Vampiros - A Máscara
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São Paulo by Night - One Shot Solo

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Mensagem por Akira Toriyama Qua Mar 25, 2020 11:42 am

ESCLARECIMENTOS EM OFF:

PRÓLOGO
Uma noite de caçada

A noite cai mais uma vez. Em muitos lugares do mundo, a atividade começa a cessar, dando lugar ao sossego, ao silêncio e ao repouso. Mas não aqui. São Paulo, a cidade que nunca para, o coração industrial e econômico da Terra de Santa Cruz é um organismo vivo e pulsante, que está sempre em movimento, expansão e convulsão. Seja na luz, onde os olhos do público se mantém vidrados, seja nas sombras, onde a grande massa convenientemente nunca olha.

Ah, as sombras! As sombras escondem muita coisa. Escondem o táxi do gringo que para numa casa luxuosa no Jardins, onde ele vai desfrutar da carne macia e inocente de crianças. Escondem o menino de quinze anos que morre na sarjeta, vítima da overdose de crack em plena luz do dia na Cracolândia. Escondem o pastor evangélico que se esgueira pela Augusta à procura de um travesti que o satisfaça esta noite. Escondem as transações obscuras e ilícitas do político, os acordos escusos do empresário e a morte silenciosa de um simples morador de rua numa noite fria.

As sombras também escondem presas.

Sejamos sinceros: os vampiros não existem. São apenas fruto da imaginação fértil de camponeses da Idade Média ou contos inventados pela Igreja para manter os fiéis sob seu jugo. São apenas criaturas bizarras tiradas da mente de uma escritora mequetrefe que acha que eles não saem no sol porque brilham. São o resultado de muita loucura e ginástica mental feita por teóricos da conspiração que insistem em dizer que a Terra é plana, meu irmão. É tudo mentira. Bora pro bloquinho, galera. A Anitta vai quicar.

E isso tudo só mostra o quanto eles foram bem-sucedidos. Nenhum predador se aproxima da presa alardeando sua presença. Isso é conversa fiada do Sabá. Aqui, a gente joga o jogo de gente grande. Aqui, a gente é raiz.

Laura é uma moça bonita, culta, articulada, bem relacionada e financeiramente muito bem, obrigado. Também é vampira, evidenciando um clichê tão óbvio da vampira rica e gostosa da Netflix que torna a tarefa de acreditar na existência desses seres uma piada. Afinal de contas, os Nosferatu são muito bons em se esconder e se for pra pensar numa vampira, que seja na Nina Dobrev interpretando uma nas telas.

Justamente por isso, ela se aliou à Camarilla, que lhe proporciona uma cobertura adequada para suas atividades e estabilidade suficiente para prosperar numa cidade tão caótica quanto São Paulo. E é uma Ravnos, veja bem. Desculpa se você achou que todo Ravnos é cigano encardido com Síndrome de P.T. Barnum. Se bem que... a célebre frase “A cada minuto nasce um trouxa” cabe bem ao estilo de vida dessa neófita. A única diferença é que ela faz isso com classe.

E falando em classe, estamos agora no Jardins, onde nossa estimada Laura se encontra. A noite quente de verão é o cenário perfeito para colocar muita gente do lado de fora à procura de diversão e um pouco de alívio para a rotina corrida. Ela está na entrada da Boate Scandallo, lugar freqüentado por gente fina, elegante e sincera que grita contra a desigualdade no Twitter para depois pagar cinqüenta reais num drinque. Tudo bem, quem disse que revolução significa voto de pobreza? Isso é coisa de católico.

O lugar toca música badalada, com drinques badalados, gente badalada e até ar badalado. Laura entra no local sem pegar a fila — imagina só, que breguice. Ela é a VIP dos VIP, amiga pessoal do dono, Fernandinho “Bola” Nogueira: bicha louca que ela conheceu nas festas de república da época da faculdade. Naquele tempo, ele era membro do Coletivo Bicha Má, que reivindicava direitos para a comunidade LGBTXYZ123456, mas depois de formado, assumiu que o que ele gostava mesmo era de um bom golden shower e não servia para esta baboseira de política. Acabou abrindo a boate e disse que Laura tinha passe livre para andar ali sempre que quisesse. Ela acabou transformando o lugar num território de caça.

A propósito, é exatamente isso que ela veio fazer aqui hoje. O sangue em suas veias está ralo e precisa ser abastecido. Por mais desconfortável que a idéia seja, ela precisa se alimentar se não quiser se transformar numa besta irracional destinada a ser caçada por seus próprios companheiros. A música alta enche seus ouvidos e uma multidão de pessoas dança freneticamente na pista. A iluminação a ofusca pelos primeiros minutos, mas logo ela se acostuma. Respira fundo e começa a avaliar o terreno.

E que comece o jogo. Literalmente.
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Mensagem por Undead Freak Qua Mar 25, 2020 12:27 pm

Música da Balada:

A pista de dança se agitava de forma frenética conforme a nova música ecoava pelo recinto. Uma mistura de diversos drinques doces e nauseantes aditivados por muitas “balinhas” fazia uma multidão suada e mal cheirosa se atracar em uma espécie de dança, que mais parecia um ataque epilético em massa. Mais adiante, no balcão e longe daquele ponto de farra, Laura encontrava-se sentada, vestida da forma mais impecável que uma adolescente típica daquele lugar poderia estar. O rosto dela contorcia-se em uma careta de desgosto, mas não era pelo fedor de suor da multidão; algo na tela do seu smartphone a desagradava.

Aparência de Laura:

“Ah, que ótimo. Lá vai ela de novo...”

Laura estava vendo novamente as atualizações de Facebook da namorada de Phillip, o carniçal do seu senhor. Laura desenvolveu um verdadeiro desprezo pela garota em pouco tempo.

“Olha lá, ela está de novo chorando porque tem que estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Coitadinha... Está caindo nas lágrimas porque não aguenta o estresse. Será que é bom perguntar se ela resolveu fazer a faculdade por conta própria ou será que alguém colocou uma porra de uma arma na cabeça dela e obrigou ela a cursar?”

Quanto mais ela “rolava” a tela, mais enojada ficava.

“Chororô e mais chororô... Literalmente ela transformou a rede social em um muro das lamentações. Eu agradeço demais pelo meu útero estar morto e eu não ter mais a capacidade de ter filhos. Essa geração apática, fraca e covarde de merda de hoje em dia desanima qualquer mulher de ser mãe.”

Laura por fim guardou o smartphone. Julgou que já tinha passado raiva demais, mas uma coisa ela não podia discordar: ela e Phillip formavam um casal perfeito, afinal ele também era um chorão fraco e bunda mole como ela. Na cabeça de Laura, até ela tinha mais bolas do que ele – e olha que ela tinha nascido com uma “crica” no meio das pernas.

“Bem... Uma garota precisa comer. Vamos ver...”

Laura começou a procurar naquela multidão. Começou a varrer com os olhos se algum homem ou mulher a encarava. Não era difícil para ela atrair a atenção de alguém. Ela era bonita – muito bonita – e sabia o que dizer e como dizer. Sempre tinha alguma “sapa” ou algum mané pau-na-seca que ficava babando nela quando ela aparecia em locais públicos.  Mas como ela iria agir, isso iria depender da pessoa. Quando Laura encontrava uma possível vítima do seu charme, ela gostava de analisá-la, de tentar pegar pistas da personalidade, dos gostos e da postura, pois isso iria influenciar no papel que ela iria interpretar. A filhinha de papai safada? A ingênua aparentemente indefesa? A que se faz de difícil? Qual seria a máscara dessa noite?

-- Garçom? Pode me trazer mais um “cubano”, por favor? -- e disse isso em voz alta. Normalmente algum audacioso aparecia nessa hora dizendo “pode por na minha conta”, e já sentava ao lado, puxando papo. Bem, os realmente interessados criavam essa coragem e usavam isso como “movimento inicial”, por assim dizer. Discretamente ela enfiou os dedos na xavasca e, com um movimente ainda mais discreto, os cheirou, para ver se aquela essência de cereja ice ainda estava intensa no meio de suas pernas.
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Mensagem por Akira Toriyama Sex Mar 27, 2020 2:36 pm

Laura ri enquanto olha as postagens da garota que transformara seu Facebook no muro das lamentações e do vitimismo. Entre curtidas e demonstrações de condescendência, a garota se transformava num mártir da vida universitária aplaudida por meia dúzia de coitados que agiam exatamente como ela.

Ao desligar a tela do smartphone, ela se dirige para o bar e chamou o garçom.

— Garçom? Pode me trazer mais um cubano, por favor?

O garçom acena para ela, indicando que tinha entendido. Nesse momento, aparece um rapaz ao seu lado.

— O mesmo pra, mim. — pediu. — Coloca os dois na minha conta.

Ele se vira para Laura com um sorriso. Ela o avalia por alguns segundos: loiro, alto, boa aparência. Também está em forma e tinha a pele bronzeada, típica de alguém que vive na praia. O Rolex no pulso esquerdo, contudo, denuncia que ele estava longe de ser um hippie. Ou talvez fosse de fato um hippie — John Lennon adorava um luxo, não?

— Rodrigo. — apresentou-se, brindando com ela quando os drinques chegaram. — Quer dançar um pouco?

Sentindo a fome se mexer em seu estômago, Laura aceita o convite e caminha, conduzida por um toque suave de um homem que nunca pegou no pesado, para a pista de dança, no meio de toda aquela massa. Era uma coisa boa, uma vez que ela não precisa se dar o trabalho de ouvir sua conversa fiada enquanto ele tenta flertar. Ela dança, lembrando-se da época em que ainda era viva e adorava fazer isso com outros homens. Por um segundo, pensa em como seria acordar na beira da praia com aquele rapaz, pronta para dar um mergulho.

O pensamento, porém, é engolido pela fome, que clama por ser saciada quando ela olha para seu pescoço suado refletindo a luz colorida do teto. Ela precisa se segurar para não mordê-lo ali mesmo e ter o xerife Gerson em sua cola.

— O que você acha de irmos para um lugar mais reservado? — Rodrigo grita em seu ouvido. Ela sente a mão dele em sua bunda, acariciando-a de forma descarada.

O filho da puta está morrendo de tesão.
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Mensagem por Undead Freak Sex Mar 27, 2020 3:04 pm

“A cada minuto nasce um trouxa.”

Dito e feito. O pequeno truque de Laura deu certo. Um pobre diabo senta ao lado de Laura e diz:

Rodrigo escreveu:— O mesmo pra, mim. Coloca os dois na minha conta.

Laura olhou para ele e sorriu.

Rodrigo escreveu:— Rodrigo. — apresentou-se, brindando com ela quando os drinques chegaram. — Quer dançar um pouco?

Era tão fácil que quase chegava a dar pena – quase. Laura olhou para baixo meio graça, encarnando a inocente. Afinal, homens adoram ter a sensação que estão com uma inocente bobinha e frágil, fácil de dobrar; principalmente homens como aquele que, só pelo rolex, já mostra que é um filhinho de papai.

Em movimentos suaves e com uma timidez incrivelmente fingida, ela segura na mão do homem e o segue como uma ninfetinha delicada até a pista de dança.

“Espero que esse filho da puta não comece a contar vantagem e forçar os bíceps para tentar me impressionar...”

Laura abraçou o sujeito e começou a roçar nele, coxa com coxa, de um jeito lento e propositalmente suave. Era um gingado quase que hipnótico de tão vagaroso. Seu cabelo perfumado deslizando no queixo dele, sua pele macia encostando na bochecha dele. Não demorou muito para a piroca do babaca começar a dar solavancos dentro da cueca e armar a barraca. Laura ria por dentro, mas por fora seu rosto era de inocência, com um olhar profundo e belo. Laura sabia que tinha ganhado a noite quando sentiu aquela apalpada típica em suas nádegas avantajadas.

Rodrigo escreveu:— O que você acha de irmos para um lugar mais reservado? — Rodrigo grita em seu ouvido.

“Ótimo. Direto ao ponto. Não vou precisar ouvir nada nauseante dessa vez.”

— Que tal o banheiro? — disse Laura em seu ouvido com os lábios bem próximos enquanto passava os braços pelo pescoço dele. Ela deixou seus lábios tão próximos que viu a pele da nuca do idiota se arrepiar de tesão. Ficar tão próxima daquele pescoço atiçou ainda mais sua fome, exigindo um esforço considerável da parte dela para não rasgar a pele do filho da puta ali mesmo.

Ela pegou a bebida e levou com ela. Ela tinha um plano. Ela não iria apenas se alimentar e roubar a carteira e o relógio dele. Laura era legal, apesar de tudo. Ele quer transar? Ok, mas é uma pena ele não ter especificado como.

Off: No ponto discreto de foda, Laura vai embebedar ele colocando bebida na boca e passando para a boca dele, depois ela vai morder o pescoço dele, se alimentar e, quando ele desmaiar de fraqueza, ela vai roubar a carteira, o relógio e meter na bunda dele com uma garrafa de vidro.
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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Mar 28, 2020 8:40 am

— Que tal o banheiro?

A pergunta faz o rapaz ficar ainda mais excitado. Os olhos dele a encaram com desejo ao ouvir sua sugestão e ele a arrasta em direção ao banheiro, abrindo caminho pelo mar de gente que dança freneticamente, sem pensar no amanhã.

O banheiro da Scandallo não tem seguranças. Isso é coisa de pobre, que gosta de manter as regras para banheiros. Aqui, você pode ignorar a sinalização das portas e entrar no banheiro do sexo oposto, se quiser. Basta pensar naquele velho, embotado e ridículo argumento que sexo é construção social e colocar em prática aqui, onde todos se misturam nos dois cômodos que servem de sanitário, sem distinção alguma.

Laura não é a única que entra acompanhada no banheiro. Num canto, um homem se beija com duas mulheres enquanto um travesti lhe faz sexo oral. A visão a deixa confusa sobre onde termina um e começa o outro, mas logo Rodrigo a puxa para um reservado e a pressiona contra a parede. Sem tempo para pensar, ele beija seu pescoço enquanto apalpa seus seios por cima da roupa. A outra mão se aventura mais abaixo, tentando abrir o zíper de sua calça. A vampira se exaspera ao se lembrar da época em que essa porra ainda a excitava.

Sem paciência para agüentar uma coisa que simplesmente não a levará a lugar algum, ela mordeu seu pescoço, sentindo toda a excitação dele escoar para sua garganta em forma da preciosa vitae. Durante o processo, Laura sente a euforia do rapaz, a rebeldia fútil e mal direcionada, o gosto pelo mar. Num vislumbre, ela o vê deitado sobre uma prancha, remando em direção a uma onda que se ergue. A visão do mar numa manhã ensolarada a faz ter saudades do dia.

Rodrigo relaxa. Aos poucos, ele solta o abraço enquanto se perde na sensação prazerosa que a mordida de um vampiro causa. Beirando a inconsciência, ele desaba no chão como um usuário de LSD. Ela sabe que ele está fraco devido a quantidade de sangue drenado — sua fome estava cobrando um preço bem alto naquela noite. Para que ele nunca a esqueça, ela leva sua carteira, o relógio e enfia o gargalo da garrafa em seu traseiro. Com um sorrisos satisfeito, ela sai do reservado limpando o canto da boca.

Hora de cair fora dali.
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Mensagem por Undead Freak Sáb Mar 28, 2020 11:34 am

Laura era levada pelo pulso em direção ao banheiro feminino. Não havia segurança, não havia problemas em ignorar a placa do sexo oposto – ninguém ligava. Antes gentil e suave, agora Rodrigo levava Laura com certa euforia, até mesmo agressividade. O sujeito simplesmente não via a hora de “fuzilar” aquela ostrinha cor de rosa daquela musa de olhos verdes, que ria internamente pensando “Garanti minha janta de hoje.”

Passando por um homem que se divertia com duas mulheres e um travesti enganchado em sua piroca pela boca, Laura é logo colocada contra a parede – literalmente –, com Rodrigo sacando sua pistola, beijando-lhe o pescoço e apertando-lhe os seios. Não tinha mais necessidade de continuar esse joguinho de soma zero. Laura já tinha conseguido o que queria. Seus dentes perfeitos e brancos como pérolas tornaram-se presas afiadas e longas, e ela mordeu a jugular de sua vítima.

A cada gemido de prazer de Rodrigo, Laura conseguia uma memória, um vislumbre, um sentimento... Futilidades, imaturidade, paixão. O vitae lhe escorria garganta abaixo, aquecendo seu corpo frio, ao mesmo tempo que empalidecia cada vez mais o filhinho de papai que caia tombado sobre o vaso, fraco, quase inconsciente. Nesse momento Laura lambeu a ferida e sorriu. Enquanto limpava o sangue de sua boca, ela contemplava aquela vista cômica. Rodrigo estava praticamente de quatro sobre a porcelana imunda e mal cheirosa, com o rabo empinado e gemendo como um mongoloide.

– Ah, sim. Eu entendi, querido. Não se preocupe – e nesse momento ela pegou uma garrafinha de Heineken que estava jogado de lado, e começou o movimento de coito. Um, dois, três, quatro, cinco, seis... Rodrigo agora molhava o cabelo na água do vaso, já que sua cabeça afundara quase que completamente dentro daquele buraco mijado, com urina de dezenas de pessoas diferentes...

A garrafa começou a trincar, mas Laura não se importou. Ela só parou quando de fato a garrafa trincou e o corpo dela ficou como um grande alargador de vidro expandindo tudo que se chama prega.

– Desculpe por isso, querido – disse ela, enquanto passava a mão na carteira e no rolex – mas eu sou uma dama, uma flor muito delicada. Andar com um cintaralho na bolsa é vulgar e indiscreto, então precisei improvisar.

Ela largou Rodrigo ali, a um passo de desmaiar e saiu colocando o rolex e o dinheiro no bolso da jaqueta.

“Que tipo de idiota anda com relógio de pulso hoje em dia? Ah, sim! O tipo de idiota que gosta de se exibir.”

Bem, pelo menos ela iria ganhar mais um dinheiro com aquele treco. Antes de deixar a boate, Laura sacou o celular e mandou uma mensagem de voz para o Bola.

– Oi, querido! Boa noite! Estou aqui, na sua pequena Gomorra. Gostaria de saber se você ouviu algo de relevante nessas últimas noites? Sabe como é, sou uma menina que gosta de se manter informada. Se tiver um tempinho, a gente pode papear no seu escritório como nos velhos tempos.
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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Mar 28, 2020 9:28 pm

Antes de deixar a boate, Laura saca o celular e manda uma mensagem de voz para Bola. O aplicativo sinaliza que ele recebeu, mas ainda não ouviu, o que a faz pensar que, provavelmente, ele se encontra acompanhado de algum gogo-boy que esteja disposto a suportá-lo pela noite. Da última vez que conversaram, uma semana antes, ele lhe contou sobre um garoto de programa que o estava satisfazendo de forma absurda na cama. Um pouco de atenção e algumas fofocas lhe indicaram que se tratava de um dos neófitos Toreador da cidade.

Ela só esperava que a Scandallo não deixasse de ser seu território de caça.

Ante ao silêncio do dono, ela sai da boate, sentindo o ar da noite bater em seu rosto. O cheiro de bebida e fumaça de gelo seco é substituído pelo cheiro de poluição e sujeira da rua. Fuçando na internet, ela descobre que está rolando uma balada mais interessante na Augusta, mais exatamente onde funciona um dos Elísios da cidade — e principal base dos Toreador. Certamente Madame Peccado estará lá. No Parque do Ipiranga, principal Elísio da cidade, os cainitas com certeza estão se reunindo e provavelmente existe alguma coisa muito interessante por ali. Por último, ela ouve o ronco de uma moto no começo da rua. Não demora muito e reconhece Jeferson, um dos assistentes do Xerife, passando numa ronda. Ele a reconhece e acena amigavelmente para ela, baixando a velocidade da moto.

E além de tudo isso, existe a possibilidade gritante de voltar para casa e curtir o restante da noite na frente da televisão, assistindo alguma série. Porque ninguém é obrigado a ficar caçando a noite toda quando ela já se alimentou.

A noite apresenta muitas possibilidades. Qual ela vai escolher?
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Mensagem por Undead Freak Sáb Mar 28, 2020 10:00 pm

O aplicativo mostra que a mensagem de voz foi recebida, mas mostra que Bola ainda não ouviu. Bem, Laura sabe que Bola só larga o celular quando está realmente ocupado, pois nem quando ele está cagando ele deixa de ficar fuçando no whatsapp. O primeiro pensamento dela é que ele deve estar sendo “fuzilado por trás” por algum garoto de programa – muito provavelmente aquele neófito Toreador da semana passada. De qualquer forma, isso não importava.

Laura saiu da boate, onde agora ela poderia sentir cheiro de poluição de escapamentos, mijo nas paredes dos becos e lixo decomposto vazando chorume ao invés dos habituais odores de suor e bebida batizada do interior da Scandallo. Na falta da cooperação de Bola, ela recorre ao melhor fofoqueiro de todos: o google.

“Vamos ver o que essa noite ainda promete...”

Laura descobre que a noite anda movimentada na Augusta. Uma balada no Elísio dos Toreador parece muito mais interessante. Não apenas pela presença de Madame Pecado, mas também pela possibilidade de colocar as mãos em qualquer informação valiosa que ela possa tirar vantagem. Parece haver também uma reunião considerável de membros no parque do Ipiranga, mas isso não soa tão interessante para Laura quanto os pequenos saraus dos Toreador da rua Augusta.

-- Ah, boa noite Jeferson, querido! -- diz Laura, com um sorriso simpático parando o assistente do xerife, que passa próximo dela de moto. -- Não quero incomodar, mas poderia fazer um favorzinho pra mim? Quando acabar sua ronda, poderia me levar até a Augusta? Acabo de ser solicitada lá. -- Claro, era uma mentira, mas ela não estava a fim de gastar grana com táxi ou uber. Ela também não estava nem um pouco a fim de mofar no seu refúgio diante da televisão o resto da noite – não quando ela pode fazer algo mais proveitoso para si, como desenvolver contatos, alianças e conseguir informações.
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Mensagem por Akira Toriyama Dom Mar 29, 2020 10:41 am

Jeferson é um cara abraçado recentemente, como ela. Ele ganhou a imortalidade nas manifestações de 2013, quando chamou a atenção de seu senhor espancando caras como o idiota que estava na Scandallo com uma garrafa enfiada no rabo. É um rapaz grande, que vivia em academias quando vivo. Apesar da moto, não é o típico motoqueiro. O cabelo curto escondido dentro do capacete, a camisa da seleção brasileira, a moto saída de Sons of Anarchy.

Ao cumprimentá-lo, ele para a moto e dá um sorriso amistoso par ela. Tira um capacete extra e estende.

— E aí, Laura. — ele diz, por cima do ronco do motor. — Você acabou de sair de um reduto de viado pra ir pra outro? Sobe aí, gata.

Laura se sente quase uma groopie ao subir na garupa do Brujah, afivelando o capacete embaixo do queixo. Segurando em seus ombros, ela o vê acelerando até virar uma esquina e deixar a boate para trás.

— Pelo menos você está indo pra um lugar um pouco mais seguro. — ele grita, olhando para trás. — O Capão Redondo está infestado de anarquista fazendo merda. Gersão estava louco essa semana. Pena que você não curte esse tipo de role, gata. A gente com certeza ia te chamar pra chutar umas bundas por lá.

É um cara legal, mas meio sem noção.


Monte Parnaso é o nome de uma montanha da Grécia famosa por ter sido consagrada a Apolo — o deus da poesia, da beleza e das artes. É também o nome do estabelecimento criado e mantido por Madame Pecado e principal reduto dos Toreador de São Paulo.

É uma construção feita no estilo art nouveau, uma mansão com três andares bem decorada e iluminada, visível de longe. Poderia ser classificada como uma boate, mas a Toreador não gosta desse termo: é uma danceteria, um bar, um lugar onde a arte e a beleza florescem e são conservadas. Também é um prostíbulo.

— Está entregue. — Jeferson diz, olhando para a fachada. — Fica esperta por aqui, viu. A galera do Yoshida andou falando que umas cobras andaram pela Augusta nos últimos meses. Você sabe que eles não costumam errar. Qualquer coisa grita.

Ele se despede, roncando o motor da moto pela rua. À frente dela, a Monte Parnaso a espera para fechar a noite.
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Mensagem por Undead Freak Dom Mar 29, 2020 11:31 am

Jefferson escreveu:— E aí, Laura. — ele diz, por cima do ronco do motor. – Você acabou de sair de um reduto de viado pra ir pra outro? Sobe aí, gata.

—Valeu, Jeff! Fico te devendo uma! – diz ela, em um sorriso cheio de energia. Ela logo se adaptou à nova situação, escolhendo outra forma de falar, outro tipo de palavras e um outras formas de agir para “agradar” o seu amigo. Cada situação exige uma máscara, como ela bem sabe. Ela só precisava entrar no jogo e falar o que o cara queria ouvir.

– É embaçado mesmo ver esses duelos de sabres de carne, mas tudo nesse mundo tem uma utilidade, Jeff. Às vezes a utilidade tá óbvia, às vezes não, mas ela existe.

“Ótimo. Não vou precisar gastar grana com transporte.”

Jefferson escreveu:– Pelo menos você está indo pra um lugar um pouco mais seguro. — ele grita, olhando para trás. — O Capão Redondo está infestado de anarquista fazendo merda. Gersão estava louco essa semana. Pena que você não curte esse tipo de role, gata. A gente com certeza ia te chamar pra chutar umas bundas por lá.

Olha pra mim, Jeff. Que força eu tenho para chutar a bunda de alguém? Eu sou mirradinha, e sou um bebê da noite, ainda. Meu Senhor perderia a cabeça se eu entrasse em um quebra-quebra de graça – Laura fingia uma modéstia que não tinha nem um pouco.

Não levou muito tempo e lá estava diante dela a fachada da danceteria Monte Parnaso, domínio de Madame Pecado. Laura se lembrou muito bem em usar o termo “danceteria” para se referir àquele balde de porra emperiquitado, porque termos como “puteiro”, “boteco”, “boate” e “casa de cocota” ofendem a Toreador.

Jefferson escreveu:— Está entregue. — Jeferson diz, olhando para a fachada. — Fica esperta por aqui, viu. A galera do Yoshida andou falando que umas cobras andaram pela Augusta nos últimos meses. Você sabe que eles não costumam errar. Qualquer coisa grita.

— Valeu de novo, grandão – e beijou o rosto dele, quando ele a deixou na Augusta.

Laura viu Jeferson sumir no asfalto e o ronco da moto ficar cada vez mais distante até desaparecer. Ela demorou alguns minutos contemplando aquela fachada de art nouveau antes de entrar.

“... um lugar onde a arte e a beleza florescem e são conservadas... De fato, a arte de enganar otários com a famosa chave de buça e a beleza de usufruir do lucro da ingenuidade alheia.”

Laura caminhou graciosa para dentro daquela “danceteria” e, assim que viu Madame Pecado, foi até ela empolgada.

– Quanto tempo, madame... – disse, dando um selinho nela. – Estava com saudades da sua ilustre presença.
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Mensagem por Akira Toriyama Dom Mar 29, 2020 1:00 pm

Laura escreveu:– Quanto tempo, madame... – disse, dando um selinho nela. – Estava com saudades da sua ilustre presença.

Madame Pecado era uma mulher bonita, mas de uma beleza que seria beleza em qualquer lugar dos últimos 200 anos. Tinha a pele bronzeada de quem tem sangue africano diluído nas veias, um e setenta de altura, curvas insinuantes e idade indefinida — já não parecia mais uma ninfeta como Laura, mas também não era nenhuma coroa. Naquela noite, ela vestia um vestido preto cintilante, justo e transparente em alguns pontos. Laura tinha que admitir que ela era, de fato, uma dama.

Ela demonstra imensa alegria ao vê-la. Retribui o selinho e segurou em suas mãos, exibindo um sorriso radiante.

— Querida, como é bom te ver. — diz, numa voz afetada. — Apesar de você estar um pouco negligente e não vir ao meu humilde sarau já faz algumas semanas. Eu sei, nada aqui é tão requintado quanto você, mas a sua presença abrilhanta minha casa.

A Toreador era exatamente assim: generosa em elogios e dotada da capacidade de mascaras absolutamente tudo o que pensava. A parte boa era que Laura sente que está lidando com uma semelhante.

— E como está seu senhor, querida? Aquele danadinho não aparece já tem um tempo. Ele me diverte muito. — diz, passando os braços por seus ombros. — Venha, vamos conversar lá nos fundos, onde temos mais privacidade. Já se alimentou?

As duas vão para os fundos, numa área privativa que Madame Pecado reserva para Membros — pelo menos daqueles que gozam da sua simpatia ou interesse. O lugar está pouco movimentado naquela hora, porque muitos disputam uma noite ali para serem vistos e terem boas conexões. É uma sala espaçosa, cheia de poltronas e sofás, bem decorada com vários quadros e esculturas e com empregados à disposição, andando por todos os lados com pequenas taças de vitae.

Madame Pecado senta-se numa poltrona de frente para Laura. Não demora muito e um carniçal trouxe vitae e uma longa cigarrilha para ela.

— Então, querida. Conte-me suas mais recentes travessuras.
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Mensagem por Undead Freak Dom Mar 29, 2020 2:27 pm

Madame Pecado escreveu:— Querida, como é bom te ver. — diz, numa voz afetada. — Apesar de você estar um pouco negligente e não vir ao meu humilde sarau já faz algumas semanas. Eu sei, nada aqui é tão requintado quanto você, mas a sua presença abrilhanta minha casa.

— Assim você me faz corar, madame — diz Laura, entrando naquele clima de melhor amiguinha do colégio. — Andei meio ocupada com os afazeres que o papai me trazia, mas prometo que agora serei mais frequente aqui.

Era como andar perto de uma fogueira estando coberta de gasolina, mas Laura já estava acostumada com esses “jogos de palavras”.

Madame Pecado escreveu:— E como está seu senhor, querida? Aquele danadinho não aparece já tem um tempo. Ele me diverte muito. — diz, passando os braços por seus ombros. — Venha, vamos conversar lá nos fundos, onde temos mais privacidade. Já se alimentou?

—Ah, você sabe como é o Ramonzinho: um verdadeiro workaholic. Mas não se preocupe, logo ele dá as caras por aqui — e passou o braço envolta da cintura da Toreador. — Vamos, sim. Adoraria. Quanto a comer, estou satisfeita, mas confesso que não negarei outros prazeres que você venha a me oferecer.

Laura foi levada para a área “vip” da danceteria, onde os membros se destacam dos mortais, com privacidade para conversar.  Laura passa um tempo admirando os quadros e demais adornos daquela sala espaçosa, pegando um lugar qualquer dentre os vários. Sua atenção então se volta para Madame Pecado, que senta diante dela, pegando uma cigarrilha que um carniçal lhe traz.

Madame Pecado escreveu:— Então, querida. Conte-me suas mais recentes travessuras.


— Nada demais, e esse é justamente o problema — respondeu Laura. — O Ramonzinho me trouxe muitas coisas para ler, e isso consumiu um bom tempo, mas meu trabalho de campo está meio... à toa. Eu estou um pouco incomodada com isso; entediada, talvez.

Laura estendeu os pés, ficando à vontade enquanto conversava com Madame admirava os detalhes do teto. Por fim ela falou, sem enrolação, mas ainda assim em um tom descontraído.

— Talvez você tenha ouvido alguma coisa que valha a pena? Algo que possa virar uma travessura para nós duas brincarmos juntas? Já que temos interesse mútuo pela arte, talvez possamos nos ajudar nisso.
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Mensagem por Akira Toriyama Seg Mar 30, 2020 11:53 am

Enquanto conversam, um casal de artistas se posiciona no centro da sala, onde todos os vêem. O homem é negro e grande, a cabeça raspada reluzindo a luz do lustre pendurado no teto. A moça é pequena e delicada, de pele branca e cabelo loiro. Os dois vestem roupas de couro e alguns acessórios que lembram práticas BDSM. Laura tem um súbito interesse enquanto os dois iniciam uma série de carícias perfeitamente encaixadas numa coreografia com música eletrônica.

As luzes da sala se apagam assim que eles começam. Logo, o homem pega uma corda e começa a amarrar a moça de forma minuciosa e artística, passando-a por várias partes do seu corpo de forma que ela fique suspensa num suporte que fica no teto. Uma vez imobilizada e suspensa, ela se encontra totalmente a mercê de seu dominador.

— Veja, querida. Como é belo. — diz Madame, com os olhos fixos no casal. — Sempre tive uma queda por homens fortes. A moça também me agrada muito. E você?

Enquanto Laura fala, o casal começa uma cópula violenta. Os gemidos da moça preenchem o ambiente, quase se fundindo com a música.

— Então você gostaria de fazer uma pequena travessura. — ela diz, virando-se para a Ravnos. — Bem, acho que podemos improvisar um joguinho. Quem sabe assim não aplacamos um pouco a saudade que nós duas temos daquele danadinho do Ramon.

Madame dá uma tragada na cigarrilha e se inclina para ela, abaixando o tom de voz.

— Você sabe que eu tenho alguns clientes do Piqueri. — conta. — E andei ouvindo algumas coisas interessantes sobre alguns caixotes que eles estão recebendo lá em Santos. O problema é que, como você sabe, o porto foi tomado por anarquistas recentemente e entrar lá se transformou num problema. Faz algumas noites que eu estou tentando mediar uma negociação entre eles e o pessoal do Yoshida, mas você sabe como aquele monstro é difícil.

É fácil saber do que ela fala. O Piqueri, antiga propriedade de uma rica família italiana de São Paulo, é reduto dos Giovanni — cuja presença é quase obrigatória numa cidade com uma imigração italiana tão grande. O parque em si já não pertence mais a eles há muito tempo, por uma questão que os necromantes não falam com ninguém; boatos circulam aqui e ali. No entanto, os arredores são domínio deles e a Camarilla não interfere em seus negócios. Já Yoshida... bem, esse é um nome que ela escuta pela segunda vez na noite. O primógeno Nosferatu é uma das criaturas mais grotescas do qual ela ouvira falar. Em seu pouco tempo como vampira, Laura ainda não o conheceu: ele quase nunca freqüenta o Elísio e nas poucas ocasiões em que isso aconteceu ela não estivera presente. No entanto, as fofocas correm.

No centro da sala, a moça tem um orgasmo intenso. Ela está cheia de marcas de chicotada em várias partes da pele alva.

— Enfim, querida. É isso. — dize a Toreador, batendo a cinzas da cigarrilha. — Se você me ajudasse a elaborar um plano que deixe esta negociação mais fácil, eu ficaria muito grata. Confesso que é sempre uma tarefa difícil mediar qualquer coisa com os nossos coleguinhas do esgoto
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Mensagem por Undead Freak Seg Mar 30, 2020 12:37 pm

Laura permaneceu trocando as palavras certas com Madame Pecado. Ela estava ávida por uma informação valiosa, algo que a levasse a cometer um grande roubo, uma conquista valiosa, mas Madame acabou por virar o rosto e fixar sua atenção para o centro da sala. Isso obviamente deixou Laura curiosa, que instintivamente acabou por fazer a mesma coisa.

Um pequeno espetáculo particular começou ali. Um casal vestido em couro iniciava um número artístico de práticas sado-masoquistas, onde um negro alto e musculoso amarrava e “violentava” uma garotinha loira e mirradinha. Laura se aborreceu com aquilo. Não pelo número, mas por perder tempo assistindo aquilo sem receber a informação que desejava. Aquilo não era excitante. Na verdade, chegava a ser tedioso.

“Ah, um negão traçando uma loirinha... no Brasil. Nossa, que coisa mais inédita... O que é que o Rio de Janeiro está fazendo como cartão postal desse país, afinal?”

Madame Pecado escreveu:— Veja, querida. Como é belo. — diz Madame, com os olhos fixos no casal. — Sempre tive uma queda por homens fortes. A moça também me agrada muito. E você?

— Com certeza — disse Laura, embora estivesse aborrecida. — Eu gosto de vir aqui justamente porque só aqui posso apreciar essas peculiaridades tão exóticas.

Madame Pecado escreveu:— Então você gostaria de fazer uma pequena travessura. — ela diz, virando-se para a Ravnos. — Bem, acho que podemos improvisar um joguinho. Quem sabe assim não aplacamos um pouco a saudade que nós duas temos daquele danadinho do Ramon.

“Finalmente...”

— Eu gosto de jogos. Jogos são muito divertidos — disse Laura, sorrindo de um jeito travesso e maldoso. — O que tens em mente, musa?

Nesse momento Madame solta uma baforada de fumaça e se inclina para perto do ouvido de Laura.

Madame Pecado escreveu:— Você sabe que eu tenho alguns clientes do Piqueri. — conta. — E andei ouvindo algumas coisas interessantes sobre alguns caixotes que eles estão recebendo lá em Santos. O problema é que, como você sabe, o porto foi tomado por anarquistas recentemente e entrar lá se transformou num problema. Faz algumas noites que eu estou tentando mediar uma negociação entre eles e o pessoal do Yoshida, mas você sabe como aquele monstro é difícil.

Laura sorriu. Aquilo sim parecia muito interessante. Na verdade, já tinha feito a vinda dela ali valer a pena. Laura começou a maquinar algo em sua mente processando as informações que tinha conseguido, mas mais uma vez o casal no centro ganha a sua atenção ao atrapalhar seu raciocínio com o grito de orgasmo da garota, agora toda marcada por vergões de chicote e corda muito apertada.

Madame Pecado escreveu:— Enfim, querida. É isso. — dize a Toreador, batendo a cinzas da cigarrilha. — Se você me ajudasse a elaborar um plano que deixe esta negociação mais fácil, eu ficaria muito grata. Confesso que é sempre uma tarefa difícil mediar qualquer coisa com os nossos coleguinhas do esgoto.

Laura voltou a pensar. Yoshida era um nosferatu. Ela nunca tinha o visto, mas pelo pouco que ouviu falar dele, parecia ser um vampiro que não deveria ter como inimigo. A menção do Piqueri a fez ligar a situação automaticamente aos Giovanni, mas quanto a isso sem problemas. Não era da conta dela se Madame Pecado negociava ou não com os necromantes. O problema eram os anarquistas.

— Eu poderia tentar ser persuasiva, mas você me disse que essa abordagem já está em andamento e está sendo infrutífera. Bem, acredito que até aqueles brutos desmiolados queiram algo, certo? Algo que possamos usar como barganha. E se até isso falhar... Ora, quem disse que temos de negociar, afinal de contas? Há sempre mais de um meio para se chegar ao mesmo objetivo — e dizendo isso, piscou para Madame Pecado.
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Abr 01, 2020 11:04 am

Ela escuta Laura com atenção, balançando a cabeça.

— Você tem razão, querida. — diz. — Talvez Yoshida não esteja tão interessado assim num trabalho. Por mais furtivo que os Nosferatu sejam, eles vivem atolados de trabalho e costumam cobrar muito caro por serviços desse tipo, apesar de serem eficientes. O que você me propõe?

Laura percebeu que a casa começava a se esvaziar. Ao olhar para o relógio, descobriu que estava razoavelmente atrasada: eram três e vinte da manhã. Não demoraria muito e o sol estaria a postos, pronto para transformá-la em cinzas. O que quer que decidisse, precisava ser rápido.
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Mensagem por Undead Freak Qua Abr 01, 2020 11:44 am

Madame Pecado escreveu:—Você tem razão, querida. — diz. — Talvez Yoshida não esteja tão interessado assim num trabalho. Por mais furtivo que os Nosferatu sejam, eles vivem atolados de trabalho e costumam cobrar muito caro por serviços desse tipo, apesar de serem eficientes. O que você me propõe?

Laura olha no relógio. O horário não era muito confortante e ela teria pouco tempo para voltar para seu refúgio. Ela havia passado tempo demais de bobeira pelas ruas.

"Ah, que ótimo. Vou ter que correr como verme para dentro do buraco. Que digno e louvável."

— Eu cuido disso para você, minha doce Madame. Melhor trabalhar com uma amiga do que pagar mercenários para isso. Me dê todas as informações sobre a situação que você puder. Nomes, contatos, detalhes, horários, datas... Tudo. Eu vou tentar do meu jeito. Se conseguir, prometo que volto com um prêmio à altura de sua beleza — e disse isso fazendo uma carícia digna de uma amante no rosto da Toreador.

"Esse jogo parece divertido. Vamos brincar."
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Mensagem por Akira Toriyama Qui Abr 02, 2020 11:01 am

CAPÍTULO I
Uma Pequena Travessura

Laura acorda bem humorada na noite seguinte. Ganhou uma pequena pasta com informações da primógena Toreador para realizar um pequeno serviço que com certeza a elevaria para uma das mais bem relacionadas neófitas da cidade e agora está ávida para realizar esse trabalho. Imagina só, a pequena Ravnos por dentro de todas as fofocas da cidade.

Ela sabe que, além de ser a Toreador mais influente, Madame Pecado também é uma das principais harpias da cidade. Mais da metade do grupo de harpias é sua cria ou protegida e as demais possuem pelo menos a sua simpatia. Se ela fizer parte deste pequeno grupo... bem, as coisas podem ficar ainda mais divertidas.

Ao verificar o conteúdo da pasta, Laura percebe que esse vai ser um trabalho difícil. Os anarquistas da cidade estão dominando o porto de Santos desde o começo do ano e, além disso, a cidade em si é um território da Camarilla que está praticamente esfacelado. Entrar ali já é um problema. Enfrentar os anarquistas, então, é ainda pior. Talvez seja uma boa idéia pedir ajuda a alguém mais parrudo que ela.

Nelson Baiano, líder dos vampiros que dominam o porto. Embora classificado como anarquista, sua afiliação é desconhecida. Já demonstrou domínio sobre Disciplinas suspeitas, apesar de se declarar Caitiff.

Renan Oliveira, seu braço direito. Até onde se sabe, Gangrel. Possui um longo histórico de assassinato, atentados e perseguições. Dizem que foi um Algoz em alguma cidade do interior, mas sua atual filiação também é desconhecida.

Por fim, Tatiana Ferreira. Caitiff procurada há anos pela diablerie de um Membro do Rio Grande do Sul, traficante de drogas. Junto com os outros dois, formam o comando dos ditos anarquistas que dominam a área com mão de ferro.

Jocasta Couto, a Príncipe de Santos, perdeu muito espaço para eles nos últimos anos e chegou a pedir ajuda para Ramon no gerenciamento da crise. Embora tenha contido o avanço e mantido uma parcela do território da Camarilla, o que estava perdido se mostrava algo muito difícil de ser recuperado. Desde então, a Príncipe concentrava seus esforços em criar uma base forte o suficiente para enfrentá-los.

A encomenda dos Giovanni chegou há duas semanas. Ela está lá desde então, interditada pelos anarquistas que cobram uma quantia abusiva para liberá-la. O representante Giovanni da área, Ambrosio Rosselini, comanda uma pequena quadrilha de jogo do bicho e, assim como em São Paulo, trabalha em conjunto com a Torre de Marfim.

Junto com tudo isso, uma pequena lista de nomes que pega a jovem de surpresa. São todos neófitos com habilidades adequadas para a missão. Além do nome dela própria que está ali, ela também encontra o nome de Jefferson, o assistente do Xerife e o nome de André, o Nosferatu mais novo da cidade, apresentado à comunidade na mesma ocasião que ela. Madame Pecado está obviamente tentando escalá-lo para este trabalho, uma vez que um simples neófito vai sair mais barato que o próprio primógeno. Fazer o trabalho sozinha pode ser arriscado demais para ela, que não tem todas as habilidades que um trabalho desse requer. Talvez seja bom ter alguns músculos para emergências.
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Mensagem por Undead Freak Qui Abr 02, 2020 5:48 pm

Laura começou a noite seguinte sorridente. Ela olhava para a pasta de informações em sua mão, fornecida por ninguém menos que Madame Pecado, primógena Toreador e principal Harpia da cidade. A pequena Ravnos sentia o corpo todo formigar de euforia. Ela tinha dado um passo e tanto para fincar o alicerce de sua influência naquela cidade.

As informações contidas na pasta mostravam que não seria fácil. Santos agora era uma cidade que era da Camarilla apenas em teoria, e os anarquistas agora dominavam o porto desde o começo do ano. Seria estúpido entrar na cidade e tentar resolver as coisas na base da força bruta, mas isso nunca foi o estilo de Laura. Há maneiras mais seguras e eficientes, e a dificuldade aparente não desanimou a neófita.

Laura começou a analisar os nomes envolvidos. Nelson Baiano, Renan Oliveira e Tatiana Ferreira. O trio que forma a cabeça da lança. Os “tops”. Galerinha um tanto suspeita, de fato, mas a associação entre a Príncipe e Ramon a deixa mais otimista. Com a orientação dele e alguns ajudantes apropriados, as chances melhoravam muito; e na perspectiva de sucesso, ela não teria moral apenas na Camarilla, ela certamente ganharia a estima dos necromantes; talvez um favor ou dois de brinde. Não poderia ser melhor.

Quanto a ajuda, os nomes de alguns neófitos interessantes vieram anexados junto com os documentos da pasta. Ela reconhece Jefferson, que se engraçara com ela na noite anterior. Ele certamente seria ideal como os músculos da situação. Além disso, André, o nosferatu, seria ideal nas situações furtivas e de espionagem. Ela tem dois nomes, mas não era uma situação para ser precipitada. Um Brujah e um Nosferatu com ela seria algo interessante, mas quanto mais recursos ela conseguir antes de mergulhar as mãos na sujeira, melhor. Ela saca o seu telefone e envia uma mensagem para os necromantes do Tatuapé.

Boa noite, senhor Giovanni. Meu nome é Laura e eu sou uma boa amiga da senhorita Pecado. Ela explicou a situação incômoda envolvendo os portos e eu demonstrei interesse na situação. Madame e eu temos interesses em comum e eu pretendo resolver o problema. O senhor poderia se encontrar comigo? Preciso discutir isso em mais detalhes com o senhor. Grata.
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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Abr 04, 2020 9:26 am

A mensagem chega em alguns minutos. Trata-se de uma resposta rápida, que beira a grosseria: apenas um endereço no Tatuapé e um horário marcado para dali uma hora. Também contém uma senha: ela deve perguntar sobre o vinho da Sicília. Aparentemente, tecnologia não é o forte dos Giovanni.

Depois de se aprontar, Laura ruma para o endereço marcado. Ao colocar os pés na calçada, percebe que se encontra diante de uma pizzaria típica de São Paulo. O cheiro de massa corre até as suas narinas e ela sente saudades do tempo que ainda podia comer.

Ela passa por uma porta dupla que dá para um salão movimentado e barulhento. Como uma boa casa italiana, esta pizzaria tem pessoas conversando em voz alta, rindo e gesticulando de maneira exagerada. Ao fundo, um rádio toca música típica num volume baixo, quase inaudível por causa dos freqüentadores do lugar. Garçons vêm e vão toda hora, passando com bandejas fumegantes.

Ao se dirigir ao caixa e perguntar pelo vinho siciliano, Laura recebe um cumprimento simpático do gerente e é conduzida para o andar de cima, subindo uma escada atrás do balcão. Um estreito corredor a leva para uma porta dupla de vidro ladeada por dois seguranças usando terno. Na varanda, sentado diante de uma mesa com um cálice de cristal e uma jarra contendo sangue, seu anfitrião a espera.

Buona sera — o vampiro se levanta e lhe estende a mão amigavelmente. Um cumprimento caloroso com um beijo em cada face, típico dos italianos. Laura se sente em casa. — A que devo a honra de receber a cria de Ramon?

O homem diante dela é, definitivamente, um uomo di rispotti. Está na casa dos quarenta anos, mas ainda conserva o vigor de quem passou o auge da juventude como um atleta. O terno risca de giz preto e o cabelo penteado cuidadosamente com gel sugerem alguém que viveu no auge da década de 1950 e o relógio e os anéis caros a deixam confusa se está lidando com um Giovanni ou um Ventrue.

— Sou Roberto Giovanni. — ele se apresenta e oferece um cálice para ela. — Você bebe, senhorita? Fique à vontade, por favor.

Depois de se servir, Laura sente a clara diferença entre o sangue daquele cálice e o sangue que tomou na noite passada, direto das veias daquele playboy metido a surfista. O sangue é gelado e boa parte de seu sabor já não se encontra mais presente, mas ainda assim  faz seu papel. Ela não sente nada de especial dessa vez, exceto que o sangue foi entregue de forma voluntária, o que conserva parte de sua essência.

Roberto Giovanni está diante dela, sorrindo de forma amistosa. Os olhos, no entanto, são de predador. Hora de começar a trabalhar.
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Mensagem por Undead Freak Sáb Abr 04, 2020 5:14 pm

A resposta chega mais rápido do que Laura esperava. Era breve e direta, como se houvesse um medo terrível de algo incriminador ficar registrado no aplicativo. Um nome, um endereço e uma senha rudimentar: perguntar sobre o vinho da Sicília.

“Hum...ok. Tanto faz.”

Laura se arruma de uma forma bem diferente da noite anterior. De filhinha de papai badalada ela agora estava uma verdadeira dama charmosa, adaptando-se à situação. Era um encontro formal, afinal de contas.

Spoiler:

Ao chegar no endereço, via que se tratava de uma pizzaria. O cheiro da massa era algo nostálgico e ela sentiu-se segura naquele lugar. Ao passar pela porta dupla, Laura se depara com um lugar muito maior do que ela imaginava. Era um lugar realmente grande, com muitas pessoas falando, gesticulando e rindo em voz alta, abafando a música do lugar. Era como se, de fato, uma parte da Itália fosse transportada lá para dentro e ficasse enclausurada naquelas paredes.

Laura desvia de todos, tomando o cuidado para não esbarrar em ninguém, vai até o caixa e diz a senha, como acordado entre ela e o seu contato.

— Boa noite. E a respeito do vinho Siciliano de vocês? Como é?

O gerente a cumprimenta de um jeito simpático e a conduz por uma grande escada para o andar de cima do estabelecimento, onde Laura cruza uma porta de vidro com dois seguranças de prontidão.

“Há! Sala VIP. Estamos fazendo progresso.”

Lá estava ele, sentado atrás de uma mesa sobre a varanda, com uma jarra contendo sangue e um cálice de cristal em mãos. Laura aproxima-se com um sorriso.

— Boa noite, senhor Giovanni. Muito obrigada por me receber.

Roberto Giovanni escreveu:Buona sera — o vampiro se levanta e lhe estende a mão amigavelmente. Um cumprimento caloroso com um beijo em cada face, típico dos italianos. Laura se sente em casa. — A que devo a honra de receber a cria de Ramon?

“Cria de Ramon... Ótimo. Não vou precisar ficar enrolando aqui.”

Laura percebe a elegância e imponência do homem. Era de fato um homem de respeito, de honra. Uma coisa era fato: os necromantes tinham classe. Talvez classe o bastante para deixar Madame Pecado com inveja.

– Tenho negócios a tratar com o senhor. Interesse mútuo, acredito. Meu nome é Laura Marchessi. Muito prazer em conhecê-lo.

Roberto Giovanni escreveu:Sou Roberto Giovanni. — ele se apresenta e oferece um cálice para ela. — Você bebe, senhorita? Fique à vontade, por favor.

– ­Grata pela gentileza, mas infelizmente vou precisar recusar, senhor Roberto. Ainda estou satisfeita de minha última caça.

“Oferecer o próprio sangue em um encontro formal para uma Ravnos? Espero que não, porque isso seria amador demais.”


Aquele homem era gentil, mas havia algo predatório em seus olhos, obviamente. Nenhum vampiro desperdiça sorrisos, como Ramon diria.

– Minha vinda aqui, na verdade, sugere uma aliança, uma sociedade informal entre o senhor, Madame  Pecado e eu. Madame Pecado e eu precisamos daqueles portos livres dos anarquistas. Nós duas temos interesses em comum na esfera a arte, uma vez que sou a responsável pelo MASP. Madame Pecado acha particularmente grotesco o que estão fazendo lá, interceptando as mercadorias e acredito que o senhor também não esteja satisfeito com aqueles brutos desmiolados fazendo o que bem entendem em Santos, não é mesmo?

Laura olhou pela varanda por um momento, ajeitando o cabelo para trás. Ela não estava tentando seduzir ninguém, mas queria demonstrar elegância e classe. Ela queria deixar claro que aquilo era natural dela.

– Enfim, me ofereci para cuidar disso para Madame, e como o senhor está envolvido, achei que gostaria de saber disso e participar, se assim desejar. Estou montando uma pequena equipe para me ajudar nas negociações ou no ato que se mostrar mais apropriado para resolver isso, se o senhor me entende – e nesse momento Laura sorri discretamente, obviamente deixando ele entender que ela tentou reprimir o sorriso, mas acabou escapando. – Mas é fato também que sou realista, e sei que o senhor é um homem poderoso, com boas conexões. Não vou mentir que, com seu apoio, seja direto ou indireto, nossas chances de sucesso aumentarão para uma margem muito satisfatória. Essa é a razão do encontro, senhor Roberto.

E então Laura olha para ele, sorrindo de forma amistosa, analisando suas reações e próximas palavras.
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Mensagem por xKraven Seg Abr 06, 2020 1:14 pm

Olá, desculpe atrapalhar a sua crônica. Desejo participar de sua jogo! Aguardo contato! Pode enviar para meu email caso deseje!
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Mensagem por Akira Toriyama Seg Abr 06, 2020 4:55 pm

Laura escreveu:– Minha vinda aqui, na verdade, sugere uma aliança, uma sociedade informal entre o senhor, Madame  Pecado e eu. Madame Pecado e eu precisamos daqueles portos livres dos anarquistas. Nós duas temos interesses em comum na esfera a arte, uma vez que sou a responsável pelo MASP. Madame Pecado acha particularmente grotesco o que estão fazendo lá, interceptando as mercadorias e acredito que o senhor também não esteja satisfeito com aqueles brutos desmiolados fazendo o que bem entendem em Santos, não é mesmo?

Enquanto falava, Laura notou que Roberto mantinha o interesse na conversa. Deu um leve gole em seu cálice, sem tirar os olhos dela.

— Ah, Madame Pecado — disse, com um sorriso satisfeito ao ouvir seu nome. — Uma mulher deslumbrante, tenho que admitir. Você anda em ótima companhia, senhorita. De fato, não me agrada nem um pouco a baderna que os anarquistas fazem em Santos. Principalmente porque um de meus mais queridos amigos passa dificuldades por lá devido a eles.

Ele ouviu atentamente enquanto ela explicava sobre seu plano. Balançou a cabeça levemente.

Laura escreveu:– Enfim, me ofereci para cuidar disso para Madame, e como o senhor está envolvido, achei que gostaria de saber disso e participar, se assim desejar. Estou montando uma pequena equipe para me ajudar nas negociações ou no ato que se mostrar mais apropriado para resolver isso, se o senhor me entende – e nesse momento Laura sorri discretamente, obviamente deixando ele entender que ela tentou reprimir o sorriso, mas acabou escapando. – Mas é fato também que sou realista, e sei que o senhor é um homem poderoso, com boas conexões. Não vou mentir que, com seu apoio, seja direto ou indireto, nossas chances de sucesso aumentarão para uma margem muito satisfatória. Essa é a razão do encontro, senhor Roberto.

— Como disse antes, tenho um amigo de longa data em Santos. — contou. — Ele se encontra em dificuldades e não consegue tirar sua carga dos portos por causa dos nossos desafetos em comum. Então, já que você está sendo tão gentil em se oferecer para ir pessoalmente resolver este problema, posso dar um telefonema e avisá-lo disso. Tenho certeza que ele cederá alguns homens para ajudá-la nisso. O que me diz?
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Mensagem por Undead Freak Seg Abr 06, 2020 7:41 pm

Roberto Giovanni escreveu:— Como disse antes, tenho um amigo de longa data em Santos. — contou. — Ele se encontra em dificuldades e não consegue tirar sua carga dos portos por causa dos nossos desafetos em comum. Então, já que você está sendo tão gentil em se oferecer para ir pessoalmente resolver este problema, posso dar um telefonema e avisá-lo disso. Tenho certeza que ele cederá alguns homens para ajudá-la nisso. O que me diz?

Laura sorriu, satisfeita. Qualquer recurso à disposição dela seria útil.

— Acho maravilhoso, e agradeço a gentileza, senhor Giovanni. Um aumento no grupo é justamente o que mais me interessa, nesse momento. O senhor poderia me dizer qual seria a maneira mais rápida e segura de entrar na cidade? Não quero me alardear, até que seja de fato necessário.
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Abr 08, 2020 8:29 am

Laura escreveu:— Acho maravilhoso, e agradeço a gentileza, senhor Giovanni. Um aumento no grupo é justamente o que mais me interessa, nesse momento. O senhor poderia me dizer qual seria a maneira mais rápida e segura de entrar na cidade? Não quero me alardear, até que seja de fato necessário.

Roberto faz um gesto ameno, com um sorriso. Parece mais relaxado.

— Ah, não se preocupe com isso. — diz. — Assim que você estiver pronta para realizar o trabalho, me comunique. Vou entrar em contato com meu amigo e ele vai se encarregar de te receber em Santos. Tudo bem para você?

A proposta é generosa. Por trás de toda aquela educação e generosidade, Laura desconfia que no fundo, talvez ele tenha um interesse maior na encomenda do que o comum. Por um segundo, ela se pergunta o que estaria esperando-a em Santos.

É possível que ela faça alguma coisa a mais por aí. Ou simplesmente se despeça de seu anfitrião e saia para a noite, a fim de procurar por seus possíveis parceiros para esta empreitada — ela sabe que Jeferson é até ansioso por chutar algumas bundas, mas não sabe muita coisa sobre o Nosferatu. Precisa averiguar tudo isso antes de tomar alguma decisão.

Até agora, tudo certo. Mas a noite só está começando.

Rolagem:
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Mensagem por Undead Freak Qua Abr 08, 2020 10:54 pm

Roberto Giovanni escreveu:— Ah, não se preocupe com isso. — diz. — Assim que você estiver pronta para realizar o trabalho, me comunique. Vou entrar em contato com meu amigo e ele vai se encarregar de te receber em Santos. Tudo bem para você?

Laura analisava Roberto com uma expressão não totalmente neutra, mas com um sorriso suave em seus lábios. A oferta era boa demais. O Giovanni era muito atencioso, educado e não parecia se incomodar com a situação, apesar de agora parecer um pouco mais “solto” do que no início da conversa.

“Ele está tratando a liberação do porto com certa indiferença... Esse engomadinho não quer deixar transparecer que ele está muito mais ansioso com isso do que aparenta. Ele... Ele está com medo que eu me interesse demais pela carga dele? Ele não quer que eu fique curiosa? Talvez eu deva... Jogar um verde? Hihi...”

— Está tudo ótimo — disse Laura, abrindo um sorriso largo de satisfação. — Eu vou apenas conversar alguns detalhes com Madame Pecado e o meu Senhor, e se tudo der certo parto na noite seguinte. Obrigada por toda a ajuda, senhor Giovanni. Aguarde meu telefonema.

Laura se levantou e apertou a mão de Roberto, mas antes de se dirigir à saída de fato, ela falou de forma que soasse um comentário qualquer, um tanto à toa:

— Só espero que o problema sejam apenas os anarquistas de fato,  pois ou eu muito me engano, ou Madame Pecado deu a entender que a dificuldade que ela teve em negociar com o bando do Yoshida foi, na verdade, um teatro para esconder o fato de que o próprio Yoshida pretende saquear todo o porto bem debaixo do nariz de todos... Bem, boa noite meu caro. Não vou tomar mais do seu tempo. Obrigada novamente.

Laura ajeitou sua bolsa, parecendo indiferentes às próprias palavras, mas ainda analisava a reação de Roberto mesmo quando caminhava para fora de seu escritório.
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