Sahara Avenue (O Elísio da Camarilla)

Sem saber ao certo o que realmente aconteceu e após "voltar a si" o Gangrel tem apenas um desejo. Fugir dali o mais rapidamente possível. Seu destino era qualquer direção oposta à posição do grandalhão, queria estar o mais longe dele possível. Buscando voltar para a casa de sua irmã ele tenta fugir o mais rápido que consegue... O antes metido a valentão agora tentava fugir a todo custo da briga.

Não é incomum entre os Gangrels que os senhores deixem sua progênie descobrir o mundo das trevas por conta própria. Não fora diferente com Rian. Seu senhor não havia dedicado seu precioso tempo para deliberar sobre os diferentes níveis de poderes vampíricos e sobre as disciplinas que outros Membros podem possuir nem como evitá-las. Deixou para que sua criatura descobrisse na prática e por conta própria, e caso sobrevivesse, talvez fosse merecedor uma atenção especial futuramente. O Gangrel agora só tinha três certezas: Que aquele brutamontes era mais poderoso do que ele; que Rian não queria ficar para descobrir qual seria sua punição por desafiar sua palavra; e que sua melhor escolha era fugir para longe do alcance daquele Membro.

"- Espere! Espere! Fugir apenas atesta tua culpa, meu caro"

As palavras daquele "monstro" só aumentavam o medo/ a vontade de fugir do Gangrel, que agora era guiado apenas pelo seu instinto de sobrevivência, como um verdadeiro animal. O caçador havia se tornado a caça e agora fugia do predador.

Rian usa +1 Força de vontade para tentar anularcompletamente da Presença.

Assustado com a disciplina Presença, da qual o Gangrel nunca tinha sido alvo, sua primeira reação foi fugir, da mesma forma que um animal selvagem se assusta ou estranha qualquer artifício humano inexistente no mudo natural. Talvez, por isso, ao se sentir atraído por algo sobrenatural naquele grandalhão, sua primeira reação foi empreender uma força contrária, como na física, em que para toda ação há uma reação.

À medida em que Rian corria, ele se sentia mais livre. Aos poucos suas pernas ficavam mais leves, era necessário menos esforço para uma ação tão simples. Agora já era possível sentir os cabelos voando e o vento refrescando sua mente, como se a brisa estivesse lhe devolvendo a vontade e o controle sobre seu corpo. Enquanto corria já podia perceber nos cantos dos olhos, como em câmera lenta, as pessoas que filmavam. O destino à sua frente já estava mais claro, podia decidir para onde ir. O vento passando por seu rosto revigorava seus pensamentos. As lembranças vinham uma atrás da outra, até que ele se lembrou de algo importante...
Ele se lembrou do seu senhor, aquele que o abraçara. Ao se recordar de seu senhor, automaticamente uma avalanche de conclusões só agora foram processadas, da mesma forma que age alguém quando tem um trabalho importante a fazer, esquece, e só depois de abrir a agenda no dia da entrega, que desesperadamente lembra de todos os problemas que virão caso não entregue o trabalho.

Nessa hora o ritmo da sua corrida começava a diminuir... É claro! Recordou o Gangrel, e em seguida continua em seus pensamentos... Acho que eu me empolguei e exagerei um pouco.... Mas não posso fugir para sempre. Mesmo que eu fuja ou mate esse grandalhão, Ele (o meu senhor) sabe tudo sobre mim. Sabe onde eu moro, sabe quem eu sou e sabe sobre a Claira (minha irmã). Quando ele souber das coisas que aconteceu aqui, talvez até virá para cá. E se eu não estiver aqui, ele irá atrás dela, não quero nem pensar nisso... Ele não vai deixar que eu, uma cria sua, desonre a sua linhagem. Por outro lado, eu sei que tenho uma certa valia para ele, talvez ele até interceda por mim...

Enquanto perdido em seus pensamentos o grandalhão falava com ele, mas como dizem num popular ditado, entrava por um ouvido e saia pelo outro:
"- Meu caro! Vamos conversar! Venha comigo! – afirma o homem, continuando a perseguição contra o Gangrel."

Enquanto essas conclusões surgiam em sua  mente, seu ritmo de corrida foi caindo, coincidentemente após os gritos do grandalhão e não em razão deles. Seus cabelos já não balançavam tanto ao vento e a brisa mal deslizava pelo seu rosto mais, até que a corrida se tornou caminhada e a caminhada logo parou. Ainda de costas para o grandalhão, sem se importar com o que ele faria, o Gangrel abaixa a cabeça e olhando fixamente para o chão como se estivesse vendo algo ali decide que acompanharia o gigante. Mas algo lá no fundo o incomodava. Aquela força, aquela atração que ele havia sentido... tentava se lembrar de algo das coisas que seu senhor havia dito e das coisas que havia lido para tentar identificar o que estava acontecendo realmente ali...

Ocultismo para identificar se Rian reconhece a Disciplina Presença.

Mesmo não olhando para ele, ainda com o olhar fixo no chão para não se perder em suas conclusões, Rian diz para o grandalhão:
Desculpe pela bagunça! Não quero causar mais transtornos do que o que já causei para você. E é justamente pensando nisso que eu lhe peço que me leve à presença do príncipe. Não se deixe levar pelas aparências... Pareço um mendigo, porém o senhor que me abraçou foi Gnovus, do clan Gangrel.
Embora não estivesse olhando para o gigante, o gangrel dava um leve sorriso, como que se tivesse prevendo uma reação de surpresa ou espanto do mesmo, e continua...
Sinceramente, não seria bom pra ninguém caso alguém, incluindo você, tomasse qualquer decisão precipitada, sem o consentimento dele...

Rian se vira para Ethan e começa a acompanhá-lo.

Ok, Ethan...

Enquanto acompanhava o Membro, o Gangrel aproveitava para se autopromover perante o público que acompanhava a cena e bajular as meninas, talvez numa forma de aliviar a tensão tentando mostrar para si mesmo que não estava nervoso. Contudo no fundo ele estava muito apreensivo e inseguro com a sua situação.
Aí galera, quem quiser aprender a dar uns golpes de verdade, me procura!
Disse isso fazendo aquele cumprimento tradicional japonês para as pessoas próximas, mas não especificamente para alguém. Após isso ele aponta o dedo para uma garota bonita e diz:
Aí gata, gostei de você! Me liga!
Obviamente ele não pretendia dar aulas a ninguém que estivesse ali e apesar de ter pedido para a garota ligar, sem dar seu número, logo já virou as costas para ela e como também para o público e continuou acompanhando Ethan.

Depois de toda a euforia parecia que o Gangrel tinha perdido o desejo de lutar. Acompanhou o algoz até uma sala escura onde foi cientificado que sua situação não era nada boa. Ainda assim, mesmo após as duras palavras de Ethan, Rian não demonstrara (pelo menos não externamente) nem desespero, nem rancor. Apenas deixava que as coisas acontecessem naturalmente. O Algoz não ouviu nenhum grito de pânico, nenhum olhar de reprovação e não sentiu nenhuma resistência emanada da natureza interior do Gangrel. Tudo que ele escutara fora apenas um:

Ok, vamos até Bugsy quando quiser.

Enquanto acompanhava Ethan incertezas vinham na mente de Rian. O que será que o aguardava? Um discurso para Bugsy ele articulava em sua cabeça. Tentaria convencê-lo de que sua infração não tinha sido algo tão grave, que o mais importante, a máscara, não tinha sido violada. Pensou em lembrar Bugsy que ele tinha muitos inimigos. "Bugsy, nesta noite você pode me condenar à morte final, mas talvez esta também pode ser sua última noite como príncipe de Vegas. A cidade está borbulhando em instabilidade e quem sabe quando será o próximo ataque do Sabá. Convenhamos, as punições sempre são aplicadas de acordo com a conveniência política. Por outro lado, ao invés de colocar-me em uma estaca para fritar no sol do amanhecer, não seria muito mais inteligente me dar um serviço? Seja protegendo os limites da cidade contra o Sabá ou eliminando alguns elementos indesejados no seio da sociedade..."
Antes de formular seu discurso eles chegam a um complexo de pedra que se parecia com uma grande adega, onde logo ele descobriria que a sua conversa com o príncipe parecia não seria mais útil.

"- Barão Guttenheimer, juntamente com o Xerife, já passaram minhas diretrizes. Eu, Ethan Rhys, Algoz da Camarilla em Vegas, lhe sentencio a morte por violar as Tradições de Domínio e Máscara. E por agredir alguém de cargo em pleno Elísio, colocando a paz e soberania da Torre de Marfim em xeque – decreta o Algoz, sorrindo. Fez posição de guarda e, com a mão direita, chamou Rian. - Se me derrotar, prometo que perdoarei suas transgressões! – vocifera ele, alucinado e furioso. Finalmente o Algoz se soltava, estava se controlando desde então, mas a vontade que tinha, assim que levou o ataque do Gangrel, era de partir para cima naquele mesmo momento. - Não se preocupe, nesse local não estamos mais no Elísio, nenhuma regra será quebrada – ria."

Após ouvir a sentença do algoz, o gangrel em primeiro momento ficou em silêncio. Mas seu coração e sua mente fervia. "Condenação à morte por violar as Tradições de Domínio e Máscara?" pensou ele. "Violação à Máscara teria sido se eu tivesse usado alguma disciplina... Parece que vai ser inútil debater isso com um Algoz. Ao que parece eu não sou útil por aqui, e não estão interessados no que eu posso oferecer. Maldito Bugsy e sua trupe! Tomara que no próximo ataque do Sabá todos sofram diablerie!
Parece que não há outra escolha. Se eu quiser continuar a perseguir a minha causa terei que sobreviver aqui e agora. Estou sozinho... não há ninguém por mim aqui."
Sem dúvidas o Gangrel queria sobreviver. Lutaria até a sua última gota de sangue por uma chance. Ele era um sobrevivente. Toda a sua esperança se agarrou naquelas palavras do algoz: "...Se me derrotar, prometo que perdoarei suas transgressões!". Então Rian diz:
Vai ter que cumprir sua promessa, Ethan Rhys! Eu Rian, o derrotarei!
"Ele é muito grande... talvez a melhor chance que eu tenha seja ferir um dos membros dele com minhas garras. Talvez uma perna ou um dos braços." Pensou o gangrel.
Rian inicia metamorfose 2 (garras da besta)
E continua dizendo:
Não se preocupe, não tenho nada contra você. Se eu o derrotar, não encontrará a morte final pelas minhas mãos! Preciso de você vivo!
O Gangrel aceita o convite feito pela mão direita do Algoz, e avança sobre o mesmo. Seu objetivo é agarrar Ethan, aplicando alguma chave, de braço ou de perna ou de pescoço, ou seja, aquela que se mostrar mais fácil. Enquanto avança, se Ethan o atacar, a pretensão de Rian é esquivar dos ataques e continuar se aproximando do mesmo atá poder agarrá-lo.

Após partir para cima de Ethan e conseguir agarrá-lo Rian sorria, pois parecia que sua vitória estava próxima. Sua confiança aumentava, só mais um movimento no local certo e poderia ter o grande algoz pedindo para a luta acabar, assim pensava ele. Contudo seu adversário era um golias e surpreendeu o gangrel com sua força sobrenatural desfazendo o ataque deste e quebrando sua confiança em mil pedaços, assim como acontece com um copo de vidro quando vai ao chão.
Que droga... Lamentou o Gangrel.
A força sobrenatural do algoz deu uma dura lição em Rian. Pela primeira vez ele experimentou a força superar a técnica. Um fato que ia contra tudo o que o Gangrel acreditou e disseminou durante toda a sua vida e a não-vida. Após esse primeiro ataque, ele olhava para o Brujah e parece que só agora que ele percebia como seu adversário era grande. Já não conseguia mais discernir se ele sempre fora daquele tamanho ou tinha crescido repentinamente após o sua investida falhar. Essa última hipótese parecia ser a verdadeira. Ao mesmo tempo Rian tinha uma leve sensação de que seu corpo tinha encolhido de tamanho. De fato, parecia Davi enfrentando Golias, contudo o resultado desta batalha poderia não ser o mesmo daquela história...
Sua única vantagem estava pronta para ser usada: Suas garras. Porém o Gangrel hesitava em usá-las, pois ele estava lutando para derrotar o adversário e não para matá-lo. Além disso ele não queria ver o gigante mais furioso do que já estava, o frenesi poderia ser perigoso e também não gostava da ideia de injustiça, portanto acreditava que usá-las colocaria o oponente em desvantagem e não o faria a menos que fosse estritamente necessário à sua sobrevivência.
Contudo nada aconteceria se Rian ficasse ali parado. E sabendo disso, sem pensar em mais nada, Rian ataca mais uma vez. Já que a força do adversário não permitia ser agarrado, o Gangrel lança sobre ele uma sequência de chutes...



e socos...



...mostrando aos dois que a luta estava apenas começando.

Embebido pela disciplina presença Rian se torna um fantoche de Ethan e um alvo fácil para o algoz que, sem hesitar, lhe aplica um soco que causa sérios danos no Gangrel, o deixando estirado no chão. Por um segundo tudo ficou obscuro. Ele sentira algo contra o seu corpo, deslocando toda a sua massa e quando se deu conta estava de costas para o chão. Quando seus olhos começaram a abrir  ele via o teto, se deu conta que estava deitado no solo daquele local. Por instante pode observar os detalhes do teto, das paredes, e sentir a textura do piso, como o cheiro do ambiente. Coisas que ele não havia parado para observar. Nesse contexto ele percebeu que estava a um ponto da morte final. Mais um ataque como este e poderia não voltar enxergar.
Droga... Esse cara é muito forte!! Se continuar desse jeito eu estarei perdido. Preciso fazer alguma coisa, não quero acabar aqui. Mas o que é que eu posso fazer? A força dele é tremendamente fora do comum... Eu não posso vencê-lo! Pensa o gangrel, que começa a se levantar enquanto tenta se recompor.
Ainda de joelhos no chão, se levantando ele firma as mãos no chão e com uma delas soca o solo como um gesto de de raiva, desilusão, tristeza e incerteza.
-Droga! Faça alguma coisa! Diz o gangrel brigando com si mesmo.
A dor no local do golpe o fazia lembrar que ele não venceria Ethan, não daquela forma. Se render também estava fora de cogitação, pois o golias à sua frente já havia lhe ditado a sua sentença.
Ele queria sobreviver, mesmo sabendo que as chances estavam cada vez mais pequenas. Ele precisaria muito mais do que coragem e vontade para vencer, se é que isso era possível. Finalmente ele começa a jogar todas as cartas sobre a mesa. Sua pouca chance de sobrevivência dependeria de tomar atitudes que iriam até contra os seus princípios. Ele não era um assassino, mas talvez fosse a hora de repensar sobre isso. Se saísse dali vivo, provavelmente não mais seria o mesmo.
Ele se lembra da sua irmã... sua visão estava turva. Ele enxergava uma miragem dela lhe esperando em casa com um abraço aberto e sorrindo. Ela lhe estende a mão... Ele responde ao convite e sem perceber, fisicamente também levanta a mão como se ela estivesse ali fisicamente. Mas quando estava para tocar dedos com dedos, ele sente seu corpo afundando para dentro da terra, em um abismo escuro, gélido e tenebroso, e enquanto cai ele pode escutar o grito de desespero, bem alto e agudo, da irmã vendo Rian sendo tragado para a morte... Ele também grita:
-Nãaaaaaaooo!!
Sem perceber estava gritando fisicamente, no plano físico. Certamente Ethan pensaria que o gangrel enlouquecera após o golpe. Ao imaginar o que aconteceria se morresse ali, o gangrel explode em nervos. Suas presas se mostram e sua testa franze. Ignorando a dor, Rian se levanta e rapidamente avança sobre Ethan seu ataque desta vez virá de um soco carregado com toda a sua força (física e emocional) em direção ao pescoço do algoz. Só que, quando estivesse próximo a atingir Ethan, a mão de Rian se abriria, desfazendo o soco e dando vez para que as garras pudessem fazer o seu papel no pescoço do seu oponente.

Rian usa dois pontos de sangue: 1 para destreza e 1 para força.

Rian usa força de vontade para romper a barreira da presença durante o ataque.