Coisas Escuras e Perturbadoras.

Aquela sala tinha um ar renacensista, um ar de nobreza, Mika já havia visitado hotéis na Europa que ainda guardavam esse estilo, eram raros nos Estados Unidos, e ficou espantada em achar algo assim no Utah, se aquelas peças fossem verdadeiras, ela estava diante de uma grande fortuna histórica e econômica.
Sua cabeça ainda gira, como se estivesse resfriada, seus olhos ardem um pouco, algo no seu estômago grita de dor. E aquele lugar é frio, as sombras parecem ganhar vida, um frio na barriga diante o horror da cena, suas pernas fraquejam, sua boca fica seca, por um momento ele pensa que vai desmaiar, acuada atônita ela indaga seus captores.
Digerir aquilo era difícil, em um momento ela estava segura, buscando informações sobre a Igreja de Jesus Santo dos ùltimos dias, e agora presa, um estalo e ela liga os elos da corrente, seu contato a traiu, entregou, planejou tudo, será que ele trabalha para Jebediah?

- Eu diria para você se acalmar, mas seria inútil. iz aquela voz feminina, aquela..aquela mulher, era a sua captora, medo, dor. Fúria
- Olhe para você, Mikaela, dona de um grande império, uma princesa dentro desse mundo e assim como nós caiu em desgraça, Noblesse Oblige. Diz ela indo em direção a Mika, o homem fica em silêncio, olhando para o tigre abrir sua imensa boca.

Suas pernas tremulas denotavam a fragilidade em que se encontrava devido aos efeitos da droga que injetaram na mesma, passava inutilmente a lingua discretamente sob os lábios, ainda estupefata com tamanha grandesa arquitetonica e bem historicos, voltava seu olhar acoado a sua raptora.

- fui traida....- sussurrou para si mesma, era a confirmação para si mesma, voltou seu olhar para aquela mulher exotica estudando-a com o que a visao lhe dava.

- Traída? Diz a mulher em um irônico?!! Enquanto se aproximava de Mika, lentamente, a medida que ela caminhava as sombras dançavam com ela, aquele cenário era surreal, a antiguidade do ambiente, aquele felino como um animal doméstico, ainda que presa, capturada Mika internamente temia pela segurança daquele homem silencioso, sentado no trono, aquele tigre lambendo as patas, próximo a ele.

- Não minha cara, você foi conduzida, para sua morte em vida, mas poderá escolher, depois de morta continuar andando ou permanecer no seu túmulo.



Aquelas palavras entraram em Mika, como um banho de óleo fervente, lhe arranco a pele, ele morreria ali, mas porquê desse teatro todo? a mulher se aproxima ainda mais, olha profundamente para Mika, que fica paralisada de medo quando o rosto da mulher se contorce com sombras delineando a face.

Uma rufada de vento se faz presente, Mika permanece imóvel, faz menção de correr.



- Fique parada. Ordena a mulher olhando profundamente os olhos de Mika, a vontade dela se esvai, e ela obedece aquele comando como uma criança assustada, a mulher passa a mão com garras negras no rosto, pescoço da mortal, desce os dedos até o seio esquerdo arrancando um suspiro de Mikaela.

- Criança, você têm sido observada a muito tempo, nós temos conduzido toda sua vida para esse momento, agora fique quietinha enquanto conversamos. A vontade de Mikaela retorna como uma enxurrada, ela treme de medo, o terror da morte próxima, a loucura daquele momento.

Ela recupera sua vontade, a mulher a menos de um palmo do seu rosto assustado.

Aquelas palavras soavam como um tapa em sua face, sentia a raiva tomar conta do que restava de consciencia ainda, porém não conseguia seguir uma linha de raciocinio. Sua visão parecia travada naquela cena entre a fera e aquele homem pitoresco, uma mistura de sensações confundiam ainda mais Mika que mal escutava o que sua anfitrea a dizia.

Levantava a face como se tivesse acordada de um transe e quando conseguia mexer os dedinhos de seus pés, as palavras felinas da senhora a deixou inerte por mais uma vez.

- Me observando?...- era só o que conseguia dizer, ainda com aquele gosto amargo na boca.Olhava para os pés por mais uma vez fazendo menção de correr, mas será que conseguiria sair das mãos da morte.

- Querida se sente, precisamos conversar, sua pergunta responde a minha, me refiro sobre se você gostaria de continuar a caminhar mesmo morta. Ele faz uma breve pausa e continua.




- Sabe, estamos de olho em você há muito tempo. De longe meus esp..ah agentes a olhavam. Naquele momento o homem se levanta do trono, passa a mão na cabeça daquele tigre sonolento e sai da sala em passos leves, era como se ele flutuasse.

- Você é especial, alguém que rompe a barreira da realidade, conseguiu construir um império, claro que com a ajuda de seu pai, mas isso não lhe tira o mérito, apenas o torna menos difícil.

A mulher se senta em uma mesa ali próximo, uma mesa de vidro de frente para uma janela, na frente da casa uma espécie de igreja com uma imensa cruz cortando, o jardim é um cemitério com estátuas de anjos, pode se ver algumas criptas, e um agradável cheiro de rosa entra junto com um vento frio naquela sala surreal.


- Você deve se perguntar o que é tudo isso? Lhe respondo prontamente, é um grande plano que irá levar você até um mundo escuro e perturbador, do qual você apenas arranhou...ah sente se odeio conversar com pessos que estão de pé, e perdoe meu inglês não é tão claro quanto o seu.



Outro pausa dessa vez esperando Mika se sentar ou colocar alguma oposição.

Voltava a sua visão para a estranha senhora, suas mãos permaneciam escondidas pelos braços cruzados, como uma gatinha amedrontada não teve como escapar de tamanha situação. Escutava com cuidado as coisas que ela lhe dizia, parecia deveras fantasiosa, mas o que poderia fazer senão escutar.

- Caminhar morta? Eu....este lugar....- confusa com as explicações e com as mudanças que o cenário lhe apresentava, quando a nobre parecia perder um tanto da paciencia se prontificou e sentou-se a sua frente.

-Sente se. A ordem ficou impossível de não ser obedecida, os tendões, músculos relaxaram a medida que Mika de braços cruzados ia sentando, o rosto daquela mulher era perfeito, liso, delicado e tinha aquelas sombras que andavam por ele como vermes em uma tequila.

- Obrigado, eu sabia que podia contar com seu apoio, bom eu estava esperando você recobrar sua consciência em plenitude, Malcon te drogou, colocou um relaxante muscular animal em sua bebida, o efeito passa em breve, embora sua reação é normal a tudo que eu já lhe disse e vou dizer, sim, mortos, cadáveres ambulantes que andam por aí e bebem sangue, e sim, sou um deles e o cavalheiro que se retirou também, ele por um acaso e meu criador, ele é um cavalheiro entre nossos pares, sou sua protegida, abraçada no ao da graça de 1672.


Ela diz isso pegando uma jarra de prata e derramando algo em uma taça de cristal, têm outra jarra e uma outra taça, ela serve Mika, água.

- Vai ser bom você tomar um pouco de água deve estar com sede, e não queremos você desidratada, e nem com sensação de sede depois do abraço, a fome já vai ser o suficiente para lhe enlouquecer. Ele diz isso olhando para Mika, esperando que ela recobre sua sanidade, ou quem sabe a perca definitivamente.

Da mesma forma que outrora caiu ao chão, suas pernas obedeceram ao comando de sentar, seus braços descruzaram, apertava os braços da cadeira, olhando-a enquanto explicava o inexplicavel. Aquilo tudo parecia fantasioso demais, já havia escutado algo assim quando criança, mas pensava que não passasse de historinhas de terror.

- Bebendo sangue....pensei que isso não passasse de mera fantasia...desculpe se ofendo de alguma forma... - sua vaidade começava a falar um tanto mais alto. - Como...bem....obrigada...- digerindo o que ela acabava de dizer.

Abraço da Mikaela:

Spoiler:

#tenso

- Não são meras fantasias, nós somos abominações, que desde a antiguidade andamos por esse mundo.

Ela diz isso olhando para o tigre, as sombras se abrem na abóboda daquela imensa sala pomposa, revelando outros rostos, na maioria mulheres, belas mulheres usando mortalhas de seda negra, com rendas, e debaixo da roupa transparente usavam lingerie negra, e máscaras de animais, corvos, cervos, javalis.
Mika sentia um certo medo, aquelas máscaras aquela gente, as sombras dançantes.

- Não se preocupe com eles, são alguns de nosso covernante, os convidei para esse momento especial, onde eu a conduzirei até nosso povo, mas antes disso me permita esclarecer alguns pontos.

Ela suspira essas palavras enquanto os outros olhavam de um camarote no teto, semelhante aqueles de teatros.

- Sim, somos reais, e existimos a muito tempo, para ser sincero se levarmos as lendas em consideração somos descendentes de Caim, sim o assassinato mítico de Abel, as vezes sorrio a possibilidade de sermos filhos de um lavrador assassino, mas é um mito, mas largamente aceito até mesmo pelo mais velho e sábio de nós, sim existem muitos outros, mas falamos de Caim e o assassinato, então, Deus ou seja lá quem esteja no comando amaldiçoou o lavrador assassino, o amaldiçoou a andar pelas trevas, beber do sangue dos vivos, caminhar pela escuridão até o final dos tempos, que receio minha cara não estar muito distante. Ela faz uma pausa, olha para a parede sul da mansão, onde Mika pode vislumbra o mito da criação dos amaldiçoados.


- Após a maldição Caim vagou pelas terras solitário, sedento, temeroso, partiu para longe com vergonha de sua condição, segundo historiadores descobriu um jeito de passar a diante sua maldição, eu digo o seguinte, quem o ensinou foi a mãe negra de todos os vampiros Lilith, nossa mãe sombria.


Aquela mulher disse aquelas palavras, externando sua afeição pela mãe negra, era uma figura mais adorada por ela do que o pai criador. Mika ficava extasiada com aquela história, e as vezes buscava uma falha, tentando achar falhas para desqualificar os mitos, e fazer acreditar que eram apenas um dos cultos religiosos.

- Não faça isso criança, me conecte a sua mente, e vejo o valor da descrença. Quando termina braços de sombras surgem, em forma do rosto de uma mulher, provavelmente como ela vê Lilith.

Pegava o copo com água e enquanto bebericava podia notar novas figuras exoticas aparecendo, aquilo parecia cenário de uma casa de swing, olhava para o fundo do copo, tentando pensar, raciocinar a bem dizer, não havia mais bebida só restava escutar o que aquela mulher dizia. Levantava seu olhar para aquela parede, arqueando a sobrancelha digerindo o que ela representava, respirava fundo vendo que não conseguiria argumentos.

- Conectar....essas ideias sei que tem fundamento mais...não sei o que dizer...- pausava. - Me ensine.....se tenho algo a aprender..- resolveu se atirar, afinal em sua cabeça não tinha muito a perder.

- Sim criança tudo a seu tempo. Diz ela em um tom maternal, olhando Mika. - A respeito de conectar, que dizer que eu entrei na sua mente, apenas um truque de nós imortais.

As palavras pareciam ser de uma fantasia gótica, um livro de Shelley ou Byron, aquilo não fazia sentido, Mika sempre suspeitou haver um mundo oculto, algo maior que a vontade dos mortais, e agora ela está de cara com aquela dama falando que não só é uma vampira mas revelando toda a sua história, a história de seu povo, por um momento Mikaela se sente especial afinal pelo o que ela entendeu no fim dessa conversa ela será transformada.



- Ele o primeiro criou outros, passando a maldição a frente, a mãe o ensinara como o fazer, e assim ele fez, gerou três, Zilah a bela, Irad o forte e Enoch o sábio, e aqui começa o reinado da Segunda geração de Vampiros, mais tarde chamados de Cainitas.


Uma pausa olhando a face de Mika.


- Eles por eras reinaram em Enoch a primeira cidade, escravizaram seu povo, se banqueteando de sangue e idolatria, muitos membros falam de vivência pacífica, mas não se iluda, mortais eram tratados como rebanho, gado e nada mais. Porém o tempo trouxe a taição dos filhos de Caim, a segunda geração gerou seus filhos, pouco se sabe o motivo, mas muitos falam que Caim se ausentou e quando voltou tinha seus netos, a paz durou pouco, essa terceira geração caçou e destruiu a segunda, Caim enfurecido amaldiçoou nosso povo, nessa época surge os clãs de vampiros, sim somos uma undiade tribal, familiar, de clãs, você receberá nosso sangue logo será uma Lasombra, como o pai de terceira geração que foi destituído do seu trono negro.


- Imagino que era um bom tempo para se viver, para um vampiro claro, a guera se alastrou entre nossa raça então começou o jogo que nos acolhe no abraço, a Jyhad, até as noites de hoje jogamos esse jogo, querendo ou não.
- Foi Jyhad que tragou o fundador e amado mestre de nosso clã, Gratiano e sua prole de bastardos atacaram nosso senhor, Lasombra, Lucien o mestre de nosso clã, desde então as coisas têm sido delicadas, nessa mesma época criaram as bobagems modernas que chamamos de seitas, a Camarilla e o SAbá, as duas maiores, gigantes antagônicas, nós não apoiamos nenhuma das duas, e odiamos o Sabá, não a maioria de nosso clã que lidera nosso inimigo.

Ela diz isso com um certo desprezo.

Terminava de beber aquela água como se fosse uma bela taça do melhor vinho que já provará, soltava o copo sobre a mesa com uma delicadesa notavel, deveras já havia passado o efeito da droga. Escutava palavra por palavra, tal qual uma criança escutando os ensinamentos de um matriarca, parecia engolir silaba por silaba, tentando entender aquela cultura historica antiga, seus olhos denotavam um brilho misterioso. Seu coração bombeava mais forte o seu sangue pelas veias, uma sensação de extase percorria pelas suas artereas, não falava nada apenas absorvia seus ensinamentos, notando a mudança de temperamento sutil daquela senhora.

- humm....- olhava para o fundo dos olhos da Senhora.

Ciclo encerrado conforme orientação da moderação, XP disponivel em aviso de narrativa, enviar para o Czar Wiadoh onde gastaram.