Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
- Spoiler:
- Por um longo tempo, Thérèse fica abraçada à Kurt lhe contando a história toda. Em momento algum ela o olha nos olhos, sempre com o rosto em seu ombro olhando para a janela e a noite lá fora:
- Meus dois irmãos são Garous... Lobisomens. Os Garous não são transformados como nos filmes. É uma herança genética. Meu pai devia ser um também, ou ter os genes adormecidos com ele. É na puberdade que eles se transformam pela primeira vez.
- Quando Joseph, o mais velho, se transformou, ninguém esperava por isso. Na forma Garou, ele matou vários deles e escapou na noite. Nunca mais o vi. Depois disso, sob a possibilidade de que qualquer um de nós fosse se transformar também, eles aumentaram muito mais a segurança. No fim, foi o meu segundo irmão, Charle.
- Charle não conseguiu fugir. No dia em que se transformou, ele foi contido. Ele sempre foi problemático, mas desde que o lado Garou despertou, ele ficou muito mais... passional. Ele se irritava muito fácil. Toda a vida dele foi injusta. Nosso pai nunca ligou pra gente quando ainda era vivo, disseram que nossa mãe havia morrido. Nosso irmão mais velho, o único exemplo que ele tinha, fugiu sozinho e nunca mais voltou. Ele só tinha nós duas, e eventualmente, depois que tudo o que tentavam era inútil para contê-lo, eles aceitaram que só a gente era capaz de mantê-lo estável. E é por isso que nos deixaram vivas.
- Sem contato com outras pessoas da nossa idade, Charle e nossa irmã, Marie Sophie, acabaram se apaixonando. E eu sou a imagem mais próxima de uma mãe que ele tem. Desde que nos permitiram sair em liberdade, eu tenho mudado de vida esporadicamente e, sempre que é necessário, eles me buscam para cuidar de Charle de novo.
- Quando Charle e Sophie foram liberados, ele se tornou um Templário. A esse ponto já haviam dito que nossa mãe na verdade está viva, e é uma vampira. Ele canalizou todo o ódio que ele tinha nela, e se tornou um deles pra caçar a raça que ela tem. Só que agora ele está forte demais, e eles vão mandá-lo ele pra morte. Mas ele não entende isso! Ele se deixou ser capturado, e os vampiros vão levá-lo como um presente pro mestre deles aqui em Nova Iorque. Mas eles não sabem que ele é um Garou. Ele vai matar tudo o que conseguir e, inevitavelmente, morrer. Eu preciso achar ele, Kurt... - Ela começa a chorar de novo. - ... Ele... Ele precisa de mim...
*Abraça-a forte, após alguns minutos de conversa abraçados Kurt "resolve começar mais uma vez seu plano santo"*
- Eu realmente não sei o que você pode fazer sobre assunto, acho melhor você pensar bem no que vai fazer, afinal, seu filho precisa de você.
*escrevendo uma mensagem para Dave*
Mensagem: To com uma encrenca pra resolver... é coisa grande, vou passar na sua casa daqui a pouco, fique esperto no movimento. Te explico quando chegar ai.
*Kurt retira o chapéu e se dirige ao altar mais uma vez naquela noite, pouco antes de passar pela porta ele diz a sua esposa*
- Espere mais um pouco... vou fazer uma coisa, ao menos tentar...
*Vou até o altar, me ajoelho perante ele, fecho os olhos... medito por uns instantes, concentração é muito importante agora*
- Aos espíritos amigos, aos de bom coração, aos que necessitam de ajuda, aos que buscam a luz do Deus criador...
Eu, Kurt Marshall rogo por auxílio em momento de necessitade...
*Abro os braços afastando as laterais do blazer*
- Espírito necessitado de luz, espírito necessitado de um caminho...
Eu lhe ofereço ajuda, eu lhe ofereço o balsamo para suas feridas...
*Estendo as mãos para frente como quem recebe alguém*
- Me ajude e eu lhe ajudarei...
Mostre-se, espírito amigo!
*Abro os olhos e espero encontrar um espírito ali*
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
Idade : 31
Localização : São Paulo
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Kurt
Kurt toma um susto ao abrir os olhos. A pouquíssimos centímetros de seu rosto, está a figura cadavérica da vingança. Um fantasma esfarrapado, cuja forma original já foi há muito perdida junto com o resto de sua esperança.
- Olá, humano. - Sua voz é grave e cadavérica.
- Me chame de Fim.
- Gosto de quem vai direto ao ponto. - Fim flutua. Seu corpo envolto por um manto de farrapos.
- Mas saiba que você não é o primeiro nem o último humano a brincar com essas forças. Quer saber o que acontece com quem não cumpre sua parte do trato?
Fim ri. Uma risada rouca, asmática, baixa.
- Eu fiz muitas coisas ruins durante a vida, Advogado. Agora só aceito trabalhos justos. - E chega mais perto. - Você sabe, pra não sujar ainda mais a ficha.
Ele se inclina por sobre a testa de Kurt, e ele sente um desconforto gelado quando isso acontece.
- O que te aflige, mortal?
Kurt sente um cheiro de queimado.
- É bonita a decoração aqui. Aposto que você já recebeu vários outros espíritos.
Kurt vê conforme um emblema japonês da palavra "Deus" que tem na base do altar queima e derrete lentamente. O fogo aos poucos começa a tomar o pilar, e subir lentamente pelas fibras mais antigas e inflamáveis.
Uma risada rouca é tudo que Kurt Marshall consegue escutar enquanto usa um cobertor para conter o projeto de incêndio.
- Se eu apenas dissesse você não teria como ter certeza, não é mesmo? - Ele claramente se diverte com o que causou. - Você só vai precisar resolver alguns assuntos que deixei pela metade. Vai ser fácil pra você, é claro.
- Agora... - E ele roda pela sala. É impossível acompanhá-lo, até porque se Kurt olhar em sua direção, ele imediatamente surge do outro lado. A voz parece vir de todas as direções, e ao mesmo tempo de dentro de sua cabeça. O espírito parece estar testando a resistência de Marshall.
E então a confusão termina repentinamente. Kurt toma um susto com a voz atrás de sua orelha:
- Se o seu problema for realmente grande, eu posso trazer outros. Mas não posso garantir nada sobre o preço deles.
Fim fica claramente desconfortável. Ele recua, até murcha um pouco.
- Eu... Não gosto de falar sobre isso. - E seu tom é muito mais soturno. - Só posso te prometer que você não terá que fazer nada de ruim. É uma causa justa.
Fim não ri.
- A princípio, não.
- Há uma diferença entre nós e vocês, mortais. Vocês podem interagir com esse mundo, enquanto nós estamos presos à ele sem poder tocá-lo. O que é um preço alto para nós pode ser tão simples quanto quebrar um copo pra vocês.
Quando perguntado sobre duas noites:
- Hahaha... Se você soubesse há quanto tempo eu estou preso nesse mundo...
Surpreendentemente, o espectro estende a mão para apertar a de Kurt.
De fato ele não sente o toque dos dedos esqueléticos, mas sua palma queima e arde. O espectro lhe deixou uma marca, algo para lembrá-lo de seu pacto. Dá para notar claramente as marcas queimadas onde a mão do espectro "tocou".
Ao fim do toque, ele lhe responde:
- Amigo... Esse é um termo muito infantil para o lado de cá, Advogado. Mas eu posso lhe trazer alguém útil. Te encontro em alguns minutos.
As experiências na sala do altar são sempre envolventes. Enquanto está ali dentro, Kurt se esquece do mundo real, é como se fosse uma dimensão paralela só dele e de sua espiritualidade.
Quando sai, ele nota o início do choro de seu filho. A criança começa com alguns sons tímidos, que logo aumentam para um berreiro. Ele corre até a sala, para se deparar com algo perturbador.
Sua mulher está de frente para a janela, com a criança em seu colo. O bebê chora sozinho, completamente ignorado por ela. Marie Thérèse encara um homem que está do lado de fora, com a mão espalmada contra o vidro. Os olhos dele brilham uma luz branca intensa que ilumina a sala toda, e isso parece estar deixando-a em uma espécie de transe.
Kurt corre para tirar as crianças do braço de sua esposa em transe. Ao lado dela a luz do olhar do homem é muito mais forte. Repentinamente, ela se apaga. Kurt olha naquela direção e vê Fim envolvendo a cabeça do homem com seus braços cadavéricos, tapando-lhe os olhos. Fim é invisível para os outros, é verdade, mas ele definitivamente fez... algo.
- Não se preocupe, eu já vi esse. - Ele sibila entre dentes.
O homem então, tomado pelo choque e pela dor, cai para trás e começa a se debater. Só Deus sabe que tipo de coisas horrendas estão acontecendo com ele, e Kurt não vai parar para descobrir agora.
Marie Thérèse saiu do transe imediatamente no momento em que o homem foi derrubado. Assutada, ela segue Kurt até o carro. Na pressa, eles pegam a bolsa do bebê e mais nada.
A família entra no carro e Kurt sai cantando pneu. Enquanto sai, ele não pode deixar de notar um carro preto estacionado na frente de sua casa. Será que aquele homem veio sozinho?
O homem, por sua vez, agora não passa de um cadáver caído no meio de seu jardim. Olhos atentos podem notar que ainda há um pouco de fumaça saindo dele.
Enquanto Kurt dirige, Marie Thérèse parece estar tentando se acalmar. Ela respira fundo, mal lembra de piscar, sua frio. Ela nina quase que automaticamente o bebê em seu colo, que só agora começa a se acalmar também.
- Eles podem ver tudo o que a gente faz, Kurt. Não há como escapar. - Ela fala com uma voz distante.
Marie Thérèse pega o celular, mas não chega a iniciar a ligação.
- Ele não vai ficar seguro com o Dave, Kurt. Na verdade, nós só vamos colocá-lo em perigo também. É melhor não envolvê-lo nisso. - E então ela o responde. - Sim, era Clinton. Ele sempre... foi... gentil? - Ela chacoalha a cabeça. - Me desculpe, eu... Estou confusa. Clinton mexia com a cabeça de todos nós. Ele faz eu não confiar em mim mesma. O que houve com ele?
- O que você quer com a minha mãe, Kurt? Ela é a causa de tudo isso, não a solução. Ela fugiu na época da Revolução e nunca mais olhou pra trás, não é agora que é um monstro que ela vai se preocupar com os filhos.
O trânsito está tranquilo a essa hora da noite, e para
todos os efeitos parece que Kurt não está sendo seguido.
Um crânio de boca escancarada surge no retrovisor do carro. Kurt não deixa de se sentir levemente desconfortável contando com esse tipo de ajuda. Ele sente que talvez possa estar "se sujando" com isso. Mas agora é tarde demais.
- Não, eu nunca mais tive contato com ela. Mas vampiros não têm sentimentos, eles são criaturas demoníacas e... ao menos é isso que eles me disseram. Eu não sei, Kurt. Estou confusa. Desculpe... - Ela fecha os olhos, se inclina um pouco. Uma lágrima pinga sobre a testa do bebê. - Eu não sei. Talvez a gente simplesmente tenha o sangue todo drenado, mas não acho que tenhamos outra escolha.
Marie Thérèse ouve em silêncio Kurt falando "sozinho". Ela imagina do que se trata, já vive com ele há tempo o bastante.
- O que você fez, Kurt... - Ela comenta em uma voz sumida. Não é exatamente uma pergunta, nem uma reprimenda.
Kurt é capaz de jurar que ouve uma risada rouca e asmática ecoando baixo pela noite. Marie prossegue em silêncio pelo resto da viagem.
O Empire State Building é enorme. Pássaros ousados sobrevoam os andares mais altos. Vários andares estão de luzes acesas, o prédio comercial parece estar a todo vapor.
A família cansada adentra o hall. O bebê no colo de Marie Thérèse, a bolsa nas costas de Kurt Marshall. O porteiro levanta o olhar, mas só isso.
Kurt toma um susto ao abrir os olhos. A pouquíssimos centímetros de seu rosto, está a figura cadavérica da vingança. Um fantasma esfarrapado, cuja forma original já foi há muito perdida junto com o resto de sua esperança.
- Olá, humano. - Sua voz é grave e cadavérica.
- *Assustado*
- olá... senhor? Como posso lhe chamar?
- Me chame de Fim.
- * Expressão de medo*
- Ok... Fim... Preciso de ajuda e suponho que você também, certo?
Pensamento: "Preciso ser firme... não posso recuar"
*Expressão de seriedade, as sobrancelhas franzem*
- Gosto de quem vai direto ao ponto. - Fim flutua. Seu corpo envolto por um manto de farrapos.
- Mas saiba que você não é o primeiro nem o último humano a brincar com essas forças. Quer saber o que acontece com quem não cumpre sua parte do trato?
- - Morre? Sofre eternamente? Acredite, posso ser advogado mas não sou dos que descumprem os acordos... Deve saber que eu preciso de auxílio imediato, sendo assim, pagarei assim que tiver concluído meus objetivos, tudo certo? Por fim, se depois de meu aviso ainda quiser fazer negócio comigo, vamos ao seu preço... Fim.
Fim ri. Uma risada rouca, asmática, baixa.
- Eu fiz muitas coisas ruins durante a vida, Advogado. Agora só aceito trabalhos justos. - E chega mais perto. - Você sabe, pra não sujar ainda mais a ficha.
Ele se inclina por sobre a testa de Kurt, e ele sente um desconforto gelado quando isso acontece.
- O que te aflige, mortal?
- - Preciso de alguém que possa espionar para mim, conseguir algumas informações, e se necessário lutar? Acha que consegue?
*Eu ergo uma das sobrancelhas como que duvidando das capacidades do espectro - Teste de manipulação - To tentando fazer ele mostrar o que pode fazer de verdade*
(acho que é manipulação + lábia, só pra fazer ele me provar ou explicar melhor as habilidades dele)
Kurt sente um cheiro de queimado.
- *olha ao redor*
- É bonita a decoração aqui. Aposto que você já recebeu vários outros espíritos.
Kurt vê conforme um emblema japonês da palavra "Deus" que tem na base do altar queima e derrete lentamente. O fogo aos poucos começa a tomar o pilar, e subir lentamente pelas fibras mais antigas e inflamáveis.
- *Kurt faz força pra não surtar com o espectro, aquilo é sagrado pra ele, mas Kurt sabe que não adianta brigar agora, até pq o inimigo parece ser realmente muito poderoso... e útil*
- Ok, entendi, me ajuda a apagar isso, era só pra vc falar "sim eu posso colocar fogo nas coisas" e não sair colocando fogo na minha casa... a pergunta é, quanto isso vai custar, se bem que no seu caso...
*Enquanto tento apagar o fogo de forma meio aborrecida, paro por um momento e olho o espectro fixamente ao inquiri-lo sobre o que ele vai querer em troca*
Uma risada rouca é tudo que Kurt Marshall consegue escutar enquanto usa um cobertor para conter o projeto de incêndio.
- Se eu apenas dissesse você não teria como ter certeza, não é mesmo? - Ele claramente se diverte com o que causou. - Você só vai precisar resolver alguns assuntos que deixei pela metade. Vai ser fácil pra você, é claro.
- Agora... - E ele roda pela sala. É impossível acompanhá-lo, até porque se Kurt olhar em sua direção, ele imediatamente surge do outro lado. A voz parece vir de todas as direções, e ao mesmo tempo de dentro de sua cabeça. O espírito parece estar testando a resistência de Marshall.
E então a confusão termina repentinamente. Kurt toma um susto com a voz atrás de sua orelha:
- Se o seu problema for realmente grande, eu posso trazer outros. Mas não posso garantir nada sobre o preço deles.
- - Que assuntos pendentes são esses Fim?
Fim fica claramente desconfortável. Ele recua, até murcha um pouco.
- Eu... Não gosto de falar sobre isso. - E seu tom é muito mais soturno. - Só posso te prometer que você não terá que fazer nada de ruim. É uma causa justa.
- - Terei que matar alguém? Roubar alguém? Fazer sexo com alguém?
* na última pergunta Kurt abre um sorriso meio que querendo quebrar o gelo com um trocadilho*
Fim não ri.
- A princípio, não.
- - Ah... Sei... A principio vou ter que acreditar na sua palavra de que é uma causa justa... pois bem, o preço que os do seu nível, de poder, exigem deve ser alto, creio que só poderei pagar por você, e além do mais, acho que você vai me ajudar muito. Isso vai levar umas duas noites ou um pouco mais... está bem pra você?
*expressão de expectativa*
- Há uma diferença entre nós e vocês, mortais. Vocês podem interagir com esse mundo, enquanto nós estamos presos à ele sem poder tocá-lo. O que é um preço alto para nós pode ser tão simples quanto quebrar um copo pra vocês.
Quando perguntado sobre duas noites:
- Hahaha... Se você soubesse há quanto tempo eu estou preso nesse mundo...
- - Então temos um acordo
*Kurt estende a mão mas se lembra que o espectro não poderá toca-lo*
- já que mencionou... pode trazer um amigo seu?
-Acho que vou precisar de um pra me proteger e um pra espionar
Surpreendentemente, o espectro estende a mão para apertar a de Kurt.
De fato ele não sente o toque dos dedos esqueléticos, mas sua palma queima e arde. O espectro lhe deixou uma marca, algo para lembrá-lo de seu pacto. Dá para notar claramente as marcas queimadas onde a mão do espectro "tocou".
Ao fim do toque, ele lhe responde:
- Amigo... Esse é um termo muito infantil para o lado de cá, Advogado. Mas eu posso lhe trazer alguém útil. Te encontro em alguns minutos.
- - É nóis!
*Kurt sai da sala do altar pasmo com o que acabou de fazer, pede perdão mental a Deus, mas ele não tem muitas alternativas para proteger sua família*
*Kurt vai até Marie*
- Amor... o que você vai fazer? Tem ideia de onde está seu irmão?
As experiências na sala do altar são sempre envolventes. Enquanto está ali dentro, Kurt se esquece do mundo real, é como se fosse uma dimensão paralela só dele e de sua espiritualidade.
Quando sai, ele nota o início do choro de seu filho. A criança começa com alguns sons tímidos, que logo aumentam para um berreiro. Ele corre até a sala, para se deparar com algo perturbador.
Sua mulher está de frente para a janela, com a criança em seu colo. O bebê chora sozinho, completamente ignorado por ela. Marie Thérèse encara um homem que está do lado de fora, com a mão espalmada contra o vidro. Os olhos dele brilham uma luz branca intensa que ilumina a sala toda, e isso parece estar deixando-a em uma espécie de transe.
- * Kurt se espanta com a cena... mas ele se lembra do seu contrato, ele fecha as palmas e solta um brado*
- FIM!!! Eu rogo pela sua ajuda, destrua o homem da janela!!!
*Corre para tirar a criança dos braços dela*
Kurt corre para tirar as crianças do braço de sua esposa em transe. Ao lado dela a luz do olhar do homem é muito mais forte. Repentinamente, ela se apaga. Kurt olha naquela direção e vê Fim envolvendo a cabeça do homem com seus braços cadavéricos, tapando-lhe os olhos. Fim é invisível para os outros, é verdade, mas ele definitivamente fez... algo.
- Não se preocupe, eu já vi esse. - Ele sibila entre dentes.
O homem então, tomado pelo choque e pela dor, cai para trás e começa a se debater. Só Deus sabe que tipo de coisas horrendas estão acontecendo com ele, e Kurt não vai parar para descobrir agora.
- *Balanço Marie tentando tira-la do transe enquanto seguro o bebê... começo a puxa-la*
- Vamos sair daqui logo... seja lá o que forem... eles estão atrás de nós agora!
* Kurt tenta desesperadamente pegar as coisas do filho e puxando sua esposa, ele quer fugir dalí para a casa do seu primo Dave*
Marie Thérèse saiu do transe imediatamente no momento em que o homem foi derrubado. Assutada, ela segue Kurt até o carro. Na pressa, eles pegam a bolsa do bebê e mais nada.
A família entra no carro e Kurt sai cantando pneu. Enquanto sai, ele não pode deixar de notar um carro preto estacionado na frente de sua casa. Será que aquele homem veio sozinho?
O homem, por sua vez, agora não passa de um cadáver caído no meio de seu jardim. Olhos atentos podem notar que ainda há um pouco de fumaça saindo dele.
Enquanto Kurt dirige, Marie Thérèse parece estar tentando se acalmar. Ela respira fundo, mal lembra de piscar, sua frio. Ela nina quase que automaticamente o bebê em seu colo, que só agora começa a se acalmar também.
- Eles podem ver tudo o que a gente faz, Kurt. Não há como escapar. - Ela fala com uma voz distante.
- *estende o Celular para Marie*
- Liga pro Dave... o Nero vai ficar com ele...
*Kurt treme ao volante, o nervosismo tomou conta de seu corpo, aquilo tudo está sendo de mais para ele*
- O que era aquele cara na janela? Um templário?! Eu preciso achar sua mãe... ><''
Marie Thérèse pega o celular, mas não chega a iniciar a ligação.
- Ele não vai ficar seguro com o Dave, Kurt. Na verdade, nós só vamos colocá-lo em perigo também. É melhor não envolvê-lo nisso. - E então ela o responde. - Sim, era Clinton. Ele sempre... foi... gentil? - Ela chacoalha a cabeça. - Me desculpe, eu... Estou confusa. Clinton mexia com a cabeça de todos nós. Ele faz eu não confiar em mim mesma. O que houve com ele?
- O que você quer com a minha mãe, Kurt? Ela é a causa de tudo isso, não a solução. Ela fugiu na época da Revolução e nunca mais olhou pra trás, não é agora que é um monstro que ela vai se preocupar com os filhos.
O trânsito está tranquilo a essa hora da noite, e para
todos os efeitos parece que Kurt não está sendo seguido.
- *olho pro lado*
- Fim me de cobertura por favor...
* olhando para o trânsito ainda*
- Marie... sua mãe é uma vampira... vampiros não gostam de clérigos, e no mais, você não acha que a igreja possa ter manipulado vocês esses anos todos? Algumas vez vcs ouviram da mãe de vocês que ela não se importa? O caos entre vampiros e caçadores vai ser nossa passagem pra sairmos livres disso...
Um crânio de boca escancarada surge no retrovisor do carro. Kurt não deixa de se sentir levemente desconfortável contando com esse tipo de ajuda. Ele sente que talvez possa estar "se sujando" com isso. Mas agora é tarde demais.
- Não, eu nunca mais tive contato com ela. Mas vampiros não têm sentimentos, eles são criaturas demoníacas e... ao menos é isso que eles me disseram. Eu não sei, Kurt. Estou confusa. Desculpe... - Ela fecha os olhos, se inclina um pouco. Uma lágrima pinga sobre a testa do bebê. - Eu não sei. Talvez a gente simplesmente tenha o sangue todo drenado, mas não acho que tenhamos outra escolha.
- * Voz de GPS - Mudança de rota... Empire State Building*
- É lá que você disse que ela está, não é?
*olhando para o retrovisor*
- Fim, me ajude, faça tudo que você puder, e mesmo que eu não esteja confortável com isso, mas se meu filho ficar em segurança... e puder viver em paz depois, eu te ajudo seja lá com o que vc precisar, mas me ajude a proteger minha família.... por favor.
*Uma lágrima corre pelo rosto de Kurt, o chapéu faz sombra nos olhos*
Marie Thérèse ouve em silêncio Kurt falando "sozinho". Ela imagina do que se trata, já vive com ele há tempo o bastante.
- O que você fez, Kurt... - Ela comenta em uma voz sumida. Não é exatamente uma pergunta, nem uma reprimenda.
Kurt é capaz de jurar que ouve uma risada rouca e asmática ecoando baixo pela noite. Marie prossegue em silêncio pelo resto da viagem.
O Empire State Building é enorme. Pássaros ousados sobrevoam os andares mais altos. Vários andares estão de luzes acesas, o prédio comercial parece estar a todo vapor.
A família cansada adentra o hall. O bebê no colo de Marie Thérèse, a bolsa nas costas de Kurt Marshall. O porteiro levanta o olhar, mas só isso.
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
Idade : 32
Localização : Rio de Janeiro
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
- Eu faço tudo pela nossa família, nem que pra isso eu tenha que me sacrificar, mas vocês, ao menos o nosso filho, EU VOU SALVAR...
*Kurt estaciona o carro sem se preocupar com multas, afinal... depois dessa noite, se ele puder receber uma multa ele estará no lucro. Caminha a passos rápidos e firmes para dentro do edifício seguido pela esposa com o filho no colo. Marshall olha para o lado esquerdo onde supostamente deve aparecer "Fim"*
- Fim, tire ele do nosso caminho, precisamos chegar na mãe da minha esposa... que deve estar nesse prédio, talvez você conheça Maria Antonietta... enfim, faça o que achar melhor.
*O olhar de Kurt para o guarda é de determinação, ele marcha como um rolo compressor prédio adentro*
*Kurt estaciona o carro sem se preocupar com multas, afinal... depois dessa noite, se ele puder receber uma multa ele estará no lucro. Caminha a passos rápidos e firmes para dentro do edifício seguido pela esposa com o filho no colo. Marshall olha para o lado esquerdo onde supostamente deve aparecer "Fim"*
- Fim, tire ele do nosso caminho, precisamos chegar na mãe da minha esposa... que deve estar nesse prédio, talvez você conheça Maria Antonietta... enfim, faça o que achar melhor.
*O olhar de Kurt para o guarda é de determinação, ele marcha como um rolo compressor prédio adentro*
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
Idade : 31
Localização : São Paulo
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Não se preocupe, Lauren. Nós entendemos tudo isso. - a antiga rainha responde calmamente, como se verdadeiramente entendesse a LaSombra. Sabia que ambas, Polignac e Lauren, tinha suas diferenças. Mas a razão ainda lhe escapava... Seria por causa do Príncipe? Franziu o cenho por alguns instantes, analisando as duas mulheres. Sabia que era importante as favores da realeza para cumprir seus objetivos particulares... Sabia melhor ainda que para conseguir o que queriam, puxariam os tapetes de qualquer um afinal, isso era a monarquia. Restava saber o quão longe as mulheres que lhe acompanhavam agora, iriam também.
Sua caminhada através do escritório humano foi silenciosa, sem dedicar muita atenção em seus rostos. Apenas achava estranho que algo perigoso fosse guardado num andar como aquele, aparentemente nulo em qualquer tipo de segurança sobrenatural. Não se preocupavam com os humanos que estavam ali? Seria um bom desperdício de comida se a coisa escapasse do controle. O final do corredor era alcançado, onde havia um jovem em pé como se estivesse esperando algo e não trabalhando como todos os outros. Semicerrou os olhos, analisando o rapaz dos pés à cabeça com uma expressão divertida - talvez um flerte - quando na verdade, tentava lembrar-se se já o havia visto antes. Ou então... Pelo modo como Lauren o observou afastar-se, poderia julgar que era mais do que isso... - O conhece, Lauren? - Deu um pequeno passo de aproximação, murmurando próxima do ouvido da cainita. Sabia que aquilo não agradaria sua senhora, mas algo que perturba a chefe de segurança precisa ser levado em consideração.
Após a resposta, prosseguiam para a sala que serviria de cárcere para o presente. Aguardou pacientemente, já de volta ao lado de Polignac e deixando que a LaSombra fizesse seu trabalho. O jovem que estava "guardando" a sala ainda lhe deixava ligeiramente preocupada - ainda mais pela aparente precaução de Lauren - mas tentava não deixar que isso surgisse em sua expressão. Uma vez dentro da sala, permaneceu andando ao redor, analisando-a e sentindo-a em sua completude - Os sons daqui de dentro chegam lá fora? - fechou os olhos por alguns instantes, concentrando-se em seus sentidos*. Como o presente é um prisioneiro, seria interessante que nada dali de dentro fosse ouvido lá fora; então Marie realiza um pequeno teste do quanto o som de fora pode ser ouvido ali dentro. Se fosse muito, os de fora também poderiam ouvir o que estaria se passando ali.
Para pedir por alta alta segurança, já sabemos que não é um mortal. - Reabriu os olhos, fitando a LaSombra. Marie era alguém que poderiam julgar ser fútil na maior parte do tempo... Mas quando se tratava de "negócios", a seriedade tomava conta de cada parte de seu corpo e alma - se tivesse uma. - Não acho que aqui seja muito seguro, de forma alguma... Poderemos melhorar, reforçar as paredes e tudo o mais... Mas muitos tem acesso a esse andar, Lauren... Qualquer um poderia chegar até a porta facilmente, precisamos de local mais seguro para o prédio todo. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta... - completava com um sorriso que se estendia por um dos cantos dos lábios, condescendente.
Sua caminhada através do escritório humano foi silenciosa, sem dedicar muita atenção em seus rostos. Apenas achava estranho que algo perigoso fosse guardado num andar como aquele, aparentemente nulo em qualquer tipo de segurança sobrenatural. Não se preocupavam com os humanos que estavam ali? Seria um bom desperdício de comida se a coisa escapasse do controle. O final do corredor era alcançado, onde havia um jovem em pé como se estivesse esperando algo e não trabalhando como todos os outros. Semicerrou os olhos, analisando o rapaz dos pés à cabeça com uma expressão divertida - talvez um flerte - quando na verdade, tentava lembrar-se se já o havia visto antes. Ou então... Pelo modo como Lauren o observou afastar-se, poderia julgar que era mais do que isso... - O conhece, Lauren? - Deu um pequeno passo de aproximação, murmurando próxima do ouvido da cainita. Sabia que aquilo não agradaria sua senhora, mas algo que perturba a chefe de segurança precisa ser levado em consideração.
Após a resposta, prosseguiam para a sala que serviria de cárcere para o presente. Aguardou pacientemente, já de volta ao lado de Polignac e deixando que a LaSombra fizesse seu trabalho. O jovem que estava "guardando" a sala ainda lhe deixava ligeiramente preocupada - ainda mais pela aparente precaução de Lauren - mas tentava não deixar que isso surgisse em sua expressão. Uma vez dentro da sala, permaneceu andando ao redor, analisando-a e sentindo-a em sua completude - Os sons daqui de dentro chegam lá fora? - fechou os olhos por alguns instantes, concentrando-se em seus sentidos*. Como o presente é um prisioneiro, seria interessante que nada dali de dentro fosse ouvido lá fora; então Marie realiza um pequeno teste do quanto o som de fora pode ser ouvido ali dentro. Se fosse muito, os de fora também poderiam ouvir o que estaria se passando ali.
Para pedir por alta alta segurança, já sabemos que não é um mortal. - Reabriu os olhos, fitando a LaSombra. Marie era alguém que poderiam julgar ser fútil na maior parte do tempo... Mas quando se tratava de "negócios", a seriedade tomava conta de cada parte de seu corpo e alma - se tivesse uma. - Não acho que aqui seja muito seguro, de forma alguma... Poderemos melhorar, reforçar as paredes e tudo o mais... Mas muitos tem acesso a esse andar, Lauren... Qualquer um poderia chegar até a porta facilmente, precisamos de local mais seguro para o prédio todo. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta... - completava com um sorriso que se estendia por um dos cantos dos lábios, condescendente.
*Auspícios 1
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Após entrar na sala, o Gangrel deu uma bela observada com seus olhos sobrenaturalmente adaptados a escuridão do ambiente. Não era nada do que ele esperava, não tinha motivo algum para qualquer humano temer aquele local. Deduziu então que aquela porta velha e empoeirada era apenas uma máscara para que o gado pensasse exatamente o que ele pensou, e assim permanecesse longe. Elyon também refletiu sobre a possibilidade de alguém estar ofuscado no local, por isso aguçou seu olfato para sentir qualquer cheiro que identificasse a presença de mais alguém no ambiente, embora nem sempre tal método fosse eficaz, afinal ele sabia bem o quanto a ofuscação era uma disciplina poderosa quando bem aprimorada. Quando percebeu a chegada de um grupo na porta da sala, alojou-se em uma brecha que havia observado premeditadamente para garantir que não fosse visto. Hank foi embora na medida em que elas retiravam os pregos para abrir a porta. Elyon reconheceu que aquela tinha sido uma atitude sensata por parte de seu lacaio, ele não era tão estúpido quanto o Gangrel costumava julgar. Afinal, ele era seu carniçal a 50 anos, não teria sobrevivido tanto tempo se fosse burro. Porém, o menosprezo que Elyon lhe dava costumava ofuscar esse fato de sua mente e enxergar o carniçal como um brinquedo sem mente própria, embora Hank ainda fosse menos desprezado por Elyon do que os demais humanos eram.
Quando o grupo entrou na sala, Elyon deu-lhe uma boa bisbilhotada. Eram três mulheres, todas muito bem vestidas e de posturas impecáveis. Tais posturas eram tão impecáveis, que chegavam a ser desumanas. Elas tinham alguma coisa de sobrenatural, embora Elyon não soubesse o que, ele tinha certeza que não eram meras mortais. Uma delas em especial, chamava-lhe a atenção mais do que as outras. Ela era bela, ainda mais sofisticada que as demais e sua postura era tão nobre e delicada que ela parecia agir como uma verdadeira rainha ou princesa. O Gangrel não chegou a sentir atração física, aquilo era distante demais de sua natureza morta-viva, mas reconhecia que aquelas mulheres conquistariam o coração de qualquer humano. No lugar da atração, ele mantinha um olhar perspicaz em relação as mulheres, como um predador espreitava suas presas antes de um abate. Ouvindo atentamente todo o diálogo entre as mulheres, ele racionou rapidamente o que se passava. Alguém que elas chamavam de barão (talvez algum termo usado para referir-se ao Príncipe, mas Elyon não sabia de fato) havia pedido para uma delas um local para deixar alguém, mas apenas depois disse-lhe que se tratava de um prisioneiro, ainda sem revelar a identidade do mesmo. Logo depois o nome de uma delas foi revelado... Lauren. O Gangrel nunca tinha ouvido falar, o que significava que certamente não tratava-se de nenhum Camarilla de grande Status na cidade (afinal, estes eram conhecidos até mesmo dentro do Sabá). Por fim, uma delas chegou a conclusão óbvia de que não tratava-se de um humano. Afinal, que cainita de respeito daria-se ao trabalho de preparar uma prisão especial pra uma simples bolsa de sangue? Não que os "vampiros" da Camarilla fossem considerados vampiros de respeito, mas nem mesmo eles deveriam ser tão estúpidos. E no final das contas, decidiram que aquele local não era seguro.
Elyon deduziu que, seja lá quem fosse que o tivesse chamado até aquele local, certamente tinha algum objetivo que ele ainda não tinha compreendido totalmente, mas com certeza tinha algum tipo de relação com aquele prisioneiro. Talvez o tal prisioneiro pudesse ser útil ao Sabá, e consequentemente se Elyon pudesse capturá-lo ou obter alguma informação útil para seita, ele poderia obter algo de valor em retorno da sua ajuda. Por mais que Elyon fosse leal ao Sabá, ele nunca pensava em ajudar a seita por devoção, mas sim por interesses próprios. Afinal, todos os cainitas faziam isso, eles apenas não admitiam, e Elyon sabia bem disso. Elyon decidiu que seguiria aquelas mulheres, caso elas desistissem daquele local de fato. Não importava se o elevador tinha câmeras, ele sabia que só poderia ser notado pelas filmagens se elas fossem observadas posteriormente, isso se os responsáveis tivessem motivos para olhar as filmagens aparentemente comuns e conseguissem notar a presença de um minúsculo rato. De qualquer forma, ele não poderia ser reconhecido em sua verdadeira forma posteriormente, mesmo se os cainitas do Elysium chegassem a ver a filmagem depois. O Gangrel ativou a sua ofuscação ocultando a sua presença e ficou atento às mulheres.
Quando o grupo entrou na sala, Elyon deu-lhe uma boa bisbilhotada. Eram três mulheres, todas muito bem vestidas e de posturas impecáveis. Tais posturas eram tão impecáveis, que chegavam a ser desumanas. Elas tinham alguma coisa de sobrenatural, embora Elyon não soubesse o que, ele tinha certeza que não eram meras mortais. Uma delas em especial, chamava-lhe a atenção mais do que as outras. Ela era bela, ainda mais sofisticada que as demais e sua postura era tão nobre e delicada que ela parecia agir como uma verdadeira rainha ou princesa. O Gangrel não chegou a sentir atração física, aquilo era distante demais de sua natureza morta-viva, mas reconhecia que aquelas mulheres conquistariam o coração de qualquer humano. No lugar da atração, ele mantinha um olhar perspicaz em relação as mulheres, como um predador espreitava suas presas antes de um abate. Ouvindo atentamente todo o diálogo entre as mulheres, ele racionou rapidamente o que se passava. Alguém que elas chamavam de barão (talvez algum termo usado para referir-se ao Príncipe, mas Elyon não sabia de fato) havia pedido para uma delas um local para deixar alguém, mas apenas depois disse-lhe que se tratava de um prisioneiro, ainda sem revelar a identidade do mesmo. Logo depois o nome de uma delas foi revelado... Lauren. O Gangrel nunca tinha ouvido falar, o que significava que certamente não tratava-se de nenhum Camarilla de grande Status na cidade (afinal, estes eram conhecidos até mesmo dentro do Sabá). Por fim, uma delas chegou a conclusão óbvia de que não tratava-se de um humano. Afinal, que cainita de respeito daria-se ao trabalho de preparar uma prisão especial pra uma simples bolsa de sangue? Não que os "vampiros" da Camarilla fossem considerados vampiros de respeito, mas nem mesmo eles deveriam ser tão estúpidos. E no final das contas, decidiram que aquele local não era seguro.
Elyon deduziu que, seja lá quem fosse que o tivesse chamado até aquele local, certamente tinha algum objetivo que ele ainda não tinha compreendido totalmente, mas com certeza tinha algum tipo de relação com aquele prisioneiro. Talvez o tal prisioneiro pudesse ser útil ao Sabá, e consequentemente se Elyon pudesse capturá-lo ou obter alguma informação útil para seita, ele poderia obter algo de valor em retorno da sua ajuda. Por mais que Elyon fosse leal ao Sabá, ele nunca pensava em ajudar a seita por devoção, mas sim por interesses próprios. Afinal, todos os cainitas faziam isso, eles apenas não admitiam, e Elyon sabia bem disso. Elyon decidiu que seguiria aquelas mulheres, caso elas desistissem daquele local de fato. Não importava se o elevador tinha câmeras, ele sabia que só poderia ser notado pelas filmagens se elas fossem observadas posteriormente, isso se os responsáveis tivessem motivos para olhar as filmagens aparentemente comuns e conseguissem notar a presença de um minúsculo rato. De qualquer forma, ele não poderia ser reconhecido em sua verdadeira forma posteriormente, mesmo se os cainitas do Elysium chegassem a ver a filmagem depois. O Gangrel ativou a sua ofuscação ocultando a sua presença e ficou atento às mulheres.
No One- Data de inscrição : 18/03/2010
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Kurt
Fim flui ao redor de Kurt por onde ele estiver, serpenteando por entre postes, tetos, paredes... Então, quando ordenado a "cuidar" do porteiro, ele simplesmente dá de ombros e desaparece.
É uma questão de um ou dois segundos até acontecer. O porteiro ia abrir a boca aparentemente para perguntar se pode ajudar em algo, quando sua face toma uma expressão de horror e angústia. Sua pele começa a secar e seu corpo murcha, com os olhos constantemente arregalados. Toda a vida do homem some em um instante, e seu corpo leve e seco tomba na cadeira.
Horrorizada, Marie Thérèse esconde o rosto do filho contra o peito. Ela provavelmente não sabe o que pensar diante de tudo isso.
Kurt até tenta convencer a si mesmo que não foi isso que ele quis dizer quando mandou que Fim "cuidasse" do porteiro, mas quem ele está tentando enganar? Ele esperava o quê? Que o espírito pedisse licença? Para esta Aparição é provavelmente só mais um nome na lista. Quem realmente tem as mãos sujas de sangue não é ela, é Kurt Marshall. E ele nunca vai conseguir imaginar que tipo de sofrimentos aquele homem inocente sofrerá pelo resto da eternidade simplesmente por estar em seu caminho.
O que, convenhamos, foi completamente desnecessário. É um prédio comercial, bastava pegar o elevador.
Que feio, Kurt Marshall.
Kurt Marshall Humanidade -1
@Marie e Elyon
Dentro da sala, Elyon não sente cheiro algum além do mofo, já esperado. Ele pode ouvir tudo o que dizem lá fora antes de entrarem.
- Não se preocupe, não deve ser nada. - Desconversa Lauren, à respeito do suspeito jovem de sobretudo que acaba de partir.
E Marie vai ter que se contentar com isso.
Elyon, por outro lado, também é capaz de ouvir isso com sua audição precisa. Ele nota que houve uma falsa sensação de segurança por parte da mulher para manter a primeira tranquila. Ela muito provavelmente está desconfiada de Hank, mas sabe-se lá se ela fará algo a respeito.
- Sim, não é fechado acusticamente. - Lauren responde, a respeito do som.
- E aparentemente também não é detetizado regularmente, não é querida? Vocês tem um problema sério com roedores aqui. - Polignac comenta com certo tom de asco.
Lauren ignora. Ela parece estar mexendo no celular agora. Enquanto isso, Marie discretamente amplia seus sentidos e nota que, de fato, pode ouvir os humanos teclando seus computadores nas outras salas. Lauren então guarda o celular e continua a responder:
- Você tem toda a razão, eu vou trocar para o salão subterrâneo. Mas é claro que, se fosse aqui, todos os andares próximos seriam esvaziados e a segurança reforçada. - Ela diz a última frase em um tom levemente mais áspero, como se fosse absolutamente óbvio. - E então, em tom normal. - Bom, eu vou descer e preparar as coisas para amanhã. Mas não entendam que sua visita aqui foi inútil. Sua opinião me ajudou na decisão de trocar de lugar, Marie. - "O que significa que agora você vai dividir a responsabilidade comigo", Marie pode imaginar as entrelinhas.
(Apenas uma errata no seu post, Elyon: Lauren tem status sim. Ela é uma Lasombra AT, Senescal do Príncipe.)
Fim flui ao redor de Kurt por onde ele estiver, serpenteando por entre postes, tetos, paredes... Então, quando ordenado a "cuidar" do porteiro, ele simplesmente dá de ombros e desaparece.
É uma questão de um ou dois segundos até acontecer. O porteiro ia abrir a boca aparentemente para perguntar se pode ajudar em algo, quando sua face toma uma expressão de horror e angústia. Sua pele começa a secar e seu corpo murcha, com os olhos constantemente arregalados. Toda a vida do homem some em um instante, e seu corpo leve e seco tomba na cadeira.
Horrorizada, Marie Thérèse esconde o rosto do filho contra o peito. Ela provavelmente não sabe o que pensar diante de tudo isso.
Kurt até tenta convencer a si mesmo que não foi isso que ele quis dizer quando mandou que Fim "cuidasse" do porteiro, mas quem ele está tentando enganar? Ele esperava o quê? Que o espírito pedisse licença? Para esta Aparição é provavelmente só mais um nome na lista. Quem realmente tem as mãos sujas de sangue não é ela, é Kurt Marshall. E ele nunca vai conseguir imaginar que tipo de sofrimentos aquele homem inocente sofrerá pelo resto da eternidade simplesmente por estar em seu caminho.
O que, convenhamos, foi completamente desnecessário. É um prédio comercial, bastava pegar o elevador.
Que feio, Kurt Marshall.
Kurt Marshall Humanidade -1
Kurt Marshall; Espiral Descendente
Consciência = 3 / Dif = 8
9, 2, 7 = 1 sucesso
Consciência = 3 / Dif = 8
9, 2, 7 = 1 sucesso
@Marie e Elyon
Dentro da sala, Elyon não sente cheiro algum além do mofo, já esperado. Ele pode ouvir tudo o que dizem lá fora antes de entrarem.
- Não se preocupe, não deve ser nada. - Desconversa Lauren, à respeito do suspeito jovem de sobretudo que acaba de partir.
Lauren; Desconversar
Manipulação+Empatia = 6 / Dif = 6
2, 1 (x), 10 (10 (4)), 10 (10 (1 (x))), 1 (x), 3 = 1 sucesso
Marie; Empatia
Percepção+Empatia = 6 / Dif = 6
4, 9, 1 (x), 9, 10 (2), 1(x) = 1 sucesso
Total = 0 sucessos
Manipulação+Empatia = 6 / Dif = 6
2, 1 (x), 10 (10 (4)), 10 (10 (1 (x))), 1 (x), 3 = 1 sucesso
Marie; Empatia
Percepção+Empatia = 6 / Dif = 6
4, 9, 1 (x), 9, 10 (2), 1(x) = 1 sucesso
Total = 0 sucessos
E Marie vai ter que se contentar com isso.
Elyon; Empatia
Percepção+Empatia = 4 / Dif = 6
1 (x), 10 (9), 5, 9 = 2 sucessos
Total = 2 sucessos
Percepção+Empatia = 4 / Dif = 6
1 (x), 10 (9), 5, 9 = 2 sucessos
Total = 2 sucessos
Elyon, por outro lado, também é capaz de ouvir isso com sua audição precisa. Ele nota que houve uma falsa sensação de segurança por parte da mulher para manter a primeira tranquila. Ela muito provavelmente está desconfiada de Hank, mas sabe-se lá se ela fará algo a respeito.
- Sim, não é fechado acusticamente. - Lauren responde, a respeito do som.
- E aparentemente também não é detetizado regularmente, não é querida? Vocês tem um problema sério com roedores aqui. - Polignac comenta com certo tom de asco.
Lauren ignora. Ela parece estar mexendo no celular agora. Enquanto isso, Marie discretamente amplia seus sentidos e nota que, de fato, pode ouvir os humanos teclando seus computadores nas outras salas. Lauren então guarda o celular e continua a responder:
- Você tem toda a razão, eu vou trocar para o salão subterrâneo. Mas é claro que, se fosse aqui, todos os andares próximos seriam esvaziados e a segurança reforçada. - Ela diz a última frase em um tom levemente mais áspero, como se fosse absolutamente óbvio. - E então, em tom normal. - Bom, eu vou descer e preparar as coisas para amanhã. Mas não entendam que sua visita aqui foi inútil. Sua opinião me ajudou na decisão de trocar de lugar, Marie. - "O que significa que agora você vai dividir a responsabilidade comigo", Marie pode imaginar as entrelinhas.
(Apenas uma errata no seu post, Elyon: Lauren tem status sim. Ela é uma Lasombra AT, Senescal do Príncipe.)
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
Idade : 32
Localização : Rio de Janeiro
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Kurt não queria aquilo... ele não está mais pensando direito, ele deveria ter imaginado, mas parece que seu desejo de proteger sua família está passando dos limites, mas todo o cuidado é pouco, afinal, estão no "ninho dos morcegos".
*Mantendo o tom de seriedade na voz, tentando conter a perplexidade com seus próprios atos, Kurt fala com sua esposa*
- Vamos para o elevador - *Kurt continua de cabeça baixa, a aba do chapéu esconde seu olhar desorientado, mas ele tem que proteger sua família, foi um mal necessário, talvez...*
- Em que andar está sua mãe? Me conte o que mais você sabe sobre a estrutura desses vampiros... por quê aqui, no empire state?
OFF: Se ela disser que não sabe, eu vou subir até a cobertura.
*Mantendo o tom de seriedade na voz, tentando conter a perplexidade com seus próprios atos, Kurt fala com sua esposa*
- Vamos para o elevador - *Kurt continua de cabeça baixa, a aba do chapéu esconde seu olhar desorientado, mas ele tem que proteger sua família, foi um mal necessário, talvez...*
- Em que andar está sua mãe? Me conte o que mais você sabe sobre a estrutura desses vampiros... por quê aqui, no empire state?
OFF: Se ela disser que não sabe, eu vou subir até a cobertura.
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
Idade : 31
Localização : São Paulo
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Elyon colocava em prática sua brilhante mente e habilidades como um dos melhores espiões do Sabá. A sala realmente não parecia ter nada de incomum, o foco que aquela mensagem o trouxera estava completamente direcionado ao prisioneiro e aquelas mulheres. Ou talvez, o prisioneiro não tivesse foco algum. Afinal, Elyon reconhecia Lauren como uma traidora do Clã Lasombra, os líderes do Sabá, e ainda por cima ela possuía um cargo na Camarilla (embora o Gangrel não soubesse quase nada a respeito do cargo em si, ele reconhecia que isso aumentaria o seu valor para os líderes do Sabá, ao menos como uma vítima de seus interrogatórios).
Para piorar ainda mais a sua ficha, Lauren mentiu ao ser questionada sobre Hank por sua própria aliada. Mas Elyon estava naquele mundo a muito tempo, ele tinha muita noção sobre a malícia dos demais, podendo ocasionalmente senti-las na própria pele (afinal, ele é tão malicioso quanto eles). Ele sabia que Lauren estava desconfiada sobre Hank, assim como as demais deveriam estar. O Gangrel não se importava nenhum pouco com o bem estar de seu carniçal, embora ele enxergasse Hank como uma ferramenta útil em determinados casos. Mesmo assim, de maneira nenhuma ele se daria ao trabalho de proteger um humano com sua própria não-vida, esse tipo de ideia soava ridículo. Se Hank morresse, por mais que fosse uma ferramente útil, era apenas uma ferramenta, e assim como qualquer ferramenta, poderia ser substituída ou descartada. Porém, o problema maior era as informações que o lacaio sabia. Ele poderia ser interrogado, ou até mesmo ter os pensamentos arrancados de sua cabeça com algum poder sobrenatural.
De qualquer maneira, não se preocuparia tanto com aquilo naquele momento. Tinha outros objetivos em mente, os quais estavam bem perto dele naquele momento. Além disso, ele não esquecera que estava no prédio do Elysium, e que lá ele poderia encontrar o Ventrue que há décadas está sentenciado a morrer por suas mãos (por mais que ele não pensasse em tomar nenhuma atitude estúpida em território inimigo, o simples fato de vê-lo cara-a-cara era excitante para o predador). O desejo de vingança era inevitável em uma situação como aquela, mas a razão precisava prevalecer. O Gangrel não poderia ser imprudente arriscando perder tudo pelos seus impulsos, a hora de sua vingança chegaria cedo ou tarde. Afinal, ele já havia esperado mais de 80 anos, não havia necessidade para pressa (principalmente quando se tem toda a eternidade pela frente).
O Gangrel continuou a prestar atenção na conversa das mulheres. Uma delas até mesmo chegou a comentar sobre seu cheiro, como se falasse de algo banal, fazendo com que Elyon debochasse dela em sua mente. Por fim, Lauren decidiu mudar o prisioneiro para o subterrâneo, entregando de mãos beijadas a localização que ele precisava saber. Porém, ele não queria apenas a localização, ele sabia que poderia conseguir muito mais, porém tinha que agir sutilmente. A Lasombra pretendia ir embora de tal andar, e perdê-la de vista não seria nada bom. Contudo, cada movimento de Elyon teria que ser muito bem calculado se ele quisesse permanecer no anonimato. Ele poderia passar despercebido nas câmeras de segurança do elevador naquela noite, mas e se as filmagens fossem vistas posteriormente? Além disso, elas eram vampiras (ao menos Lauren era), e seus sentidos aguçados dificultavam ainda mais a proximidade que ele poderia manter entre elas.
Elyon aguardou até que as mulheres começassem a sair para que ele pudesse sair de seu esconderijo. Por mais que ele estivesse ofuscado, não queria arriscar ser detectado por auspícius. Ele não acompanharia as vampiras para o elevador, pois sabia que seus sentidos aguçados detectariam um odor estranho, mas observou a uma certa distância o botão que elas pressionariam no elevador. Caso não fosse possível observar tal movimento, ele tentaria ouvir qualquer coisa que o ajudasse a identificar o andar para o qual elas iriam. Enfim, ele seguiria até o andar em que elas estivessem indo através das escadas que dividiam os andares. Portas não seriam problema para ele naquela forma, e a sua velocidade era rápida o bastante para acompanhar o elevador. Caso não fosse possível identificar o local que elas estariam se dirigindo, Elyon se dirigiria ao subterrâneo, onde Lauren mencionou que iria. Esperar para ver se elas iriam realmente para o subterrâneo podia parecer desnecessário, mas era uma forma de confirmar as palavras de Lauren e verificar se aquelas palavras não tinham sido apenas uma emboscada (afinal, ela estava desconfiada, talvez aquilo fosse apenas uma estratégia de sua parte para emboscar qualquer possível intruso, que nesse caso, seria Elyon).
Para piorar ainda mais a sua ficha, Lauren mentiu ao ser questionada sobre Hank por sua própria aliada. Mas Elyon estava naquele mundo a muito tempo, ele tinha muita noção sobre a malícia dos demais, podendo ocasionalmente senti-las na própria pele (afinal, ele é tão malicioso quanto eles). Ele sabia que Lauren estava desconfiada sobre Hank, assim como as demais deveriam estar. O Gangrel não se importava nenhum pouco com o bem estar de seu carniçal, embora ele enxergasse Hank como uma ferramenta útil em determinados casos. Mesmo assim, de maneira nenhuma ele se daria ao trabalho de proteger um humano com sua própria não-vida, esse tipo de ideia soava ridículo. Se Hank morresse, por mais que fosse uma ferramente útil, era apenas uma ferramenta, e assim como qualquer ferramenta, poderia ser substituída ou descartada. Porém, o problema maior era as informações que o lacaio sabia. Ele poderia ser interrogado, ou até mesmo ter os pensamentos arrancados de sua cabeça com algum poder sobrenatural.
De qualquer maneira, não se preocuparia tanto com aquilo naquele momento. Tinha outros objetivos em mente, os quais estavam bem perto dele naquele momento. Além disso, ele não esquecera que estava no prédio do Elysium, e que lá ele poderia encontrar o Ventrue que há décadas está sentenciado a morrer por suas mãos (por mais que ele não pensasse em tomar nenhuma atitude estúpida em território inimigo, o simples fato de vê-lo cara-a-cara era excitante para o predador). O desejo de vingança era inevitável em uma situação como aquela, mas a razão precisava prevalecer. O Gangrel não poderia ser imprudente arriscando perder tudo pelos seus impulsos, a hora de sua vingança chegaria cedo ou tarde. Afinal, ele já havia esperado mais de 80 anos, não havia necessidade para pressa (principalmente quando se tem toda a eternidade pela frente).
O Gangrel continuou a prestar atenção na conversa das mulheres. Uma delas até mesmo chegou a comentar sobre seu cheiro, como se falasse de algo banal, fazendo com que Elyon debochasse dela em sua mente. Por fim, Lauren decidiu mudar o prisioneiro para o subterrâneo, entregando de mãos beijadas a localização que ele precisava saber. Porém, ele não queria apenas a localização, ele sabia que poderia conseguir muito mais, porém tinha que agir sutilmente. A Lasombra pretendia ir embora de tal andar, e perdê-la de vista não seria nada bom. Contudo, cada movimento de Elyon teria que ser muito bem calculado se ele quisesse permanecer no anonimato. Ele poderia passar despercebido nas câmeras de segurança do elevador naquela noite, mas e se as filmagens fossem vistas posteriormente? Além disso, elas eram vampiras (ao menos Lauren era), e seus sentidos aguçados dificultavam ainda mais a proximidade que ele poderia manter entre elas.
Elyon aguardou até que as mulheres começassem a sair para que ele pudesse sair de seu esconderijo. Por mais que ele estivesse ofuscado, não queria arriscar ser detectado por auspícius. Ele não acompanharia as vampiras para o elevador, pois sabia que seus sentidos aguçados detectariam um odor estranho, mas observou a uma certa distância o botão que elas pressionariam no elevador. Caso não fosse possível observar tal movimento, ele tentaria ouvir qualquer coisa que o ajudasse a identificar o andar para o qual elas iriam. Enfim, ele seguiria até o andar em que elas estivessem indo através das escadas que dividiam os andares. Portas não seriam problema para ele naquela forma, e a sua velocidade era rápida o bastante para acompanhar o elevador. Caso não fosse possível identificar o local que elas estariam se dirigindo, Elyon se dirigiria ao subterrâneo, onde Lauren mencionou que iria. Esperar para ver se elas iriam realmente para o subterrâneo podia parecer desnecessário, mas era uma forma de confirmar as palavras de Lauren e verificar se aquelas palavras não tinham sido apenas uma emboscada (afinal, ela estava desconfiada, talvez aquilo fosse apenas uma estratégia de sua parte para emboscar qualquer possível intruso, que nesse caso, seria Elyon).
No One- Data de inscrição : 18/03/2010
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Franziu o nariz, não contente com a resposta da LaSombra a respeito do homem que estava do lado de fora daquela sala. Sim, poderia ser algo comum. Um homem que esperava alguém. Mas o modo como ele se afastou lhe fazia sentir uma pequena formigação no estômago. Nada havia, porém, para provar suas suspeitas e o fato era aparentemente esquecido ao adentrar na ex-sala do presente.
Ratos... - torceu o nariz, começando a olhar para os cantos da sala como se quisesse ver onde os pequenos roedores estavam. Ratos eram algo comum em prédios, seu palácio tinha alguns. Tanto do tipo roedor... Quanto do tipo traiçoeiro - Recomendo vedarmos toda a sala, Lauren... Qualquer pequeno buraco é uma falha, em casos como este que temos nas mãos. - Estava próxima à Polignac novamente, depois de circular pela sala aparentemente contente consigo mesma. Mesmo que Lauren houvesse deixado implícito que ambas seriam responsáveis por aquela mudança. Não se importava com o tom ácido que a Senescal utilizava, sentia que aquele seria apenas mais um passo para chegar ao local que desejava. - Quando encontrar a sala apropriada e quiser alguma ajuda sabe que pode contar comigo, não é? - olhou Lauren calmamente, apenas a esperando para poderem deixar aquele local.
Ratos... - torceu o nariz, começando a olhar para os cantos da sala como se quisesse ver onde os pequenos roedores estavam. Ratos eram algo comum em prédios, seu palácio tinha alguns. Tanto do tipo roedor... Quanto do tipo traiçoeiro - Recomendo vedarmos toda a sala, Lauren... Qualquer pequeno buraco é uma falha, em casos como este que temos nas mãos. - Estava próxima à Polignac novamente, depois de circular pela sala aparentemente contente consigo mesma. Mesmo que Lauren houvesse deixado implícito que ambas seriam responsáveis por aquela mudança. Não se importava com o tom ácido que a Senescal utilizava, sentia que aquele seria apenas mais um passo para chegar ao local que desejava. - Quando encontrar a sala apropriada e quiser alguma ajuda sabe que pode contar comigo, não é? - olhou Lauren calmamente, apenas a esperando para poderem deixar aquele local.
[post pequeno... apenas pra dar continuidade =3]
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Kurt e Marie
- Nada. Eu não sei nada. Eu só sei que ela tá aqui porque ouvi uma conversa dos Templários. - É a única resposta que Kurt tem de sua esposa.
Enquanto isso, lá em cima...
- Mas é claro. Não tenho por que desconfiar de você. - Marie não conseguiu identificar exatamente o que ela quis dizer com isso, se é que havia alguma mensagem subliminar.
Ela começa a se dirigir até o elevador, apenas encostando a porta atrás de si.
Uma vez no hall dos elevadores, Lauren recebe um telefonema logo após chamar um deles. Como Senescal, não é de se espantar quantas vezes por hora ela saca aquele celular.
- Lauren. - Ela atende. - Aham, entendi... Não, não precisa. Continue com o que eu te especifiquei, deixa que eu cuido disso. - Estranhamente, ela chama outro elevador. É verdade que em prédios tão grandes cada elevador visita conjuntos de andares diferentes, mas este atende os exatos mesmos andares que o anterior.
Lauren tampa o celular e olha de canto de olho para Marie. Um sorriso maroto surge no canto de sua boca.
- Esse aqui vai chegar mais rápido. Vocês podem me acompanhar se quiserem.
- Ótimo, vamos acelerar as coisas. - Polignac toma a dianteira. - Quanto antes eu chegar em casa hoje melhor.
- Eu não tô nos meus melhores dias. - Polignac responde sem malícia. - Preciso de um banho quente e... - O elevador chega, ela é a primeira a entrar. - sabe, apenas não estou com disposição pra esse tipo de diversão hoje.
Kurt está ao lado da sua esposa, que segura o bebê. O elevador estava subindo, mas para no meio do caminho para receber mais passageiros. Há três mulheres muito bem apessoadas ali. A primeira entra matracando algo, provavelmente no meio de uma conversa.
Logo atrás dela, uma outra de vestido justo ao corpo e cabelo preso, com um olhar profissional. Lhe passa um ar de secretária
Marie nota que já há pessoas no elevador. Estranhamente, uma família. Um homem de chapéu, uma mulher asiática e um bebê muito novo em seu colo. Lhe dói ver uma criança hoje, desenterra memórias que ela já havia enterrado no começo da noite.
Em todo o caso, as outras duas já entraram.
Marie nota que o botão da cobertura está apertado. Esse elevador vai direto para cima, caminho totalmente oposto ao tal do subterrâneo. Lauren pareceu não se importar com isso, Polignac provavelmente nem percebeu.
A tal "secretária" parece estar ocupada ao telefone. A outra, preocupada com a própria vida, nem se dá ao trabalho de olhar para a cara de Kurt. - Toda essa história do... gordo... - Ela disfarça. - Me deixou irritada. Esse tipo de coisa estraga meu dia, sabe? - Ela continua matracando.
Kurt, afinal, fala sozinho.
Sua esposa, por outro lado, lhe responde. - Ele tá bem quietinho. Acho que tá tudo bem. - Ela diz, lhe ninando um pouco.
A porta do elevador se fecha. Ele começa a subir.
Marie repara que Lauren apenas deixa subir. Ela não apertou nenhum botão.
44... 45... 46... 47...
- Você já encontrou o rapaz? - Ela espera a resposta. - Sim, já estou cuidando disso. Aham, eu sei. Pode deixar.
52... 53... 54...
- E quando tudo isso acabar vai ser como se nada tivesse acontecido, sabe. Mas no fundo eu sou assim, me irrito muito fácil com essas coisas. Acho que me preocupo demais. Sou uma boa pessoa, entende? - Marie sabe que foi uma piada.
65... 66... 67... 68...
Lauren olha para Marie e Kurt, satisfeita. As duas perguntas podem ser respondidas com uma só resposta, afinal. Mas ela não os responde de imediato. Ao invés disso, continua falando no celular:
- Sim, eu estou com eles no elevador. O sinal vai cair agora. - Agora? Mas elas já entraram no elevador há...
Súbito, escuridão.
Silêncio absoluto.
Não foram só as luzes que simplesmente apagaram. Kurt Marshall tem todos os sentidos amortecidos. É como se ele estivesse em um sonho, um sonho muito ruim.
Ele mal consegue respirar, sufocado pela escuridão tangível. Ele pode sentir seu corpo sendo pressionado, como se a própria escuridão estivesse disputando espaço ali com ele. Quando grita, não pode ouvir sequer sua própria voz.
- FIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM-GUH-mmm-ugh - Marie é capaz de ouvir a voz fraca do mortal sendo sufocada. Provavelmente alguém o pegou. Talvez já esteja morto.
Algum tipo de membro, como um tentáculo, agarra o pescoço de Marshall no escuro e o levanta. O que é indiferente, já que ele já não conseguia respirar antes. Ele tenta se debater inutilmente. A... "coisa"... é muito mais forte que ele. Conforme seus sentidos vão apagando de vez, ele só consegue pensar em como seu filho deve estar agora. Que ideia imbecil, trazer um bebê para um covil de monstros.
Sua visão é a última a embaçar. A última coisa que ele consegue ver é o fogo começando a se alastrar pelas paredes e teto do elevador. Engraçado, parece que Fim é capaz de iluminar essa escuridão afinal. Ele pode ver as luzes do teto iluminadas pelo fogo. Elas ainda estão acesas, mas é como se fosse um enfeite pintado no cenário. Elas não iluminam.
Só a luz de verdade ilumina. Fogo vivo, afastando as coisas ruins... Kurt apaga. (Vigor 2-2 = 0)
Em uma questão de segundo, Marie já pode ver novamente. Há um tentáculo segurando o homem pelo pescoço, levantando-o alguns centímetros acima do chão. Ele não se move. A mulher já desmaiou, provavelmente sufocada também. Mas acontece algo que a deixa em choque. O bebê. Ali, nos braços inertes da mulher caída e apoiada na parede, ele esperneia e chora. Chora em alto brado, chora como se tivesse todo o ar do mundo disponível para seus pequenos pulmõezinhos.
Mas ela não tem tempo para pensar nesse fenômeno. Ela só consegue ver porque, vindo de lugar nenhum, fogo começou a tomar conta do elevador. Com um tranco, a máquina para em meio ao caminho. Procedimento de emergência padrão.
Ela pode ver no olhar das outras duas o pânico bestial tentando emergir.
É Lauren quem cria a saída.
Com um toque contínuo repetindo-se, sinalizando que a emergência foi acionada, e o crepitar do fogo que solta fumaça negra dominando o ambiente, ela se recompõe e, com um golpe assustador, abre um rombo no vão entre as portas de ferro.
As duas portas grossas envergam e abrem espaço, que ela prontamente arromba com seus braços enquanto se permite urrar como um animal cheio de determinação e ódio.
A fumaça se espalha para fora, e Lauren é a primeira a sair. Atrás dela, Marie com o corpo da asiática e o bebê barulhento. Em terceiro, Polignac, respirando profundamente para manter o controle. O tentáculo de dentro da cabine arremessa o corpo inerte do humano por último.
Marie pode ver que estão no andar 77. Havia apenas um homem no hall. Aparentemente um mortal, com uma pasta executiva. Assustado com a cena sobrenatural, ele larga a pasta e corre corredor afora.
Lauren se levanta, limpa o excesso de fuligem do corpo e volta a falar no celular:
- Per? Ainda na escuta? Sim, eu já resolvi. Mas aconteceu algo estranho, depois você... Me dê um segundo. - Ela interrompe a conversa e apenas olha para o humano que foge. Um tentáculo surge do teto acima dele e lhe dá uma chicotada repentina. Como um boneco de pano, o gado vai ao chão... O pescoço completamente retorcido pelo golpe. - Depois você vê nas filmagens. Fogo surgiu de lugar nen... - E então, todas as luzes do andar falham e se apagam. Um silêncio mórbido toma conta. O ar fica pesado. - Mas que merda é agora? - Lauren tira o celular do ouvido mais uma vez, olhando atenta ao redor. Sua voz ecoa pelos corredores estranhamente vazios.
Polignac já não é uma donzela irritada. Ela está em completo alerta agora, recuando lentamente com as costas contra a parede, em uma sábia medida estratégica.
Assustado, o bebê também se cala.
Polignac encosta-se na parede. - O elevador tem paredes plastificadas. Isso aqui é pedra, não é inflamável. - Nota-se que ela está apostando suas fichas nessa teoria.
- Ora, eu... - "sou perfeitamente capaz de lidar com a situação", Lauren provavelmente ia dizer, mas perde as palavras quando a luz pisca no fim do corredor à frente. O que parece ser uma garota semi-transparente está "de pé" no teto, olhando para o grupo em frente aos elevadores. Ela fica ali por longos segundos nos quais todos ficam em choque, e então a luz pisca novamente e ela desaparece.
- Per, andar 77. Agora. - E ela finalmente desliga o celular.
A luz pisca novamente, e a garota aparece no mesmo corredor, "de pé" na parede, agora consideravelmente mais perto. A luz pisca. Ela desaparece.
Ninguém ri. Lauren dá alguns passos para trás, relutante. - Droga... - Parece ser difícil para ela admitir isso, mas ela não tem escolha. Polignac é a primeira a correr. Lauren segue seu exemplo, Marie também. As luzes piscam atrás das vampiras, mas ninguém olha pra trás.
Lauren tem uma ideia sim, mas não parece ser muito útil para o grupo em geral. Marie nota que ela está correndo ainda mais rápido. Vitae, provavelmente.
O mesmo vale para Polignac. Mas o efeito de sua vitae é maior, pois ela repentinamente desaparece em um borrão que some de vista.
Sendo deixada pra trás, Marie nota as luzes piscando cada vez mais rápido atrás de si. Cada vez mais perto. Ela ouve um grito desesperado de menina que se aproxima rapidamente, muito mais rápido do que ela está correndo.
O bebê começa a chorar de novo, como se isso fosse ajudá-lo em algo.
E então acontece tudo o que ela torcia no fundo de sua alma para não acontecer. A única coisa que lhe faria perder completamente o controle, que lhe instigaria pânico total e absoluto em sua mais pura forma: Um suspiro no cangote.
Marie perde completamente a razão de si. Ela tropeça e grita agora agindo como um animal apavorado, e não mais um monstro burocrático secular. Seus saltos quebram, seu vestido sobe, sua maquiagem se borra com lágrimas de sangue.
Lauren está correndo com os olhos fechados e a cabeça abaixada. Os gritos de Marie a fazem acelerar ainda mais o passo. Ela está plenamente consciente, mas não tem o menor controle sobre si. Medo. Pânico. Desespero. É tudo o que ela sente.
Por fim, como se tudo fosse uma brincadeira de mau gosto, as luzes se acendem de novo.
Lauren e Marie estão no meio do corredor, o retrato puro da derrota. Polignac já sumiu de vista há tempos
Retomando o controle, Marie nota que seus braços estão vazios. O bebê! Ela ouve a criança chorando, soluçando compulsivamente.
Ele está no meio do corredor, esperneando e balançando seus bracinhos inocentes. Deve tê-lo deixado cair quando perdeu o controle.
Nem sinal da garota morta.
Um grito de mulher no outro extremo do corredor. A primeira reação de Marie é de alerta, mas logo ela relaxa.
Ela vê Per vindo com os dois humanos. Ele segura as mãos de ambos em suas costas com uma firmeza inexorável. Seu paletó, impecável como sempre. Sua face, mais profissional que nunca. Lauren está ajeitando o vestido.
- Olha o que eu achei tentando fugir pelas escadas. - Ele diz.
- Ótimo, ótimo... - Lauren se recompõe, começa a agir como se nada tivesse acontecido. - Pegou o outro?
Kurt pode ver o bebê nos braços de uma das mulheres. Seu estado é deplorável, ela está toda desgrenhada e seu rosto está cheio de sangue.
A princípio ele se assusta, pensa ser sangue de bebê, mas logo nota que a criança está inteira acalentada em seus braços.
- Sim, ele já está lá em cima. - Per responde.
Sem maiores delongas, sua cabeça vai de encontro com a de Marie, e a partir disso está tudo escuro.
Lauren pega a mulher e coloca nas costas. Per faz o mesmo com o homem. Eles começam a caminhar pelo corredor.
O bizonho grupo caminha pelo andar vazio, e terminam por subir os próximos andares pelas escadas. Exigência de Lauren, por meras "questões de segurança". Polignac, por sua vez, realmente sumiu de vista.
Alguns minutos depois, eles finalmente chegam lá em cima. Com uma facilidade desconcertante, Lauren empurra as pesadas portas de mogno do único escritório do 102º andar. Gorgonier já está lá, ele foi avisado.
Ele admirava o quadro na parede, mas se vira para cumprimentá-los à distância.
- São todos? - Ele pergunta. Marie nota perfeitamente que há um rapaz amarrado à uma cadeira. É o do sobretudo, amordaçado e com um olhar arregalado de certo desespero.
- Sim. - Responde Per, o Algoz.
- Bom... Lauren, cancele o evento de amanhã. Peça desculpas ao Barão, diga que teremos que adiar um pouco.
- Claro. Com licença. - Solicita de uma maneira que Marie só vê quando ela se dirige ao Príncipe, Lauren sai do recinto.
- Coloque nas outras duas cadeiras, sim?
Per posiciona os dois humanos inconscientes nas cadeiras, amarra-os com cordas que já estavam esperando sobre a mesa e acorda um de cada vez despejando-lhes no rosto um copo d'água.
Kurt Marshall acorda. Ele está amarrado em uma grande cadeira de madeira. Seus braços pernas e testa estão bem firmes, impossibilitando-o até mesmo que ele vire o pescoço. Ele está virado para a parede, não sabe quanto tempo se passou nem onde está. Ele pode ouvir a respiração assustada de sua esposa ao seu lado, provavelmente na mesma situação. Também não há sinal algum de Fim.
- Me diga seu nome. - Uma voz que ele nunca ouviu na vida sai de poucos centímetros atrás de si. Lhe causa arrepios, é uma fragilidade desconcertante.
@Elyon
Elyon persegue sorrateiramente as três mulheres até o elevador. Ele vê quando Lauren chama um elevador e, após um telefonema, decide chamar o outro. Quando ele chega, há uma família composta por um homem, uma mulher e um bebê dentro. As três entram.
Ele nota que elas não apertaram nenhum botão, mas o 102 (último andar) já está pressionado. O elevador se fecha e começa a subir.
Elyon então corre até as escadas e começa a subí-las, mas é interrompido em meio ao caminho por alguém. Sombras dançam e rodopiam ao seu redor, deslizando disformes pelas paredes e, por fim, juntando-se em um único ser. Um homem alto, de camiseta e calça jeans. Apesar das roupas casuais, em seu olhar vê-se experiência. Experiência e um certo prazer por perigo. Algo que o próprio Elyon conhece bem.
- Você entende agora, Ulisses? - Ele pergunta.
Elyon jamais o viu na vida.
- Nada. Eu não sei nada. Eu só sei que ela tá aqui porque ouvi uma conversa dos Templários. - É a única resposta que Kurt tem de sua esposa.
Enquanto isso, lá em cima...
- Mas é claro. Não tenho por que desconfiar de você. - Marie não conseguiu identificar exatamente o que ela quis dizer com isso, se é que havia alguma mensagem subliminar.
Ela começa a se dirigir até o elevador, apenas encostando a porta atrás de si.
Uma vez no hall dos elevadores, Lauren recebe um telefonema logo após chamar um deles. Como Senescal, não é de se espantar quantas vezes por hora ela saca aquele celular.
- Lauren. - Ela atende. - Aham, entendi... Não, não precisa. Continue com o que eu te especifiquei, deixa que eu cuido disso. - Estranhamente, ela chama outro elevador. É verdade que em prédios tão grandes cada elevador visita conjuntos de andares diferentes, mas este atende os exatos mesmos andares que o anterior.
- É claro, mon cher. - sorria de modo empatico, olhando para a senescal com alguma confiança... Ou pelo menos era isso que estava claro em seu olhar. No fundo, ainda tentava analisar as palavras de Lauren e se ela acreditava realmente naquilo. Caminhou lado a lado com Polignac de volta para o hall dos elevadores, andando animada. Havia sido uma boa noite, uma boa visita ao Elysium. Havia ganho alguns pontos, algumas responsabilidades... Talvez mais um laço. Apertou o botão do elevador, olhando de canto para Lauren. - Não nos acompanhará? - sorriu de canto, dizendo cada palavra informalmente.
Lauren tampa o celular e olha de canto de olho para Marie. Um sorriso maroto surge no canto de sua boca.
- Esse aqui vai chegar mais rápido. Vocês podem me acompanhar se quiserem.
- Ótimo, vamos acelerar as coisas. - Polignac toma a dianteira. - Quanto antes eu chegar em casa hoje melhor.
- Oh. - não tinha realmente intenção de pegar o mesmo elevador que Lauren e até mesmo surpreendeu-se pela disposição de Polignac de manter-se no mesmo espaço que a LaSombra por mais alguns minutos. Porém, acabou dando de ombros - Claro... - olhou para sua mestra, dando uma piscadela para ela - Algum lanche lhe aguarda, minha querida? - havia malicia implicita em sua voz.
- Eu não tô nos meus melhores dias. - Polignac responde sem malícia. - Preciso de um banho quente e... - O elevador chega, ela é a primeira a entrar. - sabe, apenas não estou com disposição pra esse tipo de diversão hoje.
Kurt está ao lado da sua esposa, que segura o bebê. O elevador estava subindo, mas para no meio do caminho para receber mais passageiros. Há três mulheres muito bem apessoadas ali. A primeira entra matracando algo, provavelmente no meio de uma conversa.
Logo atrás dela, uma outra de vestido justo ao corpo e cabelo preso, com um olhar profissional. Lhe passa um ar de secretária
- "HMMMMM ferrou" -Penso
Marie nota que já há pessoas no elevador. Estranhamente, uma família. Um homem de chapéu, uma mulher asiática e um bebê muito novo em seu colo. Lhe dói ver uma criança hoje, desenterra memórias que ela já havia enterrado no começo da noite.
Em todo o caso, as outras duas já entraram.
Marie; Perceber
Percepção+Prontidão = 5 / Dif = 6
9, 2, 8, 4, 7 = 3 sucessos
Percepção+Prontidão = 5 / Dif = 6
9, 2, 8, 4, 7 = 3 sucessos
Marie nota que o botão da cobertura está apertado. Esse elevador vai direto para cima, caminho totalmente oposto ao tal do subterrâneo. Lauren pareceu não se importar com isso, Polignac provavelmente nem percebeu.
- - Tempo louco né? - Kurt tenta puxar papo
Kurt olha para a esposa. - E ai Marié como está nosso filho?
- Franziu o cenho, analisando sua mestra. Eram raras as vezes que Polignac negava diversão, somente quando algo sério acontecia... E a mudança havia acontecido depois do encontro com Lauren. - Bem... então um banho é realmente o que pode lhe ajudar, nesses casos. - Falava com um pequeno sorriso, apertando de leve a mão de Polignac mas logo a solta quando o elevador abre as portas. Ia entrando e seguindo as outras duas cainitas quando via a família com o bebê no colo... Seu coração parecia doer na mesma hora, como se uma estaca o tivesse atravessado. Quase podia sentir cada um de seus filhos em seu braço novamente... Esquivou o olhar, pisando dentro do elevador e se colocando um pouco mais distante de todos, próxima dos botões. Sim, ficar naquele ambiente lhe amargurava. De relance, viu um dos botões apertados, o da cobertura... O que eles iriam fazer lá? Marie não respondia aos comentários, estranhamente silenciosa.
A tal "secretária" parece estar ocupada ao telefone. A outra, preocupada com a própria vida, nem se dá ao trabalho de olhar para a cara de Kurt. - Toda essa história do... gordo... - Ela disfarça. - Me deixou irritada. Esse tipo de coisa estraga meu dia, sabe? - Ela continua matracando.
Kurt, afinal, fala sozinho.
Sua esposa, por outro lado, lhe responde. - Ele tá bem quietinho. Acho que tá tudo bem. - Ela diz, lhe ninando um pouco.
A porta do elevador se fecha. Ele começa a subir.
Marie repara que Lauren apenas deixa subir. Ela não apertou nenhum botão.
44... 45... 46... 47...
- Você já encontrou o rapaz? - Ela espera a resposta. - Sim, já estou cuidando disso. Aham, eu sei. Pode deixar.
52... 53... 54...
- Kurt boceja...
- E quando tudo isso acabar vai ser como se nada tivesse acontecido, sabe. Mas no fundo eu sou assim, me irrito muito fácil com essas coisas. Acho que me preocupo demais. Sou uma boa pessoa, entende? - Marie sabe que foi uma piada.
65... 66... 67... 68...
- - Vocês trabalham aqui? - Kurt pergunta.
- Afinal, ela rapidamente lança a pergunta - Vão para a cobertura? - Seu tom de voz era alegre e animado, impedindo que Polignac dissesse qualquer coisa mais a respeito do que estava sentindo enquanto olhava diretamente para o rapaz. E nem mesmo sua mestra parecia notar que o elevador estava indo para o caminho contrário ao qual ela queria.
Lauren olha para Marie e Kurt, satisfeita. As duas perguntas podem ser respondidas com uma só resposta, afinal. Mas ela não os responde de imediato. Ao invés disso, continua falando no celular:
- Sim, eu estou com eles no elevador. O sinal vai cair agora. - Agora? Mas elas já entraram no elevador há...
Súbito, escuridão.
- *olha pros lados procurando o Fim*
Silêncio absoluto.
- - FIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMM!!!!!!!!!! - Kurt GRITA!
Ele se coloca na frente da esposa assim que as luzes se apagam.
- Era estranho, sempre estranho quando caia nas sombras profundas, habilidades de cainitas como Lauren. Porém, só sentia pelo pequeno bebê, começando a entender a razão de Lauren querer ir naquele elevador. Então talvez... pelo menos o bebê ela pudesse salvar. Ampliou seus sentidos para pelo menos ter alguma noção do que estava acontecendo, mas não se moveu. Não tinha a intenção de atacar a família... Não era seu dever. - Deixe-os vivos para que possamos interrogá-los. - era tudo o que dizia, ciente de que Lauren e Polignac lhe ouviriam... Mas se lhe obedeceriam, era outra história.
Auspícios 1.
Não foram só as luzes que simplesmente apagaram. Kurt Marshall tem todos os sentidos amortecidos. É como se ele estivesse em um sonho, um sonho muito ruim.
Ele mal consegue respirar, sufocado pela escuridão tangível. Ele pode sentir seu corpo sendo pressionado, como se a própria escuridão estivesse disputando espaço ali com ele. Quando grita, não pode ouvir sequer sua própria voz.
- FIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM-GUH-mmm-ugh - Marie é capaz de ouvir a voz fraca do mortal sendo sufocada. Provavelmente alguém o pegou. Talvez já esteja morto.
Algum tipo de membro, como um tentáculo, agarra o pescoço de Marshall no escuro e o levanta. O que é indiferente, já que ele já não conseguia respirar antes. Ele tenta se debater inutilmente. A... "coisa"... é muito mais forte que ele. Conforme seus sentidos vão apagando de vez, ele só consegue pensar em como seu filho deve estar agora. Que ideia imbecil, trazer um bebê para um covil de monstros.
Sua visão é a última a embaçar. A última coisa que ele consegue ver é o fogo começando a se alastrar pelas paredes e teto do elevador. Engraçado, parece que Fim é capaz de iluminar essa escuridão afinal. Ele pode ver as luzes do teto iluminadas pelo fogo. Elas ainda estão acesas, mas é como se fosse um enfeite pintado no cenário. Elas não iluminam.
Só a luz de verdade ilumina. Fogo vivo, afastando as coisas ruins... Kurt apaga. (Vigor 2-2 = 0)
Em uma questão de segundo, Marie já pode ver novamente. Há um tentáculo segurando o homem pelo pescoço, levantando-o alguns centímetros acima do chão. Ele não se move. A mulher já desmaiou, provavelmente sufocada também. Mas acontece algo que a deixa em choque. O bebê. Ali, nos braços inertes da mulher caída e apoiada na parede, ele esperneia e chora. Chora em alto brado, chora como se tivesse todo o ar do mundo disponível para seus pequenos pulmõezinhos.
Mas ela não tem tempo para pensar nesse fenômeno. Ela só consegue ver porque, vindo de lugar nenhum, fogo começou a tomar conta do elevador. Com um tranco, a máquina para em meio ao caminho. Procedimento de emergência padrão.
Ela pode ver no olhar das outras duas o pânico bestial tentando emergir.
Marie; Medo Vermelho
Autocontrole = 3 / Dif = 8
9, 3, 8 = 2 de 5 sucessos
Autocontrole = 3 / Dif = 8
9, 3, 8 = 2 de 5 sucessos
- "Fogo..." Fechou os olhos, apertando com força as unhas contra a pele suave das mãos. Fogo... Fogo... Preferia agora aquela escuridão do que as chamas. "controle-se, pense numa saída... Um elevador que está subindo, não há saídas. "Se não há, as crie." Sua consciência quase sempre acertava... Então reabriu os olhos e apertou o botão de emergência, bombando todas as suas forças para seus nervos e músculos. Ser mecânica e precisa é tudo o que precisa agora. Ignorar as chamas, controlar a si mesma, não dar atenção pras mulheres de olhos vermelhos... Mas que inferno, por que não podiam lutar contra aquilo?! Já se virando para gritar com elas quando seus olhos focalizavam o casal inerte e o bebê chorando... Ele não tinha culpa de nada daquilo, pobre criaturinha humana... No momento seguinte, avançou sobre o casal e pegou da mulher asiática a criança e a protegeu com um de seus braços. Muito bem... elevador parado, restava procurar uma saída antes que aquilo se tornasse ainda pior para Marie.
Rapidez 2.
É Lauren quem cria a saída.
Com um toque contínuo repetindo-se, sinalizando que a emergência foi acionada, e o crepitar do fogo que solta fumaça negra dominando o ambiente, ela se recompõe e, com um golpe assustador, abre um rombo no vão entre as portas de ferro.
As duas portas grossas envergam e abrem espaço, que ela prontamente arromba com seus braços enquanto se permite urrar como um animal cheio de determinação e ódio.
A fumaça se espalha para fora, e Lauren é a primeira a sair. Atrás dela, Marie com o corpo da asiática e o bebê barulhento. Em terceiro, Polignac, respirando profundamente para manter o controle. O tentáculo de dentro da cabine arremessa o corpo inerte do humano por último.
Marie pode ver que estão no andar 77. Havia apenas um homem no hall. Aparentemente um mortal, com uma pasta executiva. Assustado com a cena sobrenatural, ele larga a pasta e corre corredor afora.
Lauren se levanta, limpa o excesso de fuligem do corpo e volta a falar no celular:
- Per? Ainda na escuta? Sim, eu já resolvi. Mas aconteceu algo estranho, depois você... Me dê um segundo. - Ela interrompe a conversa e apenas olha para o humano que foge. Um tentáculo surge do teto acima dele e lhe dá uma chicotada repentina. Como um boneco de pano, o gado vai ao chão... O pescoço completamente retorcido pelo golpe. - Depois você vê nas filmagens. Fogo surgiu de lugar nen... - E então, todas as luzes do andar falham e se apagam. Um silêncio mórbido toma conta. O ar fica pesado. - Mas que merda é agora? - Lauren tira o celular do ouvido mais uma vez, olhando atenta ao redor. Sua voz ecoa pelos corredores estranhamente vazios.
Polignac já não é uma donzela irritada. Ela está em completo alerta agora, recuando lentamente com as costas contra a parede, em uma sábia medida estratégica.
Assustado, o bebê também se cala.
- Afastou-se das portas ao ver a aproximação de Lauren, apenas limitando-se a assistir o que ela fazia. Nunca teria sido capaz de abrir as portas daquele modo, a cainita possuía uma força brutal... Saiu logo depois dela, colocando o corpo da mulher asiática no chão, mas o bebê permanecia em seus braços. Seu rosto estava tenso e concentrado, atenta as movimentações que aconteciam ao seu redor. Por mil demonios, o que estava acontecendo naquele prédio? Seu olhar recaía no bebê que ainda estava em seu colo quando as luzes se apagavam - até ele está sentindo... - murmurava, olhando agora para Polignac. - Vamos ficar perto uma das outras... Já vimos que paredes não são seguras, Polignac. Peça ajuda, Lauren...
Polignac encosta-se na parede. - O elevador tem paredes plastificadas. Isso aqui é pedra, não é inflamável. - Nota-se que ela está apostando suas fichas nessa teoria.
- Ora, eu... - "sou perfeitamente capaz de lidar com a situação", Lauren provavelmente ia dizer, mas perde as palavras quando a luz pisca no fim do corredor à frente. O que parece ser uma garota semi-transparente está "de pé" no teto, olhando para o grupo em frente aos elevadores. Ela fica ali por longos segundos nos quais todos ficam em choque, e então a luz pisca novamente e ela desaparece.
- Per, andar 77. Agora. - E ela finalmente desliga o celular.
A luz pisca novamente, e a garota aparece no mesmo corredor, "de pé" na parede, agora consideravelmente mais perto. A luz pisca. Ela desaparece.
- Mon Dieu... - murmurou, a voz fraca e com o medo claro. O fogo havia sido ruim... Mas aquilo. Aquela coisa... Era bem pior. Queria sair correndo dali, desaparecer... Por qual razão havia ido para o Elysium mesmo?! Culpa da Polignac! - Alguém... Sabe exorcisar? - É... O medo a fazia falar uma piadinha, olhando em pânico para as duas outras cainitas. Fantasmas, não havia se dedicado muito a seus estudos e se arrependia disso naquele momento, apertando o bebê contra o colo num gesto protetor. Fechou os olhos, pressentindo que quando a luz piscasse novamente, o fantasma estaria mais perto... - Vamos sair daqui... - suplicou.
Ninguém ri. Lauren dá alguns passos para trás, relutante. - Droga... - Parece ser difícil para ela admitir isso, mas ela não tem escolha. Polignac é a primeira a correr. Lauren segue seu exemplo, Marie também. As luzes piscam atrás das vampiras, mas ninguém olha pra trás.
- Ao ouvir os passos das duas cainitas, Marie via o pedido da sua suplica aceito e sem demora as seguia. Não olhava para trás, apenas procurava uma saida daquele corredor... Mas se era um fantasma, que sentido teria correr...? Poderia atravessar as paredes! O que diabos estava acontecendo ali, seria uma armadilha ou algo assim? - Lauren, alguma ideia?! - gritava para a lasombra, sem parar de correr.
Marie; Não apavorar-se
Coragem = 4 / Dif = 8
3, 1 (x), 10 (6), 10 (3) = 1 de 5 sucessos
Coragem = 4 / Dif = 8
3, 1 (x), 10 (6), 10 (3) = 1 de 5 sucessos
Lauren tem uma ideia sim, mas não parece ser muito útil para o grupo em geral. Marie nota que ela está correndo ainda mais rápido. Vitae, provavelmente.
O mesmo vale para Polignac. Mas o efeito de sua vitae é maior, pois ela repentinamente desaparece em um borrão que some de vista.
Sendo deixada pra trás, Marie nota as luzes piscando cada vez mais rápido atrás de si. Cada vez mais perto. Ela ouve um grito desesperado de menina que se aproxima rapidamente, muito mais rápido do que ela está correndo.
O bebê começa a chorar de novo, como se isso fosse ajudá-lo em algo.
- - seu passo logo se desacelera por alguns momentos ao ver que as outras a estão deixando para trás. É claro, a bela união cainita. Malditas sejam! Com certeza teria se arrepiado se seu corpo ainda apresentasse as funções humanas normais ao ouvir o grito da fantasma e sentia que a menina estava se aproximando. Era uma fantasma, o que poderia fazer se lhe alcançasse?! De qualquer modo, não se sentia tentada a testar as capacidades da fantasma e fez seu sangue correr mais forte nos musculos de suas pernas, preenchendo-os com mais de seu sangue cainita. [2 ps em destreza]
- .:
- Com um súbito frio interior, Kurt acorda. É um desconforto terrível ser acordado assim, ele tem um sentimento de tristeza induzido que demora à deixá-lo.
- Ssssshhhh - Ele ouve a voz de Fim mandando-o manter-se calado. - Venha... - Ele não o vê, mas sabe de que direção vem a voz. Ao seu lado, pode ver Marie também recobrando a consciência. Ela claramente sente o mesmo desconforto. Quanto à Nero, nem sinal dele.
Todas as luzes estão apagadas, mas ao menos não é a mesma escuridão do elevador. Ele está no hall do andar 77 agora. Ao seu lado pode ver o elevador com a porta arrombada e cheio de fuligem por dentro.- eu me arrasto na direção do som.
Marie provavelmente não pode ouvir Fim, mas segue o exemplo do marido. Ouve-se um grito aterrorizante feminino. Por um momento ela olha de relance para trás, mas imediatamente vira-se novamente, o rosto em completo choque. - Kurt... - Ela parece perdida, confusa e com medo.
- Por aqui... - A voz sibila, vindo de uma porta corta-fogo. As escadas, é claro.- Kurt cochicha para a mulher - Por aqui... - continua se arrastando na direção indicada por Fim.
Cochichando - Fim... o que é aquilo? E quanto vai me custar?
- Ssssshhh...
Kurt passa pela porta e vê os lances de escadas. E agora? Subir ou descer?- Cochichando - Fim, sobe ou desce?
Cochichando - Meu filho... preciso do meu... filho.
Sem resposta. Marie também passa e fecha a porta atrás de si. Está escuro agora.
- Kurt... Kurt, fala comigo... - Sua voz é chorosa.- - Amor?
- O que foi aquilo, Kurt? Cadê o Nero? Cadê o meu filho? O que a gente faz agora, Kurt?
Ela está claramente perdendo o controle. Talvez não seja a única, não é mesmo?- - Eu também estou preocupado com ele, mas o Fim vai proteger ele.
- Fim... meu filho... preciso dele.
Marie; Não apavorar-se
Coragem = 4 / Dif = 8
3, 1 (x), 2, 8 = 0 sucessos
Coragem = 4 / Dif = 8
3, 1 (x), 2, 8 = 0 sucessos
E então acontece tudo o que ela torcia no fundo de sua alma para não acontecer. A única coisa que lhe faria perder completamente o controle, que lhe instigaria pânico total e absoluto em sua mais pura forma: Um suspiro no cangote.
Marie perde completamente a razão de si. Ela tropeça e grita agora agindo como um animal apavorado, e não mais um monstro burocrático secular. Seus saltos quebram, seu vestido sobe, sua maquiagem se borra com lágrimas de sangue.
Lauren está correndo com os olhos fechados e a cabeça abaixada. Os gritos de Marie a fazem acelerar ainda mais o passo. Ela está plenamente consciente, mas não tem o menor controle sobre si. Medo. Pânico. Desespero. É tudo o que ela sente.
Por fim, como se tudo fosse uma brincadeira de mau gosto, as luzes se acendem de novo.
Lauren e Marie estão no meio do corredor, o retrato puro da derrota. Polignac já sumiu de vista há tempos
Retomando o controle, Marie nota que seus braços estão vazios. O bebê! Ela ouve a criança chorando, soluçando compulsivamente.
Ele está no meio do corredor, esperneando e balançando seus bracinhos inocentes. Deve tê-lo deixado cair quando perdeu o controle.
Nem sinal da garota morta.
- Num sinal instantâneo de reação ao medo, Marie abaixou-se ao sentir o fantasma tão perto que a respiração do mesmo lhe tocava a pele. Era o fim... A coisa a levaria para o inferno depois de tantos anos viva, uma aberração que matava para sobreviver. Encolhia-se no chão após tropeçar numa tnetativa de voltar a correr, esquecendo de qualquer coisa que não o medo que tomava conta de cada fibra de seu ser... Estava de joelhos no chão, a cabeça coberta pelos braços, apenas esperando... E nada, além de seus próprios gritos e os gritos do bebê existiam naquele corredor. O bebê! o havia soltado, devia te-lo deixado cair na segunda tentativa de fuga! Reabriu os olhos, deparando-se com as luzes acesas como se nada houvesse acontecido. Tudo o que fez foi arrastar-se de joelhos até a pequena criatura e a pegar nos braços, aninhando-o - calma... - sua voz tremia enquanto acariciava o rosto rechonchudo do pequeno. Lembrava-se ainda como era ser mãe, como era ter uma criança que chorava nos braços e como acalma-la - tudo vai ficar bem, vai ver só... - ainda sentia as lagrimas escorrendo por seus olhos, mas tentava impor tranquilidade em sua voz para acalmar o bebe.
Um grito de mulher no outro extremo do corredor. A primeira reação de Marie é de alerta, mas logo ela relaxa.
Ela vê Per vindo com os dois humanos. Ele segura as mãos de ambos em suas costas com uma firmeza inexorável. Seu paletó, impecável como sempre. Sua face, mais profissional que nunca. Lauren está ajeitando o vestido.
- Olha o que eu achei tentando fugir pelas escadas. - Ele diz.
- .:
- - Eu falei pra você ficar quieto... - Kurt é capaz de ouvir no pé de seu ouvido, e só ele.
- Ótimo, ótimo... - Lauren se recompõe, começa a agir como se nada tivesse acontecido. - Pegou o outro?
- - Cadê meu Filho, seu bando de sanguessugas?
Kurt pode ver o bebê nos braços de uma das mulheres. Seu estado é deplorável, ela está toda desgrenhada e seu rosto está cheio de sangue.
A princípio ele se assusta, pensa ser sangue de bebê, mas logo nota que a criança está inteira acalentada em seus braços.
- Sim, ele já está lá em cima. - Per responde.
- Kurt fala de forma imperativa - Devolva-o
Kurt se debate pra se soltar - Me larga seu armário de terno!
Sem maiores delongas, sua cabeça vai de encontro com a de Marie, e a partir disso está tudo escuro.
Lauren pega a mulher e coloca nas costas. Per faz o mesmo com o homem. Eles começam a caminhar pelo corredor.
- Vamos encontrar um local seguro? - falava com o bebe, livrando-se dos sapatos quebrados com um movimento rápido com os pés. No mesmo momento em que se colocava em pé, ouviu o grito de uma mulher que a fez ficar alerta novamente, protegendo a criança. Seus instintos se ativam novamente, mas logo se acalma. Limpou o rosto como pode com a manga da blusa, assistindo as pessoas chegarem. Apesar de seu estado deploravel, Marie já se compunha altiva. Havia sobrevivido, não é verdade? - Seu filho? Este que você colocou em risco trazendo-o até aqui? - sua voz era fria e acusatória... Não estava no melhor dos humores - Creio que não. - sequer olhou para Lauren, ignorando-a enquanto prosseguia pelo corredor com o bebê. O continuaria protegendo, obviamente.
O bizonho grupo caminha pelo andar vazio, e terminam por subir os próximos andares pelas escadas. Exigência de Lauren, por meras "questões de segurança". Polignac, por sua vez, realmente sumiu de vista.
Alguns minutos depois, eles finalmente chegam lá em cima. Com uma facilidade desconcertante, Lauren empurra as pesadas portas de mogno do único escritório do 102º andar. Gorgonier já está lá, ele foi avisado.
Ele admirava o quadro na parede, mas se vira para cumprimentá-los à distância.
- São todos? - Ele pergunta. Marie nota perfeitamente que há um rapaz amarrado à uma cadeira. É o do sobretudo, amordaçado e com um olhar arregalado de certo desespero.
- Sim. - Responde Per, o Algoz.
- Bom... Lauren, cancele o evento de amanhã. Peça desculpas ao Barão, diga que teremos que adiar um pouco.
- Claro. Com licença. - Solicita de uma maneira que Marie só vê quando ela se dirige ao Príncipe, Lauren sai do recinto.
- Coloque nas outras duas cadeiras, sim?
Per posiciona os dois humanos inconscientes nas cadeiras, amarra-os com cordas que já estavam esperando sobre a mesa e acorda um de cada vez despejando-lhes no rosto um copo d'água.
Kurt Marshall acorda. Ele está amarrado em uma grande cadeira de madeira. Seus braços pernas e testa estão bem firmes, impossibilitando-o até mesmo que ele vire o pescoço. Ele está virado para a parede, não sabe quanto tempo se passou nem onde está. Ele pode ouvir a respiração assustada de sua esposa ao seu lado, provavelmente na mesma situação. Também não há sinal algum de Fim.
- Me diga seu nome. - Uma voz que ele nunca ouviu na vida sai de poucos centímetros atrás de si. Lhe causa arrepios, é uma fragilidade desconcertante.
@Elyon
Elyon persegue sorrateiramente as três mulheres até o elevador. Ele vê quando Lauren chama um elevador e, após um telefonema, decide chamar o outro. Quando ele chega, há uma família composta por um homem, uma mulher e um bebê dentro. As três entram.
Ele nota que elas não apertaram nenhum botão, mas o 102 (último andar) já está pressionado. O elevador se fecha e começa a subir.
Elyon então corre até as escadas e começa a subí-las, mas é interrompido em meio ao caminho por alguém. Sombras dançam e rodopiam ao seu redor, deslizando disformes pelas paredes e, por fim, juntando-se em um único ser. Um homem alto, de camiseta e calça jeans. Apesar das roupas casuais, em seu olhar vê-se experiência. Experiência e um certo prazer por perigo. Algo que o próprio Elyon conhece bem.
- Você entende agora, Ulisses? - Ele pergunta.
Elyon jamais o viu na vida.
- Spoiler:
- Elyon observa o Lasombra com olhos frios e calmos. Ele não tinha como entender de fato tudo o que se passava, mas agia como se entendesse. Afinal, ele cultivava o hábito de nunca demonstrar fraquezas há anos, muito menos diante de outros cainitas.
O Gangrel acreditava que as escadas não possuíam câmeras. Mesmo assim, deu uma bela observada nos detalhes do ambiente antes de recompor-se em sua forma original.
- O presente de amanhã é uma emboscada. - Seja quem for, ele começa a explicar. - Será um Templário capturado, mas ele também é um Garou. O Barão Ruivo da Camarilla acha que o capturou, mas foi tudo armado para que ele o trouxesse direto para a colméia.Ele espera um pouco para que Elyon associe tudo.- Eles contataram um dos nossos Bispos, Elliot Springfield. Nos deram a chance de fazer um ataque depois que a emboscada começar. O Arcebispo acredita que seria idiotice, ele acha que é apenas um truque para que nos destruam junto.- É óbvio que é. Mas é aí que você entra. Nós iremos atacar a Camarilla no momento em que o Garou se soltar. Você é nossa garantia de que não seremos atacados por trás. Cace e destrua os Templários. Eles estarão em algum lugar nas redondezas, é claro. Se nós nos garantirmos e isso funcionar, todos que apoiarem o Bispo Springfield terão boa credibilidade para com ele, enquanto a moral do Arcebispo cai.- Te ofereço um papel fácil, mas vital. Não consegui pensar em outra pessoa melhor para isso, Ulisses. Considere como um investimento.- Ulisses observa o Lasombra com olhos frios e penetrantes. Humanos poderiam pensar que ele estava irritado, mas os cainitas do Sabá sabiam que aquele era o olhar de um profissional pronto para agir a qualquer momento.
-Entendi. Que bom que foi direto ao assunto, não estou com paciência para enrolação. Mas você esqueceu de responder a pergunta principal: Quem diabos é você?
- Geronimo. Sou um amigo de Springfield. - Sim, ele já ouviu falar de Geronimo. Springfield as vezes o cita em frases como "vou deixar isso com Geronimo" ou "deixe que Geronimo cuide disso", mas Elyon nunca o viu antes ou conheceu qualquer um que o tenha visto. Aparentemente ele passa mais tempo na forma de sombra do que na humanóide, afinal.- -E como sabe meu verdadeiro nome? - Elyon ia direto ao assunto.
- Eu precisava de algo que fizesse valer a sua atenção para que você viesse até aqui pessoalmente. Não foi difícil, o grupo de Kyria sabia seu nome na época, ele ainda estava registrado entre mensagens antigas e memórias semi-apagadas do Sabá daqueles tempos. - Se ele estiver falando a verdade nota-se que, como braço direito de Springfield, Geronimo possui acesso a certas credibilidades.- O fato de ter usado seu nome verdadeiro para atraí-lo irritou-lhe. Por alguns momentos, Elyon teve esperanças que algum de seus amigos, principalmente sua senhora, ainda não tivesse encontrado a morte-final. Afinal, ele não estava presente no momento em que sua senhora virou cinzas.
Contudo, Elyon não arriscaria seu pescoço por isso. Ele conhecia as leis do Sabá, e aquele não era um membro qualquer. Resolveu relevar, então, e aderir ao plano. O Gangrel tinha uma queda por adrenalidade, e poderia ganhar algo de útil com aquilo.
-Tarefa fácil? Hmm. - Elyon pronunciava tais palavras com um tom levemente irônico. - Eu sei que estamos falando de patéticos mortais, mas você não deveria subestimar tanto eles. Afinal, se eles possuem contatos entre os malditos Garous, que mais eles podem guardar na manga? Talvez o prisioneiro não seja o único.
- Mas é claro. São Templários. Uma vez por década, nós ouvimos de algum imbecil que foi pego por eles. Mesmo Ancillae caem quando abrem uma brecha na segurança. - Geronimo concorda. - Mas estou crendo que você é um profissional com muita experiência. Não consegui pensar em alguém melhor.- -Não estou recusando sua proposta, embora os meios que você tenha utilizado para me trazer até aqui tenham sido irritantes. Contudo, acho que vocês deveriam pensar mais nas outras possibilidades, ao invés de acreditar que aquela seria a única possível emboscada. Que informações possuem, além das que me passou?
- Achei coerente que você viesse ver pessoalmente o lugar. - Se Geronimo preveu o timing que Elyon chegaria para presenciar a Senescal apresentando a sala, ele realmente pensou em tudo. - Nossas informações são poucas, mas são mais do que a Camarilla tem disponível. Eles acreditam que o prisioneiro é um Templário inofensivo, provavelmente o trarão para interrogatório. O plano do Garou é se transformar e começar a... Bom, fazer o que Garous fazem. É suicída, mas ele pretende fazer o máximo de estrago antes de sucumbir, literalmente como um homem-bomba. Parece ter alguma mágoa pessoal envolvida. - Ele então começa a subir as escadas sem pressa. - Vamos indo, senão vai perdê-los. - E continua a falar. - O plano se baseia em atacarmos depois que eles tiverem derrotado o Garou, antes que comecem a se recuperar. Já temos gente direcionada para o grupo de Algozes - Os pássaros... - Outros para manterem a Capela ocupada - Ele disse "ocupada". Provavelmente não tem esperanças de realmente derrotar os Tremere. - e algumas distrações nos esgotos para obstruir a "Central de Inteligência". - Ele obviamente se refere aos Nosferatus. - O que nós não temos, contudo, é como prever o que os Templários pretendem fazer. O prédio é lotado de civis, então um ataque direto à construção está fora de questão. Provavelmente virão da maneira convencional, com suas farpas de madeira e garrafas d'água.- -Realmente, você pensou em tudo. A ideia que possuem para os templários é que sejam eliminados antes mesmo de entrarem no prédio, ou pretendem deixá-los agir contra a Camarilla antes? Se deixarmos que pensem que seguimos a linha de pensamento do Arcebispo, e deixar que façam um estrago aos Camarillas antes, faríamos com que todos saíssem de seus esconderijos para servir de reforços e por fim, quando a guerra entre eles já estivesse em andamento, poderíamos concluir o massacre. Ou poderíamos esperar que um dos grupos vencesse, para depois destruir o grupo restante, que com certeza estaria enfraquecido.
Geronimo fica alguns degraus em silêncio, até concluir:
- Você tem toda razão. Como eu não pensei nisso antes? Podemos fazer eles pensarem que não aceitamos a oferta. Adiamos o ataque até que a Camarilla tenha terminado o serviço e atacamos todos os postos de uma vez.
Mais alguns andares e ele para, sinalizando para que Elyon mantenha-se em silêncio. Ele parece olhar para os degraus acima, atento.Não demora muito para que Elyon comece a ouvir também. Mesmo sem sentidos aguçados, no silêncio é fácil ouvir os passos ecoando. Parece um grupo, vários andares acima, e eles parecem estar... Se afastando. Subindo mais.- Elyon volta a assumir a forma de roedor. Naquela forma, sua audição estaria ainda mais aguçada, além de sua velocidade tornar-se ainda maior. Ele acreditava que o diálogo com Geronimo tinha sido suficientemente esclarecedor, já que o ataque ainda seria na noite seguinte.
Como se tivessem ensaiado, o corpo de Geronimo lentamente começa a esvanecer nas sombras, até que ele se torne um com a escuridão. Elyon provavelmente não o verá de novo até a hora do ataque.- Elyon começa a subir as escadas rapidamente em busca do grupo que ouvira. No caminho, voltava a utilizar-se de sua ofuscação. Ele sabia que se Geronimo ainda estivesse próximo, provavelmente teria mais dificuldade para desaparecer, mas não se importava.
À uma distância segura, Elyon acompanha o grupo que sobe. Aparentemente aconteceu alguma coisa no caminho.
Há o cabeça dos Algozes de New York, Per. Um europeu altamente qualificado, o maior dos gaviões. Ele está usando seu terno impecável, luvas de couro preto e os óculos escuros, e carrega no ombro o que aparenta ser um humano inconsciente.
Também há Lauren, a Senescal de antes, carregando no próprio ombro o que parece ser uma humana, também inconsciente. Seu cabelo, antes preso e impecável, agora está desarrumado como se ela tivesse saído de uma montanha-russa.
Atrás dela, a mulher que ele viu antes mas não reconheceu (Marie). Ele pode ver que ela é a que está em pior estado. Sua maquiagem está toda borrada, misturada à sangue seco, o vestido está amassado e ela anda descalça. Há um bebê em seu colo, talvez recém-nascido, talvez com um ano de idade. Ela parece segurar ele com cuidado e até certo carinho.
Não há sinal da terceira mulher que ele havia visto, a Harpia Polignac. Só sobem os três, cada um carregando um dos humanos.
O bebê faz eventuais sons de bebê tranquilos mas, fora isso, eles sobem em completo silêncio.
Elyon não faz a menor ideia do que aconteceu com eles, nem por que eles decidiram terminar a subida de escada.
Eles fazem a longa subida até o andar 102, o último. Lá, todos se dirigem ao corredor. Elyon consegue se enfiar pela porta corta-fogo antes que ela se feche. O corredor do 102 é grande e espaçoso. Há uma larga janela contínua na parede toda, e é possível ver uma barra de ferro suspensa do lado de fora, onde gaviões de grande porte estão empoleirados, virados para fora. Também é possível ver que muitos outros sobrevoam os arredores do prédio, cortando os céus por todos os lados.
O andar inteiro possui apenas uma porta. Ela aparenta ser pesada, grossa e muito provavelmente é vedada. Não é difícil prever que é lá o escritório do caríssimo Toreador Gorgonier, pretenso Príncipe de New York e líder da Camarilla por toda a região da megalópole.
Elyon não é nenhum amador, ele sabe que se entrar ali há fortes chances de ser descoberto. Contudo, ele também sabe que se não entrar provavelmente não conseguirá escutar do que irão tratar. Em todo o caso, é para lá que o grupo que ele persegue está se dirigindo.- Elyon não vai arriscar sua cabeça por tais informações. Ele espera até que o grupo entre, para depois alojar-se próximo a porta e utilizar o máximo de seus sentidos para tentar captar os sons da sala sem entrar lá.
E assim é feito. Os sons que Elyon conseguirá escutar serão só os mais altos.
O primeiro é uma longa risada de alguém.
Depois, a porta se abre e sai somente Lauren de lá. Ela pega o celular e liga para alguém:
- Alô? Senhor Tonttorberg? Sim, sou eu de novo. Receio que tenho uma notícia ruim. Estamos cancelando o evento de amanhã. Não, Barão, o Príncipe agradece muito o presente e ainda pretende recebê-lo. Não encare como um cancelamento, encare como um adiamento. Estamos tendo algumas questões técnicas para resolver no Elysium, as quais requerem a total atenção de Gorgonier. Sim, sim. Espero que entenda. Novamente, nos desculpe pelo inconveniente. Mas é claro, se não for um incômodo continue em Nova Iorque. Sim, eu o contato.
Ela então desliga, arruma o cabelo e volta pra dentro.
Depois de uma longa conversa que ele não consegue discernir, ele pode ouvir um breve grito feminino que logo se cala, seguido da frase berrada por um homem "O QUE VOCÊS FIZERAM COM MINHA MULHER?". Não é difícil prever que estão interrogando os humanos.
Última edição por Gam em Seg Abr 29, 2013 11:18 pm, editado 1 vez(es)
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
- Spoiler:
Caminhava na mesma velocidade que o grupo pelos corredores, presa à criança como se ela fosse o motivo de sua sanidade naquele momento. A imagem da menina fantasma não saía de sua cabeça, perturbando-lhe... E se fosse uma de suas filhas voltando para lhe assombrar...? Merecia, havia sido uma péssima mãe. Talvez não houvesse lutado o suficiente por elas, talvez não tivesse orado o suficiente por suas vidas naqueles que foram os seus últimos dias. Fechou os olhos por alguns instantes enquanto seguiam o caminho até o 102º andar, contendo mais uma vez o sentindo que lhe atingia. Eram acontecimentos demais para uma única noite, emoções que há anos não lhe atingiam com tanta força. Amaldiçoava seus sonhos e os estranhos que haviam aparecido com aquela criança!
Quando seus olhos tornavam a se abrir, sua expressão eratão dura quanto o mármore que compunha as portas do escritório de Gorgonier. Raiva e desprezo eram as únicas coisas que dominavam seu olhar no momento em que observava o jovem sentado na cadeira. Sim, muitos ratos infiltrados nos domínios da Camarilla naquela noite, cabeças deveriam rolar. Como haviam permitido que tal coisa acontecesse, trazendo tamanho distúrbio aos seus frequentadores? Afastou-se do grupo, sentando-se em uma das poltronas dispostas pela sala, de modo que pudesse ver a todos os acontecimentos que se sucederiam ali. Mantinha as pernas cruzadas, os olhos fixos no casal e no Príncipe... Em seus braços, a criança repousava tranquilamente.
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Kurt desperta completamente imobilizado em uma cadeira, ele vira os olhos para um lado e para o outro. Sem nenhum sinal de "Fim", talvez tenha chegado o seu fim.
Uma respiração forte, provavelmente é sua esposa assustada com tudo aquilo.
Um vos lhe pergunta quem ele é... Não se sabe ao certo o motivo, talvez nem o próprio Kurt possa responder essa pergunta, mas sua primeira reação é uma gargalhada alta e insana...
- AAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHA!!!!
Uma lágrima escorre do olho direito mas ele tem em sua face um sorriso petrificado, talvez o pobre advogado esteja se dando conta agora te todo o problema que causara a sua esposa e filho, talvez seja o stress da situação, mas o que importa é que Marshall se encontra no limiar de sua sanidade.
Kurt Lembra de cada segundo daquela noite, do encontro com o Orangotango bizarro e de suas palavras "reconfortantes". Lembra de seu fechamento de acordo com "Fim", talvez o preço não valesse a pena, mas o que ele podia fazer?
Sua respiração era ofegante, ele afrouxaria gravata se pudesse usar as mão... Ele sente cansado, exaurido, ele falhou como marido, falhou como pai, falhou até como religioso e o pior, falhou como ser humano.
A dor que sentia era absurda, não era dor física, era sentimental, seu coração doía, sua alma estava em pedaços. Ele não poderia correr, talvez o "Fim" não pudesse mais ajuda-lo. Talvez ele não merecesse ajuda.
- Será que Deus me abandonou? - Pensou o pobre advogado, agora entre as lágrimas, mas com o mesmo sorriso petrificado.
- Deus... Se ainda pode me ouvir, minha alma de nada mais deve valer, mas por favor, poupe minha esposa e meu filho - Em seu íntimo, Marshall fazia o que achava ser seu último pedido à Deus.
As lágrimas cessam assim como o sorriso petrificado, dando lugar a uma expressão de tristeza profunda, ele pisca lentamente, toma fôlego. Ele sabia que estava cercado de Vampiros, afinal, o que poderia ter feito aquela escuridão tomar conta de tudo? É hora de colocar seu dom de oratória pra fora, é hora de falar o que sabe, é hora de falar, apenas falar... como o advogado que é.
*pigarro*
- Meu nome? - Sua voz era séria agora, talvez ele já estivesse tão louco que já não soubesse mais o que estava fazendo.
- Calma amor, vai ficar tudo bem - Ele fala pra esposa afim de tentar acalma-la
- Eu sou Dr. Marshall, um advogado criminalista, um mero humano. - Respondia a pergunta feita pela voz.
- Já pude presenciar alguns interrogatórios, antes que me pergunte o motivo de vir aqui, eu estou procura uma única pessoa, uma figura histórica... Acho que vocês sabem sobre a revolução francesa não é? Conhecem uma rainha que foi guilhotinada?
Se fossem humanos tudo aquilo não estaria acontecendo, ele imagina que aquele prédio pode estar infestado de vampiros, e ele imagina que estes devem te-lo feito refém, por que não perguntar pra eles? Afinal, a Maria Antonieta é vampira agora, não?
- Sim... estou procurando Maria Antonieta, a mãe da asiática minha esposa, a avó do bebê e droga da causa disso tudo. - Kurt engasga, e tosse um pouco.
- Alguém poderia trazer um copo de água sem gás e sem gelo para o interrogado, creio que como estou cooperando mereço ao menos isso... - Cinismo era um traço seu como advogado, mostrava que não estava intimidado com aquilo tudo, sim... Kurt não temia sua morte, temia a morte de sua família, mas ele não tem mais como protegê-los... Melhor contar o resto.
- Devem estar se perguntando, o que faria um humano ser louco de vir a um lugar cheio de vampiros? Ele quer morrer? Não... quero salvar minha família em troca de de lhes dar uma informação importante Não era o certo falar aquilo, mas suas capacidades cognitivas estavam abaldas, quando percebeu seu ato falho já era tarde.
- Na próxima noite vocês vão receber um pacote, não? Como eu sei disso? Ora eu apenas sei! Vocês são mesmo caçados pela igreja... - Risos
- Tudo isso, bem embaixo do meu nariz, isso é o que dá quando você é um Marshall e não se volta ao seu dom, foi isso que meu tio Mark disse quando rejeitei a possibilidade de usar meu dom para me beneficiar.... Mas enfim, não estamos falando de mim, e sim de vocês... Onde eu estava. Ah é! Pacote... - Seu cinismo poderia ser extremamente irritante se ele estivesse em um tribunal, mas não era o caso.
- Os templários... Eles cuidaram dos filhos da rainha... Dois são Lobisomens, um fugiu, e o outro é um templário, "embalado pra viagem" - Kurt vira os olhos para o lado como se falasse para esposa
- Desculpe querida, mas meu cunhado é louco, e eu não quero que você sofra por conta dele... Continuando, minha casa foi atacado pelo povo da igreja, então eu vim aqui pedir ajuda a mãe de minha esposa, afinal iss é problema de vocês e não meu, quero viver uma vida normal com minha família, se quiserem me matar só de raiva, não me importo, mas quero meu filho e minha esposa a salvo. Se algo acontecer a eles... juro que que faço Nova York afundar com vocês dentro. Tem suas respostas, agora deixem eles irem. - Kurt encerra fechando os olhos como se agora descansasse ou apenas esperasse a morte.
Uma respiração forte, provavelmente é sua esposa assustada com tudo aquilo.
Um vos lhe pergunta quem ele é... Não se sabe ao certo o motivo, talvez nem o próprio Kurt possa responder essa pergunta, mas sua primeira reação é uma gargalhada alta e insana...
- AAAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHA!!!!
Uma lágrima escorre do olho direito mas ele tem em sua face um sorriso petrificado, talvez o pobre advogado esteja se dando conta agora te todo o problema que causara a sua esposa e filho, talvez seja o stress da situação, mas o que importa é que Marshall se encontra no limiar de sua sanidade.
Kurt Lembra de cada segundo daquela noite, do encontro com o Orangotango bizarro e de suas palavras "reconfortantes". Lembra de seu fechamento de acordo com "Fim", talvez o preço não valesse a pena, mas o que ele podia fazer?
Sua respiração era ofegante, ele afrouxaria gravata se pudesse usar as mão... Ele sente cansado, exaurido, ele falhou como marido, falhou como pai, falhou até como religioso e o pior, falhou como ser humano.
A dor que sentia era absurda, não era dor física, era sentimental, seu coração doía, sua alma estava em pedaços. Ele não poderia correr, talvez o "Fim" não pudesse mais ajuda-lo. Talvez ele não merecesse ajuda.
- Será que Deus me abandonou? - Pensou o pobre advogado, agora entre as lágrimas, mas com o mesmo sorriso petrificado.
- Deus... Se ainda pode me ouvir, minha alma de nada mais deve valer, mas por favor, poupe minha esposa e meu filho - Em seu íntimo, Marshall fazia o que achava ser seu último pedido à Deus.
As lágrimas cessam assim como o sorriso petrificado, dando lugar a uma expressão de tristeza profunda, ele pisca lentamente, toma fôlego. Ele sabia que estava cercado de Vampiros, afinal, o que poderia ter feito aquela escuridão tomar conta de tudo? É hora de colocar seu dom de oratória pra fora, é hora de falar o que sabe, é hora de falar, apenas falar... como o advogado que é.
*pigarro*
- Meu nome? - Sua voz era séria agora, talvez ele já estivesse tão louco que já não soubesse mais o que estava fazendo.
- Calma amor, vai ficar tudo bem - Ele fala pra esposa afim de tentar acalma-la
- Eu sou Dr. Marshall, um advogado criminalista, um mero humano. - Respondia a pergunta feita pela voz.
- Já pude presenciar alguns interrogatórios, antes que me pergunte o motivo de vir aqui, eu estou procura uma única pessoa, uma figura histórica... Acho que vocês sabem sobre a revolução francesa não é? Conhecem uma rainha que foi guilhotinada?
Se fossem humanos tudo aquilo não estaria acontecendo, ele imagina que aquele prédio pode estar infestado de vampiros, e ele imagina que estes devem te-lo feito refém, por que não perguntar pra eles? Afinal, a Maria Antonieta é vampira agora, não?
- Sim... estou procurando Maria Antonieta, a mãe da asiática minha esposa, a avó do bebê e droga da causa disso tudo. - Kurt engasga, e tosse um pouco.
- Alguém poderia trazer um copo de água sem gás e sem gelo para o interrogado, creio que como estou cooperando mereço ao menos isso... - Cinismo era um traço seu como advogado, mostrava que não estava intimidado com aquilo tudo, sim... Kurt não temia sua morte, temia a morte de sua família, mas ele não tem mais como protegê-los... Melhor contar o resto.
- Devem estar se perguntando, o que faria um humano ser louco de vir a um lugar cheio de vampiros? Ele quer morrer? Não... quero salvar minha família em troca de de lhes dar uma informação importante Não era o certo falar aquilo, mas suas capacidades cognitivas estavam abaldas, quando percebeu seu ato falho já era tarde.
- Na próxima noite vocês vão receber um pacote, não? Como eu sei disso? Ora eu apenas sei! Vocês são mesmo caçados pela igreja... - Risos
- Tudo isso, bem embaixo do meu nariz, isso é o que dá quando você é um Marshall e não se volta ao seu dom, foi isso que meu tio Mark disse quando rejeitei a possibilidade de usar meu dom para me beneficiar.... Mas enfim, não estamos falando de mim, e sim de vocês... Onde eu estava. Ah é! Pacote... - Seu cinismo poderia ser extremamente irritante se ele estivesse em um tribunal, mas não era o caso.
- Os templários... Eles cuidaram dos filhos da rainha... Dois são Lobisomens, um fugiu, e o outro é um templário, "embalado pra viagem" - Kurt vira os olhos para o lado como se falasse para esposa
- Desculpe querida, mas meu cunhado é louco, e eu não quero que você sofra por conta dele... Continuando, minha casa foi atacado pelo povo da igreja, então eu vim aqui pedir ajuda a mãe de minha esposa, afinal iss é problema de vocês e não meu, quero viver uma vida normal com minha família, se quiserem me matar só de raiva, não me importo, mas quero meu filho e minha esposa a salvo. Se algo acontecer a eles... juro que que faço Nova York afundar com vocês dentro. Tem suas respostas, agora deixem eles irem. - Kurt encerra fechando os olhos como se agora descansasse ou apenas esperasse a morte.
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
- Spoiler:
Seu olhar tornava-se, a cada nova palavra do invasor, mais pesado. Não era possível realmente, era? Ele estar ali atrás dela. Ele estava brincando, aquilo deveria ser mais uma pegadinha de mau gosto de Polignac. Lembrava-se da revolução, o terror que gritava à sua janela... O começo do Fim. Gritavam por sua cabeça lá fora, enquanto ela se agarrava a seus filhos e dizia que tudo iria ficar bem. Todos já haviam partido de Versailles, ela preferira ficar ao lado de seu marido e Rei, mesmo não o amando... Eles estavam juntos até o fim. Até ela se curvar a vontade daqueles rebeldes, que não entendiam o quanto eram jovens... Queriam apenas a liberdade. Mas haviam nascido e sido escolhidos para um dever e era este o cobrado pelas dezenas de vozes na frente de seu Palácio.
Os olhos de Marie Antoinette se fecharam enquanto ela baixava a cabeça, apertando carinhosamente a criança em seu braço. Até quando aquelas memórias iriam invadir sua mente, incomodando sua já tão frágil paz? Aquele homem, desde seu primeiro encontro no elevador, lhe incomodava. Matá-lo era a única coisa certa a fazer, matar o mentiroso. Como sua Marie Therèse poderia estar viva e ainda por cima ser uma... uma... asiática, como aquelas mulheres que contratavam para apresentarem-se em suas festas? Ela sorriu ironicamente, abrindo os olhos para ver a criança que estava em seus braços. Era impossível, aquele não era seu neto. Sentiu vontade, por um mero instante, esbravejar com aquele Grande Mentiroso, rasgar a garganta dele e de sua família. Cortar suas cabeças como haviam feito com seu marido... Fazê-los sofrer como seus filhos haviam sofrido em suas mortes. Uma expressão de dor tomou o semblante de Marie... Nenhuma outra palavra importava, nada sobre pacotes, nada sobre informações. Não, nunca seria capaz de ferir aquele bebê, sendo verdade ou mentira o que aquele humano asqueiroso lhes contava. Nunca, em toda sua eternidade, havia ferido uma criança.
- Spoiler:
Distraída, a francesa roçava as pontas dos dedos na bochecha da criança que descansava em seus braços, quase ausente de tudo o que acontecia ali. Ouvia, porém, a respeito de seus outros filhos, mas ignorava... Seus bebês estavam mortos. Todos eles estavam mortos... Ela estava morta. - Todos os filhos de Marie Antoinette foram enterrados. Eu estava lá, eu presenciei sua dor enquanto, um a um, a morte os embalava em seus braços. Dois deles ainda eram bebês. Você mente. - Sua voz era calma e distante, mas a frieza era quase tocável em cada uma de suas palavras. - Como... Um homem francês e uma mulher austríaca - quase lhe enojava referir-se a si mesma daquele modo. Durante muitos anos fora perseguida e julgada por seu país de origem - Poderiam ter produzido uma criança asiática...? Você tem noção... Do quanto sua história não tem sentido, "advogado"? - não se dava ao trabalho de olhá-lo, seu auto-controle estava em jogo. Como ele se atrevia... A contar tamanha história sobre aquilo que lhe causava mais dor?
Última edição por Pri em Dom Mar 31, 2013 2:26 pm, editado 1 vez(es)
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Ele ouve uma voz ao fundo, parece destino, parece Deus... Mas poderia a Maria Antonietta estar falando com ele, afinal, o que ele disse mexeu com alguém, mexeu no emocional de alguém ali presente. Se é ela ou não, é hora de um bom chute, se for ótimo, recado será dado, se não for, já era, talvez ele nunca terá a chance de contar pessoalmente, mas suas palavras talvez corram até ela e ela salve sua filha e neto...
- Eu sei que é estranho, mas pense, você sabe o que os templários fizeram? Você sabe o que eles podem fazer? Eu custei um pouco a acreditar que minha esposa fosse sua filha... - *suspiro*
- Só pense, como eu saberia quem é você e que exatamente está aqui? Se tem dúvida pergunte a ela, pergunte algo a sua filha. eu não posso provar algo que não vivi. - Kurt engasga.. tosse... toma folego e retoma.
- Olha, hoje de manhã quando acordei não pensava, "existem vampiros, preciso comprar uma estaca" e nem que a igreja tinha caçadores e coisas do gênero, eu só não pude ignorar o que minha esposa falou, pois eu sei que existem mais coisas nesse mundo... mas isso não vem ao caso. O que importa é que se você sair cortando cabeças assim como os revolucionários fizeram um dia com os membros da corte francesa, você vai acabar matando sua filha! Vai mesmo simplesmente fazer isso? Ela me disse que os templários fizeram algo pra mudar a aparência dela, cara... até plástica sendo muito bem feita e ela seria irreconhecível. Minha casa foi atacada por templários... Droga! Eu sou só um pai tentando proteger seu filho, um homem tentando proteger sua família! Será que você não tem mais nada de mãe nesse coração? Se é que você ainda tem um.
- Eu sei que é estranho, mas pense, você sabe o que os templários fizeram? Você sabe o que eles podem fazer? Eu custei um pouco a acreditar que minha esposa fosse sua filha... - *suspiro*
- Só pense, como eu saberia quem é você e que exatamente está aqui? Se tem dúvida pergunte a ela, pergunte algo a sua filha. eu não posso provar algo que não vivi. - Kurt engasga.. tosse... toma folego e retoma.
- Olha, hoje de manhã quando acordei não pensava, "existem vampiros, preciso comprar uma estaca" e nem que a igreja tinha caçadores e coisas do gênero, eu só não pude ignorar o que minha esposa falou, pois eu sei que existem mais coisas nesse mundo... mas isso não vem ao caso. O que importa é que se você sair cortando cabeças assim como os revolucionários fizeram um dia com os membros da corte francesa, você vai acabar matando sua filha! Vai mesmo simplesmente fazer isso? Ela me disse que os templários fizeram algo pra mudar a aparência dela, cara... até plástica sendo muito bem feita e ela seria irreconhecível. Minha casa foi atacada por templários... Droga! Eu sou só um pai tentando proteger seu filho, um homem tentando proteger sua família! Será que você não tem mais nada de mãe nesse coração? Se é que você ainda tem um.
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Kurt e Marie
Quando o dito advogado desanda a falar, Per chega a dar um passo em direção à ele, mas Gorgonier o para com um gesto. Ele quer ouvir.
Gorgonier se mantém calado e permite que o humano apavorado vomite tudo o que sabe, detalhe por detalhe. No meio do discurso, Lauren volta para a sala, mas não interrompe. Ele mantém a expressão impassível quando Marie Antoinette é jogada pra dentro da história. Quando memórias e sentimentos completamente humanos ressurgem dando-lhe um tapa na cara após tantos anos. Ele se mantém calado.
De olhos fechados, virada para a parede, a asiática apenas se mantém calada até que Kurt inevitavelmente à coloca no meio também.
Ela respira fundo.
- É mentira. - Ela diz, séria. - Eu menti, me desculpe Kurt. Eu fui treinada para matar Marie Antoinette. Você não tinha que saber, te colocar no meio foi um improviso de última hora. - E respira fundo de novo. - Eu nunca vi essa mulher antes. O bebê também não é meu, é adotado. E o pacote não é um Garou. Ele realmente é um Templário capturado, e toda essa história era para ganhar tempo enquanto uma equipe especializada tenta resgatá-lo neste exato momento.
Kurt não consegue dizer exatamente o que acontece a seguir, mas ele ouve um tranco e um breve grito assustado de sua esposa que logo se cala.
O silêncio toma conta.
Enquanto isso, a mente de Marie Antoinette está a mil por hora.
A criança não possui sequer um traço asiático. Na verdade, ela praticamente pode ver seus próprios traços ali. Ou será sua mente lhe pregando peças?
Quando o dito advogado desanda a falar, Per chega a dar um passo em direção à ele, mas Gorgonier o para com um gesto. Ele quer ouvir.
Gorgonier se mantém calado e permite que o humano apavorado vomite tudo o que sabe, detalhe por detalhe. No meio do discurso, Lauren volta para a sala, mas não interrompe. Ele mantém a expressão impassível quando Marie Antoinette é jogada pra dentro da história. Quando memórias e sentimentos completamente humanos ressurgem dando-lhe um tapa na cara após tantos anos. Ele se mantém calado.
De olhos fechados, virada para a parede, a asiática apenas se mantém calada até que Kurt inevitavelmente à coloca no meio também.
Ela respira fundo.
- É mentira. - Ela diz, séria. - Eu menti, me desculpe Kurt. Eu fui treinada para matar Marie Antoinette. Você não tinha que saber, te colocar no meio foi um improviso de última hora. - E respira fundo de novo. - Eu nunca vi essa mulher antes. O bebê também não é meu, é adotado. E o pacote não é um Garou. Ele realmente é um Templário capturado, e toda essa história era para ganhar tempo enquanto uma equipe especializada tenta resgatá-lo neste exato momento.
Kurt não consegue dizer exatamente o que acontece a seguir, mas ele ouve um tranco e um breve grito assustado de sua esposa que logo se cala.
- Spoiler:
- O que aconteceu com a asiática que Kurt não consegue ver foi:
Gorgonier puxa abruptamente a cadeira, deixando-a inclinada com o rosto virado para cima. Ele encara profundamente a mulher e, por longos momentos, os olhos de ambos estão arregalados. Ninguém na sala ousa interromper, todos sabem exatamente o que está acontecendo.
Dominação. Leitura mental. É estranho ele não usar quaisquer palavras pra isso, mas é o que se esperaria de um Ancião.
O silêncio toma conta.
Enquanto isso, a mente de Marie Antoinette está a mil por hora.
Marie; Reconhecimento
Inteligência+Prontidão = 5 / Dif = ?
1(x), 7, 7, 3, 10 (7) = ?
Inteligência+Prontidão = 5 / Dif = ?
1(x), 7, 7, 3, 10 (7) = ?
A criança não possui sequer um traço asiático. Na verdade, ela praticamente pode ver seus próprios traços ali. Ou será sua mente lhe pregando peças?
Última edição por Gam em Seg Abr 29, 2013 11:16 pm, editado 2 vez(es)
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Ao ouvir as palavras de sua esposa, ele não entende, ela queria tanto proteger o irmão? ela não podia ter mentido antes e se fosse realmente treinada pra matar a Marie Antoniette... Ela estaria muuuito mal preparada.
Kurt escuta um baque, sua mulher não fala mais nada, talvez tenham matado ela, talvez ele fosse o próximo... Mas sua única reação foi gritar...
- O QUE VOCÊS FIZERAM COM MINHA MULHER??? - Ele estava desesperado, a vida dele estava ruindo e não sabia como concertar as coisas. Seu filho estava vulnerável, sua esposa podia estar morta agora. No seu íntimo ele praguejava os vampiros naquela sala, ele tinha que fazer algo... Mas começava a urrar como um animal.
Ele precisa fazer algo, mas com suas mãos atadas literalmente, o que fazer? Ele se debate, seu desejo é sair dali a arrancar a cabeça de todos naquele recinto. Os urros de fúria, mostravam que pelo visto não são só os vampiros que tem a besta dentro de sí... Era um homem querendo proteger sua família, um instinto primitivo e um desejo puro. Kurt se debate até a exaustão, mas sua alma permanece inquieta, seu desejo é um só... a morte de todos ali e salvar seu filho.
Kurt escuta um baque, sua mulher não fala mais nada, talvez tenham matado ela, talvez ele fosse o próximo... Mas sua única reação foi gritar...
- O QUE VOCÊS FIZERAM COM MINHA MULHER??? - Ele estava desesperado, a vida dele estava ruindo e não sabia como concertar as coisas. Seu filho estava vulnerável, sua esposa podia estar morta agora. No seu íntimo ele praguejava os vampiros naquela sala, ele tinha que fazer algo... Mas começava a urrar como um animal.
Ele precisa fazer algo, mas com suas mãos atadas literalmente, o que fazer? Ele se debate, seu desejo é sair dali a arrancar a cabeça de todos naquele recinto. Os urros de fúria, mostravam que pelo visto não são só os vampiros que tem a besta dentro de sí... Era um homem querendo proteger sua família, um instinto primitivo e um desejo puro. Kurt se debate até a exaustão, mas sua alma permanece inquieta, seu desejo é um só... a morte de todos ali e salvar seu filho.
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
Idade : 31
Localização : São Paulo
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Inclinou ligeiramente a cabeça para o lado, olhando para o advogado como se ele fosse uma pessoa mentalmente instavel - o que de fato ele estava parecendo ser, naquele momento. - Tudo o que eu sei, é que eles foram responsáveis pela guarda durante o cárcere de Marie Antoniette - usava a pronúncia francesa de seu nome - E todos que sabem um pouco de história sabem quem eram os templários, monsieur. - Sorriu de canto, levantando-se da poltrona onde estava para então começar a se aproximar do humano, carregando aquele que ele dizia ser o neto de Marie Antoinette com um dos braços - Você está trabalhando com meias verdades, humano. Suposições em demasia. - dirigiu um pequeno olhar para Per como se pedisse a ele permissão para aproximar-se do "prisioneiro", o mesmo olhar ela dirigia ao Príncipe. Era uma história que lhe envolvia, envolvia a memória de seus filhos... Então se sentia no direito de tiar aquilo à limpo.
Se aquela mulher era quem Marshall dizia que ela era, por qual razão não notou nela nenhum reconhecimento? Nem mesmo a raiva a estranha havia exibido, raiva por talvez acreditar que sua mãe era um monstro, como aquele humano parecia acreditar. Por ter-lhe deixado, mesmo tendo a eternidade a seu dispor. Realmente a história parecia sem pé nem cabeça. Plástica, naquela época...? só com ajuda de cainitas, ela sabia bem. Ninguém sobreviveria a uma cirurgia daquele tamanho, tinha certeza... A medicina não era como é hoje, até mesmo testes em corpos humanos eram proibidos pela igreja. E, caso o fizessem, estariam indo contra s próprias regras... Será que esse mero humano sabia dessas coisas? - Será que você conhece a verdade sobre a história... Marshall? - caso tivesse sido permitida a se aproximar dele, pararia a dois passos do homem e se curvaria diante dele - Seu filho crescerá imaginando o que deu na cabeça do pai para trazê-lo ao covil de seres... Sem coração.
Seu sorriso, no final de suas palavras, carregava uma ameaça implícita. Como se somente nesse momento houvesse surgido algo de seu interesse na conversa. Tornou a ficar com o corpo ereto, dando alguns passos para trás para conseguir ver a asiática confirmar todos os seus pensamentos a respeito de toda aquela história absurda.Apenas por um detalhe que estava correto: um pacote para ser entregue... O príncipe tinha inimigos templários? Olhou para ele de relance, franzindo o cenho. Mas o pacote não estava ali, então porque causar todo aquele estardalhaço dentro do Elysium?
O grito da mulher, a reação do humano... A atitude que Gorgonier tomava. Aquilo iria resolver os problemas, traria a verdade à tona. - Lauren. - ela chamava, baixando o olhar para o bebê que estava em seu colo. Tão pequeno e já jogado aos leões daquele modo por alguém que dizia amá-lo. - Entre em contato com nosso querido Arconte e pergunte a ele como está o presente do Príncipe, por favor. - não havia razão para impedir algo de ser dito naquele momento... Afinal, ela mesma já desejava o sangue daquele humano para diminuir toda a angústia que sua presença havia lhe imposto. E, estranhamente, tudo aquilo parecia estar mexendo demais com ela, trazendo de volta uma humanidade que não desejava para si. A ponto de ver naquela criança traços próprios de sua família ao invés de traços asiáticos... Sua mente estava lhe pregando peças. Manteve-se quieta como todos os outros, apenas aguardando o veridicto do Príncipe como todos os outros aparentavam estar e não cobrava da LaSombra o pedido realizado, pois sabia que ela estaria também aguardando o que o Príncipe traria de informações.
Se aquela mulher era quem Marshall dizia que ela era, por qual razão não notou nela nenhum reconhecimento? Nem mesmo a raiva a estranha havia exibido, raiva por talvez acreditar que sua mãe era um monstro, como aquele humano parecia acreditar. Por ter-lhe deixado, mesmo tendo a eternidade a seu dispor. Realmente a história parecia sem pé nem cabeça. Plástica, naquela época...? só com ajuda de cainitas, ela sabia bem. Ninguém sobreviveria a uma cirurgia daquele tamanho, tinha certeza... A medicina não era como é hoje, até mesmo testes em corpos humanos eram proibidos pela igreja. E, caso o fizessem, estariam indo contra s próprias regras... Será que esse mero humano sabia dessas coisas? - Será que você conhece a verdade sobre a história... Marshall? - caso tivesse sido permitida a se aproximar dele, pararia a dois passos do homem e se curvaria diante dele - Seu filho crescerá imaginando o que deu na cabeça do pai para trazê-lo ao covil de seres... Sem coração.
Seu sorriso, no final de suas palavras, carregava uma ameaça implícita. Como se somente nesse momento houvesse surgido algo de seu interesse na conversa. Tornou a ficar com o corpo ereto, dando alguns passos para trás para conseguir ver a asiática confirmar todos os seus pensamentos a respeito de toda aquela história absurda.Apenas por um detalhe que estava correto: um pacote para ser entregue... O príncipe tinha inimigos templários? Olhou para ele de relance, franzindo o cenho. Mas o pacote não estava ali, então porque causar todo aquele estardalhaço dentro do Elysium?
O grito da mulher, a reação do humano... A atitude que Gorgonier tomava. Aquilo iria resolver os problemas, traria a verdade à tona. - Lauren. - ela chamava, baixando o olhar para o bebê que estava em seu colo. Tão pequeno e já jogado aos leões daquele modo por alguém que dizia amá-lo. - Entre em contato com nosso querido Arconte e pergunte a ele como está o presente do Príncipe, por favor. - não havia razão para impedir algo de ser dito naquele momento... Afinal, ela mesma já desejava o sangue daquele humano para diminuir toda a angústia que sua presença havia lhe imposto. E, estranhamente, tudo aquilo parecia estar mexendo demais com ela, trazendo de volta uma humanidade que não desejava para si. A ponto de ver naquela criança traços próprios de sua família ao invés de traços asiáticos... Sua mente estava lhe pregando peças. Manteve-se quieta como todos os outros, apenas aguardando o veridicto do Príncipe como todos os outros aparentavam estar e não cobrava da LaSombra o pedido realizado, pois sabia que ela estaria também aguardando o que o Príncipe traria de informações.
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Lágrimas escorrem pelo rosto do já exaurido Marshall, quando um pensamento lhe vem a cabeça...
Meu filho... Ele não tem um traço asiático se quer... nem mesmo o cabelo. Os olhos claros poderiam ser um gene recessivo, mas... Nenhum traço asiático... A história de Tamamo, ou melhor Marie Theresé bate... mas... por que ela não assumiu?
Kurt está realmente no limiar de sua sanidade, se sente traído pela própria esposa, mas sabe que tem algo errado, ele está sob muita pressão para raciocinar direito, mas... Ele ainda tinha a verdade, sim, a crueza dos fatos, era a única coisa que lhe restava, já que em sua mente explodiam informações novas...
*Pigarro*
- Tem razão... qualquer um que tenha lido o suficiente os registros históricos saberia disso. Vou lhes fazer uma pergunta, são monstros seculares, talvez tenham a sabedoria para responde-la... - Kurt desafiava.
- Como podem ver, sou um humano como outro qualquer, não tenho absolutamente nada de especial, nada que me faça ter forças equivalentes as de vocês... então me respondam uma coisa... Porque que traria minha família pra morrer aqui? Como eu sei da existência de vampiros? Acho que vocês já puderam ver que amo minha família muito, então... Por que eu os traria aqui, mesmo sabendo do perigo? Minha casa... alguém atacou minha casa... os olhos brilhavam, um brilho branco... mas eu fugi com minha família de lá e busquei - Ele tenta reproduzir a pronuncia - Marie Antoniette... A ajuda daquela que é a mãe de minha esposa e avó de meu filho... Essa é a única pessoa que poderia manter em segurança os dois seres que mais amo no mundo... Eu os trouxe para um familiar e não para um monstro sem coração.
Kurt estava cansado... fechava os olhos e pensava em tudo que lhe foi dito naquela noite. Tinha que ter algo relevante... O orangotango disse para fugir com o garoto, mas ele não podia deixar a esposa.
As lágrimas param de correr, mas os olhos permanecem fechados... Kurt se concentra... Tem que haver algo, tem algo errado... e se...
- E se... - Ele faz uma pausa... como quem formula o que vai falar...
- E se... Tudo isso... Não passar de um jogo? Eu sou um peão... uma distração? Qual meu papel nisso tudo? - Ele volta a pensar por um momento, talvez seja um lapso de lucidez de Marshall, mas não deve ser ignorado...
- Todos temos inimigos, vocês não estão longe disso, mas quem ganharia e o que ganharia com minha vinda aqui? Quem saberia que tudo isso poderia acontecer? E se todos aqui, eu e vocês estivermos fazendo o jogo de alguém? - Os olhos de Kurt se abrem e em sua face reina a dúvida. ele sabia que alguém estava sendo beneficiado com todo o estardalhaço que ele causou, mas quem? E quem saberia que ele podia fazer isso? Talvez algo tenha saído dos planos da pessoa, mas... Não há como não pensar que isso pode estar sendo arquitetado por alguém.... Seriam os templários? Claro! Quem mais poderia ganhar com isso?
Meu filho... Ele não tem um traço asiático se quer... nem mesmo o cabelo. Os olhos claros poderiam ser um gene recessivo, mas... Nenhum traço asiático... A história de Tamamo, ou melhor Marie Theresé bate... mas... por que ela não assumiu?
Kurt está realmente no limiar de sua sanidade, se sente traído pela própria esposa, mas sabe que tem algo errado, ele está sob muita pressão para raciocinar direito, mas... Ele ainda tinha a verdade, sim, a crueza dos fatos, era a única coisa que lhe restava, já que em sua mente explodiam informações novas...
*Pigarro*
- Tem razão... qualquer um que tenha lido o suficiente os registros históricos saberia disso. Vou lhes fazer uma pergunta, são monstros seculares, talvez tenham a sabedoria para responde-la... - Kurt desafiava.
- Como podem ver, sou um humano como outro qualquer, não tenho absolutamente nada de especial, nada que me faça ter forças equivalentes as de vocês... então me respondam uma coisa... Porque que traria minha família pra morrer aqui? Como eu sei da existência de vampiros? Acho que vocês já puderam ver que amo minha família muito, então... Por que eu os traria aqui, mesmo sabendo do perigo? Minha casa... alguém atacou minha casa... os olhos brilhavam, um brilho branco... mas eu fugi com minha família de lá e busquei - Ele tenta reproduzir a pronuncia - Marie Antoniette... A ajuda daquela que é a mãe de minha esposa e avó de meu filho... Essa é a única pessoa que poderia manter em segurança os dois seres que mais amo no mundo... Eu os trouxe para um familiar e não para um monstro sem coração.
Kurt estava cansado... fechava os olhos e pensava em tudo que lhe foi dito naquela noite. Tinha que ter algo relevante... O orangotango disse para fugir com o garoto, mas ele não podia deixar a esposa.
As lágrimas param de correr, mas os olhos permanecem fechados... Kurt se concentra... Tem que haver algo, tem algo errado... e se...
- E se... - Ele faz uma pausa... como quem formula o que vai falar...
- E se... Tudo isso... Não passar de um jogo? Eu sou um peão... uma distração? Qual meu papel nisso tudo? - Ele volta a pensar por um momento, talvez seja um lapso de lucidez de Marshall, mas não deve ser ignorado...
- Todos temos inimigos, vocês não estão longe disso, mas quem ganharia e o que ganharia com minha vinda aqui? Quem saberia que tudo isso poderia acontecer? E se todos aqui, eu e vocês estivermos fazendo o jogo de alguém? - Os olhos de Kurt se abrem e em sua face reina a dúvida. ele sabia que alguém estava sendo beneficiado com todo o estardalhaço que ele causou, mas quem? E quem saberia que ele podia fazer isso? Talvez algo tenha saído dos planos da pessoa, mas... Não há como não pensar que isso pode estar sendo arquitetado por alguém.... Seriam os templários? Claro! Quem mais poderia ganhar com isso?
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
Idade : 31
Localização : São Paulo
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Marie e Kurt
Ninguém impede Marie Antoinette. Ninguém corta seu diálogo com o advogado, nem comenta nada.
Gorgonier, por fim, parece ter tomado sua decisão.
- Lauren, faça isso. Confira com o Barão Tonttorberg se está tudo bem com o prisioneiro. Diga que já resolvemos nossos problemas técnicos e que ele pode trazê-lo amanhã, como combinado. - Ele então se dirige à cadeira de Kurt Marshall e a inclina para trás, olhando-o nos olhos. A sensação de que vai cair a qualquer momento é incrivelmente desconfortante. - Quanto à você, advogado... Você tem toda a razão. Você faz parte de um jogo. Seu papel poderia acabar aqui e agora, mas eu vou deixar você participar do grand finale.
Uma coisa o conforta, apesar dos pesares. Kurt pode notar de canto de olho que Tamamo (ou Marie Thérèse?) ainda está viva, ofegando na cadeira ao seu lado. Ela só está estranhamente calada, como se tivessem acabado de afogá-la e depois trazê-la de volta à superfície. Está seca, contudo.
- Per. - Gorgonier continua. - Leve nosso casal com você. Mantenha-os seguros até amanhã, e tenha certeza de deixá-los bem confortáveis. Deixe o filhote com Marie Antoinette, ela parece ter tomado uma estranha afeição por ele. Quanto ao outro... - Ele olha para o quarto humano, que havia sido deixado de lado até agora. - Hank, não é mesmo? - O homem amordaçado consente com a cabeça, apavorado. - Deixe-o aqui comigo. Creio que temos muito o que conversar até o final da noite.
- Hora de nos recolhermos, meus caros. Amanhã teremos uma longa noite, quero todos bem descansados. E tragam seus melhores trajes, o Barão Ruivo gosta de grandes eventos. - É difícil ele se referir ao Barão por seu apelido. Gorgonier deve estar bem animado, por algum motivo.
Per levanta e leva Kurt e a esposa consigo. Lauren também se retira. Antes que Marie saia, o Príncipe lhe dá mais um pequeno alerta.
- E diga para Polignac sair do buraco que se entocou. Avise ela que Aparições se alimentam de medo.
@Elyon
Elyon observa enquanto todos partem para os elevadores. Ele nota, contudo, que o Príncipe ficou no escritório.
Enquanto Per com os dois humanos e a mulher com o bebê se afastam, Lauren fica para trás para fazer mais um telefonema:
- Barão? Sim, sou eu. Veja, nós resolvemos nossos problemas técnicos e o evento poderá ocorrer amanhã conforme planejado anteriormente. Pedimos desculpas pelo inconveniente, nós trabalhamos nele o mais rápido possível para não tomar seu tempo. Sim, todos os convidados já estão sabendo. Eles nem ficaram sabendo do adiamento. Aham. Fique tranquilo. Será no andar 13. Você precisará pegar o elevador para o 11 ou para o 14 e chegar até lá pelas escadas. Sim, é o nosso andar mais seguro. Perfeitamente. Estaremos aguardando. Boa noite, Senhor Tonttorberg.
Ela então desliga e parte também.
Ninguém impede Marie Antoinette. Ninguém corta seu diálogo com o advogado, nem comenta nada.
Gorgonier, por fim, parece ter tomado sua decisão.
- Lauren, faça isso. Confira com o Barão Tonttorberg se está tudo bem com o prisioneiro. Diga que já resolvemos nossos problemas técnicos e que ele pode trazê-lo amanhã, como combinado. - Ele então se dirige à cadeira de Kurt Marshall e a inclina para trás, olhando-o nos olhos. A sensação de que vai cair a qualquer momento é incrivelmente desconfortante. - Quanto à você, advogado... Você tem toda a razão. Você faz parte de um jogo. Seu papel poderia acabar aqui e agora, mas eu vou deixar você participar do grand finale.
Uma coisa o conforta, apesar dos pesares. Kurt pode notar de canto de olho que Tamamo (ou Marie Thérèse?) ainda está viva, ofegando na cadeira ao seu lado. Ela só está estranhamente calada, como se tivessem acabado de afogá-la e depois trazê-la de volta à superfície. Está seca, contudo.
- Per. - Gorgonier continua. - Leve nosso casal com você. Mantenha-os seguros até amanhã, e tenha certeza de deixá-los bem confortáveis. Deixe o filhote com Marie Antoinette, ela parece ter tomado uma estranha afeição por ele. Quanto ao outro... - Ele olha para o quarto humano, que havia sido deixado de lado até agora. - Hank, não é mesmo? - O homem amordaçado consente com a cabeça, apavorado. - Deixe-o aqui comigo. Creio que temos muito o que conversar até o final da noite.
- Hora de nos recolhermos, meus caros. Amanhã teremos uma longa noite, quero todos bem descansados. E tragam seus melhores trajes, o Barão Ruivo gosta de grandes eventos. - É difícil ele se referir ao Barão por seu apelido. Gorgonier deve estar bem animado, por algum motivo.
Per levanta e leva Kurt e a esposa consigo. Lauren também se retira. Antes que Marie saia, o Príncipe lhe dá mais um pequeno alerta.
- E diga para Polignac sair do buraco que se entocou. Avise ela que Aparições se alimentam de medo.
@Elyon
Elyon observa enquanto todos partem para os elevadores. Ele nota, contudo, que o Príncipe ficou no escritório.
Enquanto Per com os dois humanos e a mulher com o bebê se afastam, Lauren fica para trás para fazer mais um telefonema:
- Barão? Sim, sou eu. Veja, nós resolvemos nossos problemas técnicos e o evento poderá ocorrer amanhã conforme planejado anteriormente. Pedimos desculpas pelo inconveniente, nós trabalhamos nele o mais rápido possível para não tomar seu tempo. Sim, todos os convidados já estão sabendo. Eles nem ficaram sabendo do adiamento. Aham. Fique tranquilo. Será no andar 13. Você precisará pegar o elevador para o 11 ou para o 14 e chegar até lá pelas escadas. Sim, é o nosso andar mais seguro. Perfeitamente. Estaremos aguardando. Boa noite, Senhor Tonttorberg.
Ela então desliga e parte também.
Última edição por Gam em Ter Abr 09, 2013 8:41 pm, editado 1 vez(es)
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
Idade : 32
Localização : Rio de Janeiro
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
"Amo minha família..."
Seu olhar, em momento nenhum, vacilava ao fitar o olhar do humano. Embora em sua mente um mundo experimentações há muito esquecidas estivende acordando. Não, nada daquilo estava certo. Seus filhos e sua humanidade haviam ficado para trás em sua nova vida, nada mais poderia fazer por eles. Talvez o humano do qual havia bebido tivesse lhe transmitido um pouco da sua humanidade naquela noite, lhe trazendo sonhos de uma vida que já não era mais sua, não fazia parte de quem era. Não era mais a mãe de Marie Therese, de Louis Charles, Marie Sophie ou Louis Joseph... Era uma cainita em busca de um novo reinado, era uma rainha.... E não seria aquele humano com uma vida passageira regada à mentiras que trariam a humana que um dia havia sido, de volta.
Mas então havia aquele bebê em seus braços. Uma pequena vida que estava sendo usada por aquela mulher que mentia e usava uma vida inocente. Não era justo para o pequeno e a mulher deveria pagar pelo que havia feito. Nenhuma palavra mais era dita para o advogado. Marie limitava-se a observar a ele e ao Príncipe, ansiando por uma resposta. Somente através da ideia daquilo ser um jogo é que voltava a dar a Marshall algum sinal de sua atenção. Se fosse um jogo, quem seria o jogador? O Barão? Os tais Templários que a mulher dissera fazer parte? Sua cabeça já estava cansada daquilo tudo, preferia ter passado a noite brincando com seu rebanho... Tantas coisas teriam sido evitadas se houvesse negado o convite de Polignac. Mas também não havia conseguido alguns pontos com Gorgonier... Se ainda os mantivesse pelo menos, depois de todos os problemas que estavam sendo causados por pessoas que usavam seu nome. Maldito advogado e sua esposa, deveriam morrer ali mesmo! Talvez o Príncipe lhe deixasse ficar com eles... Podia até sentir os dentes coçarem com o desejo de morder seus pescoços e se vingar de toda a dor que eles haviam lhe causado. Era uma predadora, afinal de contas.
O toreador os dispensava, deixando votos de descanso e pedido de belos trajes. Aquilo parecia animar a cainita, pois poderia usar um de seus vestidos favoritos, dignos da rainha que era. A criança ficara sob sua responsabilidade, dada pelo Príncipe. Já que pelo jeito não havia quem cuidasse dela... Que mal havia em ter um novo bichinho de estimação? Concordou com uma mesura respeitosa, com o cenho se franzindo ao ser mencionado o nome de Polignac - Irei procurá-la... E pode me procurar durante o resto da noite se precisar de algo, senhor... É o mínimo que posso fazer depois de toda essa algazarra. - De fato, sentia-se culpada com todos aqueles acontecimentos daquela noite. Porém... Ainda restava um trabalho a ser terminado antes de ir para casa.
Com uma reverência respeitosa, deixou o escritório levando consigo a criança. Qual era seu nome? Olhando para ele, tentou supor também sua idade... Poderia pedir para um dos seus homens lhe trazer leite... Sorriu de canto, imaginando-se em uma loja de coisas para bebês. Aquilo mudaria sua rotina, com certeza. Parou na frente do elevador, olhando-o de esguelha... Não, dessa vez pegaria as escadas, só para evitar maiores problemas - ou as memórias de terror ainda estavam muito vivas em sua memória. Em cada andar no qual chegava, farejava o ar procurando o perfume de Polignac, usando seus sentidos aguçados de cainita para isso.
Auspicios on =3
Seu olhar, em momento nenhum, vacilava ao fitar o olhar do humano. Embora em sua mente um mundo experimentações há muito esquecidas estivende acordando. Não, nada daquilo estava certo. Seus filhos e sua humanidade haviam ficado para trás em sua nova vida, nada mais poderia fazer por eles. Talvez o humano do qual havia bebido tivesse lhe transmitido um pouco da sua humanidade naquela noite, lhe trazendo sonhos de uma vida que já não era mais sua, não fazia parte de quem era. Não era mais a mãe de Marie Therese, de Louis Charles, Marie Sophie ou Louis Joseph... Era uma cainita em busca de um novo reinado, era uma rainha.... E não seria aquele humano com uma vida passageira regada à mentiras que trariam a humana que um dia havia sido, de volta.
Mas então havia aquele bebê em seus braços. Uma pequena vida que estava sendo usada por aquela mulher que mentia e usava uma vida inocente. Não era justo para o pequeno e a mulher deveria pagar pelo que havia feito. Nenhuma palavra mais era dita para o advogado. Marie limitava-se a observar a ele e ao Príncipe, ansiando por uma resposta. Somente através da ideia daquilo ser um jogo é que voltava a dar a Marshall algum sinal de sua atenção. Se fosse um jogo, quem seria o jogador? O Barão? Os tais Templários que a mulher dissera fazer parte? Sua cabeça já estava cansada daquilo tudo, preferia ter passado a noite brincando com seu rebanho... Tantas coisas teriam sido evitadas se houvesse negado o convite de Polignac. Mas também não havia conseguido alguns pontos com Gorgonier... Se ainda os mantivesse pelo menos, depois de todos os problemas que estavam sendo causados por pessoas que usavam seu nome. Maldito advogado e sua esposa, deveriam morrer ali mesmo! Talvez o Príncipe lhe deixasse ficar com eles... Podia até sentir os dentes coçarem com o desejo de morder seus pescoços e se vingar de toda a dor que eles haviam lhe causado. Era uma predadora, afinal de contas.
O toreador os dispensava, deixando votos de descanso e pedido de belos trajes. Aquilo parecia animar a cainita, pois poderia usar um de seus vestidos favoritos, dignos da rainha que era. A criança ficara sob sua responsabilidade, dada pelo Príncipe. Já que pelo jeito não havia quem cuidasse dela... Que mal havia em ter um novo bichinho de estimação? Concordou com uma mesura respeitosa, com o cenho se franzindo ao ser mencionado o nome de Polignac - Irei procurá-la... E pode me procurar durante o resto da noite se precisar de algo, senhor... É o mínimo que posso fazer depois de toda essa algazarra. - De fato, sentia-se culpada com todos aqueles acontecimentos daquela noite. Porém... Ainda restava um trabalho a ser terminado antes de ir para casa.
Com uma reverência respeitosa, deixou o escritório levando consigo a criança. Qual era seu nome? Olhando para ele, tentou supor também sua idade... Poderia pedir para um dos seus homens lhe trazer leite... Sorriu de canto, imaginando-se em uma loja de coisas para bebês. Aquilo mudaria sua rotina, com certeza. Parou na frente do elevador, olhando-o de esguelha... Não, dessa vez pegaria as escadas, só para evitar maiores problemas - ou as memórias de terror ainda estavam muito vivas em sua memória. Em cada andar no qual chegava, farejava o ar procurando o perfume de Polignac, usando seus sentidos aguçados de cainita para isso.
Auspicios on =3
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Marie
@Kurt
@Marie, Kurt e Elyon
Tarde da madrugada.
O invasor de más intenções vai embora. O invasor de boas intenções fica sob custódia. Marie Antoinette volta para seu próprio refúgio, trazendo consigo um bebê. ("Você só pode estar brincando", diz Polignac)
Amanhece.
Os humanos de Marie Antoinette passam o dia cuidando do bebê. É a nova sensação na mansão. Enquanto isso ela sonha com cada uma de suas crianças sendo assassinadas, para no fim descobrir que foram suas próprias mãos que o fizeram.
Kurt Marshall dorme a maior parte do tempo, está cansado devido à noite longa. Nem sinal de seus macabros aliados o dia inteiro.
Elyon se entoca em algum lugar que julga ser seguro.
E então chega a grande noite...
Louis Charle... Ou melhor, Carlos, está amordaçado e vendado em algum recinto escuro em algum lugar. Ele não vê nada. Não sabe há quanto tempo está assim, nem se ainda está fedendo como antes. Talvez ele já tenha se acostumado com o próprio mal-cheiro.
Mas pode ouvir. Ele ouve a porta se abrindo. Pode ser alucinação sua, mas jura que pode sentir a luz tocando seu corpo. Ele sente as mãos frias e fortes o segurando pelos braços, o carregando.
Chegou o dia. Enquanto é carregado sem qualquer delicadeza, ele respira ofegante. Seu coração quer começar agora. Quer liberar tudo em uma explosão de fúria e matar cada um deles. Devorar suas tripas mortas, arrancar suas frágeis cabeças... Mas ainda é cedo. Ele se concentra, força uma respiração lenta.
Ele não pode se deixar dominar pela excitação.
Ele precisa guardar para o momento certo. Para a colméia. Para os monstros. Para ela.
Será o grande dia de sua vida miserável. Uma vida onde ele nunca conheceu felicidade. Uma maldição que ele só aguentou até agora graças à sua irmã e amante, seu único conforto. Mas tudo acaba hoje. Não importa quantos ele consiga destruir, ou o estrago que consiga fazer antes de cair, desde que consiga alcançar ela primeiro. O motivo de ele estar nesse mundo, de ter passado por tudo o que passou, por ser o que é. Sua mãe.
O salão do evento está lotado. O teto é relativamente mais alto que todos os outros andares do prédio, um truque simples de engenharia, mas com um efeito magnífico. É um enorme salão de teto alto bem no meio do Empire State. Não há corredores ou salas, e o único acesso é pelas escadas.
Todas as grandes personalidades da Camarilla de New York e adjacências se reunem no salão. Pequenas fontes em mesas posicionadas aos dois cantos da sala fluem sangue humano constantemente. Um enorme e magnífico lustre ocupa todo o teto. Ele é liso e negro, de uma negritude única e característica. Os mais experientes saberão tratar-se de tentáculos LaSombra. Cada tentáculo, completamente imóvel, segura um intrincado enfeite dourado completo de velas, cujas chamas são posicionadas de tal forma precisa que não tocam os tentáculos, mas ainda iluminam muito bem o ambiente. Uma verdadeira e polêmica obra-prima, cortesia de Lauren à pedido do próprio Gorgonier.
Quadros magníficos adornam as paredes. São imagens representando a antiga nobreza européia em hábitos cotidianos. Todos os rostos pintados parecem fitar o observador não importando o ângulo que ele se coloque. Os toreadores mais antigos já estão habituados às imagens, os jovens se vêem com certa resistência para parar de encará-las.
Há um delicado som ambiente. Um único carniçal, posicionado acima de alguns degraus à uma ponta da sala, toca uma música lenta no violino. É pupilo de Mestre Fourlon, todos bem sabem. Será um neófito um dia.
Nota-se que os Tremeres, em especial, vieram em peso. Há uns 7 ou 8 aqui, para quem reconhecê-los e se der ao trabalho de contar. Desde a Regente Felícia, sempre de branco, com seu vestido fino combinando impecavelmente com seus perturbadores olhos cegos sem pupilas, à um punhado de três neófitos que timidamente se reunem a um canto e cochicham entre si. Provavelmente os preferidos da Capela.
Outra presença ilustre é do clã Giovanni. Os irmãos Hermett e Leonora parecem bem a vontade. Ele com seu impecável tuxedo, ela em um belíssimo vestido formal indiano. Bem extrovertidos e simpáticos, eles estão separados, cada um conversando à um canto.
Algo curioso é que não há qualquer sinal dos Algozes. Provavelmente estão cuidando da segurança do prédio.
Nota-se que não há janelas. Um sistema de sprinklers pode ser visto no teto, e pesadas batentes de aço estão sobre as duas únicas entradas, que dão para as escadas. É um salão de eventos ideal, e também um lugar à prova de fugas. Chega a ser um pouco desconfortável estar ali depois que se nota isso.
E então, o violino é interrompido.
Uma verdadeira banda começa a entrar por ambos os portais, invadindo a festa conforme os convidados impressionados abrem espaço. Tambores enormes, mais violinos, uma sanfona, chocalhos e o que mais se tiver direito. Um homem vestido de bobo-da-corte passa ao redor da banda fazendo acrobacias e cantando. É chocante, perturbador, magnífico.
Quando toda a banda, sem nunca parar de tocar, já entra e se posiciona ao redor do baixo palco principal, entra o próprio. Ele, que gosta de grandes entradas, grandes impressões. O Barão Ruivo, o Arconte Tonttorberg. Em toda sua pompa, ostenta seu enorme barrigão e um sorriso enorme por baixo do grosso bigode ruivo. Ele se delicia com os olhares que o julgam conforme passa. Suas duas mãos estão nos bolsos do terno marrom xadrez, e atrás de si vêm oito humanos negros acorrentados em uma demonstração de racismo antigo e tradicionalista, todos fortes carregando acima da cabeça uma grande cadeira assemelhando-se a um trono. Sentado nela, completamente amarrado, com um saco tampando a cabeça e uma roupa casual em farrapos, a grande atração da noite.
Eles a colocam sobre o pequeno palco. Todos se aglomeram com suas taças em mãos, olhares interessados, como se aquele ser vivo amordaçado fosse um grande espetáculo. Monstros, sim, mas não muito diferentes dos humanos.
@Marie
Marie Antoinette está com Polignac, bem próximas de Gorgonier. O evento é um sucesso, como não podia deixar de ser. O nível é o mais elevado possível, e o gigantesco salão é mais que o suficiente para suportar todos e até um bom punhado de carniçais.
Como uma Camarilla antiga, ela reconhece praticamente todos os presentes. Os poucos que ela não sabe quem são, assume tratar-se de gente insignificante. Ela pode notar que Lauren caminha insensatemente de um lado a outro, mantendo as coisas em ordem.
E, o que a deixa mais intrigada, é...
@Kurt Marshall
Kurt Marshall e Tamamo estão no salão. Lhes foram dadas roupas dignas para o evento. É tudo extremamente surreal, como se ele estivesse em uma espécie de sonho macabro. Belíssimo, mas macabro.
Ele veste um terno bem apessoado e gravata borboleta, mas ela... Ela está fascinante. Lhe deram um enorme vestido, com uma cauda que arrasta atrás de si e belíssimos adornos. São todas figuras muito próprias e características, mas ela pode ser facilmente eleita a mais bela do local. É até difícil andar ao seu lado, dado o tamanho da saia do vestido, que se enche como um grande sino.
Também não há ninguém os vigiando, e nenhuma palavra foi dita sobre o por que de estarem aqui. Mas não é como se fosse preciso... Kurt está bem no meio do ninho de monstros. Mesmo que Tamamo conseguisse correr com essa tralha toda, é óbvio que eles os pegariam antes que sequer alcançassem as escadas. Não há por que tentar fugir.
@Elyon
- A cada andar que passava não sentia nenhum rastro de Polignac. ou ela estava muito bem escondida, ou já não estava mais no prédio... E Marie não estava mais tão disposta a lhe procurar mais a fundo do que aquele máximo que havia feito. No entanto, o Principe havia lhe dado aquela pequena tarefa... suspirou, olhando para o bebê em seu colo enquanto cruzava o térreo e sorriu levemente - Pessoas velhas vão ficando tolas com o tempo, pequeno. - sabia que o menino sequer entendia o que ela lhe dizia, mas ainda assim falava com a criança. Caminhou sem pressa para fora do prédio, procurando seu carro com o motorista. Iria para casa, depois de uma noite tão agitada, é claro... Tudo havia começado com um pequeno telefonema de Poignac.
É claro, o celular! Às vezes se esquecia da existência do pequeno aparelho. Uma vez dentro do carro, colocou a criança apoiada em suas pernas e discou o número de Polignac, esperando que ela lhe atendesse no caminho de sua casa.
@Kurt
- Spoiler:
- O Per vai vendar vocês e deixar em um quarto residencial com cama, armário, banheiro e uma janela que não abre.
Carniçais, que você obviamente não sabe que são carniçais, passarão o dia inteiro vigiando a porta.- Vou perguntar baixinho pra Marie Therese...
- Por que vc mentiu?
- Não menti. - Ela responde.- Você foi treinada pra matar sua mãe? E toda aquela palhaçada que você me fez fazer... foi pra distrair eles?
E o nosso filho... não é nosso?
Calada, ela se deita virada de costas.- eu vou perturba-la
assim...
vou e fico de frente pra ela
não adianta você fugir
chega de mentir...
você já mentiu de mais por uma vida
De olhos fechados, Tamamo permanece calada.- Você mentiu uma vida inteira pra mim
é mais velha do que eu por... centenas de anos...
e você sabe que eu estou nisso por sua culpa...
eu tenho o DIREITO de saber toda a verdade!
- pq vc está fazendo isso?
Uma lágrima escorre pelo rosto de Tamamo.
Ela abre os olhos:
- Eu fiz uma promessa, Kurt. Há muito mais tempo, antes de fazer uma pra você. Não posso abandoná-lo, me desculpe.E fecha novamente os olhos, se enterrando no cobertor.
- Eu falei pra você não vir. - Você ouve a voz dela abafada por baixo dos panos.- - O seu irmão vai se suicidar... Eu sei que você quer cuidar dele... mas você precisa viver! Pelo seu filho!
você tem um Filho!
- Eu preciso cuidar dele. Eu tenho sido a mãe dele até hoje. - E então ela tira o cobertor, e seus olhos vermelhos secaram. - Você cuida do nosso filho. Só sobrou você. Você tem que tirar ele daquele monstro. Ela não é mais humana, Kurt. Foi uma péssima ideia.- - Calma... Não acho que ela vá fazer nada de ruim com ele por agora. Ela pode sentir que é o neto dela... Se não ela já o teria matado para nos torturar
Ela... Ela se vê nele talvez... No mínimo se "afeiçoo" por ele...
como disse o outro homem.
- Oh, Kurt... Você é tão doce e ingênuo... - Ela afunda o rosto no travesseiro. - Me parte o coração ter te colocado nesse mundo de monstros. Me desculpe, de verdade. Eu estava desesperada, não sabia o que tava fazendo... Acho que isso não justifica ter trago você e o nosso filho pra morte certa, não é? Mas agora já foi. Acabou...- Nem tudo...
cochichando - Fim~~~~ kd vc?
Sem resposta.- - ok.. talvez estejamos com problemas...
o jeito é esperar Therese
Kurt fica pensativo... relaxa na cama ao lado dela...a abraça...
vai ficar tudo bem
eu vou dar um jeito
@Marie, Kurt e Elyon
Tarde da madrugada.
O invasor de más intenções vai embora. O invasor de boas intenções fica sob custódia. Marie Antoinette volta para seu próprio refúgio, trazendo consigo um bebê. ("Você só pode estar brincando", diz Polignac)
Amanhece.
Os humanos de Marie Antoinette passam o dia cuidando do bebê. É a nova sensação na mansão. Enquanto isso ela sonha com cada uma de suas crianças sendo assassinadas, para no fim descobrir que foram suas próprias mãos que o fizeram.
Kurt Marshall dorme a maior parte do tempo, está cansado devido à noite longa. Nem sinal de seus macabros aliados o dia inteiro.
Elyon se entoca em algum lugar que julga ser seguro.
E então chega a grande noite...
Louis Charle... Ou melhor, Carlos, está amordaçado e vendado em algum recinto escuro em algum lugar. Ele não vê nada. Não sabe há quanto tempo está assim, nem se ainda está fedendo como antes. Talvez ele já tenha se acostumado com o próprio mal-cheiro.
Mas pode ouvir. Ele ouve a porta se abrindo. Pode ser alucinação sua, mas jura que pode sentir a luz tocando seu corpo. Ele sente as mãos frias e fortes o segurando pelos braços, o carregando.
Chegou o dia. Enquanto é carregado sem qualquer delicadeza, ele respira ofegante. Seu coração quer começar agora. Quer liberar tudo em uma explosão de fúria e matar cada um deles. Devorar suas tripas mortas, arrancar suas frágeis cabeças... Mas ainda é cedo. Ele se concentra, força uma respiração lenta.
Ele não pode se deixar dominar pela excitação.
Ele precisa guardar para o momento certo. Para a colméia. Para os monstros. Para ela.
Será o grande dia de sua vida miserável. Uma vida onde ele nunca conheceu felicidade. Uma maldição que ele só aguentou até agora graças à sua irmã e amante, seu único conforto. Mas tudo acaba hoje. Não importa quantos ele consiga destruir, ou o estrago que consiga fazer antes de cair, desde que consiga alcançar ela primeiro. O motivo de ele estar nesse mundo, de ter passado por tudo o que passou, por ser o que é. Sua mãe.
O salão do evento está lotado. O teto é relativamente mais alto que todos os outros andares do prédio, um truque simples de engenharia, mas com um efeito magnífico. É um enorme salão de teto alto bem no meio do Empire State. Não há corredores ou salas, e o único acesso é pelas escadas.
Todas as grandes personalidades da Camarilla de New York e adjacências se reunem no salão. Pequenas fontes em mesas posicionadas aos dois cantos da sala fluem sangue humano constantemente. Um enorme e magnífico lustre ocupa todo o teto. Ele é liso e negro, de uma negritude única e característica. Os mais experientes saberão tratar-se de tentáculos LaSombra. Cada tentáculo, completamente imóvel, segura um intrincado enfeite dourado completo de velas, cujas chamas são posicionadas de tal forma precisa que não tocam os tentáculos, mas ainda iluminam muito bem o ambiente. Uma verdadeira e polêmica obra-prima, cortesia de Lauren à pedido do próprio Gorgonier.
Quadros magníficos adornam as paredes. São imagens representando a antiga nobreza européia em hábitos cotidianos. Todos os rostos pintados parecem fitar o observador não importando o ângulo que ele se coloque. Os toreadores mais antigos já estão habituados às imagens, os jovens se vêem com certa resistência para parar de encará-las.
Há um delicado som ambiente. Um único carniçal, posicionado acima de alguns degraus à uma ponta da sala, toca uma música lenta no violino. É pupilo de Mestre Fourlon, todos bem sabem. Será um neófito um dia.
Nota-se que os Tremeres, em especial, vieram em peso. Há uns 7 ou 8 aqui, para quem reconhecê-los e se der ao trabalho de contar. Desde a Regente Felícia, sempre de branco, com seu vestido fino combinando impecavelmente com seus perturbadores olhos cegos sem pupilas, à um punhado de três neófitos que timidamente se reunem a um canto e cochicham entre si. Provavelmente os preferidos da Capela.
Outra presença ilustre é do clã Giovanni. Os irmãos Hermett e Leonora parecem bem a vontade. Ele com seu impecável tuxedo, ela em um belíssimo vestido formal indiano. Bem extrovertidos e simpáticos, eles estão separados, cada um conversando à um canto.
Algo curioso é que não há qualquer sinal dos Algozes. Provavelmente estão cuidando da segurança do prédio.
Nota-se que não há janelas. Um sistema de sprinklers pode ser visto no teto, e pesadas batentes de aço estão sobre as duas únicas entradas, que dão para as escadas. É um salão de eventos ideal, e também um lugar à prova de fugas. Chega a ser um pouco desconfortável estar ali depois que se nota isso.
E então, o violino é interrompido.
Uma verdadeira banda começa a entrar por ambos os portais, invadindo a festa conforme os convidados impressionados abrem espaço. Tambores enormes, mais violinos, uma sanfona, chocalhos e o que mais se tiver direito. Um homem vestido de bobo-da-corte passa ao redor da banda fazendo acrobacias e cantando. É chocante, perturbador, magnífico.
Quando toda a banda, sem nunca parar de tocar, já entra e se posiciona ao redor do baixo palco principal, entra o próprio. Ele, que gosta de grandes entradas, grandes impressões. O Barão Ruivo, o Arconte Tonttorberg. Em toda sua pompa, ostenta seu enorme barrigão e um sorriso enorme por baixo do grosso bigode ruivo. Ele se delicia com os olhares que o julgam conforme passa. Suas duas mãos estão nos bolsos do terno marrom xadrez, e atrás de si vêm oito humanos negros acorrentados em uma demonstração de racismo antigo e tradicionalista, todos fortes carregando acima da cabeça uma grande cadeira assemelhando-se a um trono. Sentado nela, completamente amarrado, com um saco tampando a cabeça e uma roupa casual em farrapos, a grande atração da noite.
Eles a colocam sobre o pequeno palco. Todos se aglomeram com suas taças em mãos, olhares interessados, como se aquele ser vivo amordaçado fosse um grande espetáculo. Monstros, sim, mas não muito diferentes dos humanos.
@Marie
Marie Antoinette está com Polignac, bem próximas de Gorgonier. O evento é um sucesso, como não podia deixar de ser. O nível é o mais elevado possível, e o gigantesco salão é mais que o suficiente para suportar todos e até um bom punhado de carniçais.
Como uma Camarilla antiga, ela reconhece praticamente todos os presentes. Os poucos que ela não sabe quem são, assume tratar-se de gente insignificante. Ela pode notar que Lauren caminha insensatemente de um lado a outro, mantendo as coisas em ordem.
E, o que a deixa mais intrigada, é...
@Kurt Marshall
Kurt Marshall e Tamamo estão no salão. Lhes foram dadas roupas dignas para o evento. É tudo extremamente surreal, como se ele estivesse em uma espécie de sonho macabro. Belíssimo, mas macabro.
Ele veste um terno bem apessoado e gravata borboleta, mas ela... Ela está fascinante. Lhe deram um enorme vestido, com uma cauda que arrasta atrás de si e belíssimos adornos. São todas figuras muito próprias e características, mas ela pode ser facilmente eleita a mais bela do local. É até difícil andar ao seu lado, dado o tamanho da saia do vestido, que se enche como um grande sino.
Também não há ninguém os vigiando, e nenhuma palavra foi dita sobre o por que de estarem aqui. Mas não é como se fosse preciso... Kurt está bem no meio do ninho de monstros. Mesmo que Tamamo conseguisse correr com essa tralha toda, é óbvio que eles os pegariam antes que sequer alcançassem as escadas. Não há por que tentar fugir.
@Elyon
- Spoiler:
- Elyon saia de seu covil abaixo da terra para mais um despertar. Como sempre, seu organismo não exigia tantas horas de sono como nos demais cainitas, e ele estava ativo nos primeiros momentos da noite. Em sua mente, os acontecimentos da noite passada ainda estavam muito vivos. Ele estava preocupado, não podia negar. O maldito Hank tinha sido uma pedra no seu sapato, e talvez, no sapato de todo o Sabá.
Mesmo assim, não era de sua natureza exibir emoções de fraqueza como aquela, embora ainda as sentisse em seu interior (autocontrole 2). Por isso, exteriormente sua expressão era fria e vazia, porém extremamente convicta, algo que transparecia uma imensa segurança que ele sentia em todos os seus movimentos, algo que podia ser até considerado assustador para alguns (carisma 5, líder nato). O Gangrel tratou de cobrir sua verdadeira aparência com o véu da ofuscação, aparentando a forma que possuía ainda quando mortal e seguiu em direção as proximidades do Elysium.
Contudo, ele sabia que agir como na noite passada era ainda mais arriscado do que antes. Os algozes certamente estavam conscientes de sua presença na noite anterior, como um rato, e não cometeriam o mesmo erro duas vezes.
Por isso, tratou de procurar por Geronimo e outros cainitas do Sabá em regiões não muito distantes do Elysium, mas não tão próximas para ser visto pelos espiões do Príncipe. Talvez muitos deles ainda estivessem dormindo, dando-lhe a vantagem de não perdê-los de vista, já que conhecia a maioria dos locais onde os membros do Sabá ficavam.
É em um oculto e sujo "clube particular", que mais aparenta uma espelunca com cheiro de mijo e cerveja, após ter sua entrada garantida e descer dois lances de escada, que Elyon irá encontrar quem procura.
A princípio, não haverá muito mais que alguns carniçais no que parece ser um bar escuro e mal-cuidado caindo aos pedaços. Mas ele nota uma sombra com vida própria o convidando a entrar por uma porta "para funcionários".
Lá, ele encontra Geronimo. Ou é encontrado por ele?
- Estava me procurando?- -Sim. Como estão os preparamentos para o plano?
- Todos já sabem suas posições. Nenhum imprevisto até aqui.- -Entendo. Temos cainitas infiltrados no Elysium?
- Não. Isso seria arriscado. Já que o plano é esperar o embate inicial, é melhor que não tenhamos ninguém no meio dele.- -E como saberemos quando o embate inicial começará?
- Ora, quando o barulho começar.- -Hmm. Então se não temos cainitas infiltrados, teríamos que ficar grande parte próximos ao local para escutar o barulho. Como pensa em lidar com os algozes? Certamente em um evento de tal porte, a segurança seria reforçada.
- Não tão próximos. Temos batedores com audição maximizada. Saberemos exatamente quando o embate começar, mesmo estando no 43º andar.- -Creio que esteja com algumas informações equivocadas, Geronimo.
-Ouvi da Senescal ontem que o evento acontecerá no 13º andar. Pra chegar até lá, precisa-se pegar o elevador para o 11º ou 14º andar e subir pelas escadas. Além disso, ela afirma ser o andar mais seguro que possuem.
-Ou seja, certamente as paredes possuem meios de abafar os sons, talvez impossibilitando até mesmo os batedores de melhor audição de ouvirem a uma longa distância.
-Falo-lhe por experiência própria. Minha audição é das boas, e mesmo muito próximo da sala do Príncipe, local onde obtive tais informações, não pude ouvir muito.
- ... - Geronimo se põe a pensar, os olhos baixos. - Precisamos de um batedor interno, então.- -Sim. Porém, entrar no Elysium hoje a noite será ainda mais perigoso do que ontem, principalmente com os meios que utilizamos ontem. Primeiramente, temos que ter em mente que o batedor em questão tem boas probabilidades de não voltar. Claro que no Sabá temos a prática de enviar neófitos para essas missões suicidas, mas neófitos são inexperientes demais para tal coisa. Portanto, creio que você deveria procurar um batedor de boa experiência para não colocar tudo a perder, mas não tão precioso para fazer grande falta para o Sabá futuramente.
-E como você disse que não temos espiões, precisaríamos capturar imediatamente um vampiro qualquer da Camarilla e substituí-lo por meio da vicissitude pelo batedor escolhido. Esse é o meio mais rápido, mas mesmo ele leva certo tempo e um tzimisce experiente.
- Não será necessário. Haverá uma banda hoje. Já temos a informação de que o Barão está com uma verdadeira comitiva de carniçais. Só temos que substituir um - Pode deixar isso comigo.- -Sim, mas nesse caso, substituiremos o carniçal por um cainita? Ou por outro carniçal? Lembrando-lhe que mesmo através da vicissitude, as diferenças continuam sendo drásticas entre humanos e vampiros.
-Ou talvez... Algum de vocês possa controlar a mente do carniçal enviado. Bom, confio na sua eficiência, estes são apenas palpites. Para mim, a ascensão do Sabá e do Bispo são essenciais, principalmente retomando a cidade de Nova York.
- Vou me certificar de enviar um carniçal de confiança. - Ele diz. - Fico feliz em ouvir isso. Acredito que eu e você tenhamos métodos de nos posicionar nas proximidades do prédio. Podemos fazer tocaia no topo do edifício em frente. Ele possui 9 andares, deve ser o bastante para alcançar o 11º.- -Sim. Caso possuamos outros cainitas de confiança com tais capacidades, creio que deveríamos convocá-los também. Afinal, não sabemos se os humanos farão grande estrago, então quanto mais melhor.
-Além do mais, sugiro que nos infiltremos nesse outro prédio através de algum humano, de preferência algum que viva lá. Creio que você possua meios de controlar a mente de mortais, e eles seriam menos desconfiáveis na visão dos algozes. Depois, é só se livrar do humano.
Elyon sabia que aquilo não tinha dado certo ontem, mas daquela vez era diferente. Um humano qualquer dominado e morto em seguida, ainda mais entrando em um prédio diferente, não implicaria em nada. Afinal, os algozes não podiam simplesmente sair matando todos os humanos dos prédios ao redor.
- Isso é desnecessário. Podemos chegar na cobertura sem sermos vistos. - E então ele começa a desvanecer. - Irei fazer os últimos comunicados, te encontro lá.- -Bom, como queira, é apenas uma precaução.
Sumiu. E agora, Elyon?- Elyon segue conforme o plano. Embora não pudesse contar com a dominação do Lasombra como pretendia, não achava que fosse tão fácil para os algozes quebrarem o véu de sua ofuscação.
O Gangrel segue o mais discretamente possível para o Prédio indicado pelo Lasombra. Evitando os possíveis olhares dos algozes e se possível, infiltrando-se através dos humanos (subindo pela calça, entrando na bolsa de alguma mulher).
Última edição por Gam em Seg Abr 29, 2013 11:21 pm, editado 5 vez(es)
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
Toda a pompa, toda a festa... E Kurt estava lá, como se fosse o Jack do "estranho mundo de jack". Aquela seria sua última noite? Provável... Tamamo ou Marie Therese... Estava linda! Ela se apaixonara a segunda vez pela mesma mulher.
A mente do pobre Marshall ainda está cansada, seu mundo ainda está ruindo e se reconstruindo tão rápido que ele não consegue acompanhar.
Ele sabe que está em um ninho de monstros sanguinários e seculares, não há como fugir, seu semblante é pensativo e preocupado, afinal, nem sinal de Fim e de seu filho.
O advogado sente que Deus o esqueceu, talvez a única coisa que pudesse fazer agora fosse "entrar na dança" afinal.... A noite é magnifica.
- Ao menos vou morrer em alto estilo - Esse pensamento invade a mente de Kurt como uma compensação, algo que faz seu semblante preocupado apenas piorar.
Ele estende a mão para Tamamo...
- Uma última dança? - Ele abre um sorriso para a esposa. Se aquele é o fim mesmo, então ele a amará até o fim e em seu rosto pálido haverá um sorriso de satisfação, por saber que independentemente de quem ela seja, ele encontrou o amor da vida dele.
OFF: Rolando dança é bom, se não rolar o último tango ta de boa tbm. Só pra concluir, quando adentrar o cara no trono amarrado eu paro e fico tenso, pois eu sei que ali é o fim da noite. tento apenas me colocar diante da minha esposa.
A mente do pobre Marshall ainda está cansada, seu mundo ainda está ruindo e se reconstruindo tão rápido que ele não consegue acompanhar.
Ele sabe que está em um ninho de monstros sanguinários e seculares, não há como fugir, seu semblante é pensativo e preocupado, afinal, nem sinal de Fim e de seu filho.
O advogado sente que Deus o esqueceu, talvez a única coisa que pudesse fazer agora fosse "entrar na dança" afinal.... A noite é magnifica.
- Ao menos vou morrer em alto estilo - Esse pensamento invade a mente de Kurt como uma compensação, algo que faz seu semblante preocupado apenas piorar.
Ele estende a mão para Tamamo...
- Uma última dança? - Ele abre um sorriso para a esposa. Se aquele é o fim mesmo, então ele a amará até o fim e em seu rosto pálido haverá um sorriso de satisfação, por saber que independentemente de quem ela seja, ele encontrou o amor da vida dele.
OFF: Rolando dança é bom, se não rolar o último tango ta de boa tbm. Só pra concluir, quando adentrar o cara no trono amarrado eu paro e fico tenso, pois eu sei que ali é o fim da noite. tento apenas me colocar diante da minha esposa.
Dylan Dog- Data de inscrição : 08/05/2010
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Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
- Spoiler:
A pequena brincadeira havia se tornado a alegria da casa após sua chegada. Era verdade que uma criança sempre iluminava o lar e, em sua pequena versão de Versailles, não parecia ser diferente. A vida brotava junto da criança, agora mimada e já querida por todos. Não podia evitar de lembrar-se do nascimento de seus filhos e a comemoração que recebiam... Filhos para o país, nunca dela. A sua única filha havia sido Marie Therese, a filha renegada da França. Mas sua e só sua... E aquele saco de sangue se atrevia a falar que aquela mulher era sua amada filha!
Sentia-se enlouquecida só de pensar na sua filha casada com um qualquer. Sua filha... Sendo usada por um humano nojento. Usar a memória de sua filha para conseguir lhe atingir. E na frente do Príncipe! Andava de um lado para o outro em seus aposento, após deixar a criança na responsabilidade de duas mulheres de seu rebanho para que cuidassem dele durante as horas que necessitava descansar. Sim, todos os seus filhos tinham babás... Menos Marie Therese, que viveu junto dela em seu Petit Trianon em seus primeiros anos. Sua vida era mais simples então.... E havia ele. Sentou-se na beirada de sua cama, baixando a cabeça e a apertando entre os dedos com alguma força. O que estava acontecendo? considerou-se sempre alguém que havia deixado o passado para trás, que conseguia viver nessa Nova Era... E no entanto, ali estava lamentando tudo o que havia perdido! Sentia que iria enlouquecer se aquelas coisas continuassem a lhe assombrar.
Ouviu a porta ser aberta, o que lhe fez erguer a cabeça e esperar pela aproximação do cheiro já familiar de Alex. Suspirou, aguardando que ele estivesse diante de si para encará-lo com sua frieza e distância habitual. É, aquele era o único em seu rebanho que parecia não se importar com as agruras que a vida lhe impunha e, estranhamente, ainda encontrava palavras para a cainita, alcançando-a deste modo. É claro que ela raramente demonstrava-se impactada com o modo de existir daquele reles rebanho... Mas lhe deixava curiosa, é verdade.
Alex tinha traços de índio norte-americano e uma beleza comum... Exótica. Foi isso que lhe atraiu no jovem humano para que o desejasse a seu lado e o modo leviano que ele encarava o estar ali. Acreditava que poderia partir quando quisesse, sem nem pensar duas vezes. Mas Marie sabia que não o deixaria partir. Estendeu a mão direita para tocar os longos cabelos negros do humano e o puxou para baixo, trazendo-o para si enquanto se afastava para o centro da cama em seu quarto sem janelas - Preciso de sua luz. - Murmurou, diante do olhar sábio daquele humano estranho... Talvez um dia o transformasse em algo mais. Mas seria ele ainda o mesmo, depois disso? Seus corpos colavam-se um no outro, contrastando o calor da pele humana com a pele cainita, carícias trocadas com o suave tocar dos dedos. Até a pele de Alex estar completamente exposta ao prazer de Marie, que satisfez então a sua vontade.
A frustração, o medo e a angústia daquela maldita noite se desfazia em meio ao prazer que obtinha com aquele humano. Não... Nunca o deixaria partir tão facilmente. Ele era seu. E com este pensamento a toreadora deixou-se levar pelo sono trazido na presença do dia, resvalando-se para a inconsciência de seus sonhos após preencher-se com o calor da vitae daquele humano que agora dormia ao seu lado, embrenhado em seus cabelos louros.
Mas nenhum sonho diferente lhe aguardava nas profundezas de seu ser. Seria loucura pedir por sonhos melhores do que aqueles em que terminava sendo a causadora da morte de seus filhos? Seria este... O fim da criança que havia adotado?
Seus olhos se abriram num sobressalto após o último sonho, onde Marie Therese jazia morta em seus braços após todo seu sangue ter sido devorado. Choraria, se ainda fosse capaz disso, aconchegada nos braços daquele homem que dormia serenamente em sua cama. "Quem escolheria estar sozinho, aprisionado por suas memórias quebradas...?" Ainda guardava um pouco de humanidade dentro de si, afinal.
Era necessário acordar, aquela seria a grande noite do Barão, com toda a pompa através da qual ele era famoso. Teria que deixar seu esconderijo de sombras e reassumir sua máscara de rainha. Não... Ela era a rainha e como tal deveria aprontar-se naquela noite. Tocou o chão com os pés nus, deixando então que a realidade tomasse conta de sua consciência.
Pequenas ordens foram dadas antes de deixar seu refúgio, tais como: cuidar do bebê e da segurança dele. Não confiava que lhe deixariam ficar com a criança sem mais nem menos... Talvez o Príncipe tivesse algo tramado para o menino.
Acompanhada apenas do motorista de seu carro, partiu para a comemoração daquela noite trajada com um vestido magnífico, como havia sido solicitado. Não ligou para sua mestra marcando nenhum encontro prévio, pois ainda ressentia-se do que ela havia lhe causado na noite passada.
A parte externa do grande edifício estava agitada, tomada por cainitas que também chegavam para as festividades. O salão em que aconteceria a exibição do barão estava perfeito... Lauren havia feito um bom trabalho organizando tudo aquilo às pressas após os acontecimentos da noite anterior, precisava encontrá-la para lhe dar os parabéns. Estava tudo perfeito.
Cada detalhe era absorvido com uma curiosidade contida, desde os quadros às fontes... E a obra prima prticular que preenchia o teto do salão. Diversas figuras conhecidas cirulavam por ali aparentemente animados com tudo aquilo. Deveria sentir-se como eles, sabendo o que aquela festa significava? Sentia seu corpo um pouco mais pesado, embora tentasse sorrir animadamente para os cainitas que cumprimentava, erguendo uma delicada taça repleta de sangue. Era como se ela mesma fizesse parte de uma daquelas figuras no quadro, personagens da antiga realeza em seu belo vestido negro (vestido). E quem ela não reconhecia, não fazia questão de cumprimentar. Era uma rainha e somente quando ela se dirigisse a eles, teriam o direito de falar com ela. Foi durante uma de suas excursões que encontrou os dois prisioneiros dançando como pessoas normais ao som do violino... O que Gorgonier estava tramando, ao deixá-los ali em seu meio? Sentiu seu corpo erijecer, tamanha a vontade de cortar o pescoço daquele advogado por todo o transtorno causado! Mas a asiática ao seu redor, em toda sua beleza naquela noite... Lhe lembrava dos vestidos que usava em sua amada Versailles... Seria uma mensagem do Principe?
Seus olhos se direcionavam para o violinista solitário quando este parava de tocar sua melodia. Neste momento, já se encontrava junto de Polignac e do Principe. A banda chamava sua atenção e, para alem dela, o proprio barão. Não sabia como reagir aquela cena, apenas olhava com alguma distancia serena o que acontecia... Especialmente quando era o tal presente que caminhava no cortejo, até ser sentado em uma grande cadeira. Por qual razão ainda ocultavam seu rosto?
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
@Marie e Kurt
Eles estão carregando-no em uma cadeira. Há música e cantoria, como se ele estivesse em meio a uma espécie de espetáculo. Ou talvez o espetáculo seja ele próprio?
Criaturas imundas... Logo todos verão o verdadeiro espetáculo...
O Barão saca uma intrincada varinha do bolso, que se expande até transformar-se em uma bengala. Ele bate com ela no chão algumas vezes, em um (sutil?) pedido de atenção.
A música para. O silêncio se faz no salão.
Silêncio. É agora... A qualquer momento...
- Damas, cavalheiros. - O Barão começa, com seu vozerão alto e grave. - É com grande prazer que lhes apresento este pequeno brinde ao nosso digníssimo Príncipe Gorgonier. Não é muito, é verdade, mas sua captura significa grande valia, e eu sei que o Príncipe saberá usufruir de todo seu potencial.
Pequeno brinde? Gordo imbecil... Você vai ser o primeiro...
- Alguns de vocês ainda insistem em seu ceticismo em relação à existência dos Templários, inimigos jurados de todos os vampiros, da Camarilla e, por consequência, do Príncipe Gorgonier. Mas aqui trago a prova. Um deles capturado vivo! É claro que não posso provar agora, mas tenho certeza de que a Torre de New York não terá problemas em tirar todos os seus segredos.
Alguém segura o pano em sua cabeça. É agora que vão retirá-lo, com certeza. Assim que visualizar a multidão e identificar sua mãe, ele vai atacar. Essas algemas de aço são ridículas, elas não poderiam segurá-lo nem na forma intermediária, quanto mais na total. Ele ofega rapidamente, seu peito inchando em um ritmo acelerado. Ele só tem que conter a fúria mais um pouco...
- Espere, Barão. - Uma voz o para. É o Príncipe em pessoa, segurando majestosamente sua taça de sangue.
Ele vem se aproximando, cortando o salão ao meio, e todos abrem ala. Ele traz pelo braço, como um cavalheiro, uma mulher oriental vestida de modo espetacular. Ela parece serena, tranquila, como se tudo fosse planejado desde o início. Ou como se ela já houvesse entendido desde cedo. Kurt Marshall, em meio aos outros expectadores, assiste impotente.
O Príncipe para em frente à grande cadeira do prisioneiro, a humana ao seu lado, e diz:
- Prossiga, por favor.
Sim, sim... Dentro do saco escuro, seus olhos estão arregalados em fúria, ele mal consegue se controlar. Ele provavelmente terá apenas um milésimo de segundo para observar o ambiente antes de explodir essa maldita cadeira em pedaços.
Com uma firula de mão, o Barão retira o saco da cabeça do prisioneiro.
... Não.
É um homem de aparência normal, traços europeus. Ele estava com uma espécie de careta quando o pano foi retirado mas, imediatamente após, seu rosto tornou-se pálido, em completo choque.
O que ela está fazendo aqui? De todas as pessoas, por que ela?
Ele não pode fazer isso. Não com ela aqui. Seu peito esvazia, seu corpo murcha. Nota-se claramente seu corpo todo relaxando. Uma face de completa decepção toma conta.
"Por quê?" lê-se claramente em seus olhos melancólicos, apesar da boca amordaçada.
Marie Thérèse não se controla. A face serena se desmancha em pedaços. Ela sabia que era seu irmão, mas ver seu rosto muda completamente as coisas. Vê-lo nesse estado...
- Eu não... - Ela cai de joelhos, praticamente afundada na enorme saia em sino. - Eu não podia deixar isso acontecer, Louis Charle. - E ela chora também.
O Barão não entende o que está acontecendo, ele olha em perplexidade para o Príncipe. Este, por sua vez, toma um gole da taça. Uma mão no bolso, um semblante sereno.
Vitória.
Marie Antoinette, de uma vez por todas, tem todas as suas incertezas sanadas. Aquele rosto não pode enganá-la. É seu filho, é Louis Charle. Ele deveria estar morto, mas não está. Ele vive, cresceu e, apesar de muito mais sadio e musculoso, é a cara do seu gordo pai. Seu interior explode em sentimentos e emoções.
@Elyon
De tocaia na cobertura, o pequeno roedor invisível aguarda em silêncio. Ele pode ver os pássaros acima do prédio fazendo sua ronda habitual, mas nenhum parece tê-lo notado.
Ele vê um filete vermelho e outro preto acomodados nos arredores. Sabe que Geronimo encontrou mais um. Sabe que agora é questão de tempo... Paciência...
Eles estão carregando-no em uma cadeira. Há música e cantoria, como se ele estivesse em meio a uma espécie de espetáculo. Ou talvez o espetáculo seja ele próprio?
Criaturas imundas... Logo todos verão o verdadeiro espetáculo...
O Barão saca uma intrincada varinha do bolso, que se expande até transformar-se em uma bengala. Ele bate com ela no chão algumas vezes, em um (sutil?) pedido de atenção.
A música para. O silêncio se faz no salão.
Silêncio. É agora... A qualquer momento...
- Damas, cavalheiros. - O Barão começa, com seu vozerão alto e grave. - É com grande prazer que lhes apresento este pequeno brinde ao nosso digníssimo Príncipe Gorgonier. Não é muito, é verdade, mas sua captura significa grande valia, e eu sei que o Príncipe saberá usufruir de todo seu potencial.
Pequeno brinde? Gordo imbecil... Você vai ser o primeiro...
- Alguns de vocês ainda insistem em seu ceticismo em relação à existência dos Templários, inimigos jurados de todos os vampiros, da Camarilla e, por consequência, do Príncipe Gorgonier. Mas aqui trago a prova. Um deles capturado vivo! É claro que não posso provar agora, mas tenho certeza de que a Torre de New York não terá problemas em tirar todos os seus segredos.
Alguém segura o pano em sua cabeça. É agora que vão retirá-lo, com certeza. Assim que visualizar a multidão e identificar sua mãe, ele vai atacar. Essas algemas de aço são ridículas, elas não poderiam segurá-lo nem na forma intermediária, quanto mais na total. Ele ofega rapidamente, seu peito inchando em um ritmo acelerado. Ele só tem que conter a fúria mais um pouco...
- Espere, Barão. - Uma voz o para. É o Príncipe em pessoa, segurando majestosamente sua taça de sangue.
Ele vem se aproximando, cortando o salão ao meio, e todos abrem ala. Ele traz pelo braço, como um cavalheiro, uma mulher oriental vestida de modo espetacular. Ela parece serena, tranquila, como se tudo fosse planejado desde o início. Ou como se ela já houvesse entendido desde cedo. Kurt Marshall, em meio aos outros expectadores, assiste impotente.
O Príncipe para em frente à grande cadeira do prisioneiro, a humana ao seu lado, e diz:
- Prossiga, por favor.
Sim, sim... Dentro do saco escuro, seus olhos estão arregalados em fúria, ele mal consegue se controlar. Ele provavelmente terá apenas um milésimo de segundo para observar o ambiente antes de explodir essa maldita cadeira em pedaços.
Com uma firula de mão, o Barão retira o saco da cabeça do prisioneiro.
... Não.
É um homem de aparência normal, traços europeus. Ele estava com uma espécie de careta quando o pano foi retirado mas, imediatamente após, seu rosto tornou-se pálido, em completo choque.
O que ela está fazendo aqui? De todas as pessoas, por que ela?
Ele não pode fazer isso. Não com ela aqui. Seu peito esvazia, seu corpo murcha. Nota-se claramente seu corpo todo relaxando. Uma face de completa decepção toma conta.
"Por quê?" lê-se claramente em seus olhos melancólicos, apesar da boca amordaçada.
Marie Thérèse não se controla. A face serena se desmancha em pedaços. Ela sabia que era seu irmão, mas ver seu rosto muda completamente as coisas. Vê-lo nesse estado...
- Eu não... - Ela cai de joelhos, praticamente afundada na enorme saia em sino. - Eu não podia deixar isso acontecer, Louis Charle. - E ela chora também.
O Barão não entende o que está acontecendo, ele olha em perplexidade para o Príncipe. Este, por sua vez, toma um gole da taça. Uma mão no bolso, um semblante sereno.
Vitória.
Marie Antoinette, de uma vez por todas, tem todas as suas incertezas sanadas. Aquele rosto não pode enganá-la. É seu filho, é Louis Charle. Ele deveria estar morto, mas não está. Ele vive, cresceu e, apesar de muito mais sadio e musculoso, é a cara do seu gordo pai. Seu interior explode em sentimentos e emoções.
@Elyon
De tocaia na cobertura, o pequeno roedor invisível aguarda em silêncio. Ele pode ver os pássaros acima do prédio fazendo sua ronda habitual, mas nenhum parece tê-lo notado.
Ele vê um filete vermelho e outro preto acomodados nos arredores. Sabe que Geronimo encontrou mais um. Sabe que agora é questão de tempo... Paciência...
Gam- Data de inscrição : 08/03/2010
Idade : 32
Localização : Rio de Janeiro
Re: Cheiro de Fim, um conto sobre Marie Antoinette
- Spoiler:
Entre o silêncio causado pela atenção focada daqueles que assistiam a cena, os únicos sons que vinham eram do choro da mulher que chorava... O som de uma taça se quebrando ao ir de encontro ao chão, a taça que antes Marie Antoinette segurava com algum requinte era estilhaçada e lançava seu conteúdo nas pessoas próximas e nela mesma, manchando de vermelho a barra de seu vestido. O olhar assombrado e a expressão tomada por emoções que nem mesmo ela saberia como reconhecer naquele momento, apenas sentia que suas pernas falhariam se não encontrasse nenhum apoio. Rapidamente, estendeu uma das mãos para segurar-se no braço de Polignac, o único que ela encontrou naquele momento, o mais próximo. Respirou profundamente, os lábios entreabertos para deixar o ar entrar como se depois de muito tempo, o ar entrasse em seu corpo pela primeira vez. Poderia acreditar no que via? Seus olhos não estariam lhe enganando, colocando naquele rapaz que era cruelmente exibido pelo barão a aparência de seu filho?
Soltem-no... - foram as primeiras palavras, ainda que murmuradas, que a toreadora pronunciava. Ao sentir-se firme o suficiente, soltou-se de Polignac e começou a andar entre as pessoas daquele salão, lentamente. Saboreava cada emoção que sentia surgir em seu corpo, trazendo uma nova vida a cada instante. Havia morrido mil vezes e ressucitado mil vezes ao ver aquele rosto. Estava tão belo, o seu filho! - E morri, todos os dias, esperando ver seu rosto... - Sim, eram palavras desconexas. Mas ali estava ele, seu filho, seu pequeno rei! Seu amado bebezinho que havia sido retirado dela por aqueles malditos que queriam destruí-la. Não importava como, mas seu filho estava vivo e saudável, mais do que era seu próprio pai.
Não notava, mas de seus olhos escorriam lagrimas escarlates, manchando o branco invernal de sua pele. Externando ao mesmo tempo toda a alegria e tristeza que manteve guardada dentro de seu coração por todas as décadas vividas. Onde ele esteve todos aqueles anos...? Por que só aparecia agora, por que o barão dizia que era um Templário...? Muito bem, não era hora de perder o controle. Precisava salvar seu filho, ele não era um inimigo...! Era?
O que é essa... Coisa grotesca que tramou, Barão? - Criava forças para dizer, tentando situar-se e focar-se no que era preciso para salvá-lo... E também a si mesma. Sabia que estava diante de dezenas de cainitas importantes e que precisava manter a calma e não compromoter-se mais do que já estava fazendo. Sua expressão era de uma fúria contida, o olhar corria de seu filho para a mulher que chorava. Seria tudo verdade...? Seria ela sua Marie Therese? Fechou os olhos por alguns instantes, colocando a mão esquerda sobre seu próprio coração e apertando ali como se doesse. Há quanto tempo eles estavam com seu filho...? Estaria machucado? Reabriu os olhos, brigando consigo mesma para focar seus pensamentos - O que quer dizer com templários? - Precisava ter cuidado com qualquer coisa que dissesse, sabia bem disso agora.
Pri- Data de inscrição : 10/03/2010
Idade : 38
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