Les Bons Temps - Parte 2.0

Brian ergue uma sobrancelha - Tempos difíceis, é? Me conte mais sobre isso, o que está havendo de tão difícil na cidade? - Aquilo sem dúvida podia ser interessante.

Os gestos cautelosos de Nikky relaxam ao reconhecer o rosto horrendo de outro Nosferatu. Observa a interação dele com Stuart curiosa e um pouco surpresa. Seu jacaré não costuma gostar muito de estranhos. Mesmo que ainda não confiasse completamente no desconhecido a sua frente, decide que ele não é tão ruim. Poderiam se dar bem.

Nikky acena com a cabeça e estende a própria mão, cumprimentando-o. Um pequeno sorriso também surge em seu rosto.

Askalians escreveu:- Seu amiguinho é bem companheiro e bonito...me encontrou bem rápido aqui...

- Sim, ele sempre foi muito esperto.- Um tom de orgulho aparece em sua voz. Nikky treinara e cuidara de Stuart desde que ele nascera e era muito apegada a ele.- Embora costume ser mais desconfiado com estranhos. Ele gostou de você.

Nikky dá uma pausa, esperando para ver se Jack falaria algo, antes de continuar.

- Jack, como disse antes, nós acabamos de chegar. Eu pretendo passar algum tempo na cidade, então estava à procura de um refúgio. Você sabe se há algum túnel vazio e seco que poderíamos usar?

A pensão The Witcher parecia um bom lugar para se instalar. Matt não tinha muita dificuldade em se misturar aos humanos e estar perto deles em geral garantia acesso a alguma informação.

Antes de bater na porta verificou seus bolsos. O dinheiro que guardara já estava acabando. Em breve teria de procurar alguma mansão ou humano rico para roubar. Em geral, Matt não gostava de cometer crimes, mas quando a pessoa de quem roubava visivelmente tinha mais do que era preciso, ele não se importava. Passara sua antiga vida em um orfanato pobre, praticamente nas ruas, e sabia bem o que era desigualdade e injustiça. Enquanto roubasse para continuar sua jornada e trouxesse algum bem a esse mundo aparentemente condenado, valeria a pena.

Esperou um momento em que o movimento na rua houvesse cessado um pouco para aproximar-se da pensão e bater na porta.

A generosa oferta de Jack surpreende um pouco Nikky, mas ela não demora para concordar.

- Obrigada. Este é realmente um ótimo lugar.- A Nosferatu finalmente se senta na poltrona mais próxima à Jack e larga sua mochila com cuidado no chão ao lado dela.- Claro que pode brincar com o Stuart o quanto quiser. Só o mantenha afastado dos mortais, por favor. Ele tem um gosto demasiado por suas pernas e braços.

Nikky lança um olhar acusatório para o jacaré. Ela lembra das poucas vezes, anos atrás, em o levara consigo para a superfície e tivera de contê-lo para impedir que atacasse algum humano que passava por perto. No fim, conseguira treiná-lo para se controlar um pouco, porém não tinha certeza de como Stuart agiria se ela não estivesse por perto.

- Jack. Você conhece bem New Orleans? Sabe como faço para me apresentar ao príncipe?

Voltando ao presente, Nikky muda de assunto. Agora que conseguira um local para se abrigar e uma companhia inesperada, a Nosferatu gostaria de aproveitar as horas restantes da noite para cumprir a tradição da Camarilla. Depois, estaria livre para passar mais tempo com seu anfitrião, aprender sobre a cidade e procurar pelas bruxas.

- Sim. Eu tenho o endereço. Fica dentro do museu, certo?- Nikky pensa no pedaço de papel dobrado com a localização escrita por seu Sire que guardara no bolso de seu casaco.- Eu só queria saber se você conhece jeito de entrar lá sem... ser incomodado por algum mortal.

O tom de voz da Nosferatu fica mais desagradado no final e ela contém a vontade de fazer uma careta. Nikky não quer ter que enfrentar os problemas que conseguiria por uma infração da máscara como aquela. E também, apesar de já ter se adaptado ao seu novo corpo enrugado e cinza, ainda a incomoda a ideia de os humanos a virem como o monstro que se tornara. O melhor é evitar aquela situação o máximo possível.

"Hmmmmm, a polícia é a última coisa com a qual eu quero lidar" - Pensava rapidamente enquanto olhava o bar mais um pouco. Seria a cidade sem oportunidade pra eles? Ele então resolve que no dia seguinte irá procurar investigar sobre os desaparecimentos, talvez olhar a lista de procurados, uma recompensa seria boa.

Matt hesitou por um instante. Seu primeiro instinto era correr para longe daquele lugar e se afastar do perigo próximo. Certamente era o que teria feito se ainda estivesse vivo. Mas era um Cainita agora, não tão fácil de matar. Deveria entrar e descobrir o que estava acontecendo? E, mesmo se o fizesse, e depois?

Bem, pensaria no depois quando desse uma olhada no que provocara aqueles tiros. Ai sim poderia decidir como agir.

O mais silenciosamente possível, Matt contornou a pensão para observar a cena por uma das janelas laterais, aproveitando para tentar entrar por lá caso consiga abrir a janela sem chamar atenção para si.

Nikky considerou a pergunta. Sua intenção era seguir para lá imediatamente, mas ao perceber o quão confortável Stuart estava, não teve coragem para pedir que eles saíssem. Os dois tinham feito uma longa viagem até New Orleans e poderiam aproveitar algumas horas de descanso.

- Em breve. Não fica longe daqui, fica?

Ela espera pela resposta. Seria um problema se eles acabassem demorando demais e Nikky não conseguisse ir lá hoje.

- Você conhece alguma boa história sobre New Orleans, Jack?- A Nosferatu perguntou, em tom de conversa.- Eu ouvi um pouco sobre a cidade e fiquei curiosa. Soube que os vampiros daqui convivem com bruxas e lobisomens... é verdade?

Brian anda até a mesa de seus colegas - Ei, vou dar uma volta por aí, se comportem, qualquer coisa me liguem - Ele saia e então pegava o furgão e seguia as viaturas.

A notícia morte da regente é um choque para Nikky. A Nosferatu não tinha lido nada a respeito quando pesquisou sobre a cidade. Aquilo não era nada bom. Cidades sem Príncipes tendiam a ficar turbulentas. Ela teria de ser cuidadosa para não acabar envolvida em algum conflito.

Nikky volta a falar assim que o minuto passa, tentando manter a voz controlada.

- Ela morreu? Eu não sabia. Como foi que aconteceu?

Matt soltou um suspiro irritado mas não havia o que fazer. Não iria embora sem ao menos saber o que estava acontecendo. Mesmo que isso pudesse atrapalhar seu plano original, se houvesse pessoas em perigo que ele pudesse ajudar e ele apenas fosse embora sem fazer nada não se sentiria a vontade depois. E, além disso, ajudar as pessoas da pensão seria bem conveniente caso realmente fosse se hospedar ali.

Contornando novamente o edifício, Matt tenta abrir a porta.