Les Bons Temps

Dylan estava morto para o governo dos EUA. Ele não mais existia e agora retornava, mas agora sob a alcunha de Logan Rak, um detetive particular como outro qualquer.
Quebec foi bem traumática, ser torturado por vampiros e perseguido pelo crime organizado forçou o Arcano a tirá-lo do Canadá temporariamente e como voltar para New York era perigoso para sua identidade o Arcano decide lhe conceder "férias" em New Orleans, sim, ele estava de folga desde que mantivesse seu treinamento para aprimorar suas habilidades despertadas em Quebec.

Rak chegava em uma casa afastada do centro da cidade. Parece antiga, mas não acaba, Logan poderia morar ali com sua família se tivesse uma.



Ao adentrar o local se depara com uma mobília comum. Não há retratos pela casa, a cozinha está equipada com o essencial e no segundo andar há ainda 3 quartos mobiliados sendo um deles uma suíte. No intervalo entre a cozinha e a sala de jantar existe uma porta que leva a um porão vazio...


O local era perfeito para praticar seu dom, não tinha risco de grandes danos e ainda possuía energia elétrica.
Os meses seguintes foram de incansável treinamento. Dia após dia Logan descia ao porão e praticava sua piroquinese. Alguns sucessos e alguns acidentes, mas tudo contornável. Com quase nenhum contato com o mundo exterior, apenas curtas idas ao mercado para comprar mantimentos, Rak progrediu e agora conseguia criar uma quantidade significativa de fogo com seus poderes, mas 3 meses de uma rotina de queimar objetos e usar extintores ou baldes de água já o fatigava. O Arcano não havia mandado nenhuma ordem então o agente permanecia em New Orleans com relativa tranquilidade.

Esta noite Rak vestia um sobretudo negro (roupa reforçada do Arcano), camisa social branca e grata preta, bem como um chapéu preto dando um toque de classe. Pegava um táxi e seguia até algum local onde pudesse beber e apreciar boa música, assim teria oportunidade para procurar por vampiros na cidade e a melhor forma de fazer isso é durante a noite.

O vampiro saltou do carro fitando o ar noturno da cidade, The crescent city pensou ele. Ele gostava de Nova Orleáns, era um lugar de verdade para os Membros, fazia algumas horas que tinha vindo desembargado no Aeroporto Internacional Louis Armstrong, tão logo chegou comprou um telefone pré pago, baixou  o aplicativo e chamou um Uber.
Em seguida foi até o porto em Nova Orleáns de onde resolveu velejar em um barco fretado, estava cheio de turistas, mesmo tão tarde da noite, na verdade o próprio barco estava comemorando um aniversário de casamento, isso era um bom sinal.
Ele comemorou com os noivos, até bebeu champanhe ( o que lhe custou um pouco de vitae, para piscar, ruborizar e irrigar o estômago), ele até tentou dançar com algumas creoulas que estavam na embarcação, mas seu quadril era duro demais, e por algum momento queria que sua proficiência em dança fosse tão razoável quanto o era em magia. Mas não era.
Ele dançou e cantou naquelas horas, ouviu um bom Jazz, conversou longamente com o pai do noivo, um senhor que era músico, e também havia lutado no Vietnâ. Stanislav se sentia humano de novo, distante da rígida e fleumática hierarquia de seu povo. 
No fim, ele sorriu, saiu em segredo, aportando no Quarter French, de lá foi até uma loja onde comprou um guia da cidade, um dicionário de Francês( ele falava apenas o inglês e o latim) seu conhecimento em Latim facilitava, afinal o francês é uma língua filha do latim.
Após essa agitação, partiu e ainda no Quarter French passou a procurar um quarto para alugar.
Preferencialmente no segundo andar de uma pensão de frente para a imponente Borboun Street.
E foi ai que se lembrou, droga tinha que se apresentar ao príncipe da cidade........

Stanislav passou a mão pelos longos cabelos, escuros, embora, as vezes sob a luz do luar pareciam reluzir um prateado, talvez em virtude á pratica de antigas magias, um efeito colateral, assim como aquele morto inquieto que o persegue, aterrorizando -o, sem trégua.
Sobretudo, porém ele tinha uma preocupação momentânea: Achar um refugio seguro na cidade.
E foi o que ele fez, transitando pelos sabores culturais da Rue Bourboun, ele observa atentamente avisos de pousadas, um local onde ele pudesse se instalar, rezando para que não esteja entrando nos domínios de nenhum Membro local.
E na primeira oportunidade, ele entra em alguma estalagem e solicita uma suíte no segundo de algum casarão antigo no Quarteirão francês, antes de procurar o regente da cidade precisava se instalar e alimentar alguns rituais.

OFF: A casa não é abandonada, é cedida pelo Arcano pra ele morar e treinar até que eles entrem em contato com ele novamente pra alguma missão. O imóvel deve estar em nome de algum laranja.

ON:

Rak caminhava pelas ruas brilhantes de New Orleans, apático porém atento adentra em um restaurante. Fazia tempo desde a última vez que desfrutou de uma boa refeição e um ambiente aconchegante como o do restaurante em questão. Era algum tipo de cantina italiana, o garçom lhe atende anotando seu pedido e deixando o couvert.
Logan fica atento às conversas ao seu redor, a música dificultava um pouco mas lhe agradava ao mesmo tempo. Passava-se um curto período de tempo e o garçom retornava com um bom vinho chileno...

"Aaaah, meses sem saborear algo refinado, quase posso sentir o 'Dylan' de novo" - Saudoso, mesmo depois de tanto tempo ainda nutria sentimentos pela sua vida antiga como um mero advogado e esse sentimento crescia quando sua dificuldade para segurar a taça se evidenciava. Sua mão direita estava inteira mas suas capacidades motoras ficaram debilitadas devido o estrago da bala que sua algoz plantou nela - "Ao menos a desgraçada agora é uma pilha de cinzas" - Logan esboçava um sorriso suave de satisfação ao lembrar da vampira em chamas, dava um gole generoso no cabernet suvignon chileno e já avistava o prato de spaghetti com almondegas se aproximando.
"É uma pena não poder terminar o que comecei em Quebec, mas não adianta ficar sendo caçado lá, ao menos posso descansar aqui" - Seu monólogo mental perdura com algumas resoluções de seus últimos passos mais marcantes. Terminada sua refeição extremamente satisfatória, o Arcano encerra a conta e segue sua caminhada pela cidade.

"The Big Easy" é muito viva devido aos diversos ritmos que habitavam a cidade. Logan caminhava contente e por alguns instantes até se esquecia de procurar por pessoas pálidas e com trejeitos de vampiro, então finalmente chegava na Bourbon Street. Olhava de um lado a outro e observava de bares a strip-clubs, se já havia saciado a sua fome de alimento era hora de saciar sua fome de mulheres, não, melhor que isso, Rak sabia que poderia haver vampiros em um local como aquele.

Desarmado, Rak é liberado na entrada. Ele observa todo o ambiente. Vai até uma dançarina que está no pole e lhe dá 10 pratas e após assistir alguns instantes de sensualidade e nudez, se desloca até o bar onde pede por uma cerveja e aproveita para analisar desde a atendente até os outros frequentadores, estavam comendo? Bebendo? Eram pálidos? Com calma e tranquilidade o Arcano faz suas análises, ali ele poderia ser só mais um observando as garotas que evidentemente passavam por sua análise.

OFF: Oxi... ainda bem que vc me avisou em off... já ia fazer a polícia ir atrás de vc.. kkk mas ok, a casa era de um laranja que ele podia usar...

ON:
Depois de comer e se deliciar com um belo show de pole dance feito por uma dançarina da noite. Podia-se dizer que estava quase que plenamente satisfeito se não fosse pelo fato que não havia cruzado com nenhum dos seres noturnos e pálios que esperava encontrar, mas naquele bar, tudo e todos eram bem normais.
Algumas pessoas conversavam no bar, bebiam drinks coloridos, as mulheres dançavam para alguns homens no salão e outras em mesas... uma música ambiente típica de casa noturna tocava a um som baixo e agradável... nada de diferente acontecendo no local.
Tudo estava bom demais até que dois homens ao lado de Logan começaram a discutir e meio que a iniciar uma briga. Por mais que não fosse da conta de Logan e ele nem devia querer se meter com aquilo, acabou sendo empurrado pelas pessoas que brigavam para o lado de fora do local. Seguranças em seguida se aproximaram e começaram a tentar fazer os rapazes pararem a briga. Logan não queria se meter em nada do tipo, ainda mais porque qualquer coisa poderia fazer com que fosse descoberto naquele cidade e isso poderia lhe trazer problemas.
Quando se viu na rua depois de ser empurrado para fora do local devido á briga alheia, reparou em uma bela ruiva correndo do outro lado da calçada da rua em que estava. Ela parecia bem assustada com algo ou alguém que poderia estar vindo atrás dela. Seus olhos transmitiam pavor e sua respiração ofegavam como de alguém que já havia corrido muito e estava ficando bem cansada de fujir...

OFF: Ruiva... Nãããããããããããoooooooo!

ON:

Logan apreciava o ambiente, era bom viver uma vida "normal" de vez em quando. Algumas mulheres atraentes, outras nem tanto, drinks coloridos, música e luxuria. Não demora e dois homens claramente inebriados começam uma discussão e uma confusão começa forçando Rak a se afastar e entre alguns empurrões ele acaba saindo do local, os seguranças por sua vez estavam ocupados resolvendo a confusão, o que possibilitou Logan sair sem pagar.

"Não do meu feitio, melhor voltar quitar..." - Antes que pudesse concluir seu raciocínio o Arcano percebe uma moça ruiva bem atraente do outro lado da rua, parecia fugir de alguém, olhava para trás constantemente estava ofegante.

"Hmmm, finalmente algo interessante" - O Arcano começa a seguir a moça a uma distância segura com o intuito de talvez localizar o perseguidor dela. Caso a moça pare em algum momento, Rak se aproxima e diz - Algum problema? - Sua expressão é amistosa.

Logan observava toda a cena se desenrolar. Tudo aquilo lhe parecia um filme clichê, homens ameaçadores e sujos de sangue atrás de uma moça indefesa. Rak não se incomodava com a moça, mas aqueles vampiros (ficou bem claro para ele) eram descuidados e talvez pudessem ser de alguma valia.

Os vampiros cercavam a moça em um beco, ao longe o agente do Arcano analisava a postura dos membros do grupo e tentava definir quem seria o líder*, talvez o que falasse mais ou uma linguagem corporal que indicasse qual deles detinha mais respeito ali, uma vez definido o líder Logan se aproximava com passos calmos pelo beco, quando as atenções se voltassem a ele, Rak tirava a mão direita do bolso e olhando fixamente para o suposto líder ele estala o dedo fazendo a cabeça do vampiro arder em chamas**
(- 1FV - Piroquinese nível 3)



*Percepção + Empatia ou Liderança = 6 ou 4 dados
** manipulação + prontidão = 9 dados

Logan sente um prazer sádico ao ver o vampiro queimar e não consegue resistir a abrir um leve sorriso. O pobre infeliz se contorcia de dor e ia ao chão se tornando cinzas enquanto os outros se desesperavam com as chamas que lambiam eles, de fato para Rak aquela cena era de "aquecer" o coração.

Após a fuga dos "vilões", Logan se aproxima da moça que está de joelhos, ainda com a mão esquerda no bolso do casaco e a direita a mostra, esta que ele apenas muda suavemente a posição deixando-a com a palma pra cima dando a moça um apoio para se levantar - Boa noite, está ferida? - O sorriso sádico havia dado lugar a um sorriso ameno e amigável, é claro que o Arcano não iria baixar a guarda, estava atento caso alguém voltasse e caso a moça se revelasse uma ameaça, sendo assim explodiria a cabeça dela em chamas apenas usando o olhar - Acho que é melhor irmos pra um local seguro, por aqui por favor - Guiava a moça pela mão e aproveitava para verificar a temperatura.

Os dois seguiam até a rua, pegavam um táxi, Logan indicava um hotel 3 estrelas em outra região da cidade, pagava uma diária e ia com a moça para o quarto.
Já na suíte, Rak abre o frigobar pega uma garrafa de água para a moça e uma cerveja pra ele, usando a mão esquerda para não demonstrar seu problema na mão direita abre a latinha - Me chamo Lars, qual seu nome? - Dava um gole na cerveja - Lamento ter te trazido até aqui meio que a força, mas é pra sua segurança - Rak bebe mais um pouco e apoia a lata em uma mesinha no quarto - Me diga, por qual motivo 3 vampiros estavam te caçando? Você parece ter feito algo pra merecer aquilo, ao menos foi o que um deles disse.

Stanislav entrou nas suavemente na pensão antiga, puxando fundo o ar noturno, em um exercício que era puro reflexo, haja vista que ele não necessitava de oxigênio.
Então ele fitou a anciã relaxou as feições do rosto, aquilo poderia facilmente ser entendi como um esboço de sorriso, mas alguém que conheça aquele vampiro protestaria quanto a essa possibilidade.
Depois de mais de um século como imortal, a dor, o sofrimento, a angustia, a paranoia, afligem de forma brutal o qualquer resquício de espiritualidade que remanescera.
Então ele escreve ali um nome, naquele velho livro de hospedes.

" Adam Smith"

Por um momento enquanto a caneta deslizava no papel, soltando tinta fresca, ele pondera por que o nome daquele filosofo do liberalismo havia vindo á sua mente, ele cria algumas conjecturas, mas as rejeita, afundado -as, no seu subconsciente.

Então, ele toma nota do valor da pensão, sem indagar, apenas olhando ao arredor, e paga três " diárias" sacando um maço de dinheiro de seu bolso, um dinheiro amassado, sujo, misturado a moedas.

Porém, entretanto. Ele com sua tradicional paranoia, passa seus olhos que não piscam naquele primeiro piso do casarão, buscando detalhes que pudessem indicar algum perigo, certa vez, ele se lembra com uma vergonha estampada no espirito.
Ele havia chegado á uma cidade no sul da França, agradável e acolhedora, se hospedou em uma Taverna de estrada, isso durante a segunda Guerra Mundial, uma família, os Manniér eram os donos do estabelecimento, fora muito bem recebido, exceto pelo fato que fora desperto no meio do dia, a boa família Manniér, como pode constatar anos mais tarde, nada mais era que carniçais, cujos os senhores tombaram diante das bombas de Hitler, e pretendiam empalar Stanislav e usar o precioso sangue dele para se fortalecerem. Stanislav destruiu a taverna, adormeceu sob os escombros.

Voltando a suas peripécias modernas, ele observa o lugar, antes de subir vasculha o lugar, inclusive lendo a aura de sua boa anfitriã.

Logan respeita a moça, estava de "férias" e entrar na confusão que estava formada na cidade não era sua intenção, mas ele simplesmente não conseguia resistir a uma oportunidade de matar vampiros, talvez seu lado sádico tinha aflorado um pouco mais.

A garota não passaria pelo vitro do banheiro, então Rak apenas fica de costas pra uma parede e com a cabeça virada pro lado do vão da porta, não podia ver o que se passava lá dentro mas podia ouvir com clareza a tal Clairy.

- Sim, sou novo, ficaria feliz se você me atualizasse dos acontecimentos e principalmente respondesse minha primeira pergunta - Dizia em tom sério porém sereno.

Logan fazia questão de não olhar diretamente pra moça justamente pra manter a discrição. É claro que ele por um ou dois momentos sentiu desejo pela jovem mas tinha que se conter, ela era uns 10 anos mais nova que ele e parecia saber muito mais sobre o cenário local que ele.

- Ora, eles pareciam bravos com você, mas me diga, você é uma caçadora? Tem algo que queira compartilhar com um novato? - Sorria tranquilamente enquanto pegava a cerveja novamente e dava outro gole.

Então ele caminha pelo casarão indo de encontro a seu quarto, ainda absorvendo cada detalhe do ambiente, de frente para a porta do quarto 93, ele a abre.
Ao entrar se senta na cama, ele coloca sobre a cama suas duas armas anti vampíricas, a Bengala
e a estaca, ambas encantadas com rituais taumatúrgicos, ele passa os dedos sobre cada runa, cada símbolo, exceto sobre a lâmina da bengala espada, a qual emite uma luz esverdeada que lhe fere os olhos, e jorra uma luminosidade doentia no quarto.
Então ele em um esforço necessário, corta sua mãe com a ponta da estaca de madeira, imprimindo força necessária para abrir um sulco da palma esquerda, quando o sangue verte pelo orifício, ele se poe a desenhar linguagem hermética, sua vontade vai impedir que a luz do sol penetre aquele lugar, era o famigerado Defesa Sagrado.


Então ele pega suas armas, veste o casaco.
Feito isso ele parte para se juntar ao mundo dos Membros, iria honrar a tradição do domínio.
House 1850.

Logan engasga com a cerveja perdendo a compostura por uns instantes, ele abaixa a aba do chapéu e diz um tanto sem jeito - Por favor, vista-se... - Depois da moça vestida e Logan beber o resto da garrafa ele abre a janela e respira fundo. Ele não queria nem tentar se envolver com ninguém, ainda mais depois de tudo que ocorreu com ele antes do Arcano e durante a missão em Quebec.

- Não estou na cidade para bancar o super-herói, te ajudei pois simplesmente não podia deixar alguém em perigo bem na minha frente - Retomava a pose de homem frio, totalmente destoante a cena de adolescente virgem de 5 minutos atrás - Eu não sei nada sobre você, mas se quiser dividir as informações que tem sobre os vampiros da cidade, talvez eu te ajude, afinal parece que estamos do mesmo lado, não? - Concluía com um olhar penetrante.