Les Bons Temps

- Esse incêndio tem algo haver com a guerra entre nosso povo? Insiste o vampiro se levantando para acompanhar ela.
Tudo era um signo, e isso Stanislav aprendeu desde seu abraço, ele próprio é um investigador do clã Tremere, espionando outros Membros da hierarquia, um tipo de Inquisidor, porém com um nome menos zeloso.
Astor. A força tarefa da Elite Tremere.

Embora estivesse de férias, algumas preocupações avultavam sobre a cabeça do vampiro, e todo aquele papo de queda do príncipe, guerra, as coisa andam alteradas na Big Easy.

- Vamos a pé?! Pondera Stanislav para quebrar o clima que se pesou ao falar sobre a guerra entre Vampiros e Lobisomens.

Logan se aproximava da moça e a observava, achava a moça sexy, sentada, ofegante, com as roupas encharcadas e coladas no corpo. Aquelas sensações e pensamentos começavam a se tornar particularmente irritantes para o Hak'Ar já que queria se focar em outros assuntos e a situação o deixava meio fora do ar.

- Vejo que conseguiu salvar o dia, vamos? - Estendia a mão para a moça.

- Vou te levar pra sua casa e depois preciso dar andamento na investigação - Rak apoiava a moça que estava fraca e então seguia com o seu planejamento.

Logan precisava voltar para sua casa, queria saber se Valigar havia lhe enviado o que solicitara e aproveitaria pra se comunicar novamente. Em nenhuma hipótese poderia levar Clairy com ele.

Chegando em sua casa depois da devida precaução de tomar várias conduções e andar por várias ruas sem rumo para despistar um possível perseguidor (mesmo com toda a cautela já havia tido problemas do gênero), Logan adentra a casa vazia e escura. Acende as luzes e procura na casa todo por alguém escondido, não havendo ninguém finalmente se sentava na poltrona e suspirava inclinando a cabeça para trás com os olhos fechados. Abria os olhos e observava o teto branco e se perguntava como de costume "o que eu estou fazendo exatamente?".
Uma hora se passava com as divagações e lembranças costumeiras até que resolvia sacar o celular e interromper aquele maldito ritual de auto flagelação mental que agora tinha como tópico um sentimento por Clairy.

"Fiz um acordo com um deles
Tenho que caçar 3 que são violentos
Há regras
Não machucar humanos
Os alvos não respeitam as regras
Preciso das ferramentas e informações
1 - Quem é Jean em New Orleans, ele é 'V'
2 - Placa de carro: JUX 580
2.1 - Quem é o dono e seu endereço
3 - Quem é Jace, ele é 'V'

Há muitos sobrenaturais aqui, devemos agir"

A mensagem era fortemente criptografada como de costume, após isso tentaria ter uma noite de sono confortável na medida do possível.

Logan chamava um táxi e "dispensava" a moça pra que pudesse trabalhar. As coisas teriam que ser resolvidas logo.

Na manhã seguinte Valigar havia lhe enviado algumas das respostas que solicitara na noite anterior, agora poderia iniciar a segunda parte do plano.

Vestia roupas mais comuns para os cidadãos da cidade e mapeava os locais onde faria tocaia. Vestindo camisa xadrez, calça jeans e bota, procurava a garagem Sunshine no centro e depois ia até a frente da industria de peixes e frutos do mar. Observava nos dois locais se havia segurança, gente armada, câmeras de segurança, se encontrava o carro ou o próprio Jean.

Ao cair da noite Logan estava de volta à sua casa e mandava uma mensagem para Clairy...

"Me encontre em frente à indústria de comercialização e industrialização de peixe e frutos do mar.
Leve um vidro ou pote.

Com amor
LR."

Agora com os trajes de costume, chapéu, sobretudo reforçado, camisa e gravata, voltava à industria e esperava Clairy.

Logan observava a bruxa por alguns segundos de longe, ele admirava sua beleza e então se forçava a dar continuidade com seu plano - Bem, esperava uma roupa mais... Prática. Talvez tenha um pouco de ação aqui - Rak se voltava para a indústria - Precisamos entrar, creio que Jean esteja lá ou irá pra lá em algum momento - Ele olhava fixamente pro lugar procurando uma forma de entrar e pensando se valeria mais a pena ficar só de tocaia esperando Jean aparecer.

- Estou feliz de te ver - Dizia sem olhar pra ela diretamente - Mas precisamos focar nisso. Acho melhor ficarmos de tocaia esperando Jean se mostrar.

Logan olha para a bruxa que parecia não tomar iniciativa em ajudar - Hmmm, Clairy. O que acha de me ajudar a invadir o lugar atrás do Jean? Talvez os seguranças saibam onde ele está - Ele esperava que a bruxa então dissesse o que tinha em mente para que então executassem um plano. O foco de Rak era só queimar o Jean e não queria ter que sair colocando fogo em tudo lá sem necessidade.

A ideia de Clairy distrair os guardas com sua beleza não o agradava muito, mas sentia pensava que aquilo não era natural dele e sim fruto do feitiço, fazia um esforço e então se expressava - Por favor, cuide deles pra que eu possa entrar e tratar com Jean, me dê a garrafa também - Pegando a garrafa o Arcano seguia para execução do plano esperando que Clairy agora fizesse sua parte tirando os guardas do caminho.

Stanislav sente uma onda de tensão pecorrer por seu corpo, talvez fosse a Besta querendo fugir, na forma do Medo Vermelho, que tanto assombra os Membros. Seria um desastre se ele saísse correndo feito um louco ali, violaria a Máscara, e ficaria a mercê de inimigos.
Então ele rapidamente se recompõe, mantendo foco em segurança, e diante do crepitar das chamas, ele ainda tenso se volta para sua bela companhia.

- Acredito que devemos sair daqui. A coisa pode ficar mais tensa ainda.

O sentimento não o agradava e tornava tudo mais difícil, fazendo um esforço ele avançava para dentro do local que agora estava desprotegido e procurando evitar as câmeras de segurança.

Já dentro Rak teria que procurar por uma sala de liderança onde provavelmente estaria Jean.

Logan achava que tudo iria ficar bem e quando adentra o local seu primeiro pensamento é procurar a sala da gerência ou administração onde provavelmente encontraria o seu alvo, mas seu pensamento é rapidamente interrompido pelo bater da porta e uma sensação de que o lugar não era pra ser bem assim.

Intrigado com a quietude do ambiente onde deveria ouvir a voz de Clairy ao menos o Arcano começa a desconfiar que tenha caído em alguma armadilha mágica.

Ele saca o celular e tira uma foto do mapa e então checa a foto - caso não seja possível fotografar ele tenta memorizar o mapa e leva o tempo que for necessário ali para memorizar o máximo possível do local - Só restava a exploração cuidadosa.

Rak caminha com muita cautela e olha para o chão, teto e paredes. Força portas para abrir e quando as abre não fica na frente delas.

Logan ficava incomodado com a escuridão e então resolvia "acender sua mão direita" (Piroquineses nv2 - Palma de fogo  -1FV). Logan, como todo o piroquinético, tinha o poder de gerar chamas do nada mas não de controlar fogo já existente, em todo o caso ele ainda era capas de gerar fogo na palma da sua mão ou ponta dos dedos sem que se queime, essa chama permanecia controlada até que ele disparasse contra um alvo.

O Arcano caminhava agora iluminando o caminho com sua mão como se ela fosse uma tocha e agora podia observar o quão estranho realmente era o lugar. Aquilo não parecia desse mundo, mas nada mais parecia agora. Era notável que ela não estava lidando com um vampiro comum e mais uma vez o caranguejo sentia que havia mexido com algo maior que ele.

Não demorava muito pra que percebesse que praticamente todas as portas estavam fechadas exceto uma que inclusive se abria o convidando para adentrar. Qualquer tolo adentraria aquilo por mera curiosidade como uma mariposa atraída pela luz de uma chama, mas Logan não era uma mariposa, ele é a própria chama. Ele empurra a porta para que se abra completamente e então saca o celular com a mão esquerda e usa o flash da câmera para iluminar o interior da sala antes de entrar, isso se a chama da sua mão direita já não fosse suficiente.

Logan fica intrigado e vai adentrando o local, mas não sem antes olhar para os dois lados do corredor. Receoso chegava perto da mesa e a analisava, guardava o celular no bolso e então com a mão esquerda livre pegava o lenço e o abria em busca de alguma anotação. Por fim buscava no ambiente qualquer coisa que pudesse dizer onde exatamente ele estava, talvez um relatório ou anotações.

Terminada a investigação, Rak voltava ao corredor e sua busca por portas abertas.

Investigando o ambiente Rak não notava nada relevante, partiu para os corredores e lá encontrou uma luz arroxeada. Ele aproximava a chama da sua mão do brilho e depois afastava, chegava até a deixar as chamas "lamberem" a região do brilho para ver se havia alguma interação diferente.

Se nada mudasse ele seguiria para o próxima andar com a mesma cautela.