Vampiros - A Máscara
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 8 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Dracone Seg Jul 27, 2020 9:25 am

Assim que ouviu o barulho Dino se esgueirou entre dois containers e vigiou o ambiente dali. Duas luzes azul intensas brilhavam na escuridão e logo ele se deu conta de que aquilo eram olhos. Olhos de uma criatura de quase três metros e incrivelmente armada. Não passou nem uma única vez pela mente de Dino atacar aquilo sem ajuda e sentiu que estava encrencado. Mas onde estaria Olívia e os outros?

A criatura então começou a bater na porta blindada que havia ali, parecendo ter detectado algo atrás dela. Talvez fosse os outros. Precisava pensar em algo que distraísse essa coisa que o permitisse sair dali, voltar pelo mesmo lugar de onde viera e tentar contato com Olívia pelo rádio. Poderia tentar agir furtivamente para a janela onde tinha pulado. Ou poderia tentar algo mais arriscado, empurrar um daqueles conteiners na direção dele para atrasá-lo enquanto procura outra saída? Iria optar pelo menos extravagante das ações. Não era hora de por tudo a perder. Além disso, empurrar um objeto tão grande na direção dele (se é que poderia fazê-lo) poderia bloquear a porta e os outros poderiam estar do outro lado, sem outra saída.

Buscou a direção de onde havia entrado, por aquela janela velha. Iria tentar voltar por ali e achar outro caminho.

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Mensagem por Akira Toriyama Seg Jul 27, 2020 2:35 pm

Olívia ouviu todas as precauções das androides, então tomou a decisão mais óbvia: sair dali logo. Talvez tivesse que levar aquelas garotas junto, já que os estavam ajudando e, por mais bizarro que parecesse, elas manifestavam um comportamento estranhamente próximo do humano que quase despertava empatia. Temia que, até o fim daquela noite, estivesse de fato desenvolvido algum tipo de simpatia por elas.

- Se ele não vai conseguir sair da blindagem, melhor sairmos daqui logo. - disse ela. - Assim, os outros não encontrarão nada quando chegarem aqui. Eu sei que pode parecer estranho, mas se vocês quiserem, podem nos acompanhar. Não gosto da ideia de deixá-las aqui. Não depois de nos ajudar.

Enquanto o grupo caminhava, ela contatou o tio no ponto de ouvido.

- Zio, algum de vocês entrou nesse lugar? - perguntou. - Estamos a caminho da saída, mas aqui é perigoso demais para arriscarmos uma invasão.
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Mensagem por Undead Freak Seg Jul 27, 2020 6:10 pm

Teste:

Uma vez que aquela monstruosidade mecânica focou-se em tentar derrubar aquela porta blindada graças ao movimento que detectara do lado oposto, foi fácil para Dino esgueirar-se e retornar para o seu ponto de entrada sem ser detectado. Ele, com um misto de agilidade e cautela, foi tomando cada vez mais distância, até que alcançou novamente a janela por onde havia entrado – sempre com o ruído desagradável das pancadas do autômato ecoando por todo o lugar.

Reavaliando suas opções, Dino agora estava a salvo. Poderia até mesmo voltar ou tentar contatar Olívia. Ele também se lembrou do cinto de granadas que Marius havia lhe dado, embora ainda achasse que tomar uma ação ofensiva contra aquilo não parecia ser boa ideia de forma alguma.

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– Se ele não vai conseguir sair da blindagem, melhor sairmos daqui logo – disse ela. – Assim, os outros não encontrarão nada quando chegarem aqui. Eu sei que pode parecer estranho, mas se vocês quiserem, podem nos acompanhar. Não gosto da ideia de deixá-las aqui. Não depois de nos ajudar.

Naquele momento as meninas se entreolharam, como que confusas pelo que acabaram de ouvir.

– Zio, algum de vocês entrou nesse lugar? – perguntou. – Estamos a caminho da saída, mas aqui é perigoso demais para arriscarmos uma invasão.

– Sim, Olívia – respondeu Marius. – Enviamos Dino para ajudar vocês, mas não sabemos exatamente por onde ele entrou.

Novamente ao ouvirem Olívia falar sobre a saída, as meninas agora resolveram interferir na conversa.

– Aparentemente falhamos em elucidar com clareza a situação – falou 1917. – A única saída é esta. Para sairmos, teremos de destruir essa porta e passarmos pelo capataz do outro lado sem demais danos…

A situação não parecia favorável.

– Existe uma outra questão… – falou 1902. – Existe um depósito de armamentos não letais para humanos, mas eles possuem armas danosas para seres como nós. O local é protegido por um campo eletromagnético que nos impede de entrar sem sermos danificadas ou mesmo destruídas, mas vocês poderiam acessá-lo. Com esse equipamento, vocês poderiam contornar os capatazes com facilidade. Isso ao menos daria vocês segurança enquanto avaliam a melhor forma de reabrir a entrada.

–Foi sorte nossa eles não terem conseguido alcançar o depósito quando nos rebelamos.  – acrescentou 1901 –  O único problema é que o depósito fica na ala oposta. Ao irmos até lá, teremos pelo menos 70% de chances de cruzar com um dos capatazes.
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Jul 29, 2020 4:15 pm

Aquela era a típica situação onde ela era obrigada a pensar numa forma de minimizar os danos, uma vez que eles aconteceriam de qualquer forma. Ao abrir aquela porta, havia a certeza de encontrar um capataz cuja capacidade era indeterminada, mas certamente seria um grande desafio para o grupo. Ao optar pelo depósito, precisavam atravessar um complexo desconhecido e lidar com uma grande chance de topar com mais bizarrices como aquela. Entre o certo e o duvidoso, Olívia optou pela certeza de encontrar e tentar destruir um capataz antes que ele atraísse outros. Ligou o ponto de ouvido e decidiu contatar Dino.

- Dino, na escuta? - chamou. - Onde você está? Se for possível ouvir alguma coisa batendo em metal daí, saiba que estamos próximos. Já estamos a caminho. A coisa que bate na porta é um androide perigoso. Aproxime-se apenas quando eu der o sinal. Não poupe munição.

Olhou para os demais e respirou fundo.

- Nós vamos sair por aqui. - anunciou. - Procurar uma nova saída vai demorar muito e eu não sei quantos desse podemos encontrar. Já que vamos ter que enfrentar pelo menos um, que seja logo. Fabrizio, deixe o presente de zio Marius por enquanto. Nós vamos brigar um pouco.

Então olhou para as meninas.

- Vamos abrir essa entrada antes que cheguem os outros. Aos demais, procurem abrigo. Vamos emboscá-lo.

Ela preparou a submetralhadora e se escondeu ao lado de Virgílio.

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Mensagem por Dracone Qua Jul 29, 2020 9:11 pm

Assim que conseguiu voltar pela janela se lembrou das granadas. Mas achou que tinha sido uma atitude cautelosa não usar anda por hora até saber onde os outros estavam. Não demorou muito para ouvir a voz de Olívia no ponto.

- Dino, na escuta? - chamou. - Onde você está? Se for possível ouvir alguma coisa batendo em metal daí, saiba que estamos próximos. Já estamos a caminho. A coisa que bate na porta é um androide perigoso. Aproxime-se apenas quando eu der o sinal. Não poupe munição.

- Estou aqui. Já localizei a criatura, estava no mesmo cômodo que ela e por sorte não fui visto. Estava batendo na porta, ele já percebeu vocês aí desse lado. - respondeu, agora mais calmo. - Vocês poderiam tentar derrubar essa porte em cima dele. Ou posso jogar umas granadas, se quiser. Tem conteiners na sala, não sei o que tem dentro, não tive tempo de averiguar. Vou ficar aqui aguardando seu sinal, então.
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Mensagem por Undead Freak Sáb Ago 01, 2020 12:00 pm


Os tremores se intensificavam a cada pancada. O autômato usava toda a sua força monstruosa para investir contra a blindagem, mas a porta parecia não dar sinais de que iria ceder. Foi então que um barulho estranho e preocupante pôde ser ouvido do outro lado. Na verdade, ele foi tão alto que até mesmo Dino, que estava mais distante, pôde ouvir com clareza. O som era agudo e aumentava de intensidade ao mesmo tempo que o ar próximo da criatura parecia esquentar – era o sinal claro de energia se concentrando. Dino sentiu o ar esquentar de forma súbita e anormal, vendo uma desagradável luz laranja brilhar por todo o lugar.

Do outro lado, Olívia e os outros primeiro ouviram o metal estalar ao mesmo tempo que o barulho bizarro se intensificava do outro lado. De repente o metal da porta foi esquentando até ficar incandescente. Nesse momento o trio de garotas correram buscando abrigo, e todos se dispersaram e, imitando as meninas, buscaram abrigo como puderam. E então…

Boom!

Pedaços de metal aquecido em temperatura extrema voaram para todos os lados. A grande chapa se dividiu em estilhaços semelhantes a flechas de fogo, ao mesmo tempo que um um laser passou, formando uma trilha de pura destruição em linha reta, deixando sua marca no chão e, principalmente, na parede metros adiante, abrindo um grande rombo entre as alas e ativando um alarme irritante de sirene e luzes vermelhas rodopiantes no teto.


O autômato adentrou a sala a passos lentos. Era possível ver seus olhos varrendo o local, como duas luzes azuis frias desenhando um semicírculo diante deles.

Testes:

Conforme procurava pelos intrusos, uma nova carga ia se concentrando em sua arma acoplada. Em poucos segundos aquela rajada seria descarregada em linha reta, fazendo mais uma vítima. A pergunta era: quem seria? Quem estaria na frente do canhão?

Subitamente um grito metálico e ensurdecedor soou de um dos cantos e pequenos pontos de luzes roxas revelaram-se, brilhando em uma intensidade anormal. Eram as púrpuras. O trio de garotinhas subitamente investiu contra o autômato, mas não antes de 1902 ser completamente desintegrada no processo, com mais um disparo devastador do Capataz. A 1917, mesmo sem um dos braços, atracou-se com uma das pernas do monstro enquanto 1901 avançou no pescoço. O grito também causou uma espécie de alerta, pois sem mais nem menos várias garotas idênticas ao trio surgiram correndo em velocidade sobre-humana e se jogaram contra o Capataz, prendendo-o e derrubando-o no chão.

– Corram! – gritou uma delas. – Corram, pois outros como ele vão aparecer já!

Sem pensar duas vezes, Olívia e os outros correram para fora daquele laboratório infernal. Toda a confusão fez com que eles se encontrassem com Dino, que estava estrategicamente posicionado próximo da saída. Não levou sequer dez segundos para todos saltarem. Olívia foi a última e foi amparada pelos braços de Dino ao saltar. Foi um alívio ver que todos saíram intactos daquela experiência maldita, mas algo dizia para Olívia que, o que tivesse de proveitoso para eles naquele laboratório, agora estava perdido para sempre.

Enquanto dirigiam de volta para o lar Giovanni, Helena falou:

– Ora! Aquilo foi um absurdo! – disse, coçando um bigode que não tinha. – Esses são métodos vulgares, selvagens e antiquados! Não se deve educar crianças assim no século em que estamos!

Quem era aquele, agora, ninguém saberia dizer.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Olívia sentiu-se segura apenas quando todos finalmente chegaram ao refúgio. Contudo, escapar das mãos de Krisolva e daquela parada acidental naquele laboratório deu a ela um gosto de vitória amarga. Muitos dos homens tinham morrido, para dizer o mínimo, e os zumbis que Marius havia criado ou estavam destruídos ou agora estavam nas mãos de Krisolva, sem falar que… O Precursor tinha ficado para trás. Qual teria sido o destino dele, afinal?

– Estupendo! – disse Helena, com um sorriso. – É uma residência e tanto, deveras! É um prazer finalmente conhecê-la. Madame Olívia, devo supor que a senhorita me concede estadia em seus domínios nas próximas horas?

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Mensagem por Akira Toriyama Seg Ago 03, 2020 5:35 pm

Uma das mais célebres regras dos filmes de ação dita que caras fodas não olham para explosões. Infelizmente, Olívia não foi um desses. Ao se jogar nos braços de Dino e deixar que ele a carregasse para fora dali, ela manteve os olhos no prédio que simplesmente se desfazia em meio a fogo, estilhaços e um barulho ensurdecedor. Se podia enumerar as boas coisas que aquela noite trouxera, seu avô estava de volta e Madame Krisolva tinha sido derrotada mais uma vez - o que também indicava que o próximo embate seria ainda mais intenso.

No fim das contas, para uma mulher cuja noite mais agitada da vida tinha sido uma festa de fraternidade durante a faculdade, aquela noite acabara de se tornar a lembrança mais louca que tinha.

Helena (?) escreveu:– Ora! Aquilo foi um absurdo! – disse, coçando um bigode que não tinha. – Esses são métodos vulgares, selvagens e antiquados! Não se deve educar crianças assim no século em que estamos!

Ela encarou a Malkaviana com a testa franzida, tentando se lembrar de todos os nomes citados por Manfred na noite anterior. Seria aquele o Dr William?

Dirigiram para a casa. Havia um gosto de vitória amarga ao levar em conta os prejuízos daquela operação, mas ao menos eles tinham conquistado os portos e já tinham poder sobre um bordel. Virgílio estava de volta, o que significava que ela teria suporte para levar aquela missão a cabo. Esperava que, apesar dos pesares, o Don ficasse satisfeito com os resultados.

Helena(?) escreveu:– Estupendo! – disse Helena, com um sorriso. – É uma residência e tanto, deveras! É um prazer finalmente conhecê-la. Madame Olívia, devo supor que a senhorita me concede estadia em seus domínios nas próximas horas?

Ela sorriu e fez um gesto de cumprimento. Esperava que esta personalidade ficasse mais algum tempo, já que tinha pouca disposição para lidar com Helena.

- Boa noite, senhor. - disse. - É claro que nosso refúgio está aberto para que você possa se abrigar. Helena foi de extrema importância no cumprimento desta missão, então você deve se sentir à vontade enquanto estiver conosco. A propósito, com quem tenho a honra de falar?

Entrou em casa sentindo-se destruída. Abraçou Antonella assim que a viu.

- Conseguimos, querida. - contou. - Mas não foi fácil. Tivemos muitas baixas. Traga sangue para o nonno, por favor.

Olhou para o que restava do contingente.

- Bom trabalho, senhores. - elogiou. - Sei que tivemos grandes perdas nesta batalha, mas quero que saibam que cada ferimento será vingado. Além disso, nosso sottocapo está de volta, e isso significa que ainda saímos vencedores. Descansem. Amanhã retomaremos os negócios.

Então, pela primeira vez, permitiu-se demonstrar cansaço. Abraçou o avô com força.

- Bem vindo de volta, nonno. Desculpe-me pela demora.
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Mensagem por Dracone Seg Ago 03, 2020 9:22 pm

Antes mesmo de decidir o que fazer para sair dali Dino percebeu algo estranho. Um calor súbito no ar seguido de um clarão alaranjado e um barulho estrondoso. Aquilo não era nada bom. "Ele deve ter explodido a porta. Preciso fazer algo." Mas antes que pudesse sequer em pensar algo, ao se aproximar de onde deveriam sair já pode ver todos escapando a salvo. Os ajudou a sair, Olívia por último. Ela parecia extremamente cansada. Podia ouvir os ruídos de destruição lá dentro.

- Estão todos bem? - perguntou, ainda ajudando Olívia a se afastar do lugar. Limpou uma sujeira de poeira de seu rosto - Bom trabalho, ragazza. Conseguiu escapar com todos a salvo.

Depois se dirigiu à Luna. Estava especialmente preocupado com ela e sentiu-se mais leve ao vê-la bem. Abraçou e beijou-a, afagando seu cabelo, mas não disse nada. Queria sair dali o mais rápido possível. Voltaram para casa, boa parte do caminho num silêncio incômodo. Tinham perdido muitos, mas ao menos haviam cumprido a missão. Já em casa cumprimentou todos, contando dos detalhes do ocorrido com certo desânimo, apesar do sucesso no objetivo principal.

- Bom trabalho, senhores. - elogiou. - Sei que tivemos grandes perdas nesta batalha, mas quero que saibam que cada ferimento será vingado. Além disso, nosso sottocapo está de volta, e isso significa que ainda saímos vencedores. Descansem. Amanhã retomaremos os negócios.

"Ela tem razão. Não há motivos para desânimo, apesar das baixas. Estamos todos aqui, afinal, e uma nova noite surgirá para execução de novos planos."
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Mensagem por Undead Freak Ter Ago 04, 2020 3:52 pm


Diante dos portões do refúgio Giovanni, todos se reuniam mais uma vez. Apesar das altas baixas, todos os cainitas se encontravam intactos, assim como os poucos carniçais que retornaram vivos.

Dino estava ao lado de Luna, que segurava seu braço com a mão a esquerda e, com a direita, segurava a mão de Fabrizio, sua cria. Ela alternava entre acariciar Dino e acariciar Fabrizio, verificando várias vezes se ele estava ferido – Luna, apesar do comportamento selvagem e impetuoso, mostrava-se uma mãe dedicada com a sua nova criança da noite.

A maior incógnita do momento agora era Helena, ou quem quer que fosse que estivesse falando.

– Boa noite, senhor – respondeu Olívia. – É claro que nosso refúgio está aberto para que você possa se abrigar. Helena foi de extrema importância no cumprimento desta missão, então você deve se sentir à vontade enquanto estiver conosco. A propósito, com quem tenho a honra de falar?

– Oh! Mil perdões por essa falta de cordialidade – respondeu a figura. – Meu nome é William. William Bendorf Terceiro, mas pode me chamar apenas de William, senhorita – e fez uma reverência educada. – Sinto muito que tenha falado com aquela mulher tão vulgar, e saiba que será um prazer aceitar estadia em sua casa.

William parecia muito mais culto e agradável do que Helena…

Quando todos entraram, Antonella abraçou e beijou Olívia, Dino e todos os demais. William segurou sua mão e a beijou, de forma bem educada.

– Conseguimos, querida – contou Olívia para Antonella. – Mas não foi fácil. Tivemos muitas baixas. Traga sangue para o nonno, por favor.

Ela estava aflita, mas ao ver que Fabrizio e todos estavam bem, fez como Olívia pediu. Virgílio agradeceu de forma gentil, ao mesmo tempo que mostrava que ele estava bem, e que ela não precisava se preocupar.

Após um breve silêncio, onde todos se reuniram na sala e se estiraram nos sofás e poltronas como puderam, Olívia iniciou um pequeno discurso.

– Bom trabalho, senhores – elogiou. – Sei que tivemos grandes perdas nesta batalha, mas quero que saibam que cada ferimento será vingado. Além disso, nosso sottocapo está de volta, e isso significa que ainda saímos vencedores. Descansem. Amanhã retomaremos os negócios.

A volta de Virgílio era uma das poucas coisas que mantinham o ânimo dos presentes alto. Virgílio estendeu uma taça de sangue para o ar, como um sinal de agradecimento pelo esforço que todos fizeram por ele.

– Bem vindo de volta, nonno. Desculpe-me pela demora.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Assim que abriram os olhos, tanto Dino quanto Olívia ouviram uma batida frenética na porta. Luna fora chamar Dino, enquanto a pessoa que estava do outro lado da porta de Olívia era Antonella. Tanto Antonella quanto Luna disseram as mesmas palavras para seus respectivos recém-despertos:

“Melhor vir logo. Temos mais problemas.”

Dino e Olívia saíram de seus quartos aos tropeços, chocando-se no corredor, o que indicava que haviam despertado ao mesmo tempo. Eles foram os últimos a chegar na sala, onde todos se reuniam em silêncio ao redor da televisão, atentos ao que a jornalista falava.

“As imagens, que foram enviadas noite passada para a nossa emissora por um cidadão anônimo, mostram claramente não só um conflito violento envolvendo agressões físicas e tiroteio, como também fatos bizarros e inexplicáveis, além da visão aterradora do que parece ser um tipo de criatura monstruosa.”

A gravação mostrava o conflito de Olívia com os irlandeses no bordel que agora é propriedade de Fabrizio. O rosto de cada um deles, incluindo a face horrenda de Dylan, podia ser vista claramente conforme o combate se desenrolava. Conforme todos viam aquela quebra de máscara ocorrendo pela cidade toda, a jornalista continuava a narrativa:

“As imagens foram analisadas por especialistas, que foram incapazes de detectar qualquer tipo de técnica fraudulenta conhecida. O local do conflito já foi identificado e as pessoas presentes nessa gravação já estão sendo procuradas pelas autoridades para serem detidas e interrogadas.”

Todos começaram a trocar olhares de tensão e, como era de se esperar, todos esses olhares começaram a cair sobre Olívia, que estava no comando. Os presentes olhavam para ela, como que claramente dizendo “E agora? O que vamos fazer?”. Até mesmo Virgílio parecia tenso e aumentou o volume, o que fez os olhares voltarem para a televisão novamente – e para as palavras da jornalista.

“Essa gravação está causando um verdadeiro burburinho na cidade, onde muitas pessoas estão relatando situações similares envolvendo monstros e demônios com capacidades sobrenaturais semelhantes as mostradas nessa reportagem. Enquanto alguns afirmam não passar de um trote e uma bobagem, outras pessoas estão elevando o escândalo para âmbito religioso, chegando a envolver autoridades da igreja. Quanto ao veredito, só podemos…”

Nesse momento três batidas fortes soaram na porta da frente, novamente desviando a atenção de todos.

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Mensagem por Akira Toriyama Qui Ago 06, 2020 9:35 pm

A noite chegou com o prenúncio de mais uma desgraça. Olívia sabia que, apesar da vitória, o vídeo gravado na boate ainda estava em poder de Madame Krisolva e ela sabia que, depois disso, a maldita anciã não pensaria duas vezes em divulgar aquilo e causar uma maldita quebra de Máscara. No entanto, a família vinha em primeiro lugar. Ainda que terminasse transformada em cinzas, continuaria defendendo os seus a qualquer custo.

Ao se colocar diante da televisão, seus temores se confirmaram. Agora era só uma questão de tempo até a Camarilla querer suas cabeças, mas as coisas não seriam tão fáceis. Ela só lamentava ter colocado Dylan no meio disso. Mas, uma vez que ele tinha se mostrado fiel, não estava em suas intenções abandoná-lo à própria sorte.

Quando bateram na porta, Olívia fez um gesto para que um dos carniçais fosse abrir. Serviu-se de um cálice de sangue e se sentou numa poltrona próxima com o semblante soturno. A situação era extremamente arriscada e ela provavelmente perderia o apoio da Torre de Marfim. Que seja: nunca tivera a intenção de baixar a cabeça para eles.
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Mensagem por Dracone Seg Ago 10, 2020 4:42 pm

“Melhor vir logo. Temos mais problemas.”

Foi a primeira coisa que ouviu ao abrir os olhos. Merda. Nenhum segundo de paz!
Se levantou rápido e saiu quase que correndo pelos corredores.Estavam todos diante da TV onde um jornalista relatava do ocorrido na boate com imagens bem nítidas. Aquilo era uma puta desgraça. Olhou para Olívia um pouco preocupado.

- Então...? O que pensa em fazer a respeito disso?
- perguntou, mas logo alguém batia à porta tirando a atenção.

Sentou-se ao lado de Olívia enquanto o carniçal checava quem era. Suspirou mau humorado, mas obviamente ela estava com um humor bem mais azedo que o normal.
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Mensagem por Undead Freak Seg Ago 10, 2020 10:07 pm


Um dos homens se aproximou da porta com uma pistola em punhos. Estava tenso, era de se notar. Quando abriu a porta, no entanto, havia apenas uma pessoa atrás dela.

“Era uma jovem de cabelos louros e bagunçados. Ela tinha uma pele bonita e bem cuidada e seus olhos eram azuis, mas era bizarra. Ela vestia uma camisola de seda branca, tinha um embrulho nos braços e usava pantufas roxas de dinossauro. Algo nela era incrivelmente enervante.”

Ela entrou e, assim que chegou na sala, Olívia a reconheceu.

– Eu gostaria de falar com o meu pai. Ele já chegou? – disse Lilian, que ninava um embrulho nos braços. Olívia sabia que era um bebê e se lembrava muito bem do que ela fez com o outro.

– Lilian! – disse Helena ao chegar, sendo que na verdade não era Helena. – O que está fazendo aqui, minha jovem?! É perigoso para você caminhar até aqui!

Ela abriu um sorriso e abraçou Helena.

– Doutor! Me desculpe, mas eu estava entediada.

– Você não andou nos seguindo a noite toda, não é? – perguntou Helena, enquanto acariciava os cabelos de Lilian.

– Bem… Na verdade eu presenciei algumas coisas… A luta foi fascinante!

– Ó, Lilian! Você ainda vai fazer meu bigode cair, sabia? Venha, seja uma menina educada e cumprimente os senhores e senhoras da casa.

– Mas eu acabei de fazer isso, doutor. Eu não seria rude, ainda mais na frente do senhor. Sei como o senhor presa pela etiqueta.

– Você os saudou? Quando?

– Lá fora, agora pouco.

Aquilo soou estranho demais. A coisa piorou quando perceberam que nem mesmo Helena estava entendendo que diabos a cria do seu outro eu estava falando.

Lilian então chegou perto de Olívia e disse:

– A senhoria me disse para ficar lá fora e esperar alguém aparecer para falar comigo.

E então ela foi até Dino e disse:

– E você, moço, foi quem apareceu. Você me deu um calombinho e disse para que eu guardasse, esperasse dois minutos e então entrasse e devolvesse para você. Farei isso.

Ela então abriu o embrulho e de fato era um bebê, mas desta vez ele já estava morto, com a barriga e o peito abertos em um rasgo enorme. De dentro do ventre da criança ela tirou um embrulho um pouco menor que uma mão adulta. Era algo fino, dentro de um saquinho de veludo. Assim que ela entregou para Dino, a coisa vibrou e emitiu um brilho, cuja luz podia ser vista através do tecido fino. Ao remover o saquinho sujo e olhar a tela do smartphone, o número que ligava estava identificado como “Para Dino”. Ele deveria atender?

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Mensagem por Dracone Qui Ago 13, 2020 11:15 am

A cena da jovem moça entrando pela porta naqueles trajes e naquela situação era bizarra demais. Ela trazia um embrulho nos braços que parecia um bebê. Helena... ou melhor, Willian tomou a frente com Lilian. Quando ele questinou o fato de ela não ter cumprimentado os da casa ela deu a resposta mais esquisita de todas:

Mas eu acabei de fazer isso, doutor. Eu não seria rude, ainda mais na frente do senhor. Sei como o senhor presa pela etiqueta.

Você os saudou? Quando? - questionou ele.

Lá fora, agora pouco.

Dino levantou a sobrancelha, curioso. Que porra é essa?

- A senhoria me disse para ficar lá fora e esperar alguém aparecer para falar comigo. - ela disse à Olivia. Depois se dirigiu a ele – E você, moço, foi quem apareceu. Você me deu um calombinho e disse para que eu guardasse, esperasse dois minutos e então entrasse e devolvesse para você. Farei isso.

Ela abriu o embrulho e realmente havia um bebê morto lá, aberto ao meio. De dentro ela tirou um embrulho e deu a Dino. Era um celular e o mesmo estava tocando, escrito "Para Dino" no visor. Ele olhou para Lilian ainda confuso e desconfiado, sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo. Pegou o celular e arrastou a tela para atender, virando seu olhar para Olívia de forma confusa.

- Quem? - foi o que disse ao atender.
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Mensagem por Akira Toriyama Qui Ago 13, 2020 12:08 pm

Olívia não conteve a repulsa ao ver Lilian novamente. Lembrou-se da cena horrenda que vira no refúgio de Helena, onde ela se alimentava de crianças de forma cruel. Podia ser vampira e podia ser uma Giovanni, mas se alimentar de crianças - ainda mais daquele jeito - estava além de suas regras particulares.

Ao vê-la tirar um celular de dentro de um bebê morto, jurou que poderia vomitar caso fosse viva. A única coisa que a conteve foi a noção de compostura que tinha: pior do que presenciar aquilo seria demonstrar algum tipo de reação tão deselegante quanto vomitar na frente de todos.

Franziu a testa e pensou. A garota vira ela e Dino na entrada. E ela conhecia apenas dois tipos de vampiros capazes de assumir a forma de outras pessoas. E, se fosse levar em conta a eficácia da transformação, a suspeita era reduzida por apenas um...

- Cuidado! - falou, como se estivesse acordando de algum pesadelo. - Pode ser uma armadilha. Luna, dê uma ronda em torno da casa. Alguém resolveu se passar por nós.
Akira Toriyama
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 8 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Sex Ago 14, 2020 3:12 am

– Cuidado! – falou Olívia, como se estivesse acordando de algum pesadelo. – Pode ser uma armadilha. Luna, dê uma ronda em torno da casa. Alguém resolveu se passar por nós.

Assim que Olívia disse isso, Luna e os demais iniciaram uma busca tanto no interior quanto nos arredores do refúgio. Ao mesmo tempo, Dino atendia a estranha ligação:

– Quem?

– Líder difícil a senhora desta casa – respondeu uma voz masculina muito austera do outro lado. – Não sabe reconhecer oportunidades e avalia mal as oportunidades de sociedade. Não são características de uma boa líder.

O clima estava tenso. Olívia encarava Dino enquanto ele ouvia o estranho do outro lado. Helena/William acariciava os cabelos de Lilian, enquanto ela também encarava Dino de forma estranha, como se fosse uma boneca inanimada.

– Talvez você seja uma alternativa melhor para uma alternativa de comunicação,  de acordo com o que andaram me relatando – continuo a voz. – Meu nome é Arcebispo Melchor, e escute bem o que vou lhe dizer, antes de partir para qualquer julgamento: daqui a exatamente trinta minutos a partir de agora, um carro  irá parar na porta de sua residência, trazendo nossa conhecida em comum, Jennifer Blake. Ela irá requisitar a presença da senhorita Olívia e de mais alguém da inteira confiança dela, possivelmente vocẽ. Jennifer irá levá-los até o Príncipe para que possam resolver o mal entendido desta quebra de máscara, mas é uma emboscada.

Nesse momento Dino viu Lilian arregalar os olhos enquanto encarava ele. Ela estaria ouvindo a conversa de alguma forma ou…

– Jennifer irá pedir para o motorista parar perto de um restaurante, onde ela irá afirmar que vai buscar uma pasta de interesse do Príncipe. Assim que ela entrar no estabelecimento, o carro vai explodir matando Olívia, o carniçal descartável que estará dirigindo e quem mais estiver no carro que seja do grupo de vocês. Cabe a você acreditar em mim ou não. Se achar que eu estou mentindo, vá com Jennifer por sua conta e risco. Agora se quiser uma alternativa diferente, dê um jeito de escapar assim que Jennifer sair do carro e retorne minha ligação. Talvez podemos chegar em um acordo benéfico para os dois lados.

E assim o Arcebispo desligou.  Nesse momento todos retornaram para dentro e Luna deixou claro que não encontrou ninguém suspeito em lugar nenhum.  Exatamente meia hora depois, como Melchor disse que aconteceria, a companhia soou e, do outro lado da porta, estava Jennifer Blake, com um semblante preocupado, pedindo permissão para ser levada até Olívia.

– Olívia – disse Luna, escoltando Jennifer até a sala. – A senhoria Blake pediu permissão para entrar e ser levada até vocẽ.

– Boa noite, e me desculpe por aparecer assim sem aviso – começou, formalmente –, mas as atuais circunstâncias me fizeram vir o quanto antes. O Príncipe está tendo uma grande dificuldade em lidar com toda a situação, mas ainda assim ele não deseja levantar julgamentos de forma imprudente. Pessoalmente ele não acredita que toda a situação foi intencional, portanto ele me pediu para levar Olívia e mais alguém da confiança dela para um local apropriado para uma reunião, onde podemos resolver o mal entendido e ouvir os dois lados. Afinal, todos tem direito a defesa e a palavra.

Dino presenciava exatamente o que o arcebispo havia dito meia hora atrás. A questão é: ele estava mentindo ou não?

– Bem, senhorita Olívia, se for possível, eu gostaria que a senhorita e mais alguém do seu sangue me acompanhasse até a reunião. Precisamos esclarecer esse terrível mal entendido o quanto antes.
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