LAS VEGAS - O CONDADO DE CLARK - 04 : Henderson & Mojave Sul

O poder da rapidez era magnifíco! Rian podia agora correr o dobro da distância no mesmo intervalo de tempo que outrora ele correria. Apesar de não haver muitos lugares para esconder ele estava confiante que logo deixaria o circo e o pipoqueiro para trás como um idiota que estava tendo alucinações. Assim até um sorrisinho maroto aparecia no canto da boca enquanto ele olhava levemente para trás vendo o pipoqueiro que ficava cada vez mais longe, indignado.
- Humm! idiota!

Porém, no mesmo instante em que seu olhar voltava para frente, para tomar uma direção de onde deveria ir agora, seu corpo inexplicavelmente levita como se estivesse sendo puxado para cima por mãos invisíveis. Ele havia sido pego em algum tipo de bruxaria?!
- Mas... O que é isso?! "O que está acontecendo?! Eu posso mexer meus membros mas não consigo me controlar, o que está acontecendo?"

De repente, uma mulher vem em sua direção a toda velocidade para atacá-lo e Rian sente que o seu ataque seria preciso e fatal!
- Opa! Peraí... calma aí, dona! "Eu não consigo me mexer! Isso é injusto! Ai droga!!"


Mais uma vez, inexplicavelmente, seu corpo se move sozinho desviando do ataque fatal daquela vampira. Então Rian percebe que alguém realmente estava controlando seu corpo e ela estava logo ali. Tão bonita como a mulher que ele vira na propaganda do circo que estava no Freemont. As garras da mulher passando próximas ao seu pescoço foi uma sensação de desespero aliada com alívio.
"Ai droga, será que vou morrer aqui e deixar minha irmã sozinha? Não... isso eu não posso permitir! Mas o que eu posso fazer?! Essas mulheres parecem ser muito poderosas!! Droga!"

O Gangrel adorava uma pancadaria e quebrar tudo que pudesse pela frente. Mas, pela primeira vez ele desejou alguém "racional" que pudesse resolver o assunto diplomaticamente. Para sua sorte, uma delas estava disposta a conversar primeiro e não atacar primeiro e perguntar depois. Ele se agarraria a essa oportunidade como um náufrago se agarra a um bote no mar selvagem.

- Ah, que bom que alguém aqui está disposto a esclarecer o mau entendido... Ah, meu nome é Rian! Muito prazer, Linda! Eu sou um vampiro. Vim de Freemont até aqui para ver a apresentação do circo, mas como cheguei agora, o circo já estava fechado. Então pensei em aguardar até amanhã, mas antes disso precisaria repor um pouco do sangue... bom... aí que começa o mau entendido! Rian dá uma pausa e continua....
- Achei que o pipoqueiro fosse um humano comum, eu ia tirar só um pouquinho do sangue dele, só o suficiente para repor o que perdemos de um dia pro outro... e aí... assim que o agarrei eu vi que ele tinha muita força para um velhinho da idade dele. Foi aí que ele ficou todo nervoso e chamou vocês. O restante da história vocês já conhecem... A última frase foi dita com Rian olhando de rabo de olho para Dulce.
- Vocês já viram como ele parece o Vladimir Putin?! É sério! Rian tentava fazer uma piada para descontrair o clima tenso.
- Me desculpem, em nenhum momento foi minha intenção atacá-lo. Eu não sabia que era um circo de vampiros, ou melhor, de vampiras! "Vampiras lindas e perigosas por sinal, hahaha..." Completava a frase em seus pensamentos.

- Não me agradeça ainda! Apresente-se primeiro. Fui informado de que você vem em nome da Inquisição. Confesso estar curioso e até honrado em saber que eles tem olhos para um Bispado tão simples como o meu. -- Dizia o Bispo.

-- Apresentar-me? Claro... Me chamo Baruch, conhecido como O Anjo Caído. - Ele se apresentava aos três membros naquela sala. -- Estou em Henderson em nome do bando da Alta-Inquisidora Anne Lionheart.

-- Devo dizer que todo, e qualquer, aliado têm sua importância em nossa Missão, Eminência. Não importa o quão simples o domínio do irmão seja, ele terá seu papel. - Baruch dizia, calmamente, enquanto sorria. De fato ele poderia encontrar alguma utilidade para o Bispo. Mas se isso teria, ou não, a ver com sua caçada aos seguidores das Revelações Malignas, ninguém precisaria saber...

- Deixe-me apresenta-lo meus outros convidados. Este é Cobra tentáculos! Um membro exemplar de nosso bando, trabalha com informações. E acredite ou não! Este é Jean Bernard, vejamos o que posso dizer sobre ele... È um vampiro de coragem! Bernard esta afastando-se da Camarilla e veio nos pedir exílio! Interessante não acha, o que a Inquisição faria? -- Dizia o Bispo

-- Boa Noite, senhores. - Baruch os cumprimentava. Antes de voltar sua atenção à Jean Bernard, Baruch mantinha sua atenção em Cobra Tentáculos -- Se não for um grande incômodo, seria interessante conversar com você, Sr. Cobra. Em um outro momento, talvez?

"Informações? Ele, assim como Gregoire, pode ter alguma utilidade..."

Depois da resposta do Cobra Tentáculos, Baruch voltava sua atenção para Jean. -- O Que a Inquisição faria? Bem... Começaríamos avaliando suas reais intenções. Procuraríamos saber o que o motivou a fazer essa escolha e, principalmente, pediríamos, gentilmente é claro, que ele fosse totalmente sincero conosco. - Baruch respondia ao bispo. -- É claro que a melhor opção é contar com um membro que tenha uma boa afinidade com a Telepatia. Isso acelera o processo... Se depois disso tudo, algum membro de influência aceita-lo em seu bando, o que resta é inicia-lo como um verdadeiro irmão.

Stanislav se arrastou sorrateiro pelo backstage do circo, ele sentia algo no ar, sentia que aquilo era mais que aparentava, ele vasculha o ambiente para verificar as estruturas do circo, precisva saber o que mantinha aquilo tudo de pé, percebia que não era um dos velhos circos amadores, eles eram profissionais. E no meio de uma ciadade, no centro do nada, ah isso era perturbador.

- Eu vim para uma entrevista de emprego, vi que vocês estão contratando, eu sou um magico. Diz Stanislav, firme, uma vez que não dizia nenhuma mentira.
Era verdadeiro, ele era, foi e sempre será um magician ou se preferirem, um magus, mas naquele contexto mágico ilusionista era tudo o que precisavam saber.
Então ele tomou aquele curso de ação, se infiltrar para saber mais. Ah droga, não pretendia se meter em uma missão de tanto tempo, mas era necessário. Uma Temepestade varreu os Tremere de Vegas, e ela começou no deserto.

Deixando o carro no estacionamento, sigo para dentro do prédio. O lugar é bastante interessante. Me apresento a hostess que veio me atender e, após uma revista onde minha faca de combate é encontrada, paro para olhar o cenário como um todo. Os clientes estavam se divertindo e eu faria o mesmo.

Paradise escreveu:- Ola, eu sou Jasmine! O senhor aceita uma bebida?

Olho atentamente para a garçonete. "- Ah! eu quero até a sua alma minha criança." - Pensava. Aquele lugar me levava até meus tempos de mortal, a "festa" que preparei para o meu irmão gêmeo e que resultou em minha transformação, tomando assim o lugar que fora conquistado por ele. - O que você me sugere minha cara? O que achas que combinaria comigo? - Perguntava em tom irreverente, sempre com um leve sorriso no rosto. - Mas antes, eu gostaria de me sentar em um lugar em que possa assistir ao show sem o alvoroço que deve ficar ali próximo ao palco. Tive um dia cheio de trabalho e só quero relaxar um pouco. Onde você ficaria se estivesse na minha posição? - Piscava o olho para ela e esperava por sua resposta.

-- É uma história um tanto interessante. Foi uma boa prova de que até mesmo os menores detalhes têm importância, no final de tudo... - Baruch respondia, fazendo um pequeno comentário sobre a reação do Bispo ao seu ''nome''

-- Como eu havia dito, estou agindo em nome de uma Alta-Inquisidora. Minha parada em Vegas foi uma pequena coincidência. Estive aqui pela última vez há muito tempo, foi pouco tempo depois que Siegel fundou o Flamingo. Estive apenas de passagem por aqui, naquela época, e fiquei menos de duas noites por aqui. - Ele começava a responder

-- Agora, Vegas estava no meu caminho, e resolvi estender um pouco minha viagem, enquanto espero minha mentora, e passar algumas noites em Vegas. Achei que seria uma boa ideia conhecer o território. - Baruch terminava sua resposta ao Bispo.

-- Achei que pudesse tirar algum proveito desta pequena estadia... Inclusive ouvi dizer que havia um Bispo que estava trazendo ótimos resultados à Seita, uma estrela em ascensão, se é que me entende. - Baruch pretendia ser sutil naquele momento. Demonstrar que tinha algum interesse em Gregoire não seria a melhor atitude.

Obs¹: Desculpa pela demora Elei, esses dias tava cansadão do trabalho, mas vamos lá ao play.

Amin sabia que estava exposto e que ali não era o melhor lugar para ele ter saído poderia ser refugio de alguém ou mesmo ser a base do sabá, naquele territória ele era o invasor então deveria agir o mais discretamente fosse possível e se fosse pego seria o seu fim.

Logo tratava de usar suas habilidades (ativo ausp 1 visão e audição, e desejo fazer o teste pra ativar ofusca 3, quero me disfarça de um andarilho esfarrapado), se mantinha atento a tudo a sua volta e caminhava buscando uma porta, mas tentando parecer um andarilho que estivesse perdido ali no lugar, como ele realmente estava.

"Meu desejo era ter saído em um lugar aberto, ter caído aqui foi uma droga, me atrasa demais e não sei como irei sair daqui e caso tenha algum dono isso aqui, terei que ser muito safo pra sair"

A piada com o pipoqueiro fora uma boa idéia. E quem diria? Surpreendentemente quem mais gostou foi justamente a garota que tentara rançar sua cabeça fora. As outras duas permaneceram sérias, mas pode ser que no fundo elas queriam rir também mas não podiam demonstrar isso.
“Ótimo! Excelente! Pelo menos não vão me enfiar em uma estaca. Que bom que tudo vai se resolver tranquilamente.”

Sem forças para tomar suas próprias decisões, o Gangrel acompanha as três panteras circo adentro. Eram três garotas bem bonitas com vestimentas bem peculiares, próprias de artistas mesmo. Algumas delas deixavam partes íntimas do corpo quase à mostra. Curiosamente o mestre de artes marciais estava quase em transe reparando nas duas beldades ao seu lado, quando o clima é quebrado por um olhar suspeito de uma delas para Dulce, que estava atrás. Sem pensar, o gangrel instintivamente apenas olha para trás e lá estava uma maldita estaca! Uma maldita estaca, da qual ele justamente havia pensado ter se livrado um pouco antes, nas mãos de Dulce!

“Maldição! Vocês me traíram!! Suas...”

O pensamento é interrompido por uma dor dilacerante e um grito abafado.
- Aaaaaaaarrghhhh... As presas estavam à mostra e as garras do Gangrel roçavam a estaca retirando dela algumas farpas e deixando marcas na madeira. Tudo indicava que naquele momento não havia um homem ali, mas sim um animal tomado pelo instinto de fúria e sobrevivência que se debatia, mesmo que inutilmente como uma presa o faz contra um predador. Mas logo o efeito da madeira penetrando seu coração retirava-lhe as forças, tanto para gritar mais alto quanto para permitir que as unhas se transformassem em garras e fizessem picadinho daquela arma branca.

“Então é isso?! Esse é o efeito que as estacas nos causam? Agora entendo porque dizem que caçadores de vampiros adoram elas. Até o mais poderoso deles sucumbiria a uma dessas cravada no peito.”

O Gangrel passava pela experiência dolorosa de aprender da pior forma como funcionam as estacas. Sua mente variava entre pensamentos de pavor e desespero até idéias e projetos de melhorar suas habilidades em armas brancas e usar esse poderoso artifício a seu favor... se saísse “com vida” dali, claro!

“Humm... parece que estamos camuflados.”
Notava o vampiro enquanto ele era carregado até uma sala. Neste ponto o pavor já estava mais controlado. Finalmente, numa sala aparece uma mulher. O sangue dela cai sobre seus lábios e, finalmente sem forças, tudo fica escuro e ele não vê mais nada...

Anciões que não se movimentam são bebidos, jovens inertes esquecidos. Uma pisada, Se ficasse só andando para trás, nunca estaria a frente, Um Demônio deve evoluir. Portanto traçaria uma rota de progresso. Seguida de outra pisada De fato, ninguém é mais apto ou cobiçoso que eu. Outra pisada, É hora de criar meu nome e quando pronunciado, ele deve resoar com temor. Outra pisada, Almejava tão intensamente o poder, que o desejo era quase palpável. Outra pisada, era também a motivação que acabou por me trazer a Vegas. Outra pisada, Se bem que minha chegada podia ter sido em melhores condições. Mais que porra! Tenho que conseguir um maldito carro! Olho a frente irritado, mas continuo andando Já estava bem cansado disso na verdade, Outra pisada, Quanto ainda falta afinal!? Ou melhor, o quão longe a caverna em que me estabeleci fica? Após a destruição do Bando, acabei não ficando em boas condições. Na verdade só não fui também morto por meu próprio mérito. Outra pisada, O lugar em que me estabeleci agora era seguro, mas também muito inconveniente. Outra pisada, Droga Miesha! A Morte Final de minha Progenitora tinha sido um duro golpe. Outra pisada, Ela ainda tinha muito conhecimento a me transmitir, Outra pisada, meu abraço era tão recente que nem me consideravam um Sabá Verdadeiro. Isso é tão indigno de Você. Esperava mais dela e daquele bando, Outra pisada, no fundo estava decepcionado, Outra pisada,  mas não me permitiria ser arrastado para a lama pela inglória deles. Outra pisada, Agora estou por minha conta. E tinha muito a fazer, Outra pisada, começar por conseguir um carro seria bom, muito bom na verdade. Mas inúmeras outras providencias circundavam minha mente. Afinal de quem é esta cidade? Sei que algumas partes de Vegas eram do Sabá, mas não tinha certeza se Outra pisada, essa era uma delas. Alguma informação viria a calhar, Outra pisada, qualquer informação na verdade. Dados são vitais. e estava muito pouco "munido". Outra pisada, De qualquer forma meu sangue e mente, terminaram por me levar ao que almejo. Não duvido de minhas habilidades. Outra pisada, Na pior das hipóteses ainda poderia tomar o que quiser a força e a inteligência era uma força tão desvalorizada ... Para minha sorte e conquistas futuras. Outra pisada, Enfim a muito o que fazer. Se é que vou chegar nessa cidade uma noite! Outra pisada, Droga um carro realmente viria a calhar agora, Outra pisada, Preciso de informações, preciso de recursos, adaptar melhor a caverna, um estoque de alimento, cobaias nas quais praticar, me fortalecer e depois me apresentar ao Bispo e começar a alçar posições na seita. Outra pisada, Enfim coisas a fazer não faltavam, e já era tempo de começar.

(Presto atenção a estrada, se algum carro passar vou me valer de minhas roupas cobertas e mochila para me passar por um mochileiro ou viajante qualquer, ocultando minha aparente monstruosidade e pedirei carona. Se alguém parar vou mudar a abordagem para uma "Carona Sequestro". Se ninguém passar ou parar, vou continuar andando ate chegar a alguma parte de Vegas). (Estou carregando comigo alem das roupas no corpo, e um pouco de dinheiro, um punhado de terra dentro da mochila. Embora tenha deixado a maior parte protegida em meu refugio. Não sei se poderei retornar a caverna nesta mesma noite, portanto trouxe  um pouco de terra como precaução).

OFF: Sempre que eu fizer referência a alguma frase dita pelo meu personagem em algum dos posts anteriores, colocarei uma cópia exata da frase em Spoiler no final do post.


- Na verdade não entendo! Não entendo como pode vir até meu bispado e dizer na minha cara de que pretende tirar proveito do meu "simples" dominio! - O bispo enfatiza a palavra simples com os dedos fazendo as aspas!

-- Creio que não compreendeu-me, Bispo. - Baruch respondia, calmamente. Ele começava a procurar por palavras que fossem de fácil compreensão. -- Nunca me referi à aproveitar-me de seu domínio. Disse que tiraria proveito de minha estadia em Vegas. Conhecer o Território era parte da minha intensão de 'Tirar Proveito' da minha estadia na cidade. (OFF: Referência 1)



-- Nunca passou pelos meus pensamentos tentar intimidá-lo, Bispo. - Era ultrajante para Baruch ter que ouvir aquilo. O Lasombra, é claro, não deixava seus pensamentos mudarem sua expressão facial, tampouco mudavam sua entonação vocal. Desde que chegou e até aquele momento, Baruch continuava da mesma forma. -- Como eu havia dito, todo irmão da Espada é valioso para a Causa e eu estava apresentando-me. Assim como estava respondendo sua pergunta, o que havia motivado minha vinda para Henderson. (OFF: Referência 2)


Baruch, mantinha-se de pé e de frente para o Bispo. Com as mãos paradas, dentro dos bolsos laterais de seu sobretudo.

REFERÊNCIA 1:

REFERÊNCIA 2:

Já estava com o polegar indicado a um bom tempo, mas nenhum barril parava. Mas que merda! Minha situação atual era frustrante, Torno a andar pelo acostamento, voltando a parar e erguer o polegar sempre que algum veiculo se aproximava, quando eles me ignoravam e continuavam em frente, abaixava o polegar e estendia o dedo médio. - Filhos da puta! Falava com a intenção de ser ouvido, antes de recomeçar a andar e repetir o processo sempre que um veiculo se aproximava. Parece que estou cavando o fundo do poço pra tentar afundar mais. Ficar sendo recusado pelo gado era o cumulo. Bom, ao menos isso mostra que os barris tem alguma noção, deve ate ser instinto. De fato sou uma ameaça. Eles pareciam em seu intimo saber disso. Alem disso, só a violência entre eles próprios já é mais que suficiente para deixar o gado menos "solidário". Penso um pouco sobre isso, Tempos de violência por assim dizer. Se bem que o gado não tem ideia do que de fato; é violência. Afinal os padrões que um Revenante Tzimisce considerava violentos, estavam muito alem dos pesadelos da maioria dos mortais. De qualquer forma tenho de mudar esse quadro deplorável.

Nada disso estava nos meus planos, na verdade, tudo vinha dando errado desde a morte do resto do bando. Se eles se permitiram ser emboscados e mortos, não passam afinal de uma falha, que só deve ser observada como exemplo do que não fazer. No fim, estava melhor sem eles¹, Esta é afinal, uma ótima oportunidade de ganhar poder. Estava por minha conta, mas também não estava mais subordinado a ninguém. O que, por si, já era uma grande conquista. Ao menos agora só dependo de minhas próprias capacidades. E se só dependia de mim mesmo, logo estaria no topo².              

Enfim! Para um caminhão baú. Finalmente! Tiro a mochila das costas segurando-a com uma das mãos enquanto com a outra abro a porta do carona e sorrio ao caminhoneiro, um sorriso comum, ainda me passando por um mochileiro. - Obrigado, pensei que ninguém fosse parar. Já tava ficando preocupado. A primeira afirmação é verdadeira, a segunda não.

- To indo pra Henderson, serve?

Faço que sim com a cabeça, ainda olhando para ele. - Com certeza. Pelo cheiro certamente é mortal, um Cainita dificilmente conseguiria simular esse fedor. Ele não representava uma ameaça e certamente me seria util. Não a porque ataca-lo agora, vamos continuar esta simulação. - Chegar a Vegas, onde quer que seja já ta valendo. Volto a sorrir, enquanto jogo a mochila no chão do banco do carona onde ficariam meus pés e começo a subir, sentando no acento. No Bando era o mais novo e tido como um recruta. Portanto tarefas mais baixas cabiam a mim e ter de lidar com barris, não era uma novidade.    

- Estou quase dormindo. Se você conseguir me manter acordado, chegamos em Vegas em 3 horas!

Faço que sim com a cabeça. Você é uma fonte de informação, alem de meu motorista, não vai dormir mesmo que queira, a menos que sua utilidade acabe. - Henderson não é mesmo? O que tem por lá? Observo melhor a cabine e o motorista, enquanto aguardo a resposta. (Se algo for relevante ou chamar minha atenção no veiculo ou no mortal gostaria de saber, se testes forem necessários pode considerar que estou pedindo-os). - Você é um caminhoneiro de carreira não? Digo me referindo a sua idade e ocupação, o que me fazia supor que fosse um caminhoneiro experiente. Alem disso esse comentário devia deixa-lo receptivo, a maioria das pessoas gosta de falar de si ainda que não queiram falar de mais nada. - É minha primeira vez em Vegas. Pode me indicar alguns lugares pela região? rapidamente acrescento - A de preferência uns baratos. Enquanto isto me for conveniente vou continuar a tentar me passar por um humano. Afinal não tinha porque me valer da força (e consequentemente empregar algum esforço) , se ele já estava disposto a passar as informações. - Que lugares evitar também seria bom saber. A pouco tempo quase me dei mal em um bar de motoqueiros. Queria evitar situações como essa no futuro. Tem alguma região ou lugar do qual você me recomendaria alguma distancia? Um caminhão baú, também pode ser bom, ou acabar por chamar mais atenção do que o necessário. É melhor avaliar se de fato vale a pena me valer de um veiculo tão grande. Bom ainda tinha umas três horas pela frente, tinha tempo mais que suficiente para avaliar essa opção e decidir da melhor forma possível³.      

¹ - (Seguidor da trilha do poder e da voz interior).
² - (Megalomaníaco).
³ - (Perfeccionista).

Eu olhava da garota para o lugar que ela apontava. "- Por que não? Eu tenho dinheiro de sobra mesmo." - Pensava. - Claro minha criança. Mostre-me o como chegar lá. - Dizia isso pegando uma nota de 50 dólares e oferecendo à garota.

"- Finalmente um pouco de descanso. Esses últimos dias foram bastante agitados e não há nada melhor do que observar a brincadeira dos mortais. Talvez causar um pouco de confusão e conhecer alguém interessante para me alimentar mais tarde possa vir a calhar." - Eu seguia o caminho indicado pela garçonete enquanto agradecia pelas sugestões e pedia o whisky.

Stanislav sorri internamente, mas uma sombra inflige uma terrível preocupação.

- Obrigado senhor. Diz ele, resignado.

E em seguida sai as pressas, ele tinha cometido um erro terrível que poderia custar a não vida de muitos Membros, não que isso o preocupasse, mas a ordem estabelecida poderia ruir.
Quando chegou na cidade ele presenciou o príncipe ser posto em torpor, e em seguida reerguer de forma diferente. Aquele maldito Giovanni que tinha negócios em NY estava tramando algo.
Então era isso, toda essa jornada apenas significou que ele precisava achar um proposito, e ironicamente achou na resistência daquele mortal, tal resistência que poderia ser dobrada de várias formas, naturalmente usando sua capacidade de persuadir, ou de forma menos sutil, com seus dons de sangue. Mas que se dane, tem coisa mais urgente para aquele momento, reorganizar o clã, investigar os eventos da Tempestade, e bisbilhotar na corte. 
Então ele parte em direção ao Gabinete de Siegel, se é que ele é quem diz ser.

Saindo do Cenário.

- Que lugar é esse hein? Um caminhão baú? Ah, isso significa que ainda estou vivo...
“-Alguém está abrindo a porta. Quem será?”
Acostumado com a escuridão, a luz que entra com o abrir da porta me turva a visão. E surgindo da luz como um anjo ela aparece, vem em minha direção... “-Que bom que é você... que bom que está aqui...”

Ela coloca seu sangue em minha boca, um sangue doce, mais nutritivo que o sangue humano... “-Não, não vai embora! Fique aqui comigo! Não me deixe sozinho...” Ainda estava fraco mentalmente, melhor do que antes, recuperando, mas ainda assim, fraco...
Lá fora parece que muita coisa acontecia. Eu escutava pessoas passando e conversando perto de mim. Confinado dentro de um caixote escuro eu estava me tornando refém de mim mesmo e escravo das vontades e dos desejos daquela mulher. Mil e um pensamentos se passavam pela minha cabeça e ele estava surgindo em todos como um fantasma que me assombrava, contudo um fantasma do qual eu não queria me livrar.

Mais uma noite e eu estou naquele escritório do primeiro dia. Sem poder me mexer presumo que a estaca ainda está está cravada em meu coração. Então ela vem, docilmente vira meu rosto e me alimenta. Em seguida ela arranca a estaca das minhas costas. Sinto uma dor excruciante enquanto grito.
-Aaaaaaaah!!

Ainda no chão sofro como um cão. É como se a dor não fosse apenas física, mas também emocional. Alguma coisa estava acontecendo. Senti como se meu coração fosse vivo de novo, eu era capaz de sentir uma emoção tão forte como nos dias em que era um mortal! Ah o laço de sangue! Um segundo de lucidez dentro daquela tempestade emocional?

Por um pequeno instante me lembro como se fosse ontem do dia em que eu estava indo para a Escócia, conheci um vampiro chamado Papa. Certo dia Marcílius, Edward e Peter nos serviu sangue em uma taça. Papa ficou preocupado e fez o possível para impedir que eu bebesse o sangue naquela taça. Seguindo seus passos, como um irmão mais novo, eu não bebi.
Um sorrisinho maroto aparece em minha face.
“- O senhor Papa ficaria desapontado se me visse agora, nessas condições... posso até imaginar sua cara de decepção agora...”
O sorriso desaparece e o pensamento muda como se minha força de vontade não aguentasse mais segurar aquele cão feroz que eram as emoções que me dominavam. “- Mas isso agora não importa... o que importa é que estou com ela.” Olhava para a minha musa.

- Levante-se querido, seja bem vindo ao meu circo, nosso circo! Agora você é meu, e eu cuidarei de você com toda atenção. Diga-me tudo sobre você e sobre o que tem feito em Las Vegas. escreveu:

Eu me levanto.
- Nosso circo? Olho em volta, girando o corpo em 360º... – Sim, nosso circo. Concordo com ela.
- Sim! Eu sou todo seu e você cuidará de mim! Eu quero que cuide de mim! Dizia isso enquanto me aproximava e me ajoelhava aos seus pés segurando uma das mãos dela perto da minha boca. Eu queria abraçar suas pernas, eu queria me envolver, queria ficar mais perto dela.
- Sim, eu digo tudo! Conforme ela me dissera para fazer, eu lhe conto toda a minha história, desde quando tudo começou, desde quando era criança e quando ia citar Claira, minha irmãzinha na história, as palavras, não saem! Meu coração dói e eu me sinto torturado pelo choque e o conflito das lembranças de Claira com os sentimentos atuais. Eu queria contar tudo para minha mestre! Meus olhos arregalam, eu olho para os lados e me contenho. Mentalmente eu digo “- Mas eu.... eu também amo Claira! Sim, eu a amo!” Dizia mentalmente como se acabara de fazer uma grande descoberta, algo que era segredo até para mim mesmo. “- A mestre não pode saber de Claira... não, não pode! Mas eu tenho que contar tudo pra ela, não tenho?!" Enquanto pensava nessas coisas olhava rapidamente para um lado e para o outro do escritório como um cão cego e faminto que tentava encontrar seu jantar apenas pelo olfato e pela audição. Instintivamente as presas se mostravam, minhas garras queriam crescer e cortar o chão, enquanto grunhia igual a um animal!

- Kiaaaaaaaaaaaaaaaah.... o ruído embora baixo, era real e igual ao de um predador faminto ou de uma presa acuada sem ter para onde fugir. Sim, eram os dois ao mesmo tempo!

"-Nãaaao!! Minha irmã é meu segredo, se souberem dela poderão fazer algo ruim!"
Talvez uma lágrima de sangue escorria pelo meu rosto naquele momento, não sei dizer se sim ou não, pois minha atenção não estava voltada ao tato ou ao plano físico e sim na história que eu conto para a mulher, na monstruosa força* que fazia para lhe contar que Claira também morreu naquela noite.

Em seguida conto a história como se apenas eu tivesse sido adotado pelo velho mestre até o dia em que fui abraçado. Conto como foram minhas primeiras noites, minhas aventuras, meus erros e acertos até o dia em que vim para Vegas. Conto como fiquei famoso no youtube, que quase morri nas mãos de Ethan Rhys, do que houve no Freemont, como acabei sendo procurado pela polícia e sendo vítima de caçada de sangue por parte da Camarilla de Vegas.

- Essa é a minha história e o que eu vim fazer em Vegas, minha senhora!

*Se necessário gasto 1 ponto de força de vontade para omitir o meu amor verdadeiro da vampira, caso apenas a força da qualidade não seja suficiente para fazê-lo.