Vampiros - A Máscara
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Seg Abr 06, 2020 8:52 pm

Olivia acordou, mas não abriu os olhos de imediato. Alguém acariciava seus cabelos.

– Prima? Acorde, prima – era a voz de Fabrizio, em um tom suave.

Olivia por fim abriu os olhos, encarando-o. Ele sorriu.

– William e eu preparamos tudo. A casa está pronta. Já enviamos quase tudo para lá. Só falta suas malas.

Olivia se levantou e colocou os pés no chão. Era uma nova noite. Ela se lembrava que Antonella e ela não haviam feito muito progresso durante o estudo daquela madrugada, pois o lugar e as condições impediam. Contudo, eles enumeraram os criminosos independentes da cidade, com detalhes como idade, ponto de operação e tipo de atividade. Estes poderiam vir a ser úteis para a família Giovanni como associados. Eles estavam enumerados em um papel dobrado sobre o criado mudo, e seu conteúdo era:

1 – Brendam Head (Inglês, 52 anos): Agiota que opera no centro. Possui um pequeno grupo trabalhando para ele. Esses homens variam entre capangas e contadores.

2 – William Taylor (Norte Americano, 37 anos): Traficante de armas de alto escalão. Possui um grupo fixo e pequeno de ajudantes confiáveis. Seu arsenal é variado e costuma dar desconto em atacado.

3 – Jacob Sobel (Judeu, 41 anos): Bookmaker. Cuida de apostas de lutas ilegais.

4 – Corey Hemp (Norte Americano, 32 anos): Assassino de Aluguel. Líder de um grupo de matadores conhecidos como “Irmãos Escarlate”.

5 – Dylan Claymore (Norte Americano, 29 anos): Traficante de informações. Rato. O que você puder pagar, ele consegue.

6 – Benjamin Harris (Norte Americano, 33 anos): Contrabandista. Ele leva e traz qualquer do país, contanto que o dinheiro valha a pena.

7 – Cassandra Peterson (Norte Americana, 27 anos): Funcionária do alto escalão político. Especialista em lavagem de dinheiro e adulteração.

8 – Thomas Campbell (Norte Americano, 50 anos): Juiz corrupto.

9 – Virgo Fitzgerald (Norte Americano, 40 anos): Policial corrupto.

– Vou deixar você se arrumar, prima. Estarei na sala te esperando. Tenho uma surpresa.

Declare aqui o deseja fazer antes de partir.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Fabrizio dirigia o furgão, parecendo satisfeito. Olivia estava ao lado dele. De repente ele parou e apontou.

– Ali está, vê?

A Casa:

– E ali está o cemitério.

Entrada do Cemitério:

Fabrizio saiu, abriu a porta para Olivia e pegou as malas na parte de trás do furgão. Ele bateu na porta e Antonella abriu a porta para eles.

O interior da casa era realmente sinistro.

Interior da Casa:

– Não se preocupe com a sala principal – disse Antonella. – Nós três estávamos arrumando o porão e os quartos, que é a prioridade do momento. Acho que vai gostar de saber que subornamos alguns idiotas do hospital e conseguimos equipamentos úteis. Eles estão no porão

Olivia olhou para Fabrizio, pensando que esta seria a surpresa que ele falou, mas ele respondeu, como se tivesse lido a mente dela:

– E tem um detalhe: eu molhei o bolso de alguns babacas lá do cemitério. Eles cavaram um túnel para nós, que liga uma velha cripta ao nosso porão. Podemos acessá-la por uma alçapão. Era essa a surpresa. Agora podemos pegar material de graça para os experimentos, ao mesmo tempo que temos uma rota de fuga, caso se mostre necessário.

O corredor era muito gelado e dava calafrios. A casa não era aconchegante ou agradável, mas certamente era discreta e desanimava qualquer um de procurá-los lá.

– E aí? Quer ver o que primeiro? O porão ou o seu quarto? – perguntou Antonella.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Qua Abr 08, 2020 9:27 am

Olivia acordou sentindo a cabeça pesada. Não tinha feito muitos progressos na noite anterior, mas conseguira anotar todos os criminosos independentes da cidade. À primeira vista, eram promissores como associados, localizados em várias esferas da sociedade e desempenhando funções bem diferentes. Com tudo aquilo, ela poderia começar uma pequena rede de informações e aliados dentro de Newark. Com sorte, começaria bem e logo seus resultados viriam.

- Boa noite, Fabrizio - disse, bocejando. - Ah, que bom que vocês conseguiram. Vamos sair logo daqui. Essa lâmpada acabou com a minha vista ontem.

Apenas se vestiu. Tinha vontade de um bom banho, mas estava com pressa. Deixaria para curtir uma ducha quando chegasse na casa nova. Depois de arrumar suas coisas, partiu para pagar a conta no hotel e conhecer seu novo refúgio.
***

Fabrizio escreveu:– Ali está, vê?

Olivia não costumava deixar transparecer, mas naquela noite permitiu-se impressionar. A casa era grande e sinistra, e atendia todas as necessidades que ela listara: ficava próxima a um cemitério, era discreta e isolada da maior parte das pessoas. Tinha que reconhecer: ele fizera um bom trabalho.

Ela desceu do carro e caminhou até a sala principal da casa. Deu uma volta em torno de si mesma, olhando para todos os detalhes enquanto seus primos tagarelavam sobre os quartos já estarem prontos e que logo iriam cuidar da decoração da sala.

Fabrizio escreveu:– E tem um detalhe: eu molhei o bolso de alguns babacas lá do cemitério. Eles cavaram um túnel para nós, que liga uma velha cripta ao nosso porão. Podemos acessá-la por uma alçapão. Era essa a surpresa. Agora podemos pegar material de graça para os experimentos, ao mesmo tempo que temos uma rota de fuga, caso se mostre necessário.

Aquilo soou como música aos seus ouvidos. Um túnel conectava o porão da casa com o cemitério e, além disso, eles tinham conseguido alguns equipamentos para fazer experimentos. Tudo isso era muito bom, mas ela queria falar com alguns criminosos da cidade. Porém, aquela noite já podia ser considerada uma vitória. Eles precisavam saber disso e Olivia sentia que se deixasse aquela noite passar sem se alimentar, começaria a ter problemas.

Antonella escreveu:– E aí? Quer ver o que primeiro? O porão ou o seu quarto? – perguntou Antonella.

- O porão. - respondeu, e seguiu-os até lá.

Quando o tour terminou, ela olhou para o seu quarto satisfeita. Pegou a lista e a entregou para o casal de primos.

- Hoje foi uma vitória. - disse. - Vocês fizeram um ótimo trabalho. Para amanhã, quero que vocês conversem com Virgo Fitzgerald e Dylan Claymore. Façam uma boa proposta para eles, aos moldes da Família. Nós oferecemos proteção e suporte em troca de exclusividade em seus serviços.

Então tirou o livro da bolsa e mostrou para eles.

- E já que vocês estão apresentando resultados, eu preciso apresentar os meus. Vocês podem descansar o resto da noite, porque vou tirar as próximas duas horas para estudar isso aqui. Quando eu os chamar, vamos ter um momento em família.

Deu um sorriso sugestivo, demonstrando que estava disposta a recompensá-los pelo bom trabalho. Não estava particularmente interessada em ir para cama com eles, mas precisava se alimentar e a dor causada pela mordida de um Giovanni era algo que atrapalhava quando o assunto era preservar a porra da Máscara. Mas se aquela era a forma que tinha de manter seus primos felizes e eficazes, ela faria de qualquer jeito.
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Mensagem por Undead Freak Qua Abr 08, 2020 11:52 pm

Olivia escreveu:— O porão — respondeu, e seguiu-os até lá.

Antonella pegou Olivia pela mão carinhosamente e a conduziu até uma porta à esquerda, alguns degraus abaixo. A porta branca de madeira revelava um porão grande, macabro e, de certa forma, bastante apropriado para as práticas de necromancia.

Porão:

O lugar era antigo, bolorento e de paredes manchadas. O encanamento era velho e barulhento e havia bancadas de madeira com frascos de ácido, outros com formol e outros produtos químicos que “se perderam” do hospital. Além disso, havia uma banheira e uma bancada de madeira com tiras de couro, que podia ser usada tanto como maca quanto instrumento de tortura. Além de tudo isso, haviam bisturis, serras circulares e aparelhos variados para amputação, cirurgia e outros procedimentos médicos, além de um poço, é claro. Era fundo, escavado com várias “gavetas” para caixões. Em outras palavras, aquilo era como ter um laboratório do Dr. Frankenstein particular.

— Legal, né? — disse Antonella. — Até que a gente conseguiu montar algo legal com tão pouco tempo. Venha, deixa eu te mostrar seu quarto agora.

O quarto, localizado no andar de cima, era bem destoante do resto da casa. Estava limpo, arrumado e era bem aconchegante. Havia nele uma lareira, uma escrivaninha e uma cadeira, além de uma cama. A janela do quarto ficava diante da escrivaninha, e havia também um grande tapete vermelho no chão. O guarda-roupas era grande e largo, e estava perto da porta. Por fim, do lado oposto, havia uma estante de livros, um banquinho e alguns pufes. Nessa hora Fabrizio entrou no quarto também, parecendo orgulhoso.

Olivia escreveu:— Hoje foi uma vitória — disse. — Vocês fizeram um ótimo trabalho. Para amanhã, quero que vocês conversem com Virgo Fitzgerald e Dylan Claymore. Façam uma boa proposta para eles, aos moldes da Família. Nós oferecemos proteção e suporte em troca de exclusividade em seus serviços.

— Não vai ser fácil garantir exclusividade, já que somos recém-chegados, mas para tudo se dá um jeito — disse Fabrizio, piscando o olho.

Olivia, então, tirou o livro vermelho de sua bolsa, mostrando para

Olivia escreveu:— E já que vocês estão apresentando resultados, eu preciso apresentar os meus. Vocês podem descansar o resto da noite, porque vou tirar as próximas duas horas para estudar isso aqui. Quando eu os chamar, vamos ter um momento em família.

Fabrizio e Antonella retribuíram o sorriso de Olivia maliciosamente. A ideia os agradava.

— Talvez você queira que a gente adiante algo mais? Ainda dá tempo, afinal. A gente pode levar o Will. Sabe como é, em cidade nova é bom já ir pegando contatos, conhecendo lugares e pessoas. Tem muita podridão nessa cidade que a gente pode extorquir, e quanto mais informações tivermos, mais fácil vai ser montarmos os esquemas para levar grana ao Don. Pense só... A família Giovanni está tirando vinte bilhões de dólares por ano somando todos os nossos esquemas. Imagina o que vamos fazer com duas cidades em nossas mãos?

Antonella partilhava da mesma empolgação. Ela acrescentou:

— Prima, não esqueça periodicamente de informar o Don sobre nosso progresso. Ele certamente vai se sentir impelido a nos recompensar por tudo. Ah, e mudando um pouco de assunto... Você tem se alimentado bem? Se quiser, podemos arrumar sangue pra você enquanto saímos para conhecer a cidade. Cuidamos de duas questões ao mesmo tempo.

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Mensagem por Akira Toriyama Qui Abr 09, 2020 9:32 am

Olivia ficou impressionada com os resultados. Os primos tinham sido muito eficientes e os avanços aconteceriam com mais rapidez naquele refúgio. Olhou para o porão, já interessada em fazer algumas experiências assim que tivesse segurança suficiente em seus estudos - e se esforçaria muito para que isso acontecesse nos próximos dias.

Depois, havia o quarto. Atendia todas as suas necessidades e parecia uma casa como qualquer outra. Seus planos eram transformar aquele refúgio em algo muito acolhedor, para receber visitas de todos os tipos e arrancar deles tudo que pudesse. Seus primos certamente seriam muito bons nisso.
Fabrizio escreveu:— Talvez você queira que a gente adiante algo mais? Ainda dá tempo, afinal. A gente pode levar o Will. Sabe como é, em cidade nova é bom já ir pegando contatos, conhecendo lugares e pessoas. Tem muita podridão nessa cidade que a gente pode extorquir, e quanto mais informações tivermos, mais fácil vai ser montarmos os esquemas para levar grana ao Don. Pense só... A família Giovanni está tirando vinte bilhões de dólares por ano somando todos os nossos esquemas. Imagina o que vamos fazer com duas cidades em nossas mãos?

Antonella escreveu:— Prima, não esqueça periodicamente de informar o Don sobre nosso progresso. Ele certamente vai se sentir impelido a nos recompensar por tudo. Ah, e mudando um pouco de assunto... Você tem se alimentado bem? Se quiser, podemos arrumar sangue pra você enquanto saímos para conhecer a cidade. Cuidamos de duas questões ao mesmo tempo.

Ela ponderou as sugestões. Fazia sentido. Caminhou até a janela e olhou por alguns segundos, depois encarou os dois.

- Vocês têm razão. Podem ir, mas tomem cuidado. - disse. - Eu vou ficar para estudar e informar o Don sobre nossos progressos. Aceito que me tragam algumas bolsas de sangue. Vocês sabem: é difícil manter a Máscara com a nossa mordida. Estou começando a ficar esgotada e isso não é bom. Mas não voltem muito tarde. Quero poder estar acordada quando vocês chegarem.

Isso devia bastar para deixar aqueles dois pervertidos felizes. Sorriu para eles e acenou assim que saíram, levando William. Uma vez sozinha, Olivia tomou um banho e ficou apenas com seu roupão, aproveitando o momento de solidão e silêncio que podia desfrutar agora. Sentou-se na escrivaninha e pegou seu celular, depois procurou o número do Don.

Acordo feito, signore. Refúgio estabelecido e possíveis associados identificados. Já poderemos começar os trabalhos. A propósito, já consegui materiais suficiente para começar os experimentos com seu presente. Em breve devo apresentar mais resultados.

Respirou fundo e abriu o livro. Era hora de se dedicar à Arte Negra.

Quando os três chegaram, Olivia os cumprimentou cordialmente.

- Já sei como cooptar nossos primeiros alvos. - disse. - Acredito que vocês possam tornar esta casa o mais agradável possível, e então apresentar aos nossos convidados nossa habilidade como anfitriões, se me entendem. Eu me encarrego de colocá-los sob laço de sangue. Não será preciso muito esforço, nem violência. Só quero que você, Antonella, seja a perdição deles. O que me dizem?

Então apontou para a cama com a cabeça. Deu um sorriso sacana.

- Agora, se me permitem, venham conhecer minha cama. Vou recompensá-los.
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Mensagem por Undead Freak Qui Abr 09, 2020 11:51 am


– Vocês têm razão. Podem ir, mas tomem cuidado – disse. – Eu vou ficar para estudar e informar o Don sobre nossos progressos. Aceito que me tragam algumas bolsas de sangue. Vocês sabem: é difícil manter a Máscara com a nossa mordida. Estou começando a ficar esgotada e isso não é bom. Mas não voltem muito tarde. Quero poder estar acordada quando vocês chegarem.

Os primos sorriram.

– Até daqui a pouco, prima – disseram ao mesmo tempo.

Fabrizio e Antonella pegaram suas armas – nunca se sabe o que pode acontecer em uma negociação dessas – e deixaram Olivia no quarto. Ela tomou um banho, colocou seu roupão e, por um momento, aproveitou aquilo. Solidão, segurança e entretenimento proveitoso. Contudo, antes que começasse a ler de fato, pegou o número do Don e ligou para ele. Ele não atendeu. Não era incomum isso acontecer, afinal ele era um homem muito ocupado, mas Olivia sabia que ele respondia assim que via as mensagens, portanto decidiu deixá-las como texto no aplicativo whatsapp – apesar de ser um vampiro antigo, o Don se adaptou incrivelmente bem aos recursos tecnológicos atuais.

Mensagem de Olivia escreveu:Acordo feito, signore. Refúgio estabelecido e possíveis associados identificados. Já poderemos começar os trabalhos. A propósito, já consegui materiais suficiente para começar os experimentos com seu presente. Em breve devo apresentar mais resultados.

Tendo enviado a mensagem, nada restava a fazer a não ser esperar a resposta do Don, e assim ela resolveu fazer lendo o seu estimado livro.

O capítulo seguinte falava sobre o poder do verbo. Voce de la morte, a voz da morte. Ele dizia como a vocalização e a própria fala eram formas poderosas de canalizar energia, contanto que fosse pronunciada com um intento sincero para tais atos – o que explicaria a eficiência das pragas e maldições rogadas. A evocação, ou o ato de convocar, dizia que era possível canalizar o poder da voz de forma tão poderosa que ela poderia romper o véu do mundo físico e adentrar a dimensão dos mortos, e assim os mortos ouviriam a voz do conjurador. Esse era o conceito base da conjuração e barganha com os espíritos dos mortos. Tendo contato com a energia do nome do falecido, assim como a energia residual dele através de um objeto que possuiu em vida, era possível direcionar o poder da voz para invocar e subjugar uma entidade específica, pois os próprios nomes são formas energéticas que, quando proferidos, vibram de modo a influenciar o ambiente ao redor – e essa é a razão de que as mães ensinam seus filhos a não dizer palavrões ou pronunciar palavras agourentas.

Todo aquele conhecimento mais uma vez era extasiante para Olivia, que acabou não percebendo que havia lido por mais de duas horas seguidas. Quando ela se deu conta, Fabrizio e Antonella já estavam no quarto, admirando-a silenciosos.

Olivia escreveu:– Já sei como cooptar nossos primeiros alvos – disse. – Acredito que vocês possam tornar esta casa o mais agradável possível, e então apresentar aos nossos convidados nossa habilidade como anfitriões, se me entendem. Eu me encarrego de colocá-los sob laço de sangue. Não será preciso muito esforço, nem violência. Só quero que você, Antonella, seja a perdição deles. O que me dizem?

– Está tudo muito bem – disse Antonella. – Pelo o que vimos hoje, não vai ser difícil estabelecer uma marca entre essa gentalha. Fabrizio e eu conseguimos bons progressos – falou sorrindo.

Vero – respondeu Fabrizio. – Dylan não foi fácil de contatar. Ele é um nosferatu, como imaginei. Isso explicar porque ninguém matou ele ainda por delatar tanta gente, mas não se preocupe. Ele pareceu feliz e satisfeito com os meus termos e pareceu também mostrar certo alívio em trabalhar para nós. Quanto a Virgo, bem, só precisei dizer a verdade: ele podia ser mais uma das cabeças que lucram vinte bilhões por ano através de uma entidade chamada Família Giovanni, ou ele poderia ser conhecido como aquele que decepcionou o Don... Bem, o cara é corrupto. É claro que ele aceitou a porra do suborno.

Antonella e Fabrizio acenderam um cigarro cada um, e Fabrizio trouxe cinco bolsas de sangue para Olivia. Os primos eram bons soldati de fato. Cada um deles poderia dar um capo excelente.

Olivia escreveu:– Agora, se me permitem, venham conhecer minha cama. Vou recompensá-los.

Fabrizio e Antonella tiraram a roupa. Antonella pegou a perna de Olivia, e passou a língua em sua canela até subir para a coxa. Fabrizio a abraçou por trás, tocando seus seios.

– E então? Como vai querer relaxar hoje? – perguntou Antonella, com sua voz sensual em tom provocativo.

FIM DO CAPÍTULO


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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Sáb Abr 11, 2020 10:46 am

Ela ouviu tudo atentamente. Então quer dizer que já tinham um Nosferatu trabalhando para eles. Isso significava muito: além de alguém que conhecia muito bem a cidade, era um aliado que poderia dizer como estava a situação da Camarilla sem os filtros do Príncipe. Se bem pago e valorizado, ele seria uma das melhores aquisições para as primeiras noites. Quanto a Virgo... ela pretendia prendê-lo em laço de sangue e deixar que ele fizesse todo o resto.

Antonella escreveu:– E então? Como vai querer relaxar hoje?

Olivia sorriu e acariciou os cabelos da prima.

- Quero vocês três. - disse. - Vocês estão trabalhando muito bem, e isso me deixa muito feliz. E quando eu fico feliz... tenho uma vontade imensa de recompensar os responsáveis pela minha felicidade.

Quando terminaram, o Sol já estava para nascer. Dava tempo de pelo menos mais um cigarro para fingir que tinha sido prazeroso. Olivia se levantou ainda nua e ficou olhando pela janela enquanto fumava. De repente, sentiu-se melancólica e solitária.

- Às vezes, sinto falta do Sol. - comentou do nada, depois se virou para eles. - Quero que saibam que em breve, nosso pessoal vai crescer. Eu vou precisar de gente que me ajude a lidar com tudo isso e vou promovê-los a capo. Só preciso de mais pessoal. William, eu não sei bem quais são suas pretensões, mas não está nas minhas intensões mantê-lo apenas como meu motorista. Se for da sua vontade, vou abrir espaço para que você faça parte de algo maior, como a quadrilha de um deles ou, se levar jeito, ter a sua própria um dia. O que me dizem?

Logo depois da conversa, fechou a janela e se deitou na cama, aninhada entre os três. Um sono em família.

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Mensagem por Undead Freak Dom Abr 12, 2020 5:39 am

Capítulo 2 – Senza Tentazioni, Senza Onore

“Não existe essa coisa de dinheiro sujo ou dinheiro limpo. Existe apenas dinheiro.”
(Charles “Lucky” Luciano)

Era evidente que o sexo havia sido prazeroso. Olivia conseguia ver isso no rosto dos três. William estava exausto e brilhando de suor naquele nível de iluminação, mas estava sereno, relaxado. Antonella sabia brincar bem com a língua, e Olivia se surpreendeu com a intensidade que ela enfiava a língua nela – tanto no buraco da frente quanto no buraco de trás, e isso deixou Fabrizio com tanto tesão que ele enfiou a língua dele dentro da boca dela. No fim, o exercício fora bom para todos. O trio relaxava na cama enquanto Olivia fumava, olhando para a janela apreciando o fim da noite.

Olivia escreveu:– Às vezes, sinto falta do Sol – comentou do nada, depois se virou para eles. – Quero que saibam que em breve, nosso pessoal vai crescer. Eu vou precisar de gente que me ajude a lidar com tudo isso e vou promovê-los a capo. Só preciso de mais pessoal. William, eu não sei bem quais são suas pretensões, mas não está nas minhas intenções mantê-lo apenas como meu motorista. Se for da sua vontade, vou abrir espaço para que você faça parte de algo maior, como a quadrilha de um deles ou, se levar jeito, ter a sua própria um dia. O que me dizem?

– Farei tudo o que desejar, e me sinto honrado em ser considerado apto para coisas mais sérias – respondeu William. Ele sabia que não era um Giovanni, nem mesmo italiano, mas mesmo não sendo um candidato ao ritual da omerta para se tornar um soldato, ele poderia ser um associado valioso, talvez até um executor.

– Ótimo! Obrigada, prima – disse Antonella, animada. Uma caporegime com meu próprio distrito e meu próprio bando! Isso é perfeito.

– Acho maravilhoso, e agradeço pela oportunidade, prima – disse Fabrizio. – Posso garantir que não vamos decepcioná-la, mas embora haja muitos associados em potencial nessa cidade, como capos vamos precisar de homens feitos, soldados de fato, e aqui não poderemos fazer isso. Isso vai ter que ser acordado com o Don. Associados podem fazer o serviço mais sujo, mas nossas quadrilhas, nossos homens especiais vão ter que ser nostra gente.

Isso a fez lembrar que o Don não havia respondido. Ela verificou o celular e, dessa vez, houve uma resposta:

“Bambina mia, nunca duvidei da capacidade de vocês. Estou muito satisfeito com o progresso. Não hesite em me contatar se precisar de qualquer coisa ou se surgir qualquer imprevisto. Como forma de recompensá-los por um começo bem-sucedido, aguardem meu presente ainda essa semana.”

E assim a noite acabou bem, com Olivia abraçada entre os corpos de Fabrizio, Antonella e William.

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Olivia despertou sozinha na cama. Não havia sinal de Antonella, Fabrizio ou William.Ela acordou com sons de marteladas, passos e coisas sendo arrastadas, além de um falatório entre três vozes femininas que ela não conseguia identificar, mas certamente não eram as vozes de Fabrizio ou de William.

No celular havia uma mensagem de Fabrizio:

“Estamos no restaurante perto do porto. Estamos na presença daqueles nossos amigos. Estamos conversando e estou conseguindo algumas informações interessantes. Nos encontre aqui quando acordar. É uma oportunidade de estreitar seus laços com o policial, capiche?

P.S: Se ouvir uma balburdia na sala, não se preocupe. Contratei uns homens para reformar a casa, como pediu, e provavelmente eles ainda vão estar aí."


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Mensagem por Akira Toriyama Dom Abr 12, 2020 10:42 pm

William escreveu:– Farei tudo o que desejar, e me sinto honrado em ser considerado apto para coisas mais sérias.

Antonella escreveu:– Ótimo! Obrigada, prima – disse Antonella, animada. Uma caporegime com meu próprio distrito e meu próprio bando! Isso é perfeito.

Fabrizio escreveu:– Acho maravilhoso, e agradeço pela oportunidade, prima – disse Fabrizio. – Posso garantir que não vamos decepcioná-la, mas embora haja muitos associados em potencial nessa cidade, como capos vamos precisar de homens feitos, soldados de fato, e aqui não poderemos fazer isso. Isso vai ter que ser acordado com o Don. Associados podem fazer o serviço mais sujo, mas nossas quadrilhas, nossos homens especiais vão ter que ser nostra gente.

- Isso não vai acontecer agora. - ela respondeu aos três, ainda fumando. - Primeiro, vamos fazer uma grande conquista na cidade e presentear nossa família com algo bom o suficiente para que seja impossível nos ignorar. Então, muitos vão se oferecer para trabalhar para nós, quando virem a possibilidade de lucro. E é aí que vou promovê-los, porque só vou admitir pessoas de confiança nas posições mais altas. Atualmente, as únicas pessoas que confio nesta cidade são vocês três. Qualquer outro que quiser ocupar um lugar alto nesta cidade terá que se provar, da mesma forma como nós temos feito. Até mesmo o William, que não é do nosso sangue, tem para mim o mesmo valor e confiança que vocês. Não quero que se sintam rebaixados por isso, mas valorizo muito aqueles que enfrentam as dificuldades com os amigos.

As coisas tinham mudado. Se antes ela não dava nenhum crédito para os primos, agora sabia que só podia confiar neles se quisesse crescer e elevar ainda mais o nome da família. No entanto, também estava muito longe de vê-los apenas como peças de xadrez, por mais que estivesse pressionando os pontos certos para que eles fizessem o que ela queria sem perceberem. Bem, isso era uma questão de trabalho, e a única cainita naquela casa era ela.

Apagou o cigarro no cinzeiro e caiu na cama. A próxima noite seria diferente.

***

Acordou ao som de trabalho. Depois de checar a mensagem de Fabrizio, levantou-se depressa e tomou um banho. Escolheu bem a roupa, sentindo-se uma completa filha da puta ao se esforçar para parecer uma secretária de filme pornô: saia social justa preta com um corte que subia até pouco acima do joelho, camisa social azul com alguns botões abertos e por baixo, uma lingerie preta e rendada que ajudava a valorizar tudo. Não costumava ser vaidosa, mas queria atiçar a imaginação daquele canalha sem parecer uma vadia. Os cabelos ficaram presos num palito de cabelo, prontos para serem soltos com apenas um gesto. Para terminar, um par de óculos - e pronto, podia jogar fora seu diploma da Ivy League: parecia exatamente uma secretária saída dos confins da imaginação perversa de qualquer homem.

Ela se sentia péssima naquilo: poucas vezes tentara seduzir um homem e fora fracassada em todas - Fabrizio não contava porque era extremamente descarado. De qualquer forma, tinha que funcionar. Ela queria aquele cara comendo em sua mão - e, se fosse minimamente agradável, ele poderia comê-la com as mãos também...

Passou pela sala, cumprimentou todos os trabalhadores e se dirigiu para o carro. Depois de ligar, manobrou até a saída e parou no primeiro sinal para responder ao primo.

Estou a caminho.

Assim que parou o carro, entregou as chaves para o manobrista e caminhou para dentro do restaurante, procurando a mesa dos primos com os olhos. Assim que os encontrou, caminhou da forma mais confiante possível, tentando passar a melhor imagem possível. Aquilo ali era uma reunião de negócios, mas o objetivo era acabar em farra e num laço de sangue.

- Boa noite. - cumprimentou ela a todos.

Caso algum dos cavalheiros estivesse disposto, ela se deixaria receber a gentileza naquela noite. Não costumava fazer isso - na verdade, nunca se deixara ser cortejada daquela forma, nem aceitava gestos de cavalheirismo e gentileza masculina -, mas precisava interpretar um papel. Depois de se acomodar, olhou atentamente para todos os presentes.

- Então, como vocês estão? Espero que tenham feito uma refeição agradável. Quem temos a honra de conhecer esta noite?

Os Giovanni eram, acima de tudo, bons anfitriões. Era hora de fazer jus à fama.
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Mensagem por Undead Freak Seg Abr 13, 2020 8:55 am

Olivia não demorou muito assim que viu a mensagem de Fabrizio. Ela tinha um plano, e decidiu usar uma estratégia que não era muito do feitio dela, embora se mostrasse necessária. Ela tomou banho, escolheu cuidadosamente cada peça de roupa, de forma fria e calculista. Ela estava elegante. Muito mais elegante do que costumava estar. Fabrizio certamente seria o primeiro a notar – e aprovar – sua dedicação em estar elegante para o encontro. Saia justa, camisa social decotada, meia calça, cabelo preso em coque e um óculos criavam o típico estereótipo da secretária sexy de alguns enredos de filmes pornôs.

Off:

Ela desceu as escadas com certa pressa, mas mesmo assim se impressionou com a situação do salão principal daquela mansão. Toda aquela sujeira, bagunça e teias de aranha haviam desaparecido, e as paredes, o chão, corrimão e pilastras estavam sendo reparados e repintados. O lugar todo estava adquirindo uma aparência decente mais uma vez, e em pouco tempo aquele lugar estaria apto a ser considerado uma mansão digna e típica da família Giovanni. Os trabalhadores, já cientes dela, cumprimentaram-na respeitosamente, chamando-a de “Senhora Giovanni”. Educadamente, porém sem parar, ela retribuía os cumprimentos de “Boa noite”, acelerando o passo até o carro.

Teste:

“Estou a caminho”. Essa foi a mensagem que ela enviou a Fabrizio no primeiro sinal que parou. Não demorou muito para que ela chegasse no endereço e entregasse o carro nas mãos do manobrista, assi, como também não demorou muito para encontrar a mesa de Fabrizio, com Antonella e mais duas pessoas ao seu lado. Fabrizio comia lasanha e Antonella comia conchiglia. Um rapaz, que usava roupas casuais e inapropriadas para aquele ambiente, limitava-se a tomar algo que parecia ser vinho tinto em um cálice de cristal e um homem, que tinha cabelos grisalhos e usava roupas sociais um tanto gastas comia um prato comum de espaguete. Era muito fácil para Olivia ler aquela situação: o homem, que já parecia estar na faixa dos quarenta, era o policial. Sua aparente falta de conhecimento da culinária italiana ajudava a fortalecer o palpite, já que ele aparentemente preferiu “jogar seguro”, pedindo um prato que qualquer idiota conhece. O rapaz, seja por suas roupas ou pelo simples fato de não estar comendo nada era o Nosferatu, que obviamente fazia uso de seus poderes para camuflar-se entre os mortais comuns.

ORapaz:

O Homem:

Olivia escreveu:– Boa noite – cumprimentou ela a todos.

Fabrizio e Antonella olharam a prima com uma expressão de agrado. Agora ela sabia que suas roupas estavam causando o efeito desejado.

Olivia escreveu:– Então, como vocês estão? Espero que tenham feito uma refeição agradável. Quem temos a honra de conhecer esta noite?

– Boa noite, senhorita Olivia – disse o homem, em um tom descontraído. – Estávamos aqui, conversando um pouco com seus primos enquanto a senhorita não chegava. Eles nos disseram muito sobre você. Me chamo Virgo, e será um prazer fazer negócios com a sua família.

– Boa noite, senhorita Olivia – repetiu o rapaz, mas em um tom mais formal e muito diferente do que era esperado dele. – É um prazer conhecer alguém do seu sangue, por fim. Eu sou o Dylan.

Virgo provavelmente traduziu “seu sangue” como “carcamanos”, mas isso não importa. Ela agora sabia exatamente quem era quem e como deveria se dirigir a cada um deles.

– Agora que estamos todos aqui – disse Fabrizio –, podemos seguir com os negócios. Não se preocupem. O lugar é quente. Foi indicação de um amico nostro, prima.

Olivia logo entendeu o código. Quando Fabrizio disse amico nostro, ele quis dizer que o lugar foi indicado por outro membro da Família que conhece essas bandas.

Off escreveu:Agora a estratégia de negociação cabe a você. Como você vai abordar cada um dos envolvidos e tentar o laço de sangue com Virgo vai da forma que preferir agir.



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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Ter Abr 14, 2020 9:52 am

Olivia caminhou até a mesa da forma mais elegante possível. Ao se sentar, tentou atrair todos os olhares para ela, pensando que sua vida seria mais fácil se tivesse aprendido alguma coisa com os Ventrue. Seus primos tinham feito a parte deles, agora cabia a ela fazer a dela.

A primeira coisa que percebeu foi que Dylan chamava atenção demais naquele lugar. Embora fosse um lugar quente, não significava que era imune a Membros do lado de fora vigiando e anotando tudo. A lembrança do envelope com o par de olhos a fez pensar que, em algum lugar lá fora, um maldito sarraceno estava tirando fotos daquele encontro e anotando tudo. Ao deixar os olhos cair sobre o policial, no entanto, teve que admitir que a tarefa de colocá-lo sob laço de sangue tinha acabado de ficar mais fácil.

Puta que pariu. Como eu adoro um homem grisalho.


Virgo escreveu:– Boa noite, senhorita Olivia – disse o homem, em um tom descontraído. – Estávamos aqui, conversando um pouco com seus primos enquanto a senhorita não chegava. Eles nos disseram muito sobre você. Me chamo Virgo, e será um prazer fazer negócios com a sua família.

Dylan escreveu:– Boa noite, senhorita Olivia – repetiu o rapaz, mas em um tom mais formal e muito diferente do que era esperado dele. – É um prazer conhecer alguém do seu sangue, por fim. Eu sou o Dylan.


Ela sorriu e fez um cumprimento com a cabeça, tentando desvendar que tipo de papel deveria desempenhar com ele esta noite.

- O prazer é todo nosso. - ela respondeu aos dois. - E por favor, me chamem de Olivia. Não é necessário tanto formalismo quando se está numa reunião com amigos. Pelo menos, esperamos estar entre amigos, não é, primos?

OFF:

Então mudou a postura, lembrando-se dos intensos desafios que enfrentava na época da escola, quando liderava o clube de debate e esmagava seus adversários com as palavras. Estava em seu ambiente mais favorável, usando suas principais habilidades. Não tinha como dar erro.

- Acredito que meus primos já tenham explicado toda a situação para vocês. - disse. - E acrescento que, além de conhecerem bem a cidade, vocês possuem habilidades de extrema importância para nós. Você, Dylan, tem olhos e ouvidos em vários cantos da cidade e pode nos manter informado sobre tudo que acontece onde nós não podemos chegar. E você, Virgo, pode nos dar conselhos valiosos e servir como nossas mãos dentro da polícia. Nós não queremos problemas com sua corporação, como é comum em nossos negócios, e você nos ajudaria muito em manter as coisas nos melhores termos. Vocês dois trabalham de forma independente e não estão vinculados a nenhuma das outras organizações, o que pode tornar as coisas difíceis num cenário como o atual. Nós oferecemos aquilo que lhes falta: proteção, suporte para suas operações e, principalmente, respeito. Somos uma família, meus caros. Cuidamos daqueles que caminham conosco em tempos difíceis. E não nos esquecemos de absolutamente nada.

Ela fez uma pausa para que seus interlocutores refletissem sobre o que ouviam.

- Além de tudo isso, nossa família está lucrando 20 bilhões por ano. Esta noite, estou oferecendo a vocês a oportunidade de fazer parte disso. Não preciso dizer o quanto seus lucros vão aumentar trabalhando exclusivamente para nós. Então, basicamente, é isso. Queremos exclusividade, mas também oferecemos todos os benefícios para que vocês fiquem confortáveis com esta situação. O que me dizem?
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Ter Abr 14, 2020 10:58 am

Testes:

– O prazer é todo nosso  – ela respondeu aos dois. – E por favor, me chamem de Olivia. Não é necessário tanto formalismo quando se está numa reunião com amigos. Pelo menos, esperamos estar entre amigos, não é, primos?

Fabrizio e Antonella concordaram sorridentes com cabeça, e fizeram isso sem tirar os olhos dos peitos de Olivia.

– Certamente não há necessidade de formalidades – respondeu Virgo, com um sorriso sereno, porém no mesmo tom de antes. Olivia certamente tinha causado uma boa impressão, mas ela não conseguia decifrar o policial corrupto sentado ao lado dela. Talvez fosse uma cautela de alguém velhaco demais para misturar sentimentos com negócios  – alguém que sabe que está negociando com mafiosos e não quer ser “dobrado” facilmente.

– Não se preocupe  – respondeu Dylan.  – Quero que isso seja o mais confortável possível para todos  – e sorriu, porém um sorriso nada especial. Obviamente ele era um cainita e não estava se sentindo seduzido, e certamente não era a intenção de Olivia seduzir um Nosferatu, mesmo que eles pudessem sentir algum tesão...

Nesse momento a postura de Olivia se torna mais séria. Tendo causado uma boa impressão, ela agora se concentrava no que realmente interessava.

Olivia escreveu:– Acredito que meus primos já tenham explicado toda a situação para vocês – disse. –  E acrescento que, além de conhecerem bem a cidade, vocês possuem habilidades de extrema importância para nós. Você, Dylan, tem olhos e ouvidos em vários cantos da cidade e pode nos manter informado sobre tudo que acontece onde nós não podemos chegar. E você, Virgo, pode nos dar conselhos valiosos e servir como nossas mãos dentro da polícia. Nós não queremos problemas com sua corporação, como é comum em nossos negócios, e você nos ajudaria muito em manter as coisas nos melhores termos. Vocês dois trabalham de forma independente e não estão vinculados a nenhuma das outras organizações, o que pode tornar as coisas difíceis num cenário como o atual. Nós oferecemos aquilo que lhes falta: proteção, suporte para suas operações e, principalmente, respeito. Somos uma família, meus caros. Cuidamos daqueles que caminham conosco em tempos difíceis. E não nos esquecemos de absolutamente nada.


Virgo pegou um guardanapo e começou a limpar a boca antes mesmo de terminar de mastigar. Parecia ávido para dizer alguma coisa. Dylan parecia indiferente ao discurso, afinal a Camarilla o protegia. A prova disso é que ninguém tinha conseguido encostar a mão nele ainda, mesmo sendo o cagueta mais odiado de toda a cidade.

Olivia escreveu:– Além de tudo isso, nossa família está lucrando 20 bilhões por ano. Esta noite, estou oferecendo a vocês a oportunidade de fazer parte disso. Não preciso dizer o quanto seus lucros vão aumentar trabalhando exclusivamente para nós. Então, basicamente, é isso. Queremos exclusividade, mas também oferecemos todos os benefícios para que vocês fiquem confortáveis com esta situação. O que me dizem?

Teste:

Dylan claramente mudou o brilho do seu olhar quando ouviu “20 bilhões por ano”. Ele sabia se virar e sumir, mas dinheiro nunca é demais. Virgo não se surpreendeu, mas isso foi porque Fabrizio já tinha lhe falado sobre o lucro da Família antes.

– Será um prazer trabalhar para vocês – disse Dylan, ainda muito formal. – Se precisarem de meus serviços, basta me chamar e eu darei meu preço – ele então dá a Olivia um cartãozinho com seu número particular, tanto para ligações quanto para mensagens de whatsapp. – Devo dizer que moro nessa cidade já faz um bom tempo, e reuni muitas informações sobre o submundo daqui. É provável que eu sequer tenha que pesquisar a maioria das informações que vocês possam vir a pedir. Elas já foram coletadas.

– Esses irlandeses... eles são uns animais, uns brutos. Além disso, eles contratam esses negros dos subúrbios para servirem de mão de obra barata para eles – comentou Virgo, sem se importar se alguém ouviria ou não suas colocações racistas. – Eu ouvi dizer que vocês possuem honra. São verdadeiros homens de negócios, não animais como esses sujeitos. Terei prazer em trabalhar em conjunto com vocês. Vocês sabem que o crime sempre vai existir, e todos que pensam que podem extinguir ele são idiotas. Isso faz parte da economia. Sempre fez e sempre fará. É melhor deixá-los nas mãos de negociantes sensatos, do que de animais. Mas saibam que eu sozinho posso fazer muito pouco para burlar a polícia, mas farei tudo o que puder, é claro.

Ele então toma um gole de vinho, saboreando lentamente o gosto da bebida.

– Vocês vão ter um bom trabalho para limpar essa merda, acreditem. Não me entendam mal. Eu amo essa cidade, mas há de tudo aqui, vê? Chineses com suas drogas, irlandeses, gangues, motoqueiros, tudo. Essa porra toda se tornou um grande playground para filhos da puta, e eu sinceramente cansei de arriscar meu pescoço por mixaria.

Virgo mostrava exatamente o tipo de homem que era. Podia ter boa aparência para sua idade, mas era um bruto. Um detetive vulgar, desbocado, que foi moldado assim pelos anos de serviço pesado dentro do esquadrão. Ele é, como os jovens dizem, o tipo de cara que está pouco se fodendo a essa altura do campeonato.

Nessa hora o celular de Olivia vibra. É uma mensagem de voz de um número desconhecido.

– Bem, é isso pessoal – disse Dylan. – Desculpem sair assim, mas é melhor eu não ficar zanzando muito por aqui, se é que me entendem. Acho que já chamei a atenção demais por hoje. Assim que precisarem, é só me chamar.

Ele se despediu de todos cordialmente e saiu.

– Bom rapaz – comentou Virgo, aleatoriamente. – Já me ajudou a pegar muitos filhos da puta, e é incrível como parece não envelhecer nada. Enfim, existe um juiz. Um sujeito chamado Thomas Campbell. Esse é um sujeito interessante para vocês, garanto. Com ele ao nosso lado, podemos fazer muito mais.

Fabrizio e Antonella se mantinham calados. Era um sinal de respeito. Eles estavam mostrando que estavam respeitando a autoridade que a prima tinha a respeito de toda a situação. Antonella enchia o cálice de Virgo sempre que ficava vazio, como uma forma de agrado. O sujeito, inclusive, já mostrava os primeiros sinais de embriaguez.

– Bem, meus caros – disse Virgo, entre uma mastigada e outra – Existe algo mais que precisamos resolver por agora? Acho que vou seguir o exemplo de Dylan e voltar mais cedo hoje.

Nessa hora outra mensagem de voz era recebida.
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Qui Abr 16, 2020 10:25 am

Olivia escutou o que os dois diziam atentamente. Dylan não era particularmente adepto da ideia de proteção, mas gostava do lucro. Enquanto sua conta bancária estivesse cheia, ele trabalharia muito bem. Já Virgo... era um caso interessante. Um policial veterano, corrupto e esperto. Definitivamente, não deveria ser subestimado. Alguns telefonemas e ele poderia entregar toda operação seja para o governo, seja para as outras organizações. A ideia de tê-lo sob laço de sangue se tornou ainda mais valiosa.

Ela se despediu de Dylan e escutou enquanto ele falava, olhando em seus olhos. Queria demonstrar interesse na situação e deixar claro que dava importância ao que ele dizia.

Virgo escreveu:– Bom rapaz – comentou Virgo, aleatoriamente. – Já me ajudou a pegar muitos filhos da puta, e é incrível como parece não envelhecer nada. Enfim, existe um juiz. Um sujeito chamado Thomas Campbell. Esse é um sujeito interessante para vocês, garanto. Com ele ao nosso lado, podemos fazer muito mais.

- Vamos contatá-lo, então. - disse. - Inclusive, se você puder mediar um encontro com ele, eu ficaria muito grata.

Virgo escreveu:– Bem, meus caros – disse Virgo, entre uma mastigada e outra – Existe algo mais que precisamos resolver por agora? Acho que vou seguir o exemplo de Dylan e voltar mais cedo hoje.

Oliva sorriu e fez um pequeno avanço. Era hora de algo um pouco mais ousado.

- Ora, tão cedo? - perguntou. - A noite acabou de começar. O que acha então de tomarmos um drinque em nossa casa? Lá podemos ter um pouco mais de liberdade. O que vocês acham, primos?

Inclinou-se para sua direção, como se estivesse interessada em prolongar aquela conversa. Sentia sua dignidade escorrer pelo decote que tentava mostrar para ele na esperança de que alguma coisa ali o excitasse. Senão, teria que contar com as habilidades de Antonella - e isso seria, definitivamente, a prova cabal de seu fracasso com os homens.

Caso ele aceite, ela pede para Fabrizio pagar a conta e se dirige para o seu carro, pedindo que os primos levem o convidado para casa. Assim que entrar no carro, vai ouvir o áudio que acabou de receber. Depois, rumar para casa.

OFF:
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Mensagem por Undead Freak Qui Abr 16, 2020 12:15 pm

Olivia escreveu:– Ora, tão cedo? –  perguntou. – A noite acabou de começar. O que acha então de tomarmos um drinque em nossa casa? Lá podemos ter um pouco mais de liberdade. O que vocês acham, primos?

– É verdade – disse Fabrizio. – Não há razão para irmos tão cedo. Eu poderia te mostrar uma foto da nova “vassoura de rua” que o meu contato de Nova York tem. Se quiser, podemos arrumar um acordo com ele pela metade do preço. Você tem de admitir que a força jamais deixaria você por as mãos em uma “peça” dessas sem uma boa razão, certo?

– Você vai gostar da nossa casa – disse Antonella, sorrindo. Nostro nono nos deu um estoque de vinho siciliano e acho que você deveria experimentar.

Testes:

E mais uma mensagem de voz chega. Agora já são três...

– “Vassoura de rua”, é? Vinho siciliano? Bem, com tantas coisas interessantes é impossível eu recusar – disse Virgo, com um sorriso satisfeito. – Vamos lá, amigos!

Quatro mensagens de voz...

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Após o jantar Olivia e seus primos retornaram com Virgo até o refúgio. A fachada já estava muito melhor, mas ainda faltava muito para deixá-la com o aspecto nobre e imponente que os Giovanni gostam. Fabrizio explica brevemente que eles acabaram de adquirir a propriedade e que estão reformando, mas Virgo não parece prestar muita atenção na casa. Ele já está visivelmente embriagado pelo vinho do jantar.

– Venha, senhor Virgo – disse Antonella, pegando gentilmente na mão dele, levando-o até a entrada. –Quero que veja a reforma do meu quarto.

Mais uma mensagem de voz chega ao celular de Olivia. Algo sério parece estar acontecendo.
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Mensagem por Akira Toriyama Seg Abr 20, 2020 1:35 pm

O policial era esperto, mas já estava bêbado. Olivia deu um sorriso satisfeito enquanto conduzia todos para casa, sentindo o celular vibrar em seu bolso. Era deselegante, mas aquilo já tinha ultrapassado os limites do normal. Precisava atender aquilo logo antes que a curiosidade - e a urgência - a matassem.

Antonella escreveu:– Venha, senhor Virgo – disse Antonella, pegando gentilmente na mão dele, levando-o até a entrada. –Quero que veja a reforma do meu quarto.

Ela deu um sorriso e olhou para Fabrizio, mais séria.

- Deixe-o bem distraído. - disse, em italiano. - Divirtam-no bastante. Eu preciso checar algumas mensagens. Logo me junto a vocês.

Subiu as escadas para seu quarto e pegou o celular. Era hora de ouvir o que estavam mandando.
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Mensagem por Undead Freak Seg Abr 20, 2020 4:14 pm

Olivia escreveu:– Deixe-o bem distraído – disse, em italiano. – Divirtam-no bastante. Eu preciso checar algumas mensagens. Logo me junto a vocês.

Fabrizio respondeu com um aceno de cabeça, e entrou na frente com Antonella, que levava um Virgo já embriagado pela sala principal.

Assim que reproduziu as mensagens, Olivia espantou-se. O susto passou como um choque súbito em seu corpo. Eram mensagens curtas, de poucos segundos, mas o som que saia era algo completamente inumano. Um som rouco, gorgolejante e lento era, na maior parte do tempo, incompreensível. Contudo, Olivia conseguiu captar algumas palavras – e então percebeu que se tratava de uma voz – e estas eram: Don, Cemitério, Jazigo, Família, Williams. Era muito difícil entender tudo o que aquela pessoa(?) dizia. Sua voz lembrava alguém que parecia sufocar com algum líquido pegajoso ou pasta. Fosse o que fosse, uma coisa era certa: alguém ou alguma coisa a esperava no cemitério.
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Mensagem por Akira Toriyama Ter Abr 21, 2020 11:27 am

As mensagens eram extremamente intrigantes. Olivia ouviu cada uma delas pelo menos três vezes, depois fez uma nota mental sobre o que tinha entendido. Por fim, checou a arma em sua bolsa e a colocou em um pequeno coldre amarrado na coxa, um palmo acima do joelho. Precisava fazer uma visita ao cemitério.

- William? - chamou pelo guarda-costas. - Preciso que você me acompanhe ao cemitério. Tem uma coisa que eu preciso ver por lá e eu preciso de alguém que saiba atirar muito bem.

Junto com ele, foi até o cemitério e procurou pelo jazigo da família Williams. As mensagens não falavam de uma lápide, mas de um jazigo inteiro - o que reduzia a investigação à estruturas maiores que podiam ser vistas de longe. Enquanto caminhava, leu as placas, olhando para as fotos e para as mensagens que os túmulos exibiam.

- Procure pelo jazigo da Família Williams. - instruiu ao carniçal. - Me avise se ver alguma coisa.

Quando encontrou o jazigo, olhou pelo lado de fora, depois fez sinal para que William a acompanhasse. Hora de ver que tipo de surpresa o Don preparara para ela.
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Mensagem por Undead Freak Ter Abr 21, 2020 12:41 pm


Olivia se preparava para sair. Conforme colocava sua arma oculta no coldre da coxa, chamava seu carniçal para que ele a acompanhasse.

Olivia escreveu:– William? – chamou pelo guarda-costas. – Preciso que você me acompanhe ao cemitério. Tem uma coisa que eu preciso ver por lá e eu preciso de alguém que saiba atirar muito bem.

– Como quiser, senhora.

Ela levou algum tempo ainda se arrumando e ouvindo mais uma vez as mensagens enquanto William avisava Antonella e Fabrizio para enrolar com Virgo enquanto eles investigavam a estranha situação.

Quando Olivia estava pronta, William a conduziu pela passagem subterrânea que os homens pagos por Fabrizio criaram. Era de fato muito prática. Ela permitia a qualquer um entrar e sair no cemitério facilmente, sem levantar perguntas, além de ser uma ótima rota de fuga, se necessário.

Eles saíram em uma cripta falsa, como Fabrizio havia dito, e William empurrou a pesada tampa de pedra para que eles saíssem. Assim que William tocou a maçaneta da porta do mausoléu, viu que ela estava destrancada. William e sua mestra agora estavam do lado de fora, com os pés sob a grama do campo dos mortos.

Olivia escreveu:– Procure pelo jazigo da Família Williams – instruiu ao carniçal. – Me avise se ver alguma coisa.

A dupla não demorou muito para encontrar um grande mausoléu com o nome “Williams” sobre o portal, até porque um cheiro pútrido parecia guiá-los na direção certa – exatamente um cheiro de corpo em decomposição exumado e largado ao ar livre.

Quando finalmente chegaram, Olivia e seu lacaio viram uma figura estranha na porta. Usava botas, calças, luvas e um sobretudo, tudo de couro negro. Além disso, ele usava o que parecia uma meia de náilon negra no rosto, e um grande chapéu preto de abas largas, o que impedia totalmente de ver seu rosto. O cheiro nauseante vinha desse ser, sem dúvidas, e ele tinha um baú de metal nas mãos – Ao menos parecia ser feito de metal e, embora não fosse muito grande, parecia bem pesado.

A figura cambaleante se aproximou de forma muito sofrida e decrépita até a dupla, sem apresentar nenhum tipo de ameaça. Ele deixou o baú aos pés de Olivia, junto com um bilhete dobrado em papel grosso – manchado com alguma gosma amarela fedorenta que saiu de seus dedos – e, com a mesma dificuldade, se virou e caminhou para longe até que, poucos metros adentro das lápides, simplesmente se desfez em pedaços.

O bilhete, que tinha a letra do Don, dizia o seguinte:

“Minha nona me deu isso quando eu era criança, tanto como forma de diversão quanto forma de treinamento. Eu consegui resolver e acredito que você também irá conseguir. Se você resolver esse enigma com sucesso, garanto que as recompensas serão incrivelmente satisfatória – mais do que você imagina. Mas caso a combinação errada seja forçada no dispositivo, todos os prêmios irão queimar e estarão perdidos para sempre. São itens que estão a séculos em nossa família, e não preciso dizer o quão ruim seria para todos da família perdê-los, mas eu não te submeteria a tal provação se não tivesse certeza que você é capaz. Bons estudos, minha adorada.”


O baú era de fato de metal, e era muito pesado, medindo um metro de comprimento, sessenta centímetros de espessura e oitenta de largura. Na tampa haviam quatro engrenagens que, ao serem giradas para um lado ou para outro, avançavam ou retrocediam a exibição de números que iam de 00 a 50 em cada uma. Além das engrenagens, havia também um botão redondo no centro e frases esculpidas por toda a caixa que, sem dúvida, eram as pistas para resolver o quebra-cabeças.

No lugar de onde normalmente haveria uma fechadura, podia-se ler:

“Longo é o caminho que conduz do inferno à luz.”


Na lateral esquerda da frente estava escrito:

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.”


Na lateral direita tinha as seguintes palavras:

“Aquele que mapeou o inferno na própria carne nada tem à temer, pois tendo o conhecimento de toda a maldade humana, é evidente que jamais será vítima de alguma de suas facetas.”


Por fim, no fundo, podia-se ler ao se colocar o baú de pé:

“No meio do caminho desta vida
me vi perdido numa selva escura,
solitário, sem sol e sem saída.

Ah, como armar no ar uma figura
desta selva selvagem, dura, forte,
que, só de eu a pensar, me desfigura?

É quase tão amargo como a morte;
mas para expor o bem que encontrei,
outros dados darei da minha sorte.
Não me recordo ao certo como entrei,
tomado de uma sonolência estranha,
quando a vera vereda abandonei.

Sei que cheguei ao pé de uma montanha,
lá onde aquele vale se extinguia,
que me deixara em solidão tamanha,

e vi que o ombro do monte aparecia
vestido já dos raios do planeta
que a toda gente pela estrada guia.

Então a angústia se calou, secreta,
lá no lago do peito onde imergira
a noite que tomou minha alma inquieta;

e como náufrago, depois que aspira
o ar, abraçado à areia, redivivo,
vira-se ao mar e longamente mira,

o meu ânimo, ainda fugitivo,
voltou a contemplar aquele espaço
que nunca ultrapassou um homem vivo.”
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Abr 22, 2020 9:52 am

Olivia ajudou o carniçal a carregar o baú para a mansão e deixou-o no porão, onde teria mais segurança caso a casa fosse invadida. Deu uma olhada nas inscrições e decidiu que, o que quer que estivesse ali dentro, precisava ser visto com calma. O enigma não era fácil e o que aquela caixa continha era valioso demais para ser desperdiçado de forma tão leviana. Não queria pôr tudo a perder.

- Muito obrigado, Will - disse, por fim. - Agora você está de folga, tire o resto da noite para descansar. A não ser que queira participar da reunião particular com o nosso convidado, na qual será muito bem-vindo.

Ela lhe deu um beijo no rosto e foi em direção ao quarto de Antonella, onde as coisas provavelmente já estavam acontecendo. Entrou no quarto depois de bater e observou o estado da situação. Talvez Virgo já estivesse em condições de sofrer um laço de sangue e se tornar, futuramente, o novo carniçal da família.

- Muito bem, meus queridos. - disse, tentando transparecer animação. - Espero que não tenham se divertido tanto assim na minha ausência. Ficaria muito triste se não sobrasse nada para mim.

E lá vamos nós de novo, pensou. Um pouco mais de putaria, talvez algumas drogas e um pouco de sangue. O que não se faz pela família?
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Mensagem por Undead Freak Qua Abr 22, 2020 6:17 pm

Aquilo era valioso demais para ser tratado com negligência. Por ora aquele baú estava seguro dentro do refúgio, e por ora isso bastava para Olivia.

Olivia escreveu:– Muito obrigado, Will – disse, por fim. – Agora você está de folga, tire o resto da noite para descansar. A não ser que queira participar da reunião particular com o nosso convidado, na qual será muito bem-vindo.

– Não tenho utilidade nessas ocasiões, senhora – disse William, fazendo uma reverência. – Mas se for necessário me chamar, não hesite. – E assim o carniçal se retirou.

Olivia então foi até o quarto de Antonella, onde ela, Fabrizio e Virgo estavam ou deveriam estar em um momento indiscreto de recreação.

Olivia escreveu:– Muito bem, meus queridos – disse, tentando transparecer animação. – Espero que não tenham se divertido tanto assim na minha ausência. Ficaria muito triste se não sobrasse nada para mim.

Contudo o que Olivia viu era, no mínimo, cômico. Fabrizio olhava para Virgo, com um sorriso típico de quem faz um grande esforço para evitar rir. Antonella tinha uma expressão de “xiiii”, e quando olhou para Olivia, assumiu uma cara de deboche que podia ser traduzida como “perdedor”. Isso tudo porque Virgo roncava pesadamente com a boca aberta deitado na cama de Antonella, com saliva escorrendo por todos os cantos.

– Bem, prima – disse Fabrizio – uma coisa é certa: vai ser fácil demais fazer o que você queria fazer...
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Mensagem por Akira Toriyama Qui Abr 23, 2020 11:33 am

Se fosse possível para um vampiro brochar, Olivia teria brochado. Ela tinha genuinamente achado Virgo um homem atraente, que com certeza tentaria seduzir se ainda fosse mortal, mas vê-lo bêbado daquele jeito acabou com sua animação para qualquer coisa. De fato, seria fácil submetê-lo ao laço de sangue, mas precisava dele minimamente consciente para tal. Não queria correr o risco de fazê-lo se engasgar no processo.

Soltou uma risada e respirou fundo, achando graça naquilo.

- Muito bem, primos. - disse. - Pelo menos ele vai colaborar. Vou deixar um pouco de sangue para vocês darem a ele. Misturem com vinho ou qualquer outra bebida. O resto é com o tempo. Como não temos mais o que fazer por hoje, vou estudar. O Don me mandou um presente e quero me debruçar um pouco sobre ele.

Ela foi para a cozinha e deixou que algumas gotas de sangue caíssem num copo, deixou deixou-o na geladeira. Depois, pegou seu caderno de anotações, o livro de Necromancia e seu notebook e foi para o porão estudar a caixa. Pelo resto da noite, iria se dividir entre a Arte Negra e o enigma.

OFF:
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Qui Abr 23, 2020 3:42 pm


Olivia escreveu:– Muito bem, primos – disse. – Pelo menos ele vai colaborar. Vou deixar um pouco de sangue para vocês darem a ele. Misturem com vinho ou qualquer outra bebida. O resto é com o tempo. Como não temos mais o que fazer por hoje, vou estudar. O Don me mandou um presente e quero me debruçar um pouco sobre ele.

Após deixar sangue o bastante para que Antonella e Fabrizio iniciem o laço com Virgo, Olivia pega suas coisas e se retira para o porão, onde dividiria o tempo entre continuar os estudos de necromancia e iniciar o processo de decifrar aquele quebra-cabeças para – talvez – recolher os frutos de seu esforço. Ela decidiu começar pelo mais simples, e retomou seus estudos de necromancia, lendo os capítulos seguintes do seu elegante tomo vermelho.

O capítulo seguinte tocava em um tema perigoso: escravizar espíritos.Ele entrava em detalhes sobre como um necromante, depois de conjurar a alma dos planos inferiores, pode realizar um verdadeiro duelo de persuasão para compelir o espírito a servi-lo por um determinado período de tempo, que varia gradativamente de acordo com suas habilidades e capacidades de aprisionar o espírito no plano físico. Os relatos falavam desde poucas noites até mais de um ano, e também de relatos em que a tentativa de prender o espírito falhou, com o espírito vindo a atacar o necromante e outras consequências desagradáveis.

Aquilo soava muito avançado para Olivia, e uma menção de um ritual fez com que ela fosse folhear o apêndice de rituais, com o primeiro deles vindo a chamar sua atenção. Consistia em queimar um fio de cabelo de uma pessoa na chama de uma vela preta, de preferência feita de gordura humana, onde um portal com o outro lado é aberto, e a pessoa passa a ouvir espíritos conversando e gritando do outro lado do véu, podendo vir a ficar até mesmo louca ao ouvir tais conversas.

Os rituais eram interessantes, e muitos deles pareciam simples de se fazer. Contudo, Olivia não conseguiu se concentrar por muito tempo nos estudos do tomo. Aquele baú ora ou outra desviava sua atenção. Isso foi se tornando cada vez mais frequente até que ela se pegou olhando fixamente para ele durante minutos. Fosse o desafio do enigma em si, ou a cobiça pelo que havia dentro, o fato é que Olivia começou a ser consumida pelo desejo obsessivo de abrir aquele maldito compartimento.

Teste:

Olivia pegou aquele baú nas mãos e começou a analisar todas as frases, começou a passar a mão nas engrenagens e tentava a todo custo obter uma pista, mas quanto mais lia e analisava, menos entendia, e quanto menos entendia, mais se irritava. Isso não era bom. A frustração crescia no peito de Olivia, assim como crescia ainda mais seu desejo de abrir aquela coisa.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Sex Abr 24, 2020 10:54 am

Irritada, Olivia deixou o baú de lado e voltou a ler o tomo vermelho. Depois de um tempo, percebeu que já estava cansada e que a frustração era maior do que podia imaginar. De qualquer forma, tinha todo o tempo do mundo para resolver aquele enigma. Deveria agir com calma ou colocaria tudo a perder.

Quando a madrugada avançou, decidiu que podia terminar o expediente mais cedo. Retirou-se para seu quarto, tomou um longo banho e caiu na cama, pronta para desfrutar de um merecido descanso.

Na noite seguinte, acordou e foi direto para o banho. Ao sair, verificou como estavam seus primos. Tinha um sorriso divertido.

- Boa noite, primos. - disse. - Como nosso convidado acordou?

Se ele ainda estivesse ali, seria uma boa hora para combinar um encontro com o tal juiz. Quanto mais aliados naquele momento, melhor.
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Mensagem por Undead Freak Sex Abr 24, 2020 4:39 pm

Olivia abriu os olhos e, ainda deitava, espreguiçou-se. Permaneceu olhando para o teto por algum tempo e, mesmo com o barulho dos trabalhadores que empenhavam-se em acabar o serviço de manutenção da casa o quanto antes, notou um ar monótono e estático na noite. Não o tipo de ar que sugeria uma noite tranquila, mas algo incômodo, estagnado.

Assim que abriu os olhos, notou uma velha boneca no pé da cama sobre os cobertores a encarava – uma boneca que não estava lá quando ela acordou. A boneca estava posicionada de modo que seus olhos se encontraram imediatamente com os de Olivia.

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Era muito velha e já mostrava sinais de deterioração. Por um momento pensou que fosse alguma brincadeira de um dos primos, mas nem mesmo Fabrizio seria tão infantil a esse ponto. Era algo estranho, de fato, mas a noite exigia trabalho e ela não podia refletir sobre isso agora.

Após um bom banho, foi até os primos. Antonella não estava na sala, mas Fabrizio falava com um dos trabalhadores e, assim que a viu, se afastou dele e foi até Olivia com um sorriso. Logo em seguida, Antonella apareceu do quarto ao lado.

Olivia escreveu:– Boa noite, primos – disse. – Como nosso convidado acordou?

– Ainda dorme no quarto de hóspedes – disse Antonella. – Mas não se preocupe. Eu dei um “tônico” a ele no breve momento que acordou. Ele já deve estar acordando e provavelmente vai acordar muito melhor. Muito mais receptivo.

– Eu e Antonella andamos fazendo uma pesquisa e eu andei por aí, conhecendo as ruas – disse Fabrizio. – Já sei exatamente em que lugares começar a recolher pizzo, sabe? Confesso que estou um pouco ansioso. Temos algum grande plano para hoje? Já andamos traçando algumas rotas em teoria, se é que me entende.

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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  - Página 2 Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Dom Abr 26, 2020 9:52 am

Apesar da boneca e daquele ar estagnado, Olivia precisava se manter focada e em movimento. Estava sentindo aquele tédio contagiando-a e isso não era bom. A boneca horrorosa que aparecera em seu quarto não ajudava muito, então fez um esforço grande para afastar os pensamentos ruins da cabeça e foi ver seus primos.

Antonella escreveu:– Ainda dorme no quarto de hóspedes – disse Antonella. – Mas não se preocupe. Eu dei um “tônico” a ele no breve momento que acordou. Ele já deve estar acordando e provavelmente vai acordar muito melhor. Muito mais receptivo.

Ela sorriu, satisfeita.

- Muito bem. Pretendo conversar seriamente com ele quando acordar. Quero ter esse juiz do nosso lado o mais rápido possível.

Fabrizio escreveu:– Eu e Antonella andamos fazendo uma pesquisa e eu andei por aí, conhecendo as ruas – disse Fabrizio. – Já sei exatamente em que lugares começar a recolher pizzo, sabe? Confesso que estou um pouco ansioso. Temos algum grande plano para hoje? Já andamos traçando algumas rotas em teoria, se é que me entende.

Ao ouvir isso, Olivia franziu a testa, mais interessada. Eles eram mais rápidos do que ela esperava. Precisava fazer contato com o Don logo.

- Vamos fazer o seguinte: escolha alguns desses lugares para começar a recolher. - disse. - Já temos Dylan e Virgo trabalhando para nós, então podemos começar, ainda que devagar. Enquanto eu estabeleço os contatos e forjo as alianças, vocês começam a operar nossos esquemas. Quero apenas que sejam discretos, porque não estamos em condições de entrar em conflito com nenhuma das facções da cidade. Agora me conte suas ideias.

Depois de ouvi-lo, ela decidiu que precisava recompensá-los com algo além de sexo. Então se levantou e pegou o celular.

- Queridos, vocês vão precisar de pessoal se quiserem trabalhar. Quatro homens feitos para cada um de vocês, todos armados e de confiança. Isso ainda não é uma promoção oficial, mas é meio caminho andado. O que me dizem?

Dirigiu-se para um lugar mais reservado, então ligou para o Don. Caso ele atendesse, a conversa seria mais animada.

- Boa noite, signore. Gostaria de agradecer pelo presente que me enviou. Já estou estudando para decifrá-lo. Só queria dizer que já temos contatos importantes na cidade e estamos fazendo avanços quase que diários. Fabrizio e Antonella já descobriram pontos muito apropriados para operar e justamente por isso, gostaria de pedir uma pequena ajuda da sua parte.

"O senhor sabe que não tenho a intenção de ficar pedindo muito. Porém, eles estão se saindo muito bem e vão precisar de pessoal. Por isso, pensei em pedir uma pequena equipe de oito homens feitos e com disposição para novos ares. O trabalho por aqui não vai ser fácil e vamos começar praticamente do zero. Poderia fazer isso por nós?"
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Mensagem por Undead Freak Dom Abr 26, 2020 4:47 pm

Olivia escreveu:– Vamos fazer o seguinte: escolha alguns desses lugares para começar a recolher – disse. – Já temos Dylan e Virgo trabalhando para nós, então podemos começar, ainda que devagar. Enquanto eu estabeleço os contatos e forjo as alianças, vocês começam a operar nossos esquemas. Quero apenas que sejam discretos, porque não estamos em condições de entrar em conflito com nenhuma das facções da cidade. Agora me conte suas ideias.

– Quanto a isso, não vai ser problema – disse Antonella, em tom despreocupado enquanto acendia um cigarro. – Existem mais bandidos nessa cidade do que podíamos imaginar, e muitos deles estão operando de forma independente. Os “micks” e os “chinas”, por exemplo, estão ocupados demais traficando heroína e pó para estarem focados em proteção. Os russos estão extorquindo, mas estão focados nos grandes clubes.

– É basicamente a mesma coisa que fazemos nas outras cidades – disse Fabrizio, entrando na conversa. – Não vamos perder tempo com lojas em que casais de velhinhos vendem cerâmica. Vamos pegar traficantes, cafetões e chefes de esquemas de agiotagem; o tipo de gente que a polícia vai estar cagando se está sendo extorquida ou não – terminou, sorrindo triunfante.

Olivia escreveu:– Queridos, vocês vão precisar de pessoal se quiserem trabalhar. Quatro homens feitos para cada um de vocês, todos armados e de confiança. Isso ainda não é uma promoção oficial, mas é meio caminho andado. O que me dizem?

A notícia deixou os primos em alvorço. Uma promoção para o posto de capo seria maravilhoso.

– Seria perfeito, prima – disse Antonella, tentando controlar a exaltação. – Nós entendemos, afinal não se pode ser de fato um capo sem um distrito sob seu controle, mas com certeza já é um excelente começo. Eu ia dizer exatamente isso: vamos precisar de mais recursos e mais homens. Nós três temos cabeça, mas não dá para fazer muito sozinhos e somente com algumas balas.

Olivia concordou com um aceno de cabeça. Estava satisfeita. Os primos eram bons no que faziam, e se mostraram mais sensatos e competentes do que ela esperava. Afastando-se para um canto mais reservado, ela ligou para o Don.

Olivia escreveu:– Boa noite, signore. Gostaria de agradecer pelo presente que me enviou. Já estou estudando para decifrá-lo. Só queria dizer que já temos contatos importantes na cidade e estamos fazendo avanços quase que diários. Fabrizio e Antonella já descobriram pontos muito apropriados para operar e justamente por isso, gostaria de pedir uma pequena ajuda da sua parte.

– Boa noite, minha adorada – disse o Don, com seu jeito cortês e cavalheiro de sempre. – Fico muito feliz em saber que suas negociações estão dando certo, e certamente ficarei mais do que feliz em ajudá-los em tudo o que eu puder – o tom do Don era meio formal e, de certa forma, codificado. Olivia não se importava, pois sabia que ele fazia isso por necessidade.

Olivia escreveu:– O senhor sabe que não tenho a intenção de ficar pedindo muito. Porém, eles estão se saindo muito bem e vão precisar de pessoal. Por isso, pensei em pedir uma pequena equipe de oito homens feitos e com disposição para novos ares. O trabalho por aqui não vai ser fácil e vamos começar praticamente do zero. Poderia fazer isso por nós?

– Acredito que tenho uma alternativa melhor e mais satisfatória, minha querida – disse ele, ainda com um bom humor notável. – Eu posso unir útil ao agradável. Aconteceu algo aqui que coincidentemente é favorável ao que você me pede. Não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa, mas acredito que vocês vão gostar muito da companhia, capiche? Me mantenham informado de tudo e estejam prontos para receber o reforço. Ele chega ainda hoje. Buona sera, bambina.

O Don estava de bom humor com tudo o que ocorria. Tudo estava indo bem, e por agora o trio Giovanni não tinha nada do que lamentar. Como um bônus, Virgo aparece caminhando a passos tímidos no salão, ainda meio tonto e visivelmente envergonhado.

– Ah, boa noite, meus amigos – disse ele, em um tom constrangido. – Poxa, eu sinto muito de verdade. Parece que acabei exagerando na bebida na noite passada. – Ele parecia muito mais dócil e estava se sentindo genuinamente mal por ter envergonhado os três (ao menos é isso que ele pensa).

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