Vampiros - A Máscara
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Qua maio 13, 2020 7:14 pm

TESTE:

– Deixe-nos passar, querido – disse.

– Ergh... Certo! Certo!

Por alguma razão o segurança se sentiu incrivelmente estúpido em não tê-los deixado entrar antes.

O local não era muito grande por dentro. O bar ficava à direita, a pista de dança à esquerda e haviam mesas e sofás por todos os lados. Mesmo não sendo grande, o local estava um tanto lotado. Haviam prostitutas sentadas nos colos dos clientes, sujeitos bêbados no balcão e seguranças de terno e gravata andando para cima e para baixo. As escada para os andares de cima ficavam perto do balcão do bar e haviam banheiros próximos da pista de dança, onde algumas garotas faziam pole dance e ganhavam agrados de verdinhas dentro de suas calcinhas e sutiãs.

– Bem – disse Dylan, que estava atrás de Olivia e bem ao lado de Virgilio –, aparentemente não está rolando nada demais, como era de esperar. Ninguém nos notou até agora.

TESTE:

Olivia via, no piso em que estavam, tudo o que era comum em um prostíbulo de tamanho modesto. Ela sabia que Patrick e seus capangas estariam no andar vip. A questão é: como ela fará para subir até lá sem chamar a atenção?

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Seg maio 18, 2020 4:07 pm

Segurança escreveu:– Ergh... Certo! Certo!

Ela sorriu de satisfação e adentrou o bordel, olhando para os lados. Não estava surpresa com o ambiente: já tinha pisado em lugares como aquele muitas vezes na vida, talvez mais do que seria recomendável para uma dama. Pensou que, se estivesse com ela, Fabrizio já teria chamado atenção de algumas garotas daquele puteiro - coisa que não demoraria a acontecer com Virgílio se ele continuasse dando sopa por ali. Seria uma boa ferramenta para ser usada.

Dylan escreveu:– Bem – disse Dylan, que estava atrás de Olivia e bem ao lado de Virgilio –, aparentemente não está rolando nada demais, como era de esperar. Ninguém nos notou até agora.

- Ótimo. - respondeu. - Nonno, escolha algumas meninas para fazermos uma pequena festa. Vamos para a ala VIP fazer algumas perguntas para elas e descobrir onde o irlandês está.

Assim que se viram na privacidade do quarto, Olivia encarou as garotas e respirou fundo. Hora da negociação.

- Meninas, é o seguinte: nós viemos resolver algumas pendências e acredito que vocês vão se beneficiar muito disso. - disse, e então mostrou a foto do procurado. - Não se preocupem, não somos da polícia e vocês não estão encrencadas. Pelo menos, não se forem boazinhas e me dizer em que quarto de Patrick Murphy. Este homem aqui. Nada vai acontecer a vocês se me disserem, mas preciso que sejam honestas comigo.

Seu tom era pausado e calmo, como de alguém que tenta jogar limpo e não quer fazer ameaça. No entanto, ao mesmo tempo em que tentava passar confiança, Olivia deixava claro que não ia gostar de ser enganada.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Seg maio 18, 2020 9:18 pm


Não foi difícil para Virgilio atrair a atenção das garotas. Uma conversa carismática, adocicada e com a ajuda de sua aparência de galã, ele pegou seis das melhores garotas do lugar e disse a elas que uma festa particular na área VIP as esperava, não apenas com ele, mas também com seus amigos – chamando Olivia de Kiara e Dylan de Mark. Seu terno caro e a quantidade de dinheiro que ele tirou do bolso garantiu acesso ao andar VIP sem nenhum tipo de questionamento por parte dos funcionários ou seguranças – e muito menos das garotas, é claro.

Teste:

O andar VIP não era muito diferente do andar inferior. Ele possuía menos quartos, porém eram maiores e um pouco mais elegantes. O corredor era estreito e havia algumas câmeras discretas e menores do que as outras antes vistas nos pisos inferiores. Olivia não as notou, mas Virgilio e Dylan sim. O vovô Giovanni aproveitou o escândalo das garotas e disse a Olivia em italiano e de forma discreta que aqueles pequenos discos brancos eram, na verdade, câmeras de segurança. Olivia então as analisou, se perguntando a razão destas não serem explícitas como as câmeras anteriores. O pior de tudo era que haviam homens suspeitos pelos corredores. Era evidente que não eram seguranças do local, e sim os capangas de Patrick. Eles estavam escorados nas paredes por todo o corredor e, apesar de darem pouca atenção ao bando de garotas que subia com Dylan e os Giovanni, também não davam pista nenhuma a respeito de qual poderia ser o quarto em que Patrick estava.

Olivia, Virgilio e Dylan estavam cercados pela roda de garotas, o que ajudou a camuflá-los de certa forma. Virgilio não perdeu tempo e abriu a porta do quarto VIP para todo mundo entrar sem ficar dando bobeira no corredor.

Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 1536586128

O quarto até que era bonito para um cafofo como aquele. As garotas já sentavam na cama e se preparavam para tirar a roupa quando Olivia decidiu abrir o jogo com elas.

Teste:

Olivia escreveu:– Meninas, é o seguinte: nós viemos resolver algumas pendências e acredito que vocês vão se beneficiar muito disso – disse, e então mostrou a foto do procurado. – Não se preocupem, não somos da polícia e vocês não estão encrencadas. Pelo menos, não se forem boazinhas e me dizer em que quarto de Patrick Murphy. Este homem aqui. Nada vai acontecer a vocês se me disserem, mas preciso que sejam honestas comigo.

As garotas começaram a tremer. Não estavam com medo de Olivia, mas estavam com medo do que iria acontecer em seguida.

– Por favor, não nos machuque – começou uma delas. – Não tivemos escolha. Elesjá sabiam que vocês viriam e nos forçou a participar, para distrairmos vo...

Nesse momento a porta foi escancarada com um chute. Dez homens entraram primeiro, com revólveres e pistolas de calibre pesado em mãos (Colt Python .357 Magnum, S&W 629 .44 Magnum e Colt 1911 .45 ACP). Patrick entrou por último com ar soturno e passada lenta. Ele era o único que carregava uma arma mais diferenciada e, obviamente, era a arma mais perigosa (Desert Eagle, .50 AE).

– Então vocês acharam mesmo que eu não sabia que esse imbecil – disse, apontando para Dylan – não estava de casinho com vocês e não ia caguetar meu lugar de farra? Vocês vêm no meu território e pensaram mesmo que eu seria burro de não estar preparado para vocês?

Patrick riu, fazendo um som de deboche logo em seguida.

– Vocês certamente vão dar uma boa mensagem para o Don de vocês, italianos de merda!

Teste:

Patrick se virou e, quando todos acharam que ele simplesmente iria sair do quarto, se virou com um sorriso maldoso, apontou a arma para Virgilio e disparou.

Teste:

O projétil .50 atravessou o peito de Virgilio que, com o impacto, caiu violentamente para trás da cama. O rugido daquele monstro causou pânico geral no quarto que, apesar de pequeno, foi cenário de uma correria desgraçada com as garotas indo de um lado para o outro, tentando de se proteger de serem alvejadas a qualquer custo. A última coisa que Olivia viu foi Dylan rolar para trás de uma poltrona e, literalmente, desaparecer – aparentemente ela foi a única que conseguiu perceber isso.

O pandemônio havia se iniciado.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Ter maio 19, 2020 9:38 pm

De fato, as garotas não tinham culpa. Olivia podia ser uma filha da puta desagradável, rabugenta e mal-amada, mas não era injusta - pelo menos, tentava não ser. Uma coisa era trair seus amigos, delatá-los para filhos da puta como aquele irlandês maldito. Outra coisa, totalmente diferente, era trabalhar num bordel brutalmente controlado por caras imundos como ele que coagiam putas como aquelas a fazer o que eles queriam enquanto apontavam armas para suas cabeças.

Que desperdício. Havia formas muito mais interessantes de assegurar lealdade e boa vontade das pessoas, e nem sempre envolvia vitae. De qualquer forma, a merda já estava feita e ela precisava dar um jeito naquilo, porque se conhecia bem o avô, aquele tiro não tinha significado nada e logo o velho estaria de pé e pronto para partir Patrick ao meio. Ela já tinha visto Virgílio irritado - e não era uma coisa bonita. Nem um pouco.

As garotas se esconderam para não serem varadas pelos tiros. Dylan, como bom Nosferatu que era, fez o que os Membros de seu clã fazem de melhor: sumiu - e talvez, levando em consideração a feiura comum aos ratos, isso pudesse ser considerado algo bom. Principalmente se o sumiço antecedesse uma punhalada pelas costas depois. Virgílio ainda estava caído, e ela esperava que isso fosse parte de seu fingimento para fazer um retorno triunfante que faria Murphy cagar nas calças. Tudo isso significava, em poucas palavras, que todas as armas estavam apontadas para Olivia. Ela até gostaria de ter um monte de homens dirigindo olhares sedentos para ela, mas não naquele contexto.

Colocou sua mente para funcionar sob pressão. Viu-se novamente nos tribunais, na época em que ainda atuava como advogada. Ali, havia uma plateia, um oponente e um juiz que, no fim das contas, tomaria sua decisão com base na performance dos advogados que travavam um combate verbal para convencer o público do seu ponto de vista. Numa situação dessas, pensamento rápido e língua afiada valiam mais do que balas. Apesar da clara desvantagem, precisava usar a melhor arma que tinha, e curiosamente, não era a pistola em sua bolsa. Novamente, projetou sua vontade enquanto encarava Patrick nos olhos, sem demonstrar medo. Não precisava matar todos os seus capangas: precisava apenas garantir que Virgílio teria tempo de se levantar e acabar com aquela desgraça logo.

- Vamos parar com essa baixaria. Mande seus homens baixarem as armas.

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Mensagem por Undead Freak Ter maio 19, 2020 10:28 pm

Teste:

Olivia escreveu:– Vamos parar com essa baixaria. Mande seus homens baixarem as armas.

Patrick e Olivia encaravam-se. Os homens ao redor apontavam para ela e muitos já puxavam o cão dos revólveres para trás, contudo a mão de Patrick – que também empunhava a Desert Eagle apontada para Olivia – começou a tremer. Patrick começou a fazer algumas caretas de desgosto, como se lutasse consigo mesmo, em um esforço de vontade, mas por fim disse de forma um tanto lacônica.

– Baixem as armas – e com isso baixou sua própria arma.

Os homens ficaram confusos e não entenderam a razão de Patrick não aproveitar essa chance, mas não questionaram. Frustrados e com visível má vontade, eles baixaram as armas.

Naquele instante Virgilio se levantou calmamente do chão, segurando o projétil sujo de sangue. Aquela cena espantou a todos.

– Foi um desperdício de munição, mas não foi pior do que ter rasgado meu paletó.

Virgilio falava calmamente, mas era visível que estava furioso. Mesmo que ele tivesse um colete, o impacto daquele projétil deveria tê-lo debilitado de alguma forma, e era isso que todos ali pensavam.

Os Giovanni, assim como as garotas acuadas, viram uma forma grotesca se materializando por trás de Patrick e seus homens, ficando entre eles e a porta escancarada. A criatura vestia as mesmas roupas de “Mark”, mas certamente não tinha o mesmo rosto.

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As meninas começaram a gritar em pânico total, o que fez Patrick e seus capangas virarem para ver a razão de tanto medo. Dylan deu um sorriso amarelo, exibindo as presas.

– Nem tenta, meu chapa. Você vai levar a pior...

Todos os capangas jogaram as armas no chão e começaram a recuar até sentirem as paredes do quarto nas costas. Patrick estava em choque. Ele largou sua pistola .50 e caiu de bunda no chão, tremendo diante daquela face repugnante.

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Mensagem por Akira Toriyama Qua maio 20, 2020 2:34 pm

Satisfação era a palavra que definia aquele momento. Numa jogada arriscada, Olivia tinha conseguido dobrar a vontade de Murphy e fazê-lo obedecê-la e evitar um massacre. Para deixar as coisas mais interessantes, Dylan deu um susto em todos e agora todos aqueles capangas eram um bando de bebês chorões morrendo de medo de um Nosferatu. Honestamente, nem ela estava gostando de olhar para a cara de seu colega.

Dylan escreveu:– Nem tenta, meu chapa. Você vai levar a pior...

Olivia deu um sorriso debochado.

- Seu charme é irresistível, meu caro. - brincou. - Eles estão aos seus pés. Literalmente.

Olhou para os homens caídos ou assustados demais para reagir. Hora de começar a colocar ordem na casa.

- Vocês estão desarmados. - anunciou ela, quase parecendo uma policial. Seu tom era claro e pausado, mas igualmente autoritário. - Todos encostados na parede, com as mãos à mostra. Para o bem de vocês, não façam movimentos bruscos.

Olhou para uma das garotas e passou a mão em seu ombro, tentando acalmá-la.

- Vá chamar seu chefe, querida. - disse. - Diga a ele para me encontrar na pista de dança.

Então se virou para o avô, feliz por vê-lo inteiro. Falou em italiano, sem tirar os olhos de seus novos reféns.

- Nonno, acredito que esses irlandeses valem mais vivos do que mortos. O que acha de hipnotizar Murphy e fazê-lo passar informações diretamente de dentro para nós? O único problema é que isso está acima das capacidades e eu precisaria de você para um trabalho desses.

Uma vez que o trabalho ali dentro estivesse terminado, Olivia saiu do quarto, acompanhada do Nosferatu e de seu avô. Uma vez na pista de dança, procurou o responsável pelo lugar na pista de dança. Deu um sorriso cordial.

- Boa noite. Meu nome é Olivia Giovanni. - cumprimentou. - Acredito que podemos conversar sobre como as coisas vão funcionar por aqui a partir de hoje. Tenho certeza que você vai aprovar. Podemos conversar em particular?
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Qua maio 20, 2020 10:30 pm

Olivia escreveu:– Nonno, acredito que esses irlandeses valem mais vivos do que mortos. O que acha de hipnotizar Murphy e fazê-lo passar informações diretamente de dentro para nós? O único problema é que isso está acima das capacidades e eu precisaria de você para um trabalho desses.

– Não se preocupe, minha querida – respondeu Virgilio. – Me espere no corredor enquanto Dylan e eu cuidamos dos pormenores. Não vai demorar muito, eu prometo.

Teste:

Virgilio manteve as garotas no quarto junto com os capangas enquanto Dylan voltava a assumir a sua máscara mais humana. O nosferatu pegava todas as armas do chão, colocando-as em uma mochila, enquanto Virgilio tratava de bagunçar a mente e as lembranças de cada integrante do quarto. Levou algum tempo, mas assim que todos saíram do quarto, Olivia notou que Murphy e seus homens demonstravam sofrer de algo semelhante a uma ressaca, enquanto as garotas agora pareciam mais calmas. Olivia aproveitou o momento e agarrou uma delas pelo braço e disse:

Olivia escreveu:– Vá chamar seu chefe, querida – disse. – Diga a ele para me encontrar na pista de dança.

O trio não precisou esperar mais do que poucos minutos, e logo uma das garotas veio para avisar que o chefe, Vincent “Taradão” Roth estava na pista de dança, curioso sobre o por quê de um cliente querer falar diretamente com ele. Virgilio e Dylan a acompanharam de volta ao andar de baixo, deixando o Murphy e seus homens estáticos e catatônicos no corredor estreito, como se todos estivessem chapados ou tivessem se tornado, literalmente, robôs.

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O sujeito era bizarro, para dizer o mínimo. Parecia que ele se esforçava para incorporar a persona de depravado sexual em cada aspecto de seu ser. Dylan precisou fazer um grande esforço para não rir do sujeito, Olivia permaneceu neutra e Virgilio tinha uma expressão legítima de asco enquanto olhava para o sujeito – e olha que ele era um Giovanni...

Olivia escreveu:– Boa noite. Meu nome é Olivia Giovanni – cumprimentou. – Acredito que podemos conversar sobre como as coisas vão funcionar por aqui a partir de hoje. Tenho certeza que você vai aprovar. Podemos conversar em particular?

– Boa noite, madame. Será um prazer recebê-la em meus aposentos... privados. –  disse com uma voz estridente e, ao mesmo tempo, anasalada, como um verdadeiro nerd panaca.

O sujeito se virou todo duro e caminhou em direção à porta do lado oposto à pista de pole dance. Dylan murmurou um “puta que pariu” quase inaudível e Virgilio bufou, enquanto Olivia seguia o dono do lugar da forma mais amistosa possível.

O escritório não tinha nada demais. Não era muito arrumado, nem muito limpo. Um ventilador no teto girava quase parando e o cheiro de cigarro era forte. Haviam algumas poltronas de segunda já meio maltratadas e uma mesa com um computador, uma impressora e alguns papéis e cadernos – além de uma gaveta de arquivos e uma estante com algumas garrafas de bebidas e copos empoeirados ou descaradamente encardidos.

– Então, o que posso fazer por uma mulher tão bela e dois distintos cavalheiros? Gostariam de um scotch?
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Mensagem por Akira Toriyama Qui maio 21, 2020 7:25 pm

Vincent escreveu:– Boa noite, madame. Será um prazer recebê-la em meus aposentos... privados.

Olivia estava acostumada a lidar com pessoas bizarras. A experiência como advogada e consiglieri a ensinara que era possível encontrar absolutamente qualquer tipo numa negociação. Vincent era bizarro, e isso era um fato até mesmo para Virgílio, que demonstrava claro desconforto ao ter que lidar com ele. No entanto, o nonno era um homem da linha de frente, moldado principalmente para a ação e para o comando de quadrilhas, apesar de ser completamente capaz de conduzir uma negociação daquelas. Ela, por outro lado, fora criada e treinada para transitar nos corredores do poder, falar as palavras certas para as pessoas certas e na hora certa. Tinha plena certeza de que não valia nada quando as armas eram sacadas - mas sabia muito bem que podia começar ou terminar guerras numa mesa de jantar.

Acompanhou o homem até sua sala, correndo os olhos rapidamente pelo lugar. Era um tarado escroto e relaxado, sem nenhum asseio ou apego por organização. Os copos sujos e os papéis espalhados a incomodaram, mas decidiu que aquilo não precisava entrar na discussão. Resolveu ater-se ao que era essencial, e enquanto tomava um assento em frente à mesa de Vincent, digitou uma rápida mensagem para Fabrizio:

Situação sob controle. Venham até o portão.

Vincent escreveu:– Então, o que posso fazer por uma mulher tão bela e dois distintos cavalheiros? Gostariam de um scotch?

- Obrigada, senhor Roth, mas não bebo.- respondeu, da forma mais educada possível, sem desviar os olhos. - Por favor, peça ao seu porteiro para deixar que meus amigos entrem. Eles estão na entrada esperando. O nome dele é Fabrizio, e eu gostaria que o senhor o recebesse em sua sala. Se importa se eu fumar?

Olivia ajeitou o cabelo de lado e acendeu um cigarro. Homens daquele tipo costumavam ter certo fetiche com mulheres muito autoritárias, e se tinha uma coisa que ela sabia ser era autoritária e ranzinza. Soprou uma nuvem de fumaça para cima e o encarou por alguns segundos.

- Nós dois sabemos que o senhor mantém certa ligação com alguns irlandeses da cidade. - começou. - Sabemos também que eles são uns animais e que não tratam ninguém com respeito. O senhor é um homem preocupado com a ordem em seu lugar e com a segurança de suas garotas, imagino. E, justamente por isso, estou aqui para te fazer uma ótima oferta: proteção, lealdade e respeito para o senhor e seu negócio. O senhor pode querer recusar, claro, mas acho que o senhor é um homem inteligente demais para recusar a oferta de fazer parte de um esquema que lucra vinte bilhões por ano. Obviamente, uma recusa dessas me faria pensar que o senhor tem alguma coisa contra nós e que, quando nós nos chocarmos com esses bastardos irlandeses, estaria do lado deles... e isso seria muito ruim, porque acho que seu negócio tem um potencial imenso para crescer ainda mais. Em troca, queremos amizade e uma participação em seus lucros.

Um pouco de bajulação, dizendo que aquela espelunca era um bom lugar, que ele tinha ótimas ideias e que os Giovanni eram apenas investidores empolgados por um grande empreendedor com poucos recursos. No entanto, se Vincent pensasse um pouco mais, veria que aquela não era exatamente uma oferta que podia recusar - e, caso recusasse, as coisas iam ficar muito feias. Aquilo era uma ameaça, mas não precisava se parecer com uma.

Quando Fabrizio chegou, ela sorriu e fez sinal para que ele se aproximasse.

- Este é Fabrizio, meu primo. - apresentou-o. - Ele vai tomar conta daqui e vai ser nosso representante, responsável por te ajudar em absolutamente qualquer coisa que o senhor precisar. Não é, querido?

Então olhou nos olhos do cafetão, parecendo ainda mais altiva que antes.

- Então, senhor Roth. Temos um acordo?

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Mensagem por Undead Freak Sex maio 22, 2020 12:55 am

Olivia não tinha boas impressões nem do lugar, tampouco do sujeito, mas ela era inteligente a ponto de não ressaltar coisas que poderiam ser negativas no tom da negociação. Enquanto Roth enchia um copo de uísque para ele e oferecia a mesma para os convidados, Olivia mandava mensagem para Fabrizio.

Olivia escreveu:– Obrigada, senhor Roth, mas não bebo – respondeu, da forma mais educada possível, sem desviar os olhos –Por favor, peça ao seu porteiro para deixar que meus amigos entrem. Eles estão na entrada esperando. O nome dele é Fabrizio, e eu gostaria que o senhor o recebesse em sua sala. Se importa se eu fumar?

– Ah, sem problemas – disse ele, também mandando mensagem para alguém pelo celular. – Já dei ordem para o porteiro deixar seu amigo entrar. Fique à vontade para fumar.

Dylan e Virgilio recusaram a bebida educadamente, mas sem tirar os olhos de Roth. Olivia demorou algum tempo tragando seu cigarro, enquanto Roth ficou estirado em sua poltrona, bebericando despreocupadamente seu uísque barato. Sem mais nem menos Virgilio cobriu o rosto com a mão, naquele sinal clássico de vergonha alheia. Dylan começou a tossir desesperadamente para mascarar suas risadas. Olivia não havia entendido a reação deles até que bateu o olho na calça jeans branca de Roth e viu o volume da piroca golpeando o tecido para cima.

Olivia escreveu:– Nós dois sabemos que o senhor mantém certa ligação com alguns irlandeses da cidade – começou. – Sabemos também que eles são uns animais e que não tratam ninguém com respeito. O senhor é um homem preocupado com a ordem em seu lugar e com a segurança de suas garotas, imagino. E, justamente por isso, estou aqui para te fazer uma ótima oferta: proteção, lealdade e respeito para o senhor e seu negócio. O senhor pode querer recusar, claro, mas acho que o senhor é um homem inteligente demais para recusar a oferta de fazer parte de um esquema que lucra vinte bilhões por ano. Obviamente, uma recusa dessas me faria pensar que o senhor tem alguma coisa contra nós e que, quando nós nos chocarmos com esses bastardos irlandeses, estaria do lado deles... e isso seria muito ruim, porque acho que seu negócio tem um potencial imenso para crescer ainda mais. Em troca, queremos amizade e uma participação em seus lucros.

Teste:

Roth de fato não parecia ser um sujeito muito esperto ou atento, mas como dono de um prostíbulo ele sabia como a banda tocava no submundo.

– Olha, Dona Olivia e cavalheiros, eu sei como as coisas são. Nada nessa cidade vem de graça, e isso todos já sabem e estão acostumados. O problema não é pagar. Eu adoraria fazer negócios com você do que com aquele irlandês, mas o problema é que eles chegaram primeiro, entende? Eles são animais, como a senhorita disse, e se eu me recusar a dar a parte deles, eles vão entrar aqui, tocar fogo em tudo e matar todas as funcionárias, incluindo eu!

Nesse momento Virgilio pediu um momento e saiu da sala. Ao mesmo tempo Fabrizio entrou com Antonella e mais alguns homens bem mal encarados.

Olivia escreveu:– Este é Fabrizio, meu primo – apresentou-o. – Ele vai tomar conta daqui e vai ser nosso representante, responsável por te ajudar em absolutamente qualquer coisa que o senhor precisar. Não é, querido?

Roth, acenando com a cabeça, deu um sorriso educado, porém um pouco preocupado. Foi como se Olivia não tivesse ouvido nada do que ele disse a respeito dos irlandeses.

Virgilio retornou arrastando Patrick Murphy como se ele fosse um saco de merda e o jogou contra a mesa de Roth.

– Este é Patrick Murphy – disse Virgilio, com uma calma dissimulada. – Ele faz parte da gangue irlandesa que dominava seu estabelecimento e outros nesse terrirório. Patrick, é verdade que você controla esse lugar? Deixe isso bem claro para o senhor Roth.

– Eu não – disse Patrick, quase que imediatamente. – Não tenho nada com esse lugar, nem com esse quarteirão nem distrito. Nem deveria estar aqui, para falar a verdade!

A resposta chocou Roth, que não entendia o que havia acontecido, mas certamente entendeu que, se Patrick Murphy se acovardou de forma tão vergonhosa diante daquela gente, era sinal que ele não deveria contrariá-los.

– Como pode ver, meu amigo – continuou Virgilio – não precisa se preocupar com os irlandeses. Mas claro que, se te faz sentir-se mais tranquilo, eu poderia acabar com ele aqui e agora, na sua frente – e então Virgilio apontou uma pistola para a cabeça de Murphy.

– Não, senhor Virgilio! Por favor! Sem sangue, aqui. Não tem necessidade disso!

O pinto de Roth murchou na mesma hora. Satisfeito, Virgilio sorriu e guardou sua arma.

Olivia escreveu:– Então, senhor Roth. Temos um acordo?

– Não se esqueça que muitas outras recompensas podem vir dessa sociedade – complementou Antonella, sorrindo para Roth. Quando ele viu Antonella sorrir para ele, sua pipa voltou a subir e, com um sorriso largo e olhos brilhantes, disse:

– Claro! O lugar é de vocês! Será um prazer ser sócio de pessoas tão importantes!

Fim do Capítulo.


Experiência, Ganhos e Perdas

Olivia, Virgilio, Antonella e Fabrizio:

+10 XP.
Recursos: +1
Fama: +1
Influência (Submundo): +1
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Sáb maio 23, 2020 1:19 pm

Vincent escreveu:– Claro! O lugar é de vocês! Será um prazer ser sócio de pessoas tão importantes!

Vincent Roth era tarado e porco, mas não era burro. Uma vez que se vira livre das mãos dos irlandeses, decidiu que seria muito melhor negociar com italianos. Dessa forma, a sociedade estava feita: a partir daquela noite, aquela espelunca pertencia à Família. Os irlandeses que se fodam.

- Sabia que seria uma ótima ideia fazer negócios com o senhor. - disse Olivia, levantando-se e apertando sua mão. - Por favor, não pense duas vezes em nos chamar caso aconteça alguma coisa.

Saiu da sala, respirando fundo e agradecendo o fim de tudo aquilo. Não pretendia voltar tão cedo para aquele lugar, pelo menos não até ter certeza de que aquele tarado tivesse adquirido o hábito de arrumar a própria sala.

- Certifique-se de ensinar a esse porco um pouco de limpeza e organização, Fabrizio. - pediu, enquanto entravam no carro. - Juro que vou rasgá-lo ao meio se tiver que ver essa sala nesse estado de novo.

Assim que chegaram ao refúgio, ela relaxou um pouco mais, satisfeita por ter sido bem-sucedida naquela fase. Sorriu para Fabrizio e lhe deu um beijo no rosto.

- Parabéns, primo. - disse. - Você é o primeiro capo da cidade. Eu e o nonno vamos solicitar mais homens para a sua quadrilha. Esperamos que você nos ajude a expandir ainda mais.

Depois, virou-se para Antonella.

- Querida, você é a próxima. Agora que Fabrizio foi promovido, vamos concentrar nossas energias em encontrar um lugar para você. Gostaria de algum tipo de lugar específico?

Enquanto os homens conversavam e relaxavam, ela procurou o avô.

- Nonno, gostaria de saber sua opinião sobre como prosseguimos daqui. - disse. - Depois de hoje, acredito que os mics não vão ficar nada felizes, e podem se unir com os outros para nos expulsar. O que você acha de pedirmos mais alguns homens para Fabrizio?

Gasto de XP:
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Mensagem por Undead Freak Seg maio 25, 2020 11:56 am


Capítulo 3 – Construído com Sangue

Você sabe o que eu farei? Vou pegar uma faca e cortar a língua dele, e aí vamos mandar para a esposa dele.” – John Stanfa

Haviam muitos motivos para Olivia estar feliz naquela noite. Ela havia saído de uma confusão ilesa, havia enxotado os irlandeses do clube com um esforço mínimo e havia fechado negócio, tomando o primeiro lugar da cidade onde não apenas recolheria o pizzo, mas poderia usar o lugar como fachada para esquemas maiores.

Olivia escreveu:– Parabéns, primo – disse. – Você é o primeiro capo da cidade. Eu e o nonno vamos solicitar mais homens para a sua quadrilha. Esperamos que você nos ajude a expandir ainda mais.

Fabrizio também tinha seus motivos para comemorar. Era agora caporegime – o primeiro daquela cidade, como Olivia havia salientado bem. A forma como Fabrizio sorria sem dizer nada mostrava que ele já tinha grandes planos para o lugar. Era óbvio que qualquer ideia passaria antes pela avaliação de Olivia, mas honestamente ela não estava preocupada. Se tinha uma coisa que Fabrizio sabia fazer muito bem era ganhar dinheiro de forma ilegal.

Olivia escreveu:– Querida, você é a próxima. Agora que Fabrizio foi promovido, vamos concentrar nossas energias em encontrar um lugar para você. Gostaria de algum tipo de lugar específico?

– Talvez seja muito ambicioso cogitar isso por agora, mas eu sou boa com contrabando – e de fato ela era mesmo. – Se eu tomasse os portos, eu não apenas facilitaria a entrada de brinquedos para os nossos homens, como também iria prejudicar e muito nossos rivais que dependem dele. Mas claro, temos que desentocar o filho da puta que controla aquela área primeiro.

A área não seria fácil de tomar, já que muita coisa – legal e ilegal – dependia dos portos, mas Antonella tinha razão. Tomar aquele lugar seria um trunfo e tanto para a família.

Olivia escreveu:Nonno, gostaria de saber sua opinião sobre como prosseguimos daqui – disse. – Depois de hoje, acredito que os mics não vão ficar nada felizes, e podem se unir com os outros para nos expulsar. O que você acha de pedirmos mais alguns homens para Fabrizio?

Virgilio concordou com a cabeça enquanto passava o dedo pelo buraco da camisa, ainda aborrecido.

– Sim, de fato. Fabrizio terá mais homens e homens bem armados. Seu amigo Dylan vai ser mais valioso do que nunca também, já que agora teremos que ficar de olho em cada passo que “os de fora” derem. Contudo, não se preocupe por agora. Tivemos nosso primeiro progresso aqui, e devemos comemorar ou descansar. Tire um tempo para você e deixe que eu me encarrego de abastecer Fabrizio.

Virgilio tirou o seu paletó e em seguida, sua gravata e sua camisa enquanto ligava para o Don de forma amistosa para informar as boas novas. Embora tentasse ser discreta, Olivia percebeu Antonella admirando o tórax nu do avô.

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Mensagem por Akira Toriyama Seg maio 25, 2020 6:55 pm

Uma vida de trabalho duro e poucos luxos transformou Olivia numa workaholic completa. Tivera uma infância e juventude confortável, mas se impusera a um estilo de vida frugal e disciplinado, completamente focado nos resultados. Isso resultara em alguém que trabalhava muito além do normal e se divertia pouco - honestamente, aqueles primeiros dias em Newark foram os mais divertidos dos últimos anos, e ela começava a se sentir uma completa relaxada.

Aproveitou que o momento era de descontração e desceu as escadas para o porão. Se o avô ia cuidar de tudo enquanto ela descansava, ia aproveitar cada segundo para estudar. Pensou, por um segundo, em sua prima olhando cobiçosamente para o avô lá em cima e pensou que, talvez, poderia estudar um pouco e depois subir para se divertir com eles mais tarde - mas não agora. Queria abrir aquele baú o mais rápido possível e sentia que estava pronta para seus primeiros avanços na Necromancia. A sensação de poder a fez sentir o sangue correr mais forte por suas veias.

Fechou a porta atrás de si e se sentou em frente à mesa onde guardara seu livro. Abriu-o, depois olhou novamente para o baú. Leu novamente aquele poema, então resolveu usar as ferramentas que tinha: digitou o primeiro verso no Google para ver os resultados que apareciam. Também verificou a foto que tinha tirado mais cedo de seu espelho, quando os algarismos romanos apareceram. Se houvesse alguma conexão, ela ia descobrir.

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Mensagem por Undead Freak Ter maio 26, 2020 9:33 am


“Longo é o caminho que conduz do inferno à luz.”


Olivia digitou isso no google. Era uma referência a uma frase dita por John Milton, autor da famosa obra Paraíso Perdido.

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.”


A pesquisa feita por essas palavras revelam que se trata de uma frase pronunciada por Dante Alighieri, autor da igualmente famosa Divina Comédia.

“Aquele que mapeou o inferno na própria carne nada tem à temer, pois tendo o conhecimento de toda a maldade humana, é evidente que jamais será vítima de alguma de suas facetas.”



Não houve nenhum retorno relevante. Isso sugeria que, ou o autor da frase era muito desconhecido, ou a frase era algo particular, sem nunca ter sido publicada antes – ou quem sabe era velha demais para haver algum registro dela nesse século.

“No meio do caminho desta vida
me vi perdido numa selva escura,
solitário, sem sol e sem saída.

Ah, como armar no ar uma figura
desta selva selvagem, dura, forte,
que, só de eu a pensar, me desfigura?

É quase tão amargo como a morte;
mas para expor o bem que encontrei,
outros dados darei da minha sorte.
Não me recordo ao certo como entrei,
tomado de uma sonolência estranha,
quando a vera vereda abandonei.

Sei que cheguei ao pé de uma montanha,
lá onde aquele vale se extinguia,
que me deixara em solidão tamanha,

e vi que o ombro do monte aparecia
vestido já dos raios do planeta
que a toda gente pela estrada guia.

Então a angústia se calou, secreta,
lá no lago do peito onde imergira
a noite que tomou minha alma inquieta;

e como náufrago, depois que aspira
o ar, abraçado à areia, redivivo,
vira-se ao mar e longamente mira,

o meu ânimo, ainda fugitivo,
voltou a contemplar aquele espaço
que nunca ultrapassou um homem vivo.”


O google mais vez revelava que, aquele grande trecho, fazia parte da Divina Comédia de Dante.

Olivia refletiu sobre tudo aquilo. Uma frase desconhecida, uma menção à Milton e duas menções à Dante. Todo o texto presente na caixa tinha uma coisa em comum: a palavra inferno se destacava muito mais do que qualquer outra.

Teste:

Ela então pegou a foto que tirou do espelho, tentando procurar alguma relação com tudo aquilo. Olivia encarou aqueles vários números seis no espelho, escritos em algarismos romanos. Foi então que um estalo ocorreu em sua mente e ela percebeu. Não eram duplas V e I, mas sim V e 1 (“vê” + “um”). Apesar daquilo soar como um primeiro passo. Olivia não conseguiu avançar muito mais do que isso.

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Mensagem por Akira Toriyama Qua maio 27, 2020 9:57 am

Analisou tudo aquilo por um tempo, pensando nas peças que começavam a se encaixar em sua mente. Massageou as têmporas, mas decidiu que, por ora, deveria se contentar com aquele pequeno progresso. Por mais que estivesse ávida para descobrir o que havia ali dentro, precisava levar em conta que a combinação errada colocaria tudo a perder. Então, decidiu ir com calma novamente e tentar de novo depois.

Deixou o baú de lado e abriu o livro vermelho. Dedicou um tempo à leitura, fazendo anotações importantes e pensando em como seria conjurar os rituais que aquele livro descrevia. Se progredisse o suficiente, poderia chamar o espírito que estava ligado ao baú e conversar com ele sobre a solução do enigma. Talvez a resposta estivesse justamente ligada a isso.

Olivia decidiu que já bastava de estudo e trabalho por aquela noite. Fechou o livro e subiu as escadas até o andar de cima, onde os homens provavelmente ainda festejavam a conquista da noite. Com um olhar mal humorado, olhou para Fabrizio.

- Venha ao meu quarto o mais rápido possível. - disse, num tom seco. - Precisamos falar sobre negócios.

Era quase certo que ele ia cair na pegadinha. Com um pequeno sorriso no rosto, ela fechou a porta atrás de si e tirou a roupa. Nua, caiu na cama e ficou ali deitada, esperando que seu primo aparecesse. Assim que ele bateu na porta, mandou que entrasse.

- Parabéns, querido. - falou, e deu um sorriso. - Hora da sua recompensa.
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Mensagem por Undead Freak Qui maio 28, 2020 1:21 pm


A cabeça de Olivia sentia-se pesada. Pensar naquele enigma era algo extenuante. Mesmo com o pequeno progresso, o esforço parecia não compensar. A leitura do seu elegante volume de capa vermelha foi algo também breve naquele fim de noite. Não era exatamente uma leitura leve, e sua mente já havia queimado neurônios demais para um fim de noite. Olivia decidiu que precisava relaxar, e decidiu fazer isso com uma brincadeira.

O seu tom mal humorado ao chamar Fabrizio não o surpreendeu. Ele estava acostumado com esse estado de ânimo da prima e, de certa forma, sabia que isso era normal quando se tratava. Contudo, quando percebeu a brincadeira, sorriu maliciosamente.

Olivia escreveu:– Parabéns, querido – falou, e deu um sorriso. – Hora da sua recompensa.

Muito provavelmente a promoção à caporegime foi algo que influenciou o ânimo de Fabrizio naquela hora, mas o fato é que ele avançou em Olivia com um fogo impressionante até mesmo para os padrões. Ele beijou sua boca, pescoço, seios... Ah, e como ele usou a língua! Ele enfiou aquele músculo molhado e rosa dentro da boca de Olivia, da vagina e até dentro do ânus dela. Não houve um centímetro do corpo de Olivia que não ficou lambuzada de saliva.

Finalmente ele a penetrou. Ele bufava e urrava em um vai-e-vem violento, fazendo a cama estalar a cada “estocada”. A falta de calor da carne vampírica em nada parecia incomodá-lo, já que ele em si estava tão quente que parecia arder em febre. Olivia podia sentir as veias pulsando dentro dela enquanto observava ele, de olhos fechados, tremendo de tesão por ela. Aquilo lhe causou uma sensação maravilhosa. Ver o primo ali, naquele estado de prazer, desejando ela daquela forma... A noite não poderia ter acabado melhor.

Variáveis:

Olivia acordou para mais uma noite. Ainda estava nua. Sorriu conforma as últimas lembranças da noite anterior vinham em turbilhão à mente. O grito de Fabrizio gozando em seus seios foi certamente a melhor. Três orgasmos seguidos, mas aquele jato de porra melecando seus seios foi certamente o mais intenso.

Suas boas memórias foram interrompidas quando o seu smartphone vibrou. Era uma mensagem de Dylan:

“Tenho novidades importantes. Me encontre discretamente no pátio da fábrica de pregos abandonada. É importante que você fique sabendo disso antes de qualquer outro.”

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Mensagem por Akira Toriyama Qui maio 28, 2020 2:49 pm

Depois de todo aquele estudo, uma noite movimentada com Fabrizio serviu para relaxar. Assim que levantou, sorriu ao se lembrar de tudo que fizeram. No entanto, a felicidade durou pouco: no fundo de sua mente, uma pequena voz lhe disse que aquele prazer era de mentira. No final das contas, ela não passava de um cadáver.

Sacudiu a cabeça e ouviu o celular vibrar. Ao ler a mensagem de Dylan, franziu a testa: aquilo não era típico dele. Se havia algo a ser dito, deveria ser dito na frente de todos, ou pelo menos na segurança de uma sala privativa em seu refúgio, onde ambos estariam seguros. Por que diabos devia ser justamente naquela fábrica?

Desconfiada, Olivia tomou um banho rápido e se vestiu. Assim que saiu do quarto, procurou pelo avô e por William.

- Vejam isso. - mostrou a mensagem. - Eu diria que é uma mensagem inocente, se não soubesse que Dylan pode nos visitar quando quiser. Gostaria de verificar o lugar, já que pode ser que nosso amigo esteja em apuros, mas não vou sozinha em nenhuma hipótese. Vocês dois são suficiente, nonno. Gostaria que fossem comigo, porque preciso dos primos aqui para manter a ordem na nossa ausência e não confio em mais ninguém além de vocês.

Na companhia dos dois, partiu para a fábrica. Assim que chegou, olhou em torno do lugar para garantir de que não havia ninguém ali para emboscá-los. Digitou uma mensagem para o Nosferatu.

Estou aqui.
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Mensagem por Undead Freak Sex maio 29, 2020 11:18 am

Quando Virgilio leu a mensagem de Dylan, ele refletiu por algum tempo, como sempre fazia, falando por fim:

– Ou o seu amigo não confia em nós, o que não é muito provável, ou ele está com receio de vir até aqui por desconfiar que alguém pode estar seguindo seus rastros e não quer dar ao seu perseguidor a localização do nosso refúgio, o que é algo esperto. Contudo, para alguém perseguir um nosferatu, ou é alguém muito bom... ou é outro nosferatu.

– Ou ele simplesmente é um traidor e nos enganou esse tempo todo – arriscou William.

Virgilio balançou a cabeça lentamente enquanto pensava, mostrando que concordava com o carniçal.

– Tudo bem – disse Virgilio, em tom decisivo. – Vamos entrar no jogo. Vamos acompanhá-la, mas não vamos estacionar perto. Vamos fazer Dylan pensar que você veio sozinha. Aqui. Pegue isso.

Virgilio deu a Olivia um outro aparelho smartphone. Esse era mais compacto e discreto.

– É provável que ele peça seu celular como uma medida de discrição e segurança, então esconda esse. Qualquer sinal de perigo, faça de tudo para nos alertar.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Fábrica:

Olivia estava diante dos portões da fábrica. Virgilio e William estavam próximos, mas não à vista. Quando ela respondeu a mensagem avisando que havia chegado, Dylan abriu o portão para ela, usando sua habitual máscara humana. Ele parecia agitado e nervoso, e estava armado com um fuzil. Ele fez sinal para ela entrar e a levou para uma das salas do local.

– Alguém está me seguindo – começou ele, afobado. – Eu sei que está! Eu não podia arriscar ir até o seu refúgio. Eles teriam descoberto a casa através de mim.

Teste:

Até onde Olivia conseguia “ler” Dylan, ele parecia estar falando a verdade. Aparentemente a teoria do avô estava certa.

– Pelo o que andei xeretando, a máfia russa ficou particularmente agitada com a desmoralização dos irlandeses até mais do que os próprios irlandeses e anarquistas por trás deles. Eu achei isso um tanto estranho, afinal...

Uma explosão alta e súbita interrompeu a fala Dylan. Algo havia explodido nos arredores, e agora rajadas de metralhadoras podiam ser ouvidas claramente.

– Mas que porra está acontecendo aqui?!

Teste:

Os barulhos lá foram fizeram Olivia pensar imediatamente que Virgilio e William estavam sendo atacados. Isso a fez se desligar do ambiente em que estava por alguns minutos até que Dylan emitiu um som de dor, indo ao chão. Quando Olivia se virou para ver o que havia acontecido com ele, ela apenas viu um vulto negro avançar em velocidade espantosa, sentiu uma dor perfurante no peito antes de sentir uma paralisia total e cair. Com a mesma velocidade que a atacou, o vulto ágil colocou um saco negro em sua cabeça.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Olivia pôde sentir os movimentos voltando ao corpo aos poucos conforme sentia a estaca saindo do seu coração, mas assim que tentou se mexer, percebeu que estava acorrentada ao que parecia ser uma grande pilastra de metal. A mesma pessoa que tirou sua estaca removeu o saco de sua cabeça. A primeira coisa que viu foi Dylan acorrentado ao seu lado, em uma pilastra idêntica, ainda com a estaca em seu peito. Embora ele estivesse sem a sua máscara humana, mostrando sua real aparência, ele agora parecia frágil e já não tinha aquele poder intimidador da outra vez.

A sala era circular, com paredes de azulejos brancos, um chão de pedra com um grande ralo no centro e três pilastras de metal – duas delas ocupadas agora por Dylan e Olivia. No teto haviam sprinkers e, acima desses, caixas de som e portas de metal que lembravam alçapões invertidos. A única entrada e saída da sala vinha de um estreito corredor com uma porta de metal. Definitivamente eles não estavam mais na fábrica e, graças ao estado em que Olivia ficou, ela não tinha noção de quanto tempo tinha se passado.

Era óbvio que se tratava de uma sala de tortura e execução. Quem havia removido a estaca e o saco da cabeça de Olivia parecia estar atrás da pilastra, sem nenhuma pressa de se mostrar. De repente, uma estranha melodia começou a tocar nas caixas de som acima.

Melodia:

Logo em seguida a porta se abriu e, entrando a passos lentos, uma mulher segurando uma antiga lanterna se colocou diante de Olivia com uma expressão fria.

A mulher:

A mulher era bela, mas não era por sua beleza que ela era impressionante. Ela tinha um ar aristocrático, uma espécie de imponência natural. Seus traços eram típicos da realeza da europa oriental e havia algo assustadoramente hostil no brilho de seu olhar.

– Então os rumores são verdadeiros –disse ela em uma voz melodiosa e carregada com um sotaque forte, que lembrava alemão. – Os Giovanni resolveram tornar-se o nosso próximo estorvo... Tudo bem. Isso vai ser divertido – e sorriu maldosamente,
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Mensagem por Akira Toriyama Seg Jun 01, 2020 10:35 am

Mas que merda.

Olivia recobrou a consciência e descobriu que estava fodida. Acorrentada, dentro de uma sala de tortura na companhia de alguém muito bizarro que não estava de brincadeira. Então apareceu a mulher, olhando para os ela com ar de desdém. Sentiu que as coisas começavam a ficar complicadas demais para ela.

Mulher escreveu:– Então os rumores são verdadeiros –disse ela em uma voz melodiosa e carregada com um sotaque forte, que lembrava alemão. – Os Giovanni resolveram tornar-se o nosso próximo estorvo... Tudo bem. Isso vai ser divertido – e sorriu maldosamente,

Ainda zonza, ela se lembrou do celular, colocado num bolso secreto dentro da calça. Era uma medida de segurança para momentos como aquele, e ela tinha certeza que havia um localizador naquela porcaria. Talvez ele funcionasse por comando de voz, reconhecendo a voz de Olivia e transmitindo a chamada para um número pré-determinado. Mas aquilo era apenas uma conjetura, e ela precisava arriscar para saber. No entanto, precisava alcançá-lo antes de qualquer coisa, e isso não ia acontecer com aquela mulher olhando para ela. A primeira coisa que devia fazer era distraí-la.

- Quem é você? - indagou.
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Mensagem por Undead Freak Seg Jun 01, 2020 4:12 pm


Olivia escreveu:– Quem é você? – indagou.

– Ah, me desculpe pela falta de modos – falou ela, em uma etiqueta dissimulada. – Meu nome é Madame Krisolva. É um prazer te conhecer, Olivia Giovanni.

Ela então se aproximou e olhou para Dylan, ainda paralisado.

– Esse idiota se achava mesmo intocável. Bem, pelo jeito não é bem assim..

Ela então olhou para alguém que parecia estar atrás da coluna em que Olivia estava acorrentada. Bastou um mero aceno de cabeça de Krisolva para a figura se revelar. Rodopiando e saltitando ela apareceu com um sorriso meigo.

???????:

Era pálida, tinha olhos sinistros e presas tão brancas quanto a própria pele. A idade aparente era de uma criança de dez anos, mas obviamente isso não quer dizer nada quando se sabe que está lidando com uma cainita.

– Já podemos começar a brincadeira? – disse a garotinha, sorrindo animada para Krisolva.

– Podemos sim, fräulein – disse Krisolva, colocando a mão carinhosamente no topo da cabeça daquela “criança”. – A menos que a senhorita Olivia seja tão esperta quanto me disseram, receio que teremos que usar o idioma que todos os seres entendem...

A garotinha sorriu de forma larga e psicótica, saiu correndo para trás da coluna e trouxe uma churrasqueira com brasas incandescentes, onde repousava um marcador de gado com a letra “K” brilhando como puro magma.

– Esta é Valeraine, a propósito – disse Krisolva. – Ela é ótima em torturar criaturas vivas ou mortas-vivas.

Teste (Rötschreck):

Conforme Valeraine se aproximava sorrindo com o marcador de gado do rosto de Olivia, o calor do metal incandescente começava a lhe causar uma ansiedade que começava a se agravar para um surto de pânico. Ela parou apenas a pouco centímetros de tocar o “K” na bochecha direita de Olivia, que já virava o rosto se acuando como um animal.

– Então, Olivia? – disse Krisolva, calmamente. – Será necessário continuar ou você será uma boa cachorrinha?
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Mensagem por Akira Toriyama Ter Jun 02, 2020 3:49 pm

Tentando manter a cabeça fria, Olivia ouviu aquele falatório grotesco enquanto olhava em volta na medida que as correntes lhe permitiam. A garotinha bizarra e certamente louca a encarava com crueldade nos olhos, fazendo-a pensar que seu destino não seria dos melhores. E depois diziam que os Giovanni eram nojentos. Que injustiça: dormir com o próprio avô estava bem longe de abraçar crianças e transformá-las em torturadoras.

Valeraine pegou um braseiro e se aproximou de seu rosto. Munida de toda sua coragem, Olivia tentou não entrar em pânico enquanto lembrava para si mesma que, para Madame Krisolva, ela valia mais inteira do que completamente destruída. Talvez fosse dilacerada no processo, mas se escapasse ilesa, teria outras noites para planejar sua vingança.

Madame Krisolva escreveu:– Então, Olivia? – disse Krisolva, calmamente. – Será necessário continuar ou você será uma boa cachorrinha?

Ela deu um sorriso torto em resposta.

- Vai depender do que considera uma boa cadela, senhora. - respondeu, num tom de falsa cortesia. - Seria um insulto à sua inteligência pensar que eu revelaria qualquer coisa que seja do meu conhecimento. Creio que poderíamos ter uma conversa muito mais civilizada e proveitosa se fizesse a gentileza de me soltar dessas correntes. Elas são muito desconfortáveis.

Ao menos Madame Krisolva sabia falar. Isso significava que ela poderia tentar explorar isso, e seria uma tola se não tentasse. Era hora de usar todas as armas que tinha.

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Mensagem por Undead Freak Ter Jun 02, 2020 4:19 pm

Olivia escreveu:– Vai depender do que considera uma boa cadela, senhora – respondeu, num tom de falsa cortesia. – Seria um insulto à sua inteligência pensar que eu revelaria qualquer coisa que seja do meu conhecimento. Creio que poderíamos ter uma conversa muito mais civilizada e proveitosa se fizesse a gentileza de me soltar dessas correntes. Elas são muito desconfortáveis.

Teste:

– Ah, claro – Krisolva disse em um tom quase indiferente. – Estamos aqui justamente para conversar.

Ela fez um sinal para Valeraine recuar, que obedeceu a contragosto.

– Contudo – começou Krisolva em um tom ainda mais sinistro e carregado de fúria mascarada – acho que pelo jeito você não entendeu que não está em posição de exigir nada, não é? Talvez eu precise ser um pouco mais convincente para você começar a me levar a sério.

Krisolva bateu uma única palma desanimada. Alguém que monitorava a sala fez um dos sprinklers ser ativado – aquele bem acima de Dylan. O problema é que ele não estava esguichando água, e sim gasolina.

– Bem, Olivia – continuou – você vai falar por bem ou por mal. Se falar por bem, sai daqui inteira com o seu amigo. Se me forçar a te laçar... Bem, eu nunca tive muita paciência com meus bichinhos de estimação, sabe?

Ela então se virou para Valeraine e disse:

– Como está o seu arremesso, querida?

A menina voltou a sorrir de forma psicótica, abandonando as feições emburradas e se preparava para arremessar o marcador em um Dylan ensopado de gasolina, esperando apenas a confirmação de Krisolva.

– E então, Olivia Giovanni? Como vai ser?

!!!!!!!!!!:
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Jun 03, 2020 11:17 am

Olivia engoliu em seco. Se ela dissesse a coisa errada, Dylan seria destruído e ela não queria isso. O Nosferatu tinha se mostrado um aliado muito útil, além de ser leal à Família. Ela precisava cumprir a promessa de que manteria seus amigos seguros a qualquer custo.

Pensou por um segundo. Madame Krisolva a soltara e estava aberta ao diálogo. Estava ameaçando-a com a destruição de um bom aliado, o que significava que ela não estava a fim de esperar e que estava na posição de exigir muita coisa. Além disso, a paciência estava acabando e Olivia não sabia se poderia contar com a sorte mais uma vez. Decidiu arriscar.

Madame Krisolva escreveu:– Bem, Olivia – continuou – você vai falar por bem ou por mal. Se falar por bem, sai daqui inteira com o seu amigo. Se me forçar a te laçar... Bem, eu nunca tive muita paciência com meus bichinhos de estimação, sabe?

- Creio que não precisamos desse tipo de baixaria, Madame. Devo lembrá-la que ofereci uma conversa civilizada e pretendo cumprir minha palavra. - disse. - Você sabe que estou desarmada e sem condição alguma de reagir. Meu amigo está incapacitado e mesmo que não estivesse, não estaria em condições de ser uma ameaça. E já que você mesma disse que me trouxe aqui para conversarmos, acredito que posso ao menos contar com a fama de bons anfitriões que aqueles de seu sangue possuem, não?

Olhou para a garotinha empolgada enquanto sentia o cheiro de gasolina entrando em seu nariz. Não sabia quanto tempo conseguiria manter um clima minimamente civilizado, mas contava com a civilização que Krisolva demonstrara mais cedo. Só esperava que, se alguém lá fora sabia onde ela estava, que entrasse logo e os tirasse dali.

Madame Krisolva escreveu:– E então, Olivia Giovanni? Como vai ser?

- Vamos conversar, Madame. - respondeu. - Espero que possamos nos entender.

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Mensagem por Undead Freak Qua Jun 03, 2020 6:22 pm

Teste:

A situação se tornava mais tensa a cada minuto. Olivia temia não apenas por ela, mas também por Dylan que corria o risco de virar cinzas com apenas uma confirmação daquela mulher. Enquanto tentava engambelar Krisolva, Olivia corria os olhos pelo local. Ela não conseguia fazer ideia de onde Dylan e ela estavam, mas pela estrutura e pela forma como o som ecoava ali, lembrava muito uma espécie de bunker ou mesmo um abrigo subterrâneo.

Olivia escreveu:– Creio que não precisamos desse tipo de baixaria, Madame. Devo lembrá-la que ofereci uma conversa civilizada e pretendo cumprir minha palavra – disse. – Você sabe que estou desarmada e sem condição alguma de reagir. Meu amigo está incapacitado e mesmo que não estivesse, não estaria em condições de ser uma ameaça. E já que você mesma disse que me trouxe aqui para conversarmos, acredito que posso ao menos contar com a fama de bons anfitriões que aqueles de seu sangue possuem, não?

– Não estou nas minhas terras, tampouco tenho simpatia pelo teu sangue. Logo, não sou obrigada a lhe fornecer cortesia. Eu vim aqui para tirar informações de você, e é exatamente isso que farei.

Olivia escreveu:– Vamos conversar, Madame – respondeu. – Espero que possamos nos entender.

Teste:

Krisolva se aproximou sorrindo de Olivia. A mera presença daquela mulher já era o suficiente para causar inquietação e desconforto. Ela acariciou o rosto de Olivia algumas vezes.

– Preciso que você fale... Preciso da sua voz. Contudo, a ideia de você assim, me encarando, olhando para os cantos... Ah, isso me deixa incomodada!

Krisolva acariciou a testa de Olivia, contudo, conforme a carícia descia para o rosto, a carne da testa de Olivia também desceu. Ela sentiu a carne repuxar, inchar e sentiu uma pressão no crânio na área dos olhos. Foi quando ela percebeu que não estava enxergando mais e que, no lugar dos olhos, havia dois tumores pulsantes. Ela fora vendada com sua própria carne.

– Quero saber tudo, Olivia. Quero saber seus planos, seus aliados, tudo. Se falar a verdade e implorar de um jeito bem meigo... você volta a enxergar. Caso não... Bem, estamos só começando e podemos ficar aqui muito tempo, ainda – e terminou com uma risada esnobe.

!!!!!!!!!:

Uma explosão ecoou. Pelo som foi distante, mas forte para causar um abalo no solo e fazer a sala tremer.

– Fique aqui, de olho nela – Olivia ouviu Krisolva falar para Valeraine. – Eu vou ver o que foi isso.

Olivia ouviu Krisolva se afastando a passos rápidos, ao mesmo tempo que ouviu Valeraine dizer após a porta fechar:

– Enfim! Vou poder me divertir contigo!

A garotinha não perdeu tempo. Olivia sentiu o marcador queimar sua vagina, praticante penetrando-a como um caralho de metal incandescente. O grito da Giovanni foi alto, agoniado e terrível de se ouvir.

– Ah, sim! – disse Valeraine com uma voz lenta e lasciva – grite para mim, cadelinha!

Ela desfez o que Krisolva havia feito, e disse:

– Eu quero que veja como marco sua carne...

Quando a garotinha psicopata preparava-se para avançar com o marcador novamente, uma explosão enorme ocorreu atrás  de Olivia. Foi forte o bastante para abrir uma passagem na parede, arremessar Valeraine em direção à saída e derrubar a pilastra vazia da direita.

– Oi, bonequinha!

Olivia conhecia aquela voz desdenhosa. Olivia conhecia aquele perfume enjoativo. Havia somente uma pessoa que a chamava de bonequinha e ela apareceu diante dela com um fuzil de assalto nas mãos, sorrindo sarcasticamente e lhe lambeu o rosto em um ato de pura perversão.

Luna:

Fazia tempo que Olivia não via sua prima mais velha, Luna Giovanni. A mais depravada, a mais pervertida, a mais irritante e, principalmente, a mais homicida. Ela e o irmão, Dino eram os melhores enforcers da família. Eram eles que apareciam para botar ordem na casa e mandar para a sepultura os principais “obstáculos” da família. Luna e Dino simplesmente não andam separados, e não demorou muito até ele aparecer com seu jeito comediante, com uma arma idêntica à de Luna, 7.62x51mm

Dino:

– Problemas, prima Olivia? Não se preocupe. Estamos entre o reforço que o nonno chamou. Onde está ele, afinal?

Enquanto Dino falava, Luna soltava Olivia e, nesse momento, Valeraine colocou-se de pé em um salto, com uma expressão raivosa, digna de uma besta. Antes de correr pela saída e sumir, ela gritou o seguinte:

– Szlachta!

Dos alçapões do teto duas gigantescas e monstruosas criaturas pularam para dentro da sala.

Szlachta (Terrestre):

Szlachta (Voador):

– Ah, que recepção amistosa... – disse Luna. – Já amei essa cidade!

Combate - Iniciativa:

Spoiler:

A primeira criatura veio como uma fera galopante sobre Luna e embora fosse grande, mostrou uma agilidade surpreendente, não acertando ela por pouco quando ela rolou para o lado.

Spoiler:

A criatura voadora avançou antes que Dino pudesse atirar. O golpe rasgou seu peito e o arremessou para longe, jogando-o para fora da sala pela abertura que a dupla havia feito com a explosão.

Dino vai ficar sem ação por um turno pelo ataque que sofreu. Agora Olivia vai agir em conjunto com Luna. Assim que a Olivia agir eu posto.

Olivia escreveu:Pontos de Sangue: 11/11
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Qui Jun 04, 2020 10:33 am

Luna escreveu:– Oi, bonequinha!

Apesar de ter sido salva de uma tortura, Olivia não gostou de ter ouvido a voz da prima. Luna era detestável, irritante, louca e desgraçadamente bonita. Tinha todas as características que a irritavam e ainda era ótima no que fazia, o que deixava a tarefa de suportá-la muito mais difícil. Mas se aquele era o reforço que o avô tinha pedido, só podia agradecer por eles terem chegado a tempo.

Mas, se a chegada de Luna era irritante, por outro lado significava que Dino, seu irmão, também estava presente. E isso, com certeza, era uma notícia muito mais agradável, que a consolava e tornava a detestável tarefa de suportar a prima muito mais leve.

Dino escreveu:– Problemas, prima Olivia? Não se preocupe. Estamos entre o reforço que o nonno chamou. Onde está ele, afinal?

- Que bom que vocês chegaram, primo. - falou, aliviada. - Não sei onde está o nonno. Entrei sozinha no galpão e fui emboscada, junto com o nosso amigo Nosferatu.

Valeraine escreveu:– Szlachta!

A conversa foi interrompida pelas criaturas grotescas que a pequena Tzimisce invocou. Olivia engoliu em seco e sacou a pistola. Tinha uma péssima mira, mas precisava garantir que não ia passar vergonha perto de Luna. Concentrou-se, fazendo o sangue correr mais rápido para curá-la do ferimento que sofrera.

Os monstros jogaram Dino longe, deixando-a sozinha com a prima. Olhou em volta, pensando na próxima coisa que faria. Se não sabia atirar bem, deveria concentrar suas energias em outra coisa e tentar libertar Dylan. Talvez ele fosse uma boa adição naquele combate.

- Distraia os monstros. - pediu para Luna. - Vou libertar meu amigo.

OFF:
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 4 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Qui Jun 04, 2020 4:07 pm

Olivia escreveu:– Distraia os monstros – pediu para Luna. – Vou libertar meu amigo.

Luna tomou distância, ainda aproveitando-se da confusão da criatura ao perceber que nada tinha acertado.

– Deveria ter acoplado um lança-granadas nessa merda – disse, antes de disparar uma rajada.

Spoiler:

Mesmo com a resistência absurda daquela criatura, duas balas de calibre 7.62x59mm do H&K de Luna diretas no crânio foram demais para ela. Boa parte daquela grossa “blindagem” de carne extra se fragmentou por todos os lados e um dos olhos da criatura simplesmente estourou quando o segundo projétil passou por ele em direção ao crânio. O monstro, de forma impressionante, ainda respirava inconsciente, mas certamente estava fora de combate.

Ao mesmo tempo em que Luna havia atirado, Olivia havia removido a estaca de Dylan, que começava a se debater desesperadamente. A estaca certamente era uma impedimento que apenas as correntes não dariam conta, pois após sentir-se livre, a potência do Nosferatu tomado pelo desespero fazia as correntes cederem aos poucos.

OFF:

Dino voltou cambaleando e praguejando em italiano pela entrada. Era evidente que fazia uso dos dons do sangue para se curar, pois o rasgo no seu peito começava a se fechar lentamente.

– Ainda não acabei com você! – gritou ele para a criatura voadora, que se preparava para atacar de novo. Vendo que Olivia era a mais frágil e a que tinha menos poder de fogo, o monstro não perdeu tempo em investir contra ela.

Spoiler:

A investida contra a criatura foi rápida e certeira. Antes que Olivia pudesse ter chance de fazer algo, suas garras vararam seu peito e ela foi empalada no ar, perdendo a consciência segundos depois

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Olivia acordou em sua cama sentindo dores indescritíveis. Ela não conseguia se mexer, mal conseguia falar. Quando abriu os olhos, a única coisa que conseguia ver era Fabrizio debruçado sobre ela, com olhar aflito.

– Puta que pariu! Que bom que você acordou, prima! Essa foi por muito pouco! Se não fosse pelo sangue da Luna você estaria apagada até agora!

Olivia escreveu:Pontos de Sangue: 11/11
Força de Vontade: 06/08
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