésimo primeiro. Sim, eu contei antes de entrar no prédio. Praticamente todo o andar estava sendo consumido pelas chamas, mas o que me chamava a atenção era uma aparição. Ou como alguns preferem, fantasmas. Tive a sensação de já conhecê-la a tempos, duvidei da minha memória por alguns instantes, mas definitivamente não. Eu não a conhecia. Enfim, aquela criatura, que já fora tão maligna, estava tentando prorrogar a vida de um mortal pelo máximo de tempo possível. Algo que seria, no mínimo... curioso. Teria aquele homem alguma utilidade? Com certeza. A pergunta certa era: Qual?

ㅤㅤQuando dei por mim, já havia subido cinco andares no modo automático. Se um inimigo me encontrasse nesse meio tempo seria o meu fim. Não que o que eu tenha visto fosse inútil, mas daqui pra frente, seria mais seguro me manter firme neste plano. Até porque, ali estão os demais. Aquele Tzimisce deveria ser o filete de sangue que me acompanhava no terraço. E a menos que a Camarilla começasse a aceitar Demônios, esses membros eram aliados. Outros dois estavam presentes, um provável Gangrel e aquele com um florete deveria ser a sombra.

ㅤㅤA Ofuscação me oferecia uma posição de vantagem tanto pra mim, quanto para o grupo. E apesar de haver uma clara necessidade de comunicação, não estava disposto a jogar essa posição fora. E da mesma forma, precisava fazer com que eles se apressassem até o trigésimo primeiro andar. Havia uma solução simples, algo que estou acostumado a manipular. Trevas.

ㅤㅤUma porção de sombra qualquer bruxuleou ante o vampiro do florete. Escolhi ele por crer que aquele teria uma empatia maior com as sombras a ponto de entender que havia outro Lasombra tentando se comunicar. Agora que já havia chamado sua atenção, a sombra assumiu a forma de um "31º", e em seguida "Rápido!". Deveria ser o suficiente.

ㅤㅤO que me preocupava era o pastor alemão. Ele provavelmente ingeriu uma quantidade considerável de sangue Garou, e assim, quando se deparasse com o fogo, colocaria todos nós em um perigo iminente. Ter meu peito trespassado por garras não era minha intenção. De qualquer forma, melhor ir andando. Se nada acontecesse até lá, me revelaria um andar abaixo e os pararia. - Esperem. O próximo andar está em chamas. Não seria inteligente combinar sangue Garou com fogo. - Esperei-os processar a informação. Um tempo para um eventual questionamento, e então prossegui. - Mas há algo lá que pode ser interessante à seita. Se algum de vocês não se alimentou do Garou e quiser me acompanhar...


Última edição por Roiranhardt em Dom maio 12, 2013 3:42 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Correções gramaticais.)
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Mensagem por No One Dom maio 12, 2013 11:06 pm

Após transformar o que restava do lupino em uma verdadeira pilha de carne e ossos triturados, Elyon sentiu-se um pouquinho mais aliviado. Mesmo assim, pouco demais para minimizar sua vontade de matar. Seus olhos, extremamente atentos mesmo quando ele triturava o corpo morto do Garou, captaram uma mensagem escrita por sombras na parede. A mensagem pedia que seguissem para o 31º andar imediatamente. Provavelmente aquilo não era obra de Gerônimo, uma vez que ele estava totalmente apto a falar e demorou alguns instantes lendo a mensagem.

Elyon, extremamente tenso pelo sangue garou consumido, suspeitava que aquilo poderia ser uma armadilha. Por que um aliado comunicaria-se desse jeito, se ele poderia simplesmente falar? Ele estava se mantendo ofuscado, coisa que o próprio Elyon tinha experiência. Muito provavelmente aquilo tudo era paranoico demais, uma vez que o próprio Elyon também evita desmanchar o encanto da ofuscação sem necessidade, mas quem disse que a paranoia seguia pelo padrão da lógica? Elyon voltou a utilizar sua ofuscação, mesmo sabendo que seria mais difícil ofuscar-se na frente de observadores. Continuo tentando ofuscar-se, até conseguir, não importando se teria que utilizar várias vezes.

Na medida em que utilizava sua disciplina de Clã para sentir-se mais seguro, percebia que os sons provenientes do combate tinham parado, e tudo que restava era um barulho de algo pingando (provavelmente sangue). A chance de finalmente poder atacar surgia, e o Gangrel partia em disparada para o local. Pouco importava a mensagem escrita na parede naquele momento, pois além de suspeitar de uma emboscada feita pelo seu próprio aliado (se é que ele era aliado), Elyon só pensava em rasgar mais carne de quem quer que estivesse vivo.

Ao chegar no local, deparou-se com uma sala desastrosa, repleta de cinzas e com apenas um indivíduo caído no chão. Paranoico, Elyon julgou que aquele indivíduo poderia ser um lupino ou cainita fingindo aquela cena para pegá-los desprevenidos quando eles se aproximassem. Elyon respirou forte e detectou o cheiro de morto-vivo do cainita, garantindo que não tratava-se de um lupino. Contudo, eles não sabiam se aquele cainita estava em torpor ou não. Sua vontade era de destrocá-lo por completo, independente disso. Porém, sua racionalidade o dizia para não fazer isso, uma vez que os outros poderiam querer interrogá-lo. Além disso, na mesma medida em que Elyon tinha ficado extremamente agressivo ao ingerir tanto sangue lupino, ele também tinha tornado-se muito mais medroso e paranoico. Ele não queria arriscar o seu pescoço, mas ao mesmo tempo queria destruir tudo e todos. Ficou observando os demais invisível, vendo que atitude tomariam em relação ao corpo. Enquanto esperava, seu corpo estremecia de tensão e contradição entre o seu medo, sua ira, sua paranoia e sua confusão mental.
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Mensagem por Gam Seg maio 13, 2013 1:34 am

@Elyon Kameroth
Farejando o corpo, Elyon não tem mais dúvidas. De fato é um cainita. Da Camarilla, inclusive. Ofuscado, ele se mantém à parte, sua presença constantemente hipnotizando todas as mentes para ser ignorada. Elyon acredita estar mais seguro assim.

Geronimo é o próximo, ele apoia a ponta do florete no chão e se abaixa em frente ao corpo. Com o dedo, ele apoia o queixo e delicadamente levanta a cabeça do infeliz, interrompendo as gotas de sangue que pingavam.

- Ei, acorde. - Ele diz.

O cainita pisca algumas vezes e, por fim, abre os olhos. Ele olha de Geronimo para o Tzimisce, do Tzimisce para Geronimo...

- Heh... Sabá. - Uma tentativa de sorriso parece se esboçar em seu rosto rasgado.

- Sim. O que aconteceu aqui? - Geronimo pergunta.

- Heh... Seus aproveitad... Cof... proveitadores. Você já vai des...

Ele não consegue terminar a frase, pois é interrompido por um rugido ensurdecedor que vem de trás de Geronimo pegando à todos de surpresa, inclusive Elyon que ainda se mantém ofuscado.

O rugido é grave, alto, longo e lhes gela cada átomo, paralisando suas almas de dentro pra fora, arregalando seus olhos, lhes fazendo gritar de susto como garotinhas. Os cainitas do Sabá, os tais monstros que se declaram os piores dentre os malvados...

Mas não é só isso. O Tzimisce, seja lá qual for seu nome, é completamente aniquilado quase que simultaneamente ao urro. Surgindo literalmente de pleno ar, um gigantesco Garou o esmaga contra o chão como um inseto, empunhando uma espécie de grande faca de prata com seu braço colossal. O Tzimisce se quebra em várias partes e se torna um monte de tripas e carne e osso irreconhecível com apenas um golpe.

Este Garou é muito maior que o anterior. Como se um Garou não fosse super-desenvolvido por si só, este tem os músculos com o dobro do tamanho, parecendo até deformado. Sua pelugem acinzentada apresenta marcas rúnicas tingidas e tatuagens místicas no peito. O animal enorme também possui uma série de argolas como brincos em sua orelha, e seu olhar apresenta uma calma assassina intrinsicamente perturbadora.

Geronimo instintivamente salta para o lado, rolando e parando de frente para o Garou com o florete em punho. Ele parece sério, mas não consegue esconder uma enorme preocupação em sua face. Sua têmpora sua frio.

Spoiler:
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Mensagem por Gam Seg maio 13, 2013 3:03 am

@Jorge Altobello
Após subir um andar, Altobello nota que o grupo não continua. Eles param em uma sala semi-destruída onde claramente houve um embate entre Garous e Camarilla e, pelas cinzas e roupas por toda parte, os Garous venceram. Ainda há um Membro semi-acordado, e eles param para interpelá-lo. Altobello não, ele continua.

Furtivo, ainda se valendo de sua Ofuscação, ele sobe o primeiro lance de degraus em direção ao próximo andar, mas algo lhe chama a atenção... Um rugido alto e feroz atrás de si, vindo da sala onde ele deixou seus colegas de Seita.

E agora? Seguir a sua estranha visão e descobrir o que aquele humano tem de tão interessante e deixar seus colegas nas garras da morte? Voltar para ajudá-los e deixar o humano nas garras de seu próprio fim? As duas opções parecem perigosas e de pouco lucro... É, Jorge, ninguém falou que seria fácil.
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Mensagem por Gam Seg maio 13, 2013 3:42 am

@Marie Antoinette
Já passaram por dois grupos de sobreviventes humanos que vinham no sentido contrário ao deles, na esperança de chegar no térreo antes que tudo fosse à chão. Nessas passagens, Felícia habilmente fingiu-se de morta e Hermett não respondeu qualquer pergunta. Agora, estão no 29º andar. Por agora, o silêncio mórbido toma conta. Mas é sempre bom lembrar que caminham por cima de um míssel estável prestes a explodir.

- Ainda não, me dê um instante. - Responde Leonora, chamando seu irmão novamente em seguida. - Hermett. Hermett! Preciso de uma janela.

- Acha que já subimos o bastante? - Hermett pergunta.

- Preciso ver.

Hermett então chuta uma porta e cuidadosamente caminha pela sala inclinada, encontrando apoio para ajudar sua irmã.

- Esperem aqui um instante. - Ela diz para Antoinette e Thérèse enquanto entra na sala.

Pela primeira vez, mãe e filha estão a sós. Não apenas a primeira vez esta noite, mas em dezenas de anos. A situação é... constrangedora, pra dizer o mínimo.

- Eh... - Thérèse faz menção de dizer alguma coisa, mas escolhe por manter-se calada, olhando para o chão.

- Aqui está bom. - Antoinette pode ouvir Leonora dizendo lá dentro. - Aqui está bom! - Ela diz agora na intenção de chamá-las. - Podem vir, nós vamos sair.

Se Antoinette e Thérèse adentrarem a sala inclinada até a janela, terão a vertigem de ver a cidade dezenas de metros abaixo. É inviável saltar dali, mesmo para um cainita resistente.

- Não se preocupe. - Hermett, encostado à parede com Felícia nas costas, é quem explica. - O mundo além da Mortalha tem sua geografia própria. Há um prédio ali, chamam-no "sombra do Empire State". O problema é... - Com o olho, ele indica Leonora que agora arregaça as mangas e coloca a cabeça para fora, olhando de um lado a outro como se examinasse a situação. - Só Leonora pode tocá-lo. Teremos todos que nos segurar nela até que nossos contatos nos passem para o outro lado. Não se preocupem, nós podemos convencê-los. Eu só não sei quanto tempo isso pode demorar... Por isso é melhor só saltarmos... Bom... No último momento.

Ele então procura algum lugar para se sentar.

- Até lá, mantenham-se próximos.

Hermett descansa sem tirar Felícia das costas. Leonora parece cochichar sozinha apoiada no parapeito da janela inclinada, o corpo quase que metade para fora. Thérèse recolhe-se no outro canto da sala, sentando sobre uma mesa de escritório virada.
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Mensagem por Gam Seg maio 13, 2013 3:47 am

@Kurt Marshall
Kurt Marshall não se lembra como chegou ali, nem de como era sua vida antes disso.
Ele só sabe que está lá agora. Ele se vê de longe, como um espectador. Bom, não é bem ele... É ele, mas não é. É como uma névoa luminosa e disforme. Mas ele sabe que é ele, de algum modo.

E ele voa pela imensidão do... O que é isso? É vazio e escuro, mas não é o espaço.

O cenário muda. Ele vê um bebê. Um bebê familiar, talvez seja ele próprio... Oh, não, que bobice. É seu filho, o pequeno Nero. Olá, Nero! Mas onde está Tamamo? Kurt se lembra de Tamamo, se lembra também que ela não devia estar aqui. Só não se lembra porquê.

Ele vê algo errado, então. Algo estranho, invasivo. Todo seu sonho de luz é interrompido por aquela... Coisa. É uma névoa também, mas não é luminosa. Ela é escura, e por onde ela passa ela mancha. Ele não sabe quem é, mas está estragando tudo.

E ela o rodeia, sem tocá-lo, como se o provocasse. Sai, névoa escura, sai! Sai desse sonho!

Sonho?
Não, não é um sonho. Kurt Marshall sabe que não é. Mas o que é, então?
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Mensagem por Gam Seg maio 13, 2013 1:56 pm

@Jorge Altobello
Jorge Altobello não perde um segundo decidindo. Ele continua subindo as escadas, indiferente à seus pretensos parceiros. Isso se não acelerar ainda mais o passo.

Por vários andares, Altobello sobe sem interrupções. Mas no 23º acontece algo peculiar. Começa logo quando ele pisa no andar... Antes de ter a chance de tomar o primeiro degrau da próxima escada, ele ouve passos. Furtivo, Altobello esconde-se, colando contra a parede.

Ele vê um gordo homem correndo, ou melhor, tropeçando por sua vida. Ele vem virando a esquina, sua barrigona está aberta com as tripas pendendo, atrapalhando seus passos. Jorge não o reconhece, mas imagina tratar-se da Camarilla. O homem por fim cai, ele parece muito cansado e ferido. Ele se vira para trás e aponta sua bengala.

- Aa-aaaaah...! - Parece que ele pensou em dizer alguma coisa, mas suas palavras não saíram. Indiferente, também, seus inimigos não escutariam nada.

À uma velocidade assustadora, a cabeça do homem é arrancada pelos enormes dentes de um Garou acinzentado de olhos azuis. O animal enorme cospe a cabeça do cainita fora, babando sangue, e imediatamente em seguida olha para Altobello, à despeito da Ofuscação. Não é possível que seja uma coincidência. Ele olha diretamente em seus olhos. O Garou dá um passo em sua direção, mas é impedido por uma enorme mão cinzenta, outro Garou.

O segundo olha para Jorge também, ele grunhe algo que o LaSombra não consegue identificar. Mas, seja o que for, parece ter lhe salvado a pele, porque o primeiro Garou se vira e toma um novo caminho.

Altobello prossegue a subida até, enfim, chegar no 31º andar. Silenciosamente, ele abre a porta corta-fogo e adentra o hall.

Há fogo incontido por toda a parte. O enorme avião, agora completamente avariado e destroçado, amassa seu enorme nariz contra a última parede do prédio, depois de ter aparentemente destruído todas as outras. Há rombos no teto e no chão, conectando o andar aos adjacentes. E morte, morte por toda a parte. Humanos mortos das mais variadas formas, de asfixia à desmembramento. Altobello olha próximo ao nariz da nave e pode ver o humano ali, jogado no chão. Ele não pode ver a Aparição, contudo. Talvez ela ainda esteja ali, talvez seja tarde demais.

Altobello; Medo Vermelho
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Mensagem por Padre Judas Seg maio 13, 2013 6:14 pm

ㅤㅤOs outros três começaram a subir, porém, levando em consideração o fato de que o prédio poderia desabar à qualquer momento, estavam despreocupados demais. Eu apressaria os demais, mas preferi evitar atritos. Aquele Gangrel estaria à beira de um colapso. A gota d'água foi quando pararam no próximo andar para questionar um Membro sobrevivente. - "Se é tão importante pra vocês, podem ficar aí mesmo..."

ㅤㅤAssim como fiz em Londres, avancei solitário. E assim como aconteceu em Londres, esperava alcançar o maior dos prêmios. Ainda não estava longe quando ouvi um rugido. Um membro qualquer poderia voltar e os ajudar. Eu não tinha motivos para fazê-lo. Pra eles, eu era apenas um fracassado. Pouco me ajudariam em meus objetivos. "Não há espaço para compaixão no coração de um morto-vivo." Além disso, eles dão conta.

ㅤㅤ- "No topo da Torre, há um troféu." - Essa ideia me instigava a continuar subindo e subindo, mesmo que minhas coxas e panturrilhas queimassem.

ㅤㅤDe repente, começo à ouvir passos. E estavam se aproximando. A cena que presenciei beirava o ridículo. Um gordo correndo desesperado. Sua grande pança estava dilacerada, permitindo que as entranhas se arrastassem pelo chão. Humano nenhum poderia correr nesse estado, de forma que era, obviamente, um vampiro. Camarilla, com certeza. Porém, o que veio depois não teve nada de ridículo.

ㅤㅤUm Garou voou por cima do gordo, levando sua cabeça entre as presas. Não que eu nunca tenha acompanhado uma decapitação, mas a ferocidade com que o lupino a executou e em seguida olhou nos meus olhos, como se soubesse que eu estava ali, me paralisou. Estava perto demais para correr. Sem dúvidas seria o meu fim. Mas uma grande e peluda mão cinzenta permitiu que eu continuasse neste mundo. Não faço ideia do porque de me deixar vivo. O gordo era tão importante a ponto de fazer questão de matar ele, e não a mim? Se ele foi alguém decente um dia, não consegui imaginar a cena. Talvez, simplesmente não queriam passar mais tempo com uma bomba relógio pronta pra derrubar todo o edifício. - "Eu deveria seguir eles."

ㅤㅤ- "Não, Medroso! Continua subindo!" - E porque você acha que o nome da Trilha é "da Noite Fria"? Razão acima de tudo. E a racionalidade dizia que lá em cima tinha algo importante. Por isso, voltei a subir.

ㅤㅤFinalmente o trigésimo primeiro andar. O cansaço é evidente. Mas a ansiedade de saber o que o humano tinha de tão especial era maior e então abri a porta. Fogo! - "Volta, Jorge! Volta!" - Parte de mim quis desistir, mas eu ignorei. Forcei-me a ir em frente. O fogo deixava minha visão turva. Simplesmente um mundo vermelho-alaranjado.

ㅤㅤNão conseguia ver o tal Fim. A luz me ofuscava, mas encontrei o mortal. O segurei pela perna e o arrastei de volta até as escadarias.

ㅤㅤMorto. Claramente morto. Se ainda restasse algum sangue dentro dele, eu bebi, como manda o ritual do abraço. Agora eu precisaria de alimento para a criança que nasceria. Teria que voltar naquele inferno de calor e buscar outro humano ou iria ter um vampiro em frenesi pulando sobre mim. Eu poderia lidar com isso, mas de que adiantaria transformá-lo só pra matar em seguida? Não me entenda mal, eu não estou sendo bonzinho. É que deixar as coisas fáceis pra ele agora, é deixar as coisas fáceis pra mim.

ㅤㅤFui lá, e da mesma forma como peguei ele, peguei outro humano qualquer. Esse ainda estava inteiro. Morreu asfixiado, pelo visto. Dá pra comer.

ㅤㅤMordi meu próprio pulso, e permiti que algumas gotas caíssem sob sua boca. Posicionei o almoço de forma que a criança olhasse primeiro para ele e não para mim. Agora era uma questão de tempo para o aprendiz nascer.


Última edição por Roiranhardt em Ter maio 14, 2013 12:15 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Correções gramaticais.)
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Mensagem por Dylan Dog Seg maio 13, 2013 10:23 pm

A MORTE E A FACE DO ABISMO


Spoiler:


Abria os olhos... Ou ao menos era isso que ele achava que estava fazendo. Ele podia ver algo brilhante e deforme... Uma luz.

- Onde... Onde... Estou? - O advogado não reconhecia o lugar, era tudo tão... VAZIO.

Não era como uma sala escura, era a completa ausência de qualquer coisa, até mesmo de luz. Parecia uma eternidade, viver ali, no NADA ABSOLUTO. Só o que havia era aquela coisa brilhante.

- Sou, eu? Que lugar é esse? Espera... Como eu vim parar aqui? - Ele se indaga sobre tudo aquilo, sobre como foi parar lá...

- Kurt... Marshall! Sou eu? - Ele tenta respirar... Nada vem. Ele estaria morto? Sem nada por perto Marshall tem a constante sensação de estar caindo, ou voando para alguma direção e ao mesmo tempo estando parado, sua mente giraria, mas não há NADA! Espere...

- Um... Bebê, que lidinho! hehehe. Estranho... - A tristeza toma conta de Marshall, ele não sabia quem era o bebê, ou sabia?

- Ne... Ro... Meu... Filho?... Sim... Meeeeuuu fiiilho. Neeero. Onde está sua mãe? Precisamos levar você pra casa... Não... A mamãe não está aqui hoje Nero... Papai só não sabe dizer onde ela foi... - A voz de Kurt era cansada... Não poderia ser ouvida por ninguém se não por ele. Palavras arrastadas que vinham da vibração de sua alma. Uma voz distorcida, fraca e triste.

É o momento então que uma névoa tão disforme quanto a de Marshall se aproxima, manchando tudo... Manchas em VERMELHO ESCARLATE.

Aquilo o rodeia... Aquela escuridão está envolvendo a LUZ de Kurt...

- Saia! Saia!... Me deixe em paz! - A luz se contorce, se expande, mas a escuridão a circula e aos poucos a tinge de VERMELHO.


- Nããão! O que?... Oque é isso?! Aaaarggg! - A alma de Kurt sofre, ele chora, não há lágrimas, bom, não há nada no VAZIO, mas se houvesse, haveriam lágrimas de Marshall.


- NERO! Papai vai te buscar NERO! Não se preocupe... Papai ta indo! - Uma voz chorosa é a última coisa dentro do VAZIO, ou seria aquele vazio... O ABISMO?!


SANGUE E RESSURREIÇÃO

Spoiler:


O sangue se infiltra nos vasos capilares do cadáver que um dia foi Kurt Marshall, como um veneno ele se espalha, infectando cada célula do corpo inanimado...
Braços...
Pernas...
Dedos...
Cabeça...
CANINOS!...

Ao mesmo tempo que reanima algumas coisas, mata outras...

O estômago definha, fígado... Rins... Pulmões... Tudo murcha e toma uma forma semelhante aos órgãos em vidros num laboratório.

Até que enfim... Chega ao CORAÇÃO!

A dor é lancinante, os olhos de Marshall se arregalam como se ele tivesse acordado de um pesadelo, sua mente gira... Gira... Gira... Gira...

Tem alguém com ele ali? Sua respiração é ofegante, seu corpo não sabe ainda que não precisa mais respirar... Suas pupilas dilatam, seu corpo estremesse...

- FO-ME! - Essas duas sílabas formam uma palavra feroz... Quem fala não é mais Kurt Marshall, É A BESTA!

Um URRO ensurdecedor ecoa pelo andar... Os olhar de Marshall é assassino... Um brilho vermelho vem do fundo de seus olhos.

- SAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANGUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! RRRRAAAAAAAAAAAAAAWWWWWWWWWWWWWWWWWWWNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN!!!!!!!!!!!!!

O monstro se ergue, uma fera sedenta por sangue... Há um corpo... Há sangue!

A criatura salta por cima do corpo inanimado de alguém que morreu por intoxicação. Seus caninos se projetam e ele os crava no pescoço de seja lá quem for aquele, como se não comesse nada há séculos. O monstro se levanta puxando o corpo junto com ele, agarrando aquele pedaço de carne. Ele drena a vitae, o brilho vermelho vai sumindo dos seu olhar e um prazer indescritível toma conta do corpo dele. Suas órbitas giram, aquilo é melhor do qualquer sexo, aquilo é melhor que qualquer droga, aquilo é melhor do que a melhor das comidas, aquela é a melhor das melhores sensações... Aaaaaahhh o gosto doce porém ferroso.

Uma gota escorre pelo canto direito do lábio de Kurt, fazendo uma linha rubra que escorre pelo rosto e desce pelo pescoço, até sumir dentro da camisa branca, agora com uma pequena mancha escarlate.

Acabou, morreu nesse dia Kurt Marshall, um pai de família dedicada, atormentado por um dom, que amava sua esposa e seu filho de tal maneira que fez contratos com o submundo, encarou vampiros...

E no mesmo instante, nasce mais um cainita, não, esse não é mais um cainita, nasce um La sombra, mais um temido pedaço do abismo emerge em forma de cainita...

Ele cambaleia pra frente retomando a consciência...

- O que... o que houve? Como eu to vi... O que aconteceu com esse cara?! Cadê a vampira que estava aqui? FIM?! FIM?! Orangotango, Garotinha, alguém?! O que está acontecendo?! - Kurt etá perplexo com
a cena, ele balança a cabeça para todos os lados procurando algo ou alguém que possa responder, ele segura sua cabeça como que tentando conter a sanidade dentro de si.

Ele queria poder para salvar a família... Agora o tem, mas isso custou caro.
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Mensagem por Padre Judas Ter maio 14, 2013 2:08 pm

ㅤㅤ- "Vamos! Eu não tenho todo o tempo do mundo!" - Aquela demora já estava me deixando impaciente. Os Garous de antes não iriam fugir a toa. O prédio logo logo iria desabar, e eu ainda estava lá dentro esperando a bela adormecida acordar. - "Ele falou alguma coisa?" - Ele falou alguma coisa. - "Finalmente!"

ㅤㅤPermaneci escondido nas sombras. A criança iria estar faminta, e aquele cadáver seria sua primeira ama de leite. Observei-o quase com um olhar paternal enquanto se alimentava. Quando deu por si, começou a questionar algumas coisas. - "'Essa vampira'? Heh! Eu sabia que ele não era um ignorante." - Não foi tempo perdido, no fim das contas. - "E ele conhece Fim. Ótimo!"

ㅤㅤMe revelei.

Spoiler:

ㅤㅤ- Você terá suas respostas, mas primeiro vamos sair daqui. - A sugestão teve peso de ordem. De qualquer maneira, seria o melhor. Para ambos.
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Mensagem por No One Ter maio 14, 2013 6:31 pm

Elyon puxa o ar para seus pulmões como se fosse um humano recém-salvo de um afogamento. Ele percebia que aquele ser caído era realmente um cainita. Não que Elyon menosprezasse o poder de sua própria espécie, mas depois de tantos imprevistos naquela noite, um cainita não parecia mais tão assustador, principalmente um caído. Mas ainda assim, Elyon estava paranoico e abalado emocionalmente o suficiente para não aproximar-se (não por sua personalidade, mas sim pela forte influência de sua Besta naquele momento). Enquanto o Elyon normal agiria de maneira tática, calculista e destemida em uma situação como aquela, demonstrando sempre ser um cainita confiante e sagaz, naquele momento ele não estava em sua plena consciência. O sangue Garou ainda estava forte em seu sistema, levando-lhe a passar por um turbilhão de emoções exageradas. Dentre elas, a paranoia, o pânico e a ira. Na mesma medida em que sua Besta estava no ápice de sua agitação e fúria, pronta para despencar em um frenesi absurdamente forte, ela também estava no ápice de seu medo irracional, um pânico sobrenatural e incontrolável a que todos os cainitas temiam sucumbir, talvez até mais do que o próprio frenesi. Por isso Elyon permaneceu parado, esperando que Gerônimo tomasse a frente e interrogasse o cainita. O breve interrogatório começou, e por um momento as coisas pareciam ter se acalmado. Nenhum novo cheiro no ambiente, nenhum barulho, nenhum imprevisto. Para o que fora um campo de destruição em massa segundos atrás, tudo parecia tranquilo demais naquele instante. Parecia...

Pedaços do Tzimisce voavam pelo local, diante de um ensurdecer e aterrorizante rugido. Tudo aconteceu muito rápido, ninguém esperava, ninguém parecia ter a mínima noção da presença daquele gigantesco monstro. Era um Garou muito maior que o anterior, empunhando uma arma em suas mãos, que tinha usado para esmagar o tzimisce como se esmagasse uma formiga. Gerônimo entrou em posição de defesa imediatamente, e Elyon tomou um susto gigantesco, ainda mais levando em conta a ampliação de suas emoções diante do sangue lupino em seu sistema. Todo aquele medo parecia ter congelado sua alma, bem como seu corpo. O que significava viver centenas de anos, só para morrer em milésimos de segundo? A imortalidade não parecia mais tão imortal diante daquela cena, muito pelo contrário. Elyon ficou em choque ao visualizar tal cena, seu medo de ser o próximo era grande.

Contudo, o Gangrel também foi tomado por outras emoções e pensamentos. Aqueles malditos Garous, ele os odiava ao extremo!! Criaturas estúpidas, fanáticas religiosas que condenavam os cainitas dizendo que eles eram escravos de forças que sequer conheciam. Inicialmente, seu ódio já estava presente, ainda quando ele não tinha ingerido tanto sangue de um deles. Agora, com tal sangue em seu sistema, aquele ódio estava mil vezes maior. Principalmente porque eles estavam estragando todo o plano! Se por um lado aqueles filhos da puta tinham sido úteis destruindo alguns vampiros da Camarilla, agora eles estavam sendo uma completa pedra em seu caminho. Elyon poderia fugir e deixar Gerônimo para contemplar a morte, mas não. Ele tinha planos de tornar-se um dos Bispos daquela cidade, e quanto mais vampiros do Sabá fossem destruídos, menos chances eles teriam de conquistar a cidade, e consequentemente sua chance de tornar-se um Bispo estaria perdida. Além disso, o ódio daqueles Garous que sentia naquele momento pulsava em suas veias em uma intensidade irracional, ele queria matar. Não tratava-se apenas de motivos racionais, tratava-se de amenizar o ódio de sua Besta, e se Elyon já detestava os Garous naturalmente, com sangue Garou em seu sistema então, o que ele sentia era absurdo. Logo, toda a paranoia e medo deram lugar a uma fúria e ódio implacáveis, que Elyon despejaria sobre aquele maldito filho da puta!

O sangue do lupino, que tanto tinha causado confusões em sua mente, agora bombeava-se pelas veias mortas de Elyon, ampliando sua velocidade sobrenatural em um nível absurdo (+2 PDS em destreza, +1 PDS para rapidez). Como um predador que realmente era, avançava furtivamente contra o Garou, valendo-se da mesma tática que o maldito tinha usado contra eles: a surpresa! Além disso, atacava pelas suas costas, dificultando ainda mais a sua detecção e focalizando um ataque ainda mais preciso (+1 ponto de força de vontade para acerto automático no primeiro ataque). Atacará quatro vezes seguidas, mesmo que ele já tenha morrido antes disso, destroçando-o por puro prazer.
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Mensagem por Dylan Dog Ter maio 14, 2013 8:26 pm

Kurt apanha o chapéu no chão, limpa a poeira e o coloca de novo.
Ele balança a cabeça afirmativamente disposto a seguir a figura sombria que se revelará.
Ele não sabia dizer ao certo. Ele inclinou a cabeça para a direita como se tentasse entender algo, só o que sentia é que podia confiar naquele homem obscuro, sentia algo semelhante a o de um filho por um pai.
O que seria aquilo? Esse sentimento por um desconhecido.

Tem algo úmido no canto direito da boca.
Marshall já está seguindo a figura sombria, enquanto passa a mão no rosto e ao observar seus dedos leva um susto...
SANGUE!

- O que aconteceu? O que eu fiz? - Ele pergunta confuso enquanto segue o tal homem.
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Mensagem por Padre Judas Qua maio 15, 2013 2:07 pm

ㅤㅤParei de repente, estava confuso. Ignorei completamente os questionamentos da cria, era como se eu nem tivesse escutado. E não escutei. Deveria subir e encarar aquele sujeito ou simplesmente procurar uma saída alternativa? Talvez se eu desse fim nele, as coisas não partiriam para aquele rumo. Talvez... E quais eram as garantias de que eu conseguiria? Se com um estalar de dedos que ele curvou aço, eu estaria em clara desvantagem. Sem mencionar a fornalha que se transformou aquele lugar.

ㅤㅤFinalmente decidido, voltei a descer. - Já usou uma arma antes? - Perguntei enquanto descia e virava à porta do trigésimo andar. Caso a resposta fosse sim, entregaria as duas Desert Eagle pra ele. - Não as perca em hipótese nenhuma.

ㅤㅤO plano já estava todo traçado em minha mente, e vim me preparando com antecedência. Fazendo com que o sangue corresse para meus braços e pernas. Parei em frente à janela que dava para o terraço onde esperei a hora de agir. - Se você quiser viver, criança, é melhor se controlar. - Eu podia ver o medo em seu rosto. Sim, iríamos descer por fora. Se caíssemos seria uma morte-final certa. - Tente não fugir.

ㅤㅤEntão meu rosto enegreceu, e em seguida se desmanchou em um líquido preto assustador. O mesmo foi acontecendo com meus braços e pernas e rapidamente meu corpo se transformou em um bolo de carne e sombras. Tentáculos brotavam do meu tronco. Tanto das costas, como do peito. Se a queda fosse algo a se temer, a criatura em que me transformei dispensa comentários. Estava contando com a coragem da criança. Uma dessas porções de trevas envolveu a cria, passando por baixo de seus braços. Para o bem dele, seria melhor que não se debatesse. Tive muito trabalho para chegar até onde cheguei e o abraçar, mas pior ainda seria fazer tudo isso e despencar 30 andares.

ㅤㅤOs tentáculos remanescentes me auxiliavam na descida. Meu objetivo primário não era o chão, e sim o décimo primeiro andar. Percebi que em uma linha reta, o ponto mais próximo para alcançar o terraço era lá, de forma que, assim que o alcançasse, invocaria um enorme braço do abismo com uns 8m do lado de lá. Ele teria que ficar apontado em minha direção para que eu pudesse saltar e me segurar nele. E esse salto seria a parte mais importante do plano, se eu falhasse, poderia perder toda uma eternidade, e isso jamais poderia acontecer. Eu teria que ser bem sucedido, não importando o que aconteça. Cerca de 2m seria coberta pela minha envergadura sombria, de forma que só sobraria mais 2m para cobrir pulando.

ㅤㅤE então a física cumpriria seu papel. Como um pêndulo, eu seria atraído para o prédio do terraço, deveria atingir o quinto ou sexto andar. Então eu entraria nele, entrando pela janela, ou a quebrando se necessário. Seria ótimo se eu encontrasse um lanchinho lá dentro.
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