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São Paulo by Night - One Shot Solo

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Mensagem por Akira Toriyama Qui Abr 09, 2020 9:06 am

Roberto escreveu:— Só espero que o problema sejam apenas os anarquistas de fato,  pois ou eu muito me engano, ou Madame Pecado deu a entender que a dificuldade que ela teve em negociar com o bando do Yoshida foi, na verdade, um teatro para esconder o fato de que o próprio Yoshida pretende saquear todo o porto bem debaixo do nariz de todos... Bem, boa noite meu caro. Não vou tomar mais do seu tempo. Obrigada novamente.
Laura joga seu verde. Ela tem a sensação clara de que Giovanni esconde alguma coisa, mas ainda não sabe o que. Ao falar sobre o Nosferatu, ela percebe que ele demonstra pela segurança e não se abala ao ouvi-la.

— Agradeço sua preocupação, senhorita. — diz, num tom cordial. — Levarei em consideração tudo que me disse nesta reunião. Não se esqueça: me comunique assim que estiver pronta.

Ele lhe dá um beijo no rosto e um sorriso de despedida. Laura fica sem saber qual o grau de sucesso que teve em sua jogada, mas espera ter sido minimamente bem-sucedida.

Uma vez na calçada, ela avalia suas próprias opções. Pode fazer praticamente qualquer coisa pelo restante da noite e ainda precisa ir atrás de seus possíveis parceiros. No entanto, pode considerar que a primeira parte do plano teve sucesso.

O que ela fará agora?
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Mensagem por Undead Freak Qui Abr 09, 2020 11:08 am

Roberto Giovanni escreveu:Agradeço sua preocupação, senhorita. — diz, num tom cordial. — Levarei em consideração tudo que me disse nesta reunião. Não se esqueça: me comunique assim que estiver pronta.

Laura se despede cordialmente de Roberto, deixando seus domínios. Enquanto Laura caminhava pela calçada para longe da pizzaria, ela refletia.

“Ou Roberto é muito dissimulado, ou ele tem uma carta na manga realmente boa. Bem, isso não importa. De um jeito ou de outro, isso está funcionando como eu desejo.”



Ainda havia tempo. Laura queria organizar as coisas o mais rápido possível. A primeira coisa que fez foi pegar seu smartphone e mandar uma mensagem para cada um dos envolvidos nessa brincadeira.

A primeira mensagem foi, obviamente, para Ramon:

“Papi, tenho boas novas. Arrumei um serviço interessante, mas gostaria de saber sua opinião sobre tudo. Pode me encontrar no meu refúgio ainda essa noite? Beijos, Ramonzito.”

A segunda foi para Jeferson, o assistente do xerife:
“Jeff, lembra daquela coisa sobre chutar alguns traseiros? Acho que podemos fazer melhor: podemos chutar alguns traseiros e sermos pagos por isso. Tá a fim de um extra por fora? Caso sim, me encontre no meu mocó ainda essa noite. Beijão!”

A terceira foi para o nosferatu . Era o único que ela não tinha muita intimidade, então preferiu ser mais formal:

“Boa noite, André. Beleza? Aqui é a Laura, filhota do Ramon. Cara, seguinte: tem um trabalhinho bom que eu peguei, e alguém com o seu talento seria perfeito na equipe. Tem como a gente bater um papo cara a cara no meu refúgio? Caso sim, me encontra lá, ok? Valeu.”


Laura se dirigia para seu refúgio. Ela trocaria de roupa, arrumaria o cafofo e esperaria o trio aparecer para que eles pudessem discutir os detalhes.

“Só espero que o Ramon não traga aquele fracassado do Phillip com ele...”


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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Abr 11, 2020 10:21 am

CAPÍTULO II
Uma Pequena Travessura, parte 2




Enquanto ruma para casa num Uber, Laura recebe as respostas que esperava. A primeira é de Ramon, e vem digitada de uma forma bem característica: de uma forma estranha e inesperada, seu senhor se adaptou muito bem ao mundo moderno, o que o ajuda muito nos disfarces.

Ramon escreveu:Boa noite, querida. Infelizmente, não vai dar para mim hoje. Embarcando agora para Buenos Aires resolver algumas pendências. Devo ficar ausente nos próximos meses. Cuide-se.

P.S.: Este número será desativado por questões de segurança. Em breve, caso seja necessário, eu volto a entrar em contato com você. Caso precise de alguma coisa, contate Phillip. Tenha juízo.

Ramon é o estereótipo do pai importante e ausente. Ela sabe que, como um arconte, ele tem muitas obrigações para com a seita e, considerando o cenário difícil da Camarilla na América do Sul, pode-se considerar que ele seja a maior autoridade representante do Círculo Interno por estas bandas. A idéia de ficar sem notícias dele por tanto tempo é um tanto chata, mas ela não tem o que fazer. Vai ter que se virar com o que tem.

Assim que o Uber vira a esquina de sua casa, ela vê a moto de Jefferson estacionada na frente. O Brujah achou por bem dar a melhor demonstração de entusiasmo possível: comparecer pessoalmente ao invés de mandar mensagens. Internamente, Laura suspeita que esperar que ele escreva uma mensagem complexa seja demais. De qualquer forma, ali está ele. Já do Nosferatu, nem sinal.

— E aí, gata — cumprimenta ele, abrindo a porta do carro para ela. — Onde é que você estava tão chique assim?

Os dois estão prestes a entrar quando algo se mexe na visão periférica de Laura. Ao virar-se para a direção do movimento, ela vê uma forma esquisita caminhando até a porta. A coisa veste uma blusa de capuz e sinaliza para eles com a mão.

— Boa noite, pessoal. Prazer em vê-los. — diz, numa forma surpreendentemente educada. — Laura, recebi sua mensagem.

Uma vez dentro da espaçosa e bem decorada sala, André tira o capuz, revelando o semblante horrendo, típico de seu clã. Ele tem a pele grossa e rígida, num tom cinzento. As orelhas pontudas, o nariz animalesco e a careca a fazem lembrar de um goblin, tantas vezes retratados em livros e filmes de fantasia medieval. Os olhos vermelhos a encaram, numa expressão difícil de desvendar.

— Você disse que tem trabalho para nós. — comenta, depois de trocar algumas amenidades com Jefferson. Seu tom é estranhamente profissional. — Vim ouvir os detalhes e ver se me interesso.

Laura se prepara para começar a negociação. Ao pensar nas figuras que se encontram em sua casa, ela pensa que nunca esteve num trio tão variado quanto esse.
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Mensagem por Undead Freak Dom Abr 12, 2020 4:07 am

A primeira resposta que Laura recebe é do seu senhor.

Ramon escreveu:Boa noite, querida. Infelizmente, não vai dar para mim hoje. Embarcando agora para Buenos Aires resolver algumas pendências. Devo ficar ausente nos próximos meses. Cuide-se.

P.S.: Este número será desativado por questões de segurança. Em breve, caso seja necessário, eu volto a entrar em contato com você. Caso precise de alguma coisa, contate Phillip. Tenha juízo.

Quando ela lê a mensagem, não se surpreende. Na verdade, ela já esperava tal resposta. Ramon é muito ocupado, muito atarefado e certamente está lidando com assuntos mais sérios e perigosos do que uma situação digna de neófitos, como um conflito de interesses envolvendo anarquistas em um porto e uma Toreador dona de bordel.

“Ah, Ramonzito, Ramonzito... Sempre atolado de serviço, esse meu papai. Bem, que seja. Vou ter que resolver isso por conta própria.”


Laura não se incomodava com a ausência dele. Na verdade, ela acha que não poderia ter tido um senhor melhor. Ramon era legal, atencioso, bem visto, respeitado e, o mais importante de tudo, ele não ficava em cima dela como um urubu na carniça. Laura tinha muita liberdade. Liberdade que ela passou a amar e a valorizar mais a cada noite.

Laura pôde ver, ainda no Uber, que Jefferson já se encontrava na porta do seu refúgio. Sua moto estava estacionada, não muito longe dali. Ele decidiu comparecer pessoalmente ao invés de responder a mensagem. Laura pensou muitas coisas com essa situação. Se ambos ainda fossem vivos, ela certamente pensaria que ele está louco para levar ela para a cama. Talvez fosse apenas um neófito querendo demonstrar gentileza com outra neófita, mas a resposta mais provável mesmo era que Jefferson parecia ser o tipo que odiava escrever qualquer coisa com mais letras que o seu primeiro nome.

Jefferson escreveu:— E aí, gata — cumprimenta ele, abrindo a porta do carro para ela. — Onde é que você estava tão chique assim?

— Boa noite, Jeff — respondeu ela, enquanto descia do Uber, pagava o motorista e o agradecia. — Estava aprendendo um fato curioso, que um passarinho me contou. Um fato que você vai gostar de saber, porque pode render uma boa grana para nós.

Laura acompanhou Jeff até a porta do seu refúgio, ao mesmo tempo que procurava o nosferatu ao redor. Não havia sinal dele. Bem, isso era de se esperar. Se estivesse lá, não seria possível vê-lo. Se não estivesse, é porque ele cagou e andou para a proposta. Mas de fato ele estava lá. Assim que tocou a maçaneta do portão, algo se moveu — algo que Laura captou com sua visão panorâmica. Quando ela se virou, uma figura encapuzada aparece, estendendo a mão para Jefferson e ela.

André escreveu:— Boa noite, pessoal. Prazer em vê-los. — diz, numa forma surpreendentemente educada. — Laura, recebi sua mensagem.

— Ah, André! Que bom que apareceu! — disse Laura, exibindo um sorriso sincero. — Venha. Vamos entrar, todos nós. É melhor conversarmos lá dentro.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

— Sentem-se. Fiquem à vontade, meus caros.

Na privacidade do refúgio de Laura, André baixou seu capuz e revelou seu rosto. Ele lembrava muito um daqueles Goblins das obras de Tolkien. Ele tinha uma pele grossa, cinza e enrugada. Era careca, com um nariz pontudo e fino e suas orelhas eram pontudas, longas e tortas.

André escreveu:— Você disse que tem trabalho para nós. — comenta, depois de trocar algumas amenidades com Jefferson. Seu tom é estranhamente profissional. — Vim ouvir os detalhes e ver se me interesso.

Ele olhava para Laura com seus olhos vermelhos e indecifráveis. Esse era o momento para Laura começar sua negociação com aquela dupla tão oposta, mas ainda assim muito útil.

— Como provavelmente vocês sabem, eu sou uma funcionária do MASP — começou ela calmamente, mas sem rodeios. — Eu também tenho amizade com Madame Pecado, que partilha do meu interesse por arte, embora nós tenhamos razões diferentes para nos envolver nessa área.

Laura então tirou suas sandálias, deitou-se no sofá esticando cruzando os pés e colocando as mão atrás da cabeça, mantendo o encontro um pouco mais informal para amenizar uma possível tensão entre eles.

— Madame Pecado me contou que o porto de Santos foi tomado por anarquistas. Eles estão segurando muitas cargas lá, exigindo pagamento extra para liberá-las. Muitas dessas cargas são obras de arte. Inclusive, um dos clientes de Madame que está sofrendo com essa situação é Roberto Giovanni.

Ela acende um cigarro e oferece o maço para Jefferson e André.

— Falei com Roberto e expliquei a situação para ele. Ele está disposto a ajudar com os contatos que possui em Santos. Como a situação me interessa e está envolvida com o meu ramo, me ofereci para resolver essa situação de um jeito ou de outro. Mas o fato é que, obviamente, não posso fazer tudo sozinha. Uma equipe seria ideal, e por isso pensei em vocês. Com nós três formando uma equipe e mais os contatos do Roberto, teremos habilidades e recursos o suficiente para resolver isso.

Laura se levantou, espreguiçou-se com o cigarro na boca e então pegou entre os dedos, soltou uma baforada e estendeu os pés sobre a mesa.

— Eu duvido muito que conseguiremos resolver isso de forma pacífica, com negociação. Essa é mais uma razão de acreditar que vocês dois formariam uma equipe ideal comigo. O pagamento é bom e sem dúvidas pretendo dividi-lo com vocês. Um terço cada um. Não vai ser fácil e provavelmente vai ser perigoso, mas o pagamento irá valer a pena. Afinal, não estou falando apenas de dinheiro como recompensa.

Por fim ela apagou o cigarro em um cinzeiro redondo e pesado de vidro que estava próximo dela.

— Então, Jefferson e André... O que me dizem?
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Mensagem por Akira Toriyama Dom Abr 12, 2020 10:10 pm

Uma vez na sala, todos se acomodam. Jefferson pega uma cadeira e se senta nela na posição invertida. Ao lado dele, André está sentado confortavelmente em uma poltrona, numa postura completamente profissional e relaxada, como se estivesse negociando uma nova proposta de trabalho — não que aquilo fosse muito diferente, mas ela sentia que ele costumava fazer isso com freqüência.

Sons of Anarchy e John Wick passando na mesma sala. Que estranho.

Os dois aceitam cigarro e dão as primeiras tragadas em silêncio, como se estivessem num ritual. Quando a terceira tragada está e curso, Laura começa.

Laura escreveu:— Como provavelmente vocês sabem, eu sou uma funcionária do MASP — começou ela calmamente, mas sem rodeios. — Eu também tenho amizade com Madame Pecado, que partilha do meu interesse por arte, embora nós tenhamos razões diferentes para nos envolver nessa área.

— Madame Pecado me contou que o porto de Santos foi tomado por anarquistas. Eles estão segurando muitas cargas lá, exigindo pagamento extra para liberá-las. Muitas dessas cargas são obras de arte. Inclusive, um dos clientes de Madame que está sofrendo com essa situação é Roberto Giovanni.

— Falei com Roberto e expliquei a situação para ele. Ele está disposto a ajudar com os contatos que possui em Santos. Como a situação me interessa e está envolvida com o meu ramo, me ofereci para resolver essa situação de um jeito ou de outro. Mas o fato é que, obviamente, não posso fazer tudo sozinha. Uma equipe seria ideal, e por isso pensei em vocês. Com nós três formando uma equipe e mais os contatos do Roberto, teremos habilidades e recursos o suficiente para resolver isso.

— Yoshida me falou dessa situação. — diz André, agora oferecendo o seu cigarro para os outros. Ela repara que ele prefere Malboro tradicional, sem nenhum tipo de aditivo. — Inclusive, me incentivou a aceitar o trabalho caso me oferecessem alguma coisa. Só não imaginava que a cria do arconte ia entrar nessa brincadeira.

A voz rouca e baixa, deformada por alguma mutação ocorrida em sua garganta torna a tarefa de desvendar seu tom difícil. Madame Pecado costuma dizer que agradar um Nosferatu é uma tarefa bem complicada e ela agora começa a descobrir porque a maioria dos Toreador não gosta de lidar com eles. Curiosamente, Ramon sempre disse que os ratos do esgoto são extremamente úteis em situações que envolvem tráfico de informações.

— O trampo parece da hora. — comenta Jefferson, mais casualmente. — Trabalhei no pessoal daqui que foi mandado pra Santos na época que os anarquistas deram aquele regaço por lá. Eu tinha acabado de ser abraçado. Foi uma merda. Você estava lá também, não, André?

André assente em silêncio, dando mais uma tragada.

— Sim. Como carniçal.

O assistente do Xerife faz uma careta.

— Caralho, aquele negócio foi uma merda. — ressalta. — Os anarquistas avançaram pra cima da gente com tudo. Uns entraram em frenesi e começaram a foder com tudo, usando sangue pra jogar carro em cima de quem estivesse na frente. Aquele porto pegou fogo. Literalmente. Vai ser bom dar o troco neles. Pode me por dentro, Laura. Eu topo.

Laura escreveu:— Eu duvido muito que conseguiremos resolver isso de forma pacífica, com negociação. Essa é mais uma razão de acreditar que vocês dois formariam uma equipe ideal comigo. O pagamento é bom e sem dúvidas pretendo dividi-lo com vocês. Um terço cada um. Não vai ser fácil e provavelmente vai ser perigoso, mas o pagamento irá valer a pena. Afinal, não estou falando apenas de dinheiro como recompensa.

— Você tem razão. — concorda André. — Não vamos conseguir resolver isso de forma pacífica. Ainda mais se levarmos em conta que os Giovanni já tentaram negociar com eles e não conseguiram. Vai por mim: se eles não conseguiram, é porque os anarquistas simplesmente não querem entregar a carga. Para a nossa sorte, eu mantenho alguns arquivos interessantes aqui. Vou mostrar para vocês.

Ele tira um notebook de sua bolsa e coloca na mesa de centro da sala. Depois de digitar algumas coisas, ele vira sua tela para que os novos companheiros possam vê-la.

— Um dos meus irmãos fez isso aqui para mim. É totalmente seguro. Posso conseguir para vocês, se quiserem. Custa caro, mas vale o preço. — conta, se referindo ao computador. — Como Jefferson disse, eu trabalhei na força-tarefa encarregada de conter o avanço dos anarquistas na época dos conflitos em Santos, embora ainda fosse carniçal. Eu ainda tenho os mapas da região. Eles estão atualizados. Como você disse que Don Giovanni tem contatos em Santos dispostos a nos ajudar, acredito que eles vão saber nos dizer qualquer coisa que esteja faltando por aqui. Você tem alguma informação que seja valiosa para esse trabalho?

Ele fica um tempo olhando para a pasta que Laura ganhou de Madame Pecado e parece se perder nos detalhes, completamente absorto. Balança a cabeça, como se estivesse tendo um diálogo interno.

— Interessante. — diz. — Estas informações parecem bater com alguns irmãos de Santos com quem já conversei antes. Se importa se eu ficar com a pasta? Quero traçar nosso plano de ação nos próximos dias. A propósito, tem alguma coisa que você acha necessária para o trabalho? Eu e Jefferson podemos conseguir, dependendo do que for.

— Um carro, para começar. — o Brujah se manifesta, depois de um tempo em silêncio. — Mas isso vocês podem deixar comigo. Você prefere um carro grande ou pequeno? Você sabe, se a carga for muito grande, vamos precisar de um furgão pra carregar tudo, talvez algo maior. Mas se vamos entrar e sair rápido e a carga for pequena, talvez um carro rápido seja melhor. Eu tenho acesso a algumas armas, mas não é lá grande coisa.

O Nosferatu faz um gesto indiferente.

— Eu tenho o suficiente para nós três, se você souber atirar, Laura. — conta. — Vou selecionar o equipamento balístico. Se vocês quiserem, também posso providenciar suporte operacional. Eu costumo trabalhar sozinho, mas em algumas operações é necessário alguém dando suporte técnico por trás dos panos, principalmente quando se trabalha em equipe e precisa de comunicação em tempo real.

Assim que tudo fica combinado, os dois se despedem de Laura e saem da casa.

— Me dêem duas noites. — pede André, apontando para a mochila. — Vou estudar tudo isso aqui e conseguir nossos equipamentos. Assim que tudo estiver pronto, nós vamos para Santos passear um pouco. Cuidem-se.

Laura olha para o relógio. Já passa das duas e meia. O que ela vai fazer pelo resto da noite?
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Mensagem por Undead Freak Seg Abr 13, 2020 9:39 am

Laura vai ouvindo calmamente tudo o que os novos companheiros falam a respeito do ataque anarquista naquela época. Ela também analisa o que eles falam, conforme vão assimilando tudo o que ela explica sobre a situação. Quando Jefferson topa o trabalho, ela sorri. Primeira vitória.

André escreveu:— Você tem razão. — concorda André. — Não vamos conseguir resolver isso de forma pacífica. Ainda mais se levarmos em conta que os Giovanni já tentaram negociar com eles e não conseguiram. Vai por mim: se eles não conseguiram, é porque os anarquistas simplesmente não querem entregar a carga. Para a nossa sorte, eu mantenho alguns arquivos interessantes aqui. Vou mostrar para vocês.

Laura demonstra interesse no notebook que André tira de sua mochila. Quando ele mostra os dados na tela para Jefferson e ela, Laura percebe que Ramon falava sério quando disse que os Nosferatus não dormiam em serviço quando a questão era obter informações.

André escreveu:— Um dos meus irmãos fez isso aqui para mim. É totalmente seguro. Posso conseguir para vocês, se quiserem. Custa caro, mas vale o preço. — conta, se referindo ao computador. — Como Jefferson disse, eu trabalhei na força-tarefa encarregada de conter o avanço dos anarquistas na época dos conflitos em Santos, embora ainda fosse carniçal. Eu ainda tenho os mapas da região. Eles estão atualizados. Como você disse que Don Giovanni tem contatos em Santos dispostos a nos ajudar, acredito que eles vão saber nos dizer qualquer coisa que esteja faltando por aqui. Você tem alguma informação que seja valiosa para esse trabalho?

— Sim, eu gostaria — respondeu Laura, ao mesmo tempo que entregava a pasta à André. — Aliás, acho uma boa ideia cada um de nós ter um desses. Não sou uma especialista em tecnologia, mas mesmo assim virão muito a calhar.

Laura nada diz enquanto observa André analisar a pasta. Ela simplesmente mantêm um olhar despretensioso e acende outro cigarro.

André escreveu:— Interessante. — diz. — Estas informações parecem bater com alguns irmãos de Santos com quem já conversei antes. Se importa se eu ficar com a pasta? Quero traçar nosso plano de ação nos próximos dias. A propósito, tem alguma coisa que você acha necessária para o trabalho? Eu e Jefferson podemos conseguir, dependendo do que for.

Jefferson escreveu:— Um carro, para começar. — o Brujah se manifesta, depois de um tempo em silêncio. — Mas isso vocês podem deixar comigo. Você prefere um carro grande ou pequeno? Você sabe, se a carga for muito grande, vamos precisar de um furgão pra carregar tudo, talvez algo maior. Mas se vamos entrar e sair rápido e a carga for pequena, talvez um carro rápido seja melhor. Eu tenho acesso a algumas armas, mas não é lá grande coisa.

— Isso é fato, Jeff. Mas acho melhor você cuidar dessa parte. Eu gostaria de uma pistola ou revólver. Alguma arma leve e eficiente. Aprendi a atirar quando era uma mortal adolescente arteira, mas nunca manipulei armamento pesado. Quanto ao carro, vai depender da nossa tática. Se entrarmos e resolvermos tudo na surdina, um furgão bastará, agora caso dê merda e a gente precise recorrer a força bruta... Bem, velocidade será essencial.

Jefferson escreveu:— Eu tenho o suficiente para nós três, se você souber atirar, Laura. — conta. — Vou selecionar o equipamento balístico. Se vocês quiserem, também posso providenciar suporte operacional. Eu costumo trabalhar sozinho, mas em algumas operações é necessário alguém dando suporte técnico por trás dos panos, principalmente quando se trabalha em equipe e precisa de comunicação em tempo real.

Laura pensou por um momento. Envolver mais gente não lhe agradava.

— Melhor envolvermos mais pessoas apenas se for realmente necessário. Não é um recurso que podemos nos dar ao luxo de descartar, mas por enquanto vamos manter isso apenas entre nós.

A situação foi discutida por cima. Havia muito o que se tratar e muitos detalhes a serem considerados, mas ao menos todos toparam. A equipe estava formada e os primeiros passos já estavam sendo dados.

André escreveu:— Me deem duas noites. — pede André, apontando para a mochila. — Vou estudar tudo isso aqui e conseguir nossos equipamentos. Assim que tudo estiver pronto, nós vamos para Santos passear um pouco. Cuidem-se.

— Sem problemas, até porque não podemos ser relaxados. Temos que considerar ainda muitas coisas e relevar muitos detalhes. Precisamos ser minuciosos para não dar merda, e vamos precisar de mais do que duas noites de planejamento para que tudo saia direito, portando não podemos ter pressa. Enquanto isso, vou cuidar de uma questão particular, não relacionada ao nosso trabalho. De qualquer forma, muito obrigada aos dois. Vai ser um prazer trabalhar com vocês.

Laura se despediu da dupla. Ela então tomou um banho e colocou uma roupa mais casual.

Spoiler:

Em seguida, procurou o número da irmã e mandou uma mensagem.

“Oi, mana. Sou eu, a Laura. Tá ocupada? Caso não, tem como você dar um pulinho aqui? Gostaria de conversar contigo.”


A Ravnos sorria. Uma travessura em forma de vingança seria ideal para descontrair depois de lidar com assuntos sérios. Essas noites de pausa serão muito bem usadas...
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Mensagem por Akira Toriyama Ter Abr 14, 2020 8:47 am

Não demora muito e o celular apita, anunciando a resposta.

Oi, Laura. Estou chegando.

Ana é parecida com a mais nova. Um pouco mais recatada, bem mais contida, sem muito brilho próprio. Ela desconfia que sua irmã tem vontade de fazer absolutamente tudo que ela faz, mas não tem coragem. Existe uma fachada para ser mantida, afinal.

As duas se cumprimentam amigavelmente, numa dissimulação ridícula que a faz lembrar da visita a Madame Pecado duas noites atrás. Ana está vestindo roupas formais, como se tivesse acabado de sair de alguma festa de negócios relacionados ao trabalho do pai — ela gosta de freqüentar os eventos no lugar da mãe, quando esta não está disposta.

— Faz tempo que você não aparece. Mamãe andou reclamando. — conta ela, se deixando sentar no sofá de forma descontraída. Laura percebe um leve rubor em suas faces.

Pode ser mais fácil do que ela imagina.
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Mensagem por Undead Freak Ter Abr 14, 2020 9:41 am

Laura sorri maldosamente quando recebe a resposta da irmã. Ela começa a sofrer de certa ansiedade, olhando o tempo todo para o relógio, sempre atenta, esperando o soar da campainha. Enquanto ela aguarda, a imagem da “bomba” que sua irmã plantou sem saber em sua vida vem à mente: o maldito caçador. O maldito padre Josué.

Josué:

“Você roubou minha segurança, padre. Agora vou roubar a sua protegida. Vou te dar o troco, seu porco de fé. Vou transformar essa vadia estúpida em uma depravada, uma devassa, uma mulher do mundo. Ela vai conhecer a decadência, o vício, a morte da virtude. Ela vai ser a minha putinha, minha escravinha sexual, minha empregadinha. Será que você vai ter coragem de me atacar com ela me seguindo para todo o lado, como a porra do meu escudo humano? Será que você vai ter coragem  de avançar com suas cruzes e pedaços de pau, quando ver que a cadela que lambe meus pés se colocar raivosa entre nós dois, pronta para te matar? Será, seu bosta?”


A campainha tira Laura do seu deleite mental. Ela corre abrir a porta. A imagem de Ana surge diante dela. Bonita como ela, mas recatada. Mais alta, um ano mais velha e mais sem graça.

– Oi, mana – diz Laura, abraçando ela e lhe beijando o rosto. – Entre. Fique à vontade.

A interação entre as duas é dissimulada. Tão dissimulada quanto a ceninha entre ela e Madame Pecado naquele bordel. Laura olha para a irmã em um sorriso amistoso, oferecendo a ela um lugar no sofá. Suas roupas sociais sugerem que ela estava em alguma reunião de negócios ou festa envolvendo as atividades do pai. Ana sempre gostou de fazer média, principalmente quando sua mãe estava com saco para tal coisa.

Ana escreveu:– Faz tempo que você não aparece. Mamãe andou reclamando – conta ela, se deixando sentar no sofá de forma descontraída. Laura percebe um leve rubor em suas faces

– Ah, eu imagino – respondeu Laura, no mesmo tom de descontração. – Mas não fiz por mal. O MASP anda complicado. Agora a pouco estava acertando os detalhes de uma negociação de artes com uns figurões de Santos, mas não te chamei aqui para falarmos de trabalho, muito pelo contrário. Pensei em passarmos um tempo juntas, já que faz tempo que não fazemos isso. Quer uma bebida? Eu tenho suco e refrigerante, se você não quiser nada alcoólico.

E lá estava Laura, se preparando para fazer pela primeira vez o que Ramon lhe ensinara sobre laço de sangue. Essa noite Laura seria um doce de irmã caçula.
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Abr 15, 2020 10:04 am

— Quero um vinho, se não se importar. — responde Ana, numa risada descaradamente embriagada. — Estava numa festa com papai, ouvindo aquele monte de baboseira de investidores. Tive que ficar o tempo todo com ele, mas tinha um investidor inglês que era a coisa mais deliciosa do mundo. Você ia gostar.

Ela vai tagarelando enquanto Laura se levanta, já quase salivando com a possibilidade de transformá-la numa escrava. Se ainda fosse mortal, teria palpitações e morreria de ansiedade, mas precisa se conter. Seu momento de glória está chegando.

Então, o mundo fica vermelho.

Acontece tudo muito rápido. A jovem vê o mundo se tingir de vermelho e sua cabeça roda enquanto uma dor horrenda toma conta dela. De repente, ela sente que metade de sua cabeça foi embora e o carpete da sala fica grotescamente banhado de sangue e miolos, junto com os estilhaços da janela quebrada. A luz da lua entra pelo vazado.

Incapaz de esboçar uma reação rápida, ela vê sua porta se escancarar e homens adentrando o recinto. Todos armados, encapuzados e usando trajes que lembram soldados. Uma voz preocupada fala com Ana.

— Como você está, minha filha?

— Já estive melhor, padre. — a resposta vem lacônica e baixa.

Padre Josué distribui algumas ordens e a leva para fora. Em alguns segundos, os soldados colocam fogo na casa. Laura encontra sua morte final como a primeira vítima de uma caçada da Inquisição que vai, literalmente, incendiar a cidade. Seu último suspiro acontece com um grito de guerra vindo do lado de fora:

DEUS VULT!

FIM

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Mensagem por Undead Freak Qua Abr 15, 2020 11:29 am

Caraca. Não tive chance nem de regenerar kkkkkkkkkkkkk. Ok, né. Vamos para o próximo jogo xD
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