Contos de Mama Too Too; Infinito Aterrorizante

Esta crônica é parte de uma sequência. Segue link de cada uma, em ordem cronológica:
Contos de Mama Too Too; Nossas sombras mais altas que nossas almas
Contos de Mama Too Too; O sapo e o escorpião
Contos de Mama Too Too; Infinito Aterrorizante

Anos quarenta. Um homem está parado em um beco, as mãos sujas de sangue. O som de um carro solitário toma a noite silenciosa. Eles não eram tão comuns nessa época. Ele encara o sangue pingando no chão. Geralmente seria só mais um dentre tantos, mas desta vez ele treme da cabeça aos pés. Que maldita onda de sentimentos é essa? Não lhe disseram que tudo isso não existiria mais depois da morte? Ele ouve delicados passos de salto alto correndo em sua direção. É ela, não há dúvidas.

Todas as suas ações foram espontâneas, embora movidas por sentimentos bem seus. A Besta teve parte disso? Talvez. Mas que diferença faz? O que realmente o difere de outra cara-metade dentro de si? São apenas nomes. Nomes para a mesma faceta dele próprio.

Ela chega, paralisando na entrada do beco. Too Too. Linda, como sempre. Seu olhar, mesmo diante desta cena horrenda, continua doce e preocupado. Por Deus, o que há de errado com essa mulher?

- Rita... - O nome quase não lhe sai dos lábios.

Ele está sem firmeza alguma na voz. Não era assim que ele planejava. Ele queria assustá-la. Ele matou o pai dela a sangue frio, em um fútil prazer de provar de uma vez por todas o monstro que ele é. Ela não merece alguém como ele, e ela precisa ver isso de qualquer maneira. Ela não merece este mundo. Por que ele está tão assustado, então? O homem não lhe significava nada, não é a sua morte que o afeta. Ele tem medo. Medo de seu plano dar certo. Medo de que ela se vá. Talvez ele não tenha pensado direito em cada pormenor, afinal.

- Oh, meu querido. - Uma lágrima solitária escorre de seu lindo rosto. É a primeira vez que ele a vê chorando, e isso o destrói por dentro.

O mais rápido que consegue em seus grandes saltos, ela se aproxima dele. Seu querido pai estraçalhado no chão passa despercebido. Ela estica a perna por cima do cadáver e alcança o assassino. E então o abraça.

- Pronto... Pronto... - Ela o acalenta, trazendo seu rosto para junto de seu ombro.

É a gota que faltava. Ele explode em lágrimas. Não um choro doce e lindo como o dela, mas um berreiro realmente infantil. Torrentes de lágrimas vermelhas mancham as vestes da moça, que tenta acalmá-lo com carinhos na nuca.

- Qual... - Ele tenta encontrar as palavras em meio aos soluços. - Qual o seu problema? Por que você não...?

- Sshhh... - Ela o cala com mais doçura. - Ele ia morrer. Talvez daqui a um ano, talvez vinte anos. Você adiantou isso, o que foi uma coisa muito feia. Mas infelizmente eu já não posso fazer nada por ele. Você, por outro lado, ainda está aqui. - E levanta sua cabeça, forçando-o a olhá-la nos olhos. - E você claramente precisa de mim.

É demais pra ele. Ele grita e chora em desespero. Por que diabos Deus brinca com ele, trazendo-lhe um anjo? Nenhuma ação em sua vida o fez merecer isso. Que tipo de destino traiçoeiro é esse? Este anjo não devia estar em algum outro lugar, tornando o mundo melhor? Todo esse amor infinito é aterrorizante. Ele já não tem mais volta, as coisas que fez até aqui são irreparáveis. Por que este anjo insiste em assombrá-lo?

- Eu... Estou com medo. - Ele consegue dizer em meio ao choro, sem se importar se vai fazer sentido pra ela. - Muito medo.

- Eu sei, eu sei... - E ela o acolhe de novo. - Eu sei, meu querido. Mas eu estou aqui. Vai ficar tudo bem. Cedo ou tarde, vai ficar... - E ela dá um longo suspiro.

[Façam um post bem bonito respondendo o último post da última crônica, meus queridos]

A porta se abre. BuffaloHead é pego completamente desprevenido com a presença do Bispo ao encará-lo impassível. O Lasombra corre os olhos por suas vestes de empregada doméstica e se sente profundamente decepcionado. "O que significa isso, Jack?" seria sua próxima fala, mas é atravessado por outra fala de uma voz que vem de dentro da sala. A mulher diz que os dois tem muito a conversar.

     - Será que temos? - Altobello coloca as mãos no peito do Gangrel e o empurra para o lado, contra a parede, abrindo caminho para a casa antes mesmo de qualquer convite. Sua voz revela estar claramente irritado, o canto de sua boca treme levemente após sua pergunta e seu olhar frio permanece firme sob a mulher. Uma mortal sentiria, nesse momento, o terror que a presença de Jorge causa. - Quem é você?

     Só depois o Guardião nota Mama Too Too. Um frio corre por sua espinha. "Onde está Fofo?" ele aproveita sua proximidade com a porta para recuar alguns passos, encostando na parede. Seu olhar corre o cômodo procurando o Gangrel ofuscado, enquanto segura Jack próximo de si mesmo, talvez encontrando no Templário a proteção que necessitava, talvez se preparando para evadir do local com o que veio buscar.

As criaturas eram fracas, lentas e cegas, no entanto, juntas elas conseguiam ser um desafio para qualquer pequeno grupo de cainitas. Ele não sabia se conseguiriam acabar com todas antes de suas energias se esgotarem, mas ainda estava muito cedo para pensar em um plano de retirada.

Mesmo concentrado no combate, Tyron não pode deixar de notar se seus companheiros estavam fazendo sua parte direito. Aparentemente, ele era quem estava mais se empenhando em acabar com a invasão, mas os outros ajudavam mesmo que minimamente. Todos... exceto Avesso. Talvez o Precursor tivesse entendido a sua ordem para "eliminar as criaturas distantes com espíritos e tentar descobrir do que se tratavam" como um convite para ficar só olhando enquanto eles faziam o trabalho pesado.

-Avesso! - O Gangrel fala em voz alta, enquanto rasga em pedaços uma criatura aleatória, claramente irritado com a negligência do Precursor - O que está fazendo?

O Precursor, no entanto, não responde. Será que ele era tão estúpido ao ponto de achar que Alexander não estava observando aquilo e ele receberia represálias? Eles claramente precisavam trabalhar juntos para lidar com aquela ameaça, um ancião como ele tinha que ser mais esperto que isso. Se Avesso tivesse o mínimo de bom senso, ele estaria ajudando mesmo silenciosamente, talvez analisando a mente das criaturas e atacando as que ainda não estavam no campo de visão do Gangrel. Ou pelo menos era isso que Tyron esperava, já que ele não tinha tempo para continuar discutindo com o Precursor.

Sem muitas opções, o Gangrel continuou lutando, fatiando criatura por criatura. Ele tentava economizar sua vitae, utilizando a sua velocidade sobrenatural apenas quando fosse essencial. Porém, mesmo sem a sua vitae, o Gangrel já era normalmente rápido o bastante para destruir pelo menos 3 criaturas de cada vez.

[Realizar ações múltiplas: 3 golpes por turno]

@Prince
- Vocês? - Estranha o policial, conforme eles viram uma esquina e logo em seguida adentram em um beco.

A ofuscação se dissipa, e o policial revela-se como a mesma grávida de outrora.

- Somos só nós dois, princesa. - Ela já não segura seu braço, parece não ver necessidade disso. - Eu também não sei qual o motivo que fez a gente trabalhar juntos. Porra, eu nem sei se existe algum motivo pras coisas. Tudo o que eu sei é que você vai me ajudar a encontrar o Paranoia.

- De onde você veio, pra quem você trabalha? - Ela pergunta enquanto andam. - Não, quer saber? Não me diz. Tanto faz. Quanto menos a gente souber sobre o outro, melhor.

@Randall
Randall acalma o passo. Ele percebe que é capaz de lidar com as criaturas sem queimar sua preciosa vitae, fatiando-as a um ritmo razoável sem muito esforço. As pilhas de carne imóvel começam a se amontoar no chão, bem como o sangue mal-cheiroso. Ele nota que Órfã parece desgastada, suas têmporas brilhando em suor levemente rubro. Mas ela luta. As criaturas levam a melhor sobre Garfield, derrubando-o ao chão. Uma delas envolve grande parte de seu rosto com seus imensos lábios, no que ele grita em repulsa e desespero. É China quem vem ao seu socorro, com sequentes cortes perfeitos visando as cabeças das aberrações.

Então algo inesperado acontece. Os corpos fatiados começam a levantar-se, um a um. Em um ritmo lento, porém constante, uma pequena tropa de aberrações volta a vida, virando-se contra seus semelhantes e lutando com ainda mais furor. Parece que Avesso fez alguma coisa, ele só precisava de matéria-prima afinal.

Os números das criaturas ainda são muito maiores que os dos cainitas, mas Randall pode sentir uma ponta de esperança. Eles são capazes de manter posição, eles vão vencer este teste. A não ser que os números do oponente sejam infinitos, mas isso não seria possível. Seria?

A situação parecia estar indo bem. Órfã estava cansada, mas conseguia manter a sua posição, China protegia Garfild enquanto fatiava as criaturas e até mesmo Avesso entrava na luta, com seus zumbis monstruosos. No entanto, algumas mudanças ainda precisavam ser feitas.

-Garfild - Ele diz em bom tom - Retire-se para base.

Tyron sabia que o Gangrel era mais sociável que o normal, mas ele havia se enganado ao pensar que ainda assim ele também teria alguma aptidão física. Do jeito que estava, Garfild atrapalharia mais do que ajudaria no campo de batalha.

-Avesso - Ele diz em voz alta, mas dessa vez, sem sinais de irritação na voz - Como está a situação lá fora? Consegue localizar de onde estão vindo?

O próprio Tyron poderia ir lá fora tranquilamente, mas estava claramente mais ocupado que o Precursor. Ele esperava que Avesso tivesse alguns espíritos a sua disposição, então isso seria mais conveniente para o ancião.

@Altobello e Thorn
- Norma. - Ela responde, claramente não sentindo qualquer terror com a presença de Jorge. Seu descaso só não é maior que o do bebê em seu colo, que baba entre sons desconexos enquanto estica os braços para Altobello.

- Jura? - Ela reage ao bebê. - Ela quer você. - E estica os braços para entregar-lhe a criança.

Não há sinal de Fofo. Buffalo, claramente desconcertado, volta com as cadeiras que Mama pediu.

- Sentem-se, vamos. - Ela diz. - Você também, seja bem vindo! - Fazendo sinal para que Thorn se aproxime, que até então estava parado na entrada.

- Eu ofereceria chá, mas imagino que eu seja a única aqui que beba esse tipo de coisa. - Ela dá uma risadinha. E então, para Altobello. - Vossa Excelência está envolvido em muitas coisas estranhas, não é mesmo? Imagino que tenha várias perguntas. Mas antes... - para Thorn. - Você não gostaria de se apresentar?

@Porra Nenhuma
- Vencemos. - Responde Avesso. Há tranquilidade em seu tom. Alívio? Talvez. Ou talvez ele simplesmente não tenha considerado este teste um desafio desde o início.

A despeito do que ele diz, de início o Gangrel não nota nenhum sinal de vitória. As criaturas continuam vindo. Ele, Órfã e China fazem a linha de frente ao lado das aberrações mortas-vivas de Avesso. Por mais algum tempo, elas parecem tão infinitas quanto no começo. Mas então ele nota que seus números vão afinando, pouco a pouco. Parece que a fonte esgotou, finalmente.

Enfim, o último dos beiçudos vai ao chão. Os decrépitos levantados por Avesso também desmancham em montes de carne e osso, uma vez que seu trabalho acabou. O silêncio toma conta do pátio. Órfã está claramente cansada, ofegando dentre gotas de suor rubro. Porra Nenhuma sente que a experiência exigiu de seu corpo sobrenatural mais do que qualquer outra coisa que ele tenha feito nos últimos anos. Ele sente o cansaço, algo raro para um vampiro. China, por sua vez, parece sereno.

Entra mais uma pessoa pela porta, seguida dos funcionários do complexo de treinamento. É Alexander, caminhando tranquilamente com as mãos nas costas. Seus passos ecoam enquanto ele atravessa o pátio no que parece uma eternidade. Ele por fim sobe a pilha de corpos sem esforço, com largas passadas, parando em cima das aberrações e observando os recrutas embaixo.

- Chamem os outros dois. - Ele diz, e aguarda.

- Bom. - Ele avalia, uma vez que Garfield e Lolita aproximam-se. - Aproveitando o hiato de seu castigo de fome, vocês foram avaliados em um teste de recursos. Se gastassem toda sua vitae para derrotar estas aberrações, eventualmente seriam soterrados. Mas vejo que administraram bem. Esse é o caminho.

- Na Mão haverão missões em que vocês passarão semanas, meses, talvez décadas em um posto, mal-instalados e com pouca ou nenhuma comunicação. Saber administrar os recursos é vital. Não apenas para a sua sobrevivência, mas principalmente para o sucesso da missão. Lembrando que este é mais importante que aquele.

- Hoje, durmam com essa lição. Amanhã, vocês terão outra missão de verdade. Bom dia, senhores. - E, assim, vira e vai embora.

@Prince
- Ah, isso. - Ela diz, como se Prince tivesse comentado sobre uma verruga em sua testa.

Subitamente, pegando-o completamente desprevinido. Ela saca sua faca e dá uma profunda estocada na própria barriga.

- Essa bosta não serve pra nada. - Segurando a dor, ela retira a faca e começa a regenerar-se. - Eu estava grávida quando me Abraçaram. Agora tenho que carregar esse saco morto por aí. Eu já tenho que encarar isso todas as noites, seria melhor se você não me ajudasse a lembrar.

Ela suspira, empurrando o assunto pra longe.

- E aí, o que nós temos?

Mas é claro. As informações do cadastro. Aquele endereço estava no nome de uma tal Flavia Gonzales. O telefone era 99999999, o que demonstra claramente que ele não pretendia ser encontrado. O curioso é que o cadastro acusava uma modificação externa, vinda do servidor matriz. Se o editaram, por que não fizeram isso desta própria filial? E de onde saiu Flavia Gonzales?

Bom, um humano comum não teria escapado tantas vezes das garras dos vampiros se largasse pistas em cadastros de pizzaria, não é mesmo? Boa sorte, Prince. Vai precisar.

@Prince
- Cacete. - Ela reage bruscamente. - Não falei pra gente não falar sobre essas coisas? Você se expôs. Pra que você faria isso? E se eu quisesse te diablerizar? Caramba, cara. Se toca!

- Eu... - Ela parece pensar bem em sua resposta. - Eu também estou sozinha. Sorte sua, por sinal. - E daí ela já volta ao objetivo. - Vamos ter que procurar melhor, só isso. O que você consegue descobrir sobre esse nome? Não pode ser aleatório. Ele tirou de algum lugar. Pode ter sido uma vizinha dele. Pode ser até o nome da mãe dele, sei lá. Precisamos de um computador. Você tem um?

- Ah... - Ela, por fim, aperta sua mão. Acordo selado, ao que parece.

Por fim, as criaturas foram dizimadas por completo. Alexander entra logo em seguida para concluir os ensinamentos da missão. Nunca fora um treinamento de combate de verdade, afinal, apenas um teste de administração de recursos, como Tyron percebera pouco depois da missão iniciar. Mais do que isso, para ele aquilo tinha servido para colocar novamente em prática suas táticas de liderança, bem como para conhecer melhor as habilidades de seus companheiros.

Eles ainda tinham algum tempo até o amanhecer, mas para sua própria surpresa, o Gangrel sentia-se cansado depois da longa e ininterrupta batalha, algo que ele não sentia havia anos. Sendo assim, resolveu que o melhor a se fazer era simplesmente descansar e se preparar para missão da noite seguinte. Branca, no entanto, estava com energia de sobra, e por isso o Gangrel a orientou para dar continuidade ao seu treinamento de Ofuscação por conta própria. Afinal, a garota já tinha entendido a técnica, apenas precisava dominá-la, e isso só dependia dela mesma.

Assim, Tyron descansaria pelo resto da noite, satisfeito com a pequena conquista daquele dia.

ㅤㅤA mulher com o bebê em seu colo se revelou ser Norma, a criança morta que acompanhava Kurt e salvou sua vida na batalha contra os Tremere no pântano em Louisianna há dois anos atrás. Agora ela habitava um corpo humano. Isso poderia ser algum tipo de feitiçaria necromante, mas do pouco que conhece Norma, Altobello duvida que a garota se submeteria a vontade de um vampiro poderoso o bastante para colocá-la em um receptáculo. 

ㅤㅤO Lasombra formula sua própria teoria, que corrobora, em parte, com os últimos grandes acontecimentos que se sucederam na cidade e segundo sua teoria, acabara de obter um rascunho da imensidão do poder de Too Too. 

ㅤㅤCom tanta informação nova, quase não teve espaço para questionamentos acerca do bebê que se esticava em direção ao Guardião. Altobello não se lembra da última vez que interagiu com uma criança, no entanto, talvez por curiosidade, aceitou segurar o bebê. - É sua filha?

ㅤㅤUm estranho também está lá. Consegue identificar facilmente que é um vampiro, mas não se lembra de seu rosto, levando a acreditar que ou não é um local ou é um inimigo. Ou os dois. Ele se nega a se apresentar, e as suspeitas do Bispo se intensificam. 

ㅤㅤEstava claramente em maior número. Quatro contra um, em uma contagem preguiçosa. Preguiçosa porque a lealdade de Jack estava em cheque. Too Too parecia ter feito uma lavagem cerebral a ponto do Gangrel ignorar seu dever como Templário sem dar nenhum tipo de satisfação. Além disso, Jorge duvidava que a velha permitiria qualquer tipo de violência em seu lar.

ㅤㅤ- Estranho! - O Bispo chama sua atenção. Mama Too Too é um caso aparte, talvez ela escape de sua megalomania autoritária, por conta de sua condição. Um vampiro, por outro lado, em seu território, não passaria ileso sem cumprir as normas adequadas de "etiqueta" do Sabá. Principalmente um vampiro que seja uma possível ameaça. - A mulher lhe fez uma pergunta. Quem é você?

@Bispo Altobello e Tristan Thorn
- Ah não, eu não fazia ideia que você vinha. - Too Too sorri. - Mas é bem vindo, como todos.

- Se tem algo que eu aprendi aqui - Norma intervém, enquanto o bebê já está no colo de um desconsertado Altobello. - é que não existem coincidências. Essa menina, por exemplo, está mais para sua filha do que minha. Não reconhece?

De fato, olhando atentamente, Altobello de fato é plenamente incapaz de reconhecer o bebê.

- Devem ser os traços misturados. Bom, depois conversamos sobre isso. - Ela se estica no sofá, claramente aliviada em soltar o bebê por um momento.

Altobello não tem tempo para meias-conversas ou homens centenários se fazendo de bobos. Ele interpela o estranho de maneira tão brusca que ele não tem tempo para evitar o contato visual.


Mas é inútil. O homem é forte demais. Altobello sente-se batendo contra uma parede blindada, completamente fora de seu patamar. Ele responderá o que quiser, quando quiser.

- Sim, nós podemos conversar a sós. - Ela responde, finalmente. - O senhor pode me ajudar a levantar? Depois de uma certa idade, certos atos simples como esse se tornam uma verdadeira batalha. - E estende sua frágil mãozinha trêmula para Thorn, na intenção de levá-lo aos fundos da casa.