Deus está morto, e você também seu idiota.

Deus está morto e você também seu idiota...
Tema Horror pessoal/ Política
Jogadores: vou definir isso ainda
Dias de postagem: Quando estiver inspirado.




Somos caçadores, perseguindo eternamente a verdade inquietante de nossa condição humana, buscando em nosso íntimo por aquilo que é sujo, incerto, impuro.

Pelo que não tem nome. Ao olharmos os monstros que criamos, adquirimos um discernimento um pouco mais amplo de nossa “metade negra”. Esses demônios expressam o que somos nos níveis mais profundos e inacessíveis do inconsciente. Desde tempos remotos, eles nos têm proporcionado uma conexão com nosso eu animal, a satisfação de uma necessidade emocional primitiva, e a promessa de uma justiça implacável vampiro é o demônio quintessencial, nada mais sendo que um reflexo de nós mesmos. Os vampiros alimentam-se como nos alimentamos, matando, e causando morte podem sentir o mesmo terror, a mesma culpa, o mesmo anseio por fuga. Estão aprisionados no mesmo ciclo de necessidade, fartura e alívio. Como nós, buscam redenção, pureza e paz. O vampiro é a expressão poética de nossos temores mais recônditos, sombra de nossas necessidades primordiais. Tal o herói da lenda, que desce ao poço do Purgatório para enfrentar o algoz, derrotar as fraquezas pessoais e finalmente ser purificado, retornando para casa com a dádiva do fogo, também nós precisamos descer às profundezas de nossas almas e renascer com os segredos conquistados. Essa é a verdadeira jornada de Prometeu, o significado do mito. Apenas embarcando nessa jornada podemos descobrir nossos eus verdadeiros e ver nossos reflexos no espelho. O fascínio desta promessa de conexão espiritual é praticamente irresistível. Mas trata-se de uma aventura por demais perturbadora. É preciso manter-se vigilante e caminhar com cautela toda jornada reserva seus perigos. Não olhe a própria alma, a menos que esteja preparado para enfrentar o que descobrir.
E, neste momento, lembre-se: Monstros não existem...

Um tiro no escuro.
O vampiro atravessou apressado o imenso corredor iluminado por uma  forte luz branca, ele usava um terno azul escuro, cabelos loiros, com um impecável penteado a gel e um Raibam quadrado no melhor estilo anos 80.
Dirigiu-se a porta, antes arrumou a gravata e tirou o lenço que estava no bolso do paletó, entrou na sala iluminada por pálidas luzes amareladas vindas um lustre antigo, era uma sala de reunião com uma imensa mesa de madeira compensada, confortáveis poltronas eram ocupadas por outros de sua raça, cada um com sua área de interesse e representando um dos clãs da Família, assim que ele entrou todos se levantaram em sinal de respeito.  Sons de papel e pigarros tomaram a sala, ele foi até a cadeira que estava na cabeceira, de lá podia ver vários prédios do governo, inclusive o prédio da Cia do outro lado da rua.
- Obrigado senhores, fico satisfeito que receberam meu convite e vieram nesse momento difícil. Diz ele pegando uma pasta em tom pardo com quase 500 folhas de um dossiê cuidadosamente montado a respeito do recente ataque a Washington D.C.
- Bom, os senhores são os sobreviventes de um ataque violento a Capital Americana, que culminou com a destruição de 90% dos Membros da Família local, e no desaparecimento de outros 3%, incluindo o príncipe da cidade. Um silêncio de luto se seguiu a essa apresentação dos danos causados.
- 37 Carniçais foram mortos, outros 10 estão desaparecidos, um foi encontrado e está sobre os meus cuidados, e tão logo se recupere do choque mental, será interrogado, 22 mortais que colaboravam com a operação da Família em Washington, Langley e Baltimore também foram mortos. Ele abre a pasta tirando os nomes e fotos de todas as vitimas, bom pelo ao menos as que ele achou interessante colocar naquela lista, e outros inclusive foram destruídos por agentes da Camarilla que queriam silenciar ou eliminar inimigos do círculo Interno.
- Quero chamar atenção para dois nomes na nessa lista, Peter Dorfmam do clã Tremere, e Gabrial Capra um, bem, bom...Ele tossi de forma que aparenta um ar de preocupação....- Um Lasombra que era aparentemente leal a Família do distrito de Columbia.
Em seguida segue se protestos em forma de murmúrios, e conversas paralelas a daquele luminar presente, ele observa, enquanto os outros se acotovelam diante aqueles dois controversos nomes, Dorfmam era o líder do clã Tremere, uma figura envolta em polêmicas e inimigo declarado do príncipe Marcus Vitel de Washington d.c, todos tinham ele como destruído no ataque, mas aquela notícia que ele estava bem, causou uma certa comoção social naqueles monstros presentes, exceto claro, na representante Tremere, Shaina Von Wilhen, ele ficou em silêncio, foi a única que não pegou seu celular para avisar outros daquela notícia, claro, ela sabia muito bem onde Dorfmam estava, e isso era o que era preciso saber.
Quando ao segundo nome, todos o tinham como um Ventrue, afinal ele era aliado do príncipe, e presumidamente um Ventrue, só os mais próximos da corte sabiam sua verdadeira natureza de clã.
- Senhores, senhores, por favor. Diz o anfitrião raspando a garganta, desapontado com a grosseria daqueles representantes de clã.
- Minha intenção aqui é ser um colaborador, minimizar os danos causados e unir uma força tarefa que consiga nortear os clãs de Washington d.c, esses dados serão repassados aos senhores, minuciosamente, e falarei em privado com cada um dos senhores, no intuito de desenharmos juntos, diretrizes para que fortalecessem as raízes da família na cidade....
- E quanto ao contra ataque?  Interrompe o representante Brujah, Ele Lê o nome na agenda, Varkl, ele é suspeito de estar envolvido no Movimento Anarquista, e possivelmente facilitou o ataque a Washington, contrabandeando Inimigos para as linhas internas da cidade.
- Não haverá contra ataque. Mente o anfitrião, nossa preocupação nesse momento é definirmos uma agenda para a cidade, em seguida, depois de se restabeleceram, eu partirei.
-Ele com certeza era um espião, um maldito espião, queria saber de um ataque apenas para avisar seus mestres do outro lado. Após feita a pergunta ele sai, passa pelo anfitrião e sorri.
- O clã Brujah apoia e honra as tradições, caminha pega sua cópia do dossiê e sai pela porta de entrada, claro que o anfitrião marcou o dossiê dele, colocando um rastreador.
- Obrigado, Varkl, representante do clã Brujah.
Após a leitura do dossiê o que levou quase duas horas e meia, o anfitrião parte, sabendo que antes de qualquer coisa teria que achar os dois vampiros sobreviventes, seguir os representantes Tremere e destruir o Brujah, aquela será uma lonha, longa noite.

vitivinicultura  Rosentta, San Gabriel, Sul da Califórnia.

Washington caiu, um ataque sistêmico aparentemente organizado pela Mão Negra destruiu quase todos os Cainitas de da cidade, eliminando as forças da Camarilla e removendo Marcus Vitel do Trono. Ao que parece o Círculo Interno enviou agentes que minimizaram os danos e retomaram a cidade em duas semanas de combate intenso, preservando a Máscara.
Gabrial Capra, sabe que foi mais que isso, uma antiga seita que controla tanto o Sabá quanto a Mão Negra orquestrou esse ataque, seus motivos são incógnitos, Capra trabalhava para esse grupo, denominado "Tal Mae Ha"  tanto ele quanto a cria de Vitel, Monica Black, ele foi levado até um templo oculto em Chinatown, L.A.

O grupo espiona cada aspecto de sua não vida, eles são a conspiração das conspirações, em noites recentes Capra se envolveu com os misteriosos Seguidores de Set, que arrancaram seu coração em um ritual negro, pouco depois ele descobriu que foi em uma maquinação da Tal Mahe Ha que se se deu, agora seu coração está em um dos templos da seita, assim como o de Marcus Vitel.

Capra sofeu uma tentativa de assassinato dentro da seita por grupos extremistas, ele fugiu, agora a Camarilla o persegue pelas informações valiosas ( ele foi o único sobrevivente da Camarilla de Wshington d.c)
Bandos do Sabá perseguem Capra em cada cidade, controlados pela conspiração Tal Mahe Ha. Capra começa a acreditar que o grupo influência a agenda dentro da Camarilla também.
Diante esse quadro desastroso, Capra se afastou do mundo dos mortos, seguindo para a tranquilidade de um vinhedo em San Gabriel, na Califórnia.

Capra despertou em seu refugio, uma igreja abandonada, Michael Santinni, seu servo de sangue providenciou todos os detalhes, da aquisição do imóvel até o lugar onde Capra iria dormir, e claro meios de deixar seu sono seguro.

O lugar onde ele repousou é uma adega antiga, muitas garrafas de vinho vazios estão em uma imensa coletânea da saborosa bebida.

Um barulho na porta, que sabiamente foi trancada por fora por Michael,  a adega fica no subterrâneo da velha igreja vinicultora, uma pequena porção de luz entra pela porta, e junto a figura de Michael.
Usa um jeans azul e camisa de manga longa escura, cabelos bem cortados, e barba bem aparada, ele é o arquétipo do italiano, embora fosse ítalo americano.

- Frankie, boa noite cara. Diz ele informalmente, depois de algumas semanas, ficaram amigos.

- Conseguiu descansar? Espero que sim, providenciei as coisas, mas não gastei muito para não chamar atenção, os aldeões perguntaram pelo senhor, eu disse que você foi até Paso Robbles, ah e o prefeito ficou interessado no senhor. E o convidou para um jantar. Arrumei as coisas lá encima, eu terei que pessoalmente faxinar aqui embaixo, não deixei ninguém entrar como o senhor pediu, comprei algumas coisas, computador, roupas, utensílios e comida no supermercado, o Xerife também fez perguntas, mas me esquivei dele, o prefeito se chama Donnie Mitty, e vai dar um jantar com vinicultores da região de Napa e Sonona Valley, eu pretendo dormir se o senhor não se importar, eu também comprei um carro, a camionete ai na frente, carros mais esportivos acho que vamos conseguir só em San Jose, ou ir até San Francisco, L.A ou Hollywood.

Capra tenta pela milésima vez reconstruir tudo mentalmente, mas nada daquilo lhe fazia sentido.

O sabá o caça. A camarilla o caça. Seus instintos o traem. O sorriso a muito não lhe comparece à face, um velho amigo que repousa em suas lembranças. Ser caçado não era a questão, pois Capra gostava de usar esta situação para destruir aqueles que julgava não serem merecedores da não-vida. Ele sabia que era apenas um grão de areia que as vezes era jogado nos olhos dos inimigos na jihad e estando nos olhos sempre queria vê-los lacrimejar, arder e rasgar. Contudo, não parecia ser essa a questão agora.

Em sua busca pelo conhecimento do oculto vai descobrindo que cada vez mais se aproxima da besta. Não aquela aproximação onde ambos saem felizes, mas em uma onde a besta começa a guiar seus pensamentos, sentimentos e escolhas. Tem sido cada vez mais difícil saber a diferença entre a vingança e o gosto pela morte e pelas trevas.

Tal'mahe'ha, Amigos da noite. Já foram úteis no passado no jogo de ajuda mútua, onde cada um quer apenas os seus interesses e ao que tudo indica Capra já não fazia mais parte de seus planos. Ao menos não mais como aliado.

-Tive um bom descanso, apesar do constante estado de alerta. - Diz ele enquanto tenta assimilar as informações passadas por Michael. Aquela situação o incomodava, apesar de saber a necessidade de se esconder.

-Acho que tentarei esta conversa com Donnie, mas antes me esclareça: algum desses sabe quem realmente sou?

As palavras iam saindo enquanto o lasombra ia se arrumando, não queria desperdiçar muito tempo daquela noite. A ansiedade diante da situação era nítida. Mas ele gostava da sensação. O fazia lembrar o tempo em que era humano. Quanto mais perto da morte, mais ele se sentia humano e poderoso.

- Não, claro que não. Responde objetivamente Michael.Enquanto colocava o casaco em Gabrial. O carniçal caminhou até a adega pegou uma garafa, antiga de um cabernet Sauvgnon e entregava a garrafa com o vinho tinto para seu mestre.

- Seria grosseria o senhor chegar de mãos vazias na recepção de Donnie. Diz Mike sorrindo e limpando a garrafa empoeirada.

- A sua chave está na escrivânia da porta principal, o carro está na frente da casa. Boa festa, eu vou dormir, estou um pouco cansado, arrumar toda essa bangunça me cansou, acordei cedo e dormir tarde ontem. Diz ele bocejando felinamente.

Ele foi até a saída da igreja, Mike havia feito um trabalho e tanto, estava tudo muito organziado, limpo, e começou a decorar, tudo com bom gosto, com um toque rústico, Capra pensou nisso.

Seu carniçal pensa que ele tem uma mente antiga, queria agradar seu mestre com uma decoração que lhe deixe confortável, toques espanhóis, incluindo uma quadro de Dali. Assim como a foto de Kahlo.
O carro a qual ele se referia era uma pick up prata velha, Mike é bom, mas é afobado demais, e acaba prezando o aspecto quantitativo do trabalho e não o qualitativo, sem opções ele foi com a velha S10 Prata.

A recepção ficava em um bosque na parte mais alta de San Gabriel, uma casa de campo, grande com um moinho, curral com gado de coleção, vacas pandas que comiam vagarosamente no pasto verdejante que estava envolto nas escuridão da noite, banhado pela luz da lua e risos de pessoas que degustam vinhos na casa.

No jardim decorado com banderolas, mesas tinham convidados que sorriam e cantavam com uma banda que tocava Jazz ao vivo, um galpão na parte mais extrema tinha imensos tonéis de vinho com torneiras para degustação, Garçons serviam os convidados com o melhor da safra. Gabial não eve muita dificuldade para entrar na festa, ele caminhou pelo pasto, absorvendo o cheiro de vinho, da grama molhada, as risadas e conversas inteligíveis, parecia uma quermesse, se não tivesse tanta gente rica, e um tom de suavidade e pompa.
As roupas não eram smokings ou ternos de gala, era esporte fino, camisas confortáveis, ao longe um grupo jogava golfe na propriedade.

Ele inebriado pelo cheio das videiras caminha entra o verde, passa perto de uma pequena igreja, onde um padre conversa com um grupo de agricultores, o padre o cumprimenta com um aceno cordial, os agricultores sorriem, a cortesia sulista era notória, ele continua caminhando entre as videiras se afastando da banda, ao longe ele vê uma silhueta delgada e bela.

Uma mulher de tez morena, com um vestido branco, olhos verdes, descalça pisoteando uvas Merlot, o caldo descia e era sugado por um mini duto, a mulher estava solitária em sua vinoterapia mordiscava os lábios de forma sensual, mas sem ser vulgar, a beleza dela era anta que Capra sentiu algo dentro dele arder em chamas, seu sangue esquentou, e experimentou algo perto de Um frenêsi, aquela mulher de cabelos escuros cacheados, olhos verdes e jeito suave arrebatou os sombrios sentimentos daquele vampiro, que perdido, sentia sangue verter por suas mãos, assim como na sua boca, sangue escorria, ele era um adolescente apaixonado, algo que ele achava deliciosamente infante.

"Foi um grande acerto."

Capra se sente orgulhoso da sua escolha em manter um servo de sangue. Por muito tempo ele evitou tal atitude na busca pela proteção dos mortais. Atualmente muito do que havia de humano nele se foi, assim como grande parte de seus escrúpulos. De certa forma ele tenta buscar uma boa razão pra ter chegado a esse ponto. A melhor delas até agora, e que vem usando com frequência em seus monólogos, é a de que precisa de olhos dentro da sociedade mortal, pois assim pode antecipar e monitorar com as mesmas armas sua até então aliada, Camarilla.

-Tenha uma boa noite Mike. Creio que você acordará um pouco indisposto, por isso deixarei um pouco de vitae para que use ao despertar. - O lasombra tentava assim assegurar mais um dia de sono com um guarda mais disposto.

Apesar de saber dos riscos de sua saída, Capra o faz assim mesmo. Passar a eternidade dentro de um caixão não lhe apetecia. Sabia de histórias de anciões que o faziam. Grande desperdício de tempo. Muitos foram destruídos assim sob as ordens de capra. Ele sabia que não estaria seguro em lugar algum.

Ainda assim procurava não chamar muita atenção naquela cidade. Se esconder-se não lhe garantiria a não-vida, gritar seu nome aos vents é que não iria fazê-lo.

Ao entrar ele, dentro do possível, é cordial com os que o cumprimentam, respondendo aos gestos e sons. Mas não esperava por aquilo. Ele busca se controlar enquanto se deixa guiar em direção à moça. A muito não experimentava aquele sentimento e queria saboreá-lo tanto quanto fosse possível. Agora não importava mais os riscos ou a política. Tudo se resumia a este momento.

Então ele se aproxima da bela mortal. Tenta corresponder ao olhar. Não conseguia pensar em uma maneira melhor de aproximar-se.

-Te incomodaria se eu a admirasse por alguns minutos? - Ele diz enquanto finge procurar algo pra se sentar.

A moça sorri, debaixo daquela lua cheia, seus dentes alvos são como uma bela paisagem, seu corpo debaixo daquele vestido instiga algo belo na alma de Capra, mais do que um sentimento de ternura, um reencontro com sua humanidade perdida, seu eu mais puro e sublime.

- Sua mão está ferida. Diz ela saindo da pisadeira, com os pés tingindo de vermelho pelas uvas ali amassadas, um cheiro de rosas emolduram o corpo delgado daquela morena.

Capra fica atônito paralisado por aquela visão de beleza verdadeira. De ternura e amor

Os dois caminham por entre as videiras, ela aperta os braços os cruzando rente ao seus delicados seios, devido a um rufada delicada de vento vindo da costa marítima da Califórnia. 

- Você é o estrangeiro, eu vi seu amigo hoje na mercearia, fui comprar trigo e açúcar mascavo, e um pouco de alho poró. Diz ela enquanto os dois caminha debaixo daquela lua luminosa.
Assim como Capra ficou preso por aquela mortal ela também se encantou com o misterioso e pálido visitante.

O lasombra se sente revigorado com as sensações que tem experimentado e instantaneamente pensa em mil maneiras de tornar aquilo eterno. Então se lembra da solidão da eternidade e das maldições que a acompanham. Lembra-se daqueles que já viu morrer e dos muitos que ainda verá. Talvez a maldição seja exatamente ter a eternidade para, em vão, buscar por redenção. Mas novamente a jovem traz a sua atenção a ela e ele não quer experimentar outra sensação senão a de estar vivo.

- Sua mão está ferida. Diz ela saindo da pisadeira, com os pés tingindo de vermelho pelas uvas ali amassadas, um cheiro de rosas emolduram o corpo delgado daquela morena.

- Logo estancará. Diz ele e tentando desviar logo o foco da conversa a oferece seu casaco para a jovem.

- Você é o estrangeiro, eu vi seu amigo hoje na mercearia, fui comprar trigo e açúcar mascavo, e um pouco de alho poró. Diz ela enquanto os dois caminha debaixo daquela lua luminosa.

- Sim. Estou aqui para uma conversa com o prefeito. Você o conhece? E qual seria o seu nome?

A moça sorri, seus dentes brancos contrastam com a luz do luar, os olhos dela ficam mais brilhantes na medida em que o vento atinge seus globos oculares, vertente assim um pouco de lágrima.Em forma de defesa natural do organismo.

Os dois caminham até o centro da Quermese, ela aceita o casaco para espantar o frio californiano.

- Meu nome é Lucinda Kyle. Diz ela sorrindo para seu companheiro.

- O prefeito, bem, meu pai trabalha para ele. Diz a jovem caminhando até o centro da pequena multidão de cultuadores daquele festival de gastronomia e cultura vinicultora.

Em seguida ela o convida para ir até uma adegam, onde bons vinhos são servidos, as cartas são exclusivas para uma lista, ela é sobrinha do dono da adega, Michael Kyle.

A adega fica em uma casa de pedra e madeira em um estilo antigo, telhado colonial em meio a pradaria do Napa Valley em San Gabriel.

O chão é de pedra, e tem um aspecto de restaurante com centenas de garrafas de vinho espalhadas por todos os cantos, ao fundo imensos barris com vinho e degustadores sorrindo e apreciando comida e uma bela noite de gastronomia.

Capra se sente completo em meio aquele festival, aquelas pessoas lembram os espanhóis de quando ele ainda respirava, os festivais da área rural de Asturia, longe da movimentada cidade de Oviedo.

Os dois se sentam em uma mesa, o tempo todo pessoas vão até o casal, conversam, se apresentam.

- Ah esse é Taylor Kyle, meu primo. Diz a jovem abraçando o homem moreno de cabelos escuros, que foi muito cordial com Capra.

- Não quero os atrapalhar, só vim para abraçar minha prima, preciso ir. Diz ele olhando preocupado para sua esposa e duas lindas crianças que formam a família dele que moram em San Jose.

Os dois falam sobre coisas triviais, sobre como a vida no campo é agradável, ela é formada em Administração de empresas e negócios gastronômicos pela UCLA, mora sozinha e trabalha para o tio. No geral ela fala mais que Capra que ouve a mortal se abrir de forma muito franca, Capra acha engraçado alguém falar tanto de si para um estranho, algo muito raro entre os Cainitas que são sigilosos por natureza.

- Sabe eu gosto daqui, embora no verão devo ir para Espanha para uma casa de campo do meu tio. Ela sorri bebericando outra taça de vinho, ela já tomou quase uma garrafa inteira, Capra apenas simula estar dividindo o liquido.

Um homem se aproxima, um velho forte, barba e cabelos grisalhos, jaqueta militar com chapéu de cowboy.

- Ora se não é a senhorita Kyle. Diz ele dando um forte abraço na moça.

- Ah..oi esse é, ah me desculpe, ela soluça, mostrando os primeiros sinais de embriagues.

- Meu nome é Leroy Jones, sou o Xerife de San Gabriel. Diz ele em um tom firme.

- A pick up na parte debaixo é sua? Indaga ele.
- conheço o carro de todos, inclusive dos turistas, mas esse carro pertencia ao Troy foi comprada ontem, é um bom carro, mas o motor precisa de um ajustes. diz o velho apertando a mão de Capra.

- Garoto, você está com a mão bem fria. Nesse momento a jovem soluça e sai correndo para o banheiro.

- Acho melhor você levar a senhorita Kyle para casa. Ordena o Xerife, pesando um pouco o clima.

Talvez pelo modo como se sentisse perto da garota, Capra inconscientemente ignorava grande parte daquelas pessoas. As pessoas falavam, Capra ignorava. Parecia responder em modo automático. Sua mente direcionava toda a sua atenção para onde realmente interessava.

- Sabe eu gosto daqui, embora no verão devo ir para Espanha para uma casa de campo do meu tio. Ela sorri bebericando outra taça de vinho

"Ahhhh, a Espanha. Como eu gostaria de ser bem-vindo naquelas terras." Pensa ele enquanto avalia a possibilidade de uma viagem com a mortal.

- A pick up na parte debaixo é sua?

- É sim. Meu sócio a comprou.

- conheço o carro de todos, inclusive dos turistas, mas esse carro pertencia ao Troy foi comprada ontem, é um bom carro, mas o motor precisa de um ajustes. diz o velho apertando a mão de Capra.

- Isso é verdade. Ouvi alguns barulhos estranhos enquanto a dirigia.

- Garoto, você está com a mão bem fria.

- Realmente. Meu corpo ainda não se acostumou com a temperatura daqui.

- Acho melhor você levar a senhorita Kyle para casa. Ordena o Xerife, pesando um pouco o clima

"Essas autoridades mortais e sua vontade de ter o controle de tudo. Se soubessem a metade do que os cerca toda essa arrogância se transformaria em medo. Mas é um bom conselho, aproveitarei a oportunidade"

- Realmente o senhor está certo Xerife. Ela parece precisar de repouso e a acompanharei para lhe garantir segurança.

Ele pega seus pertences e os de sua acompanhante e sai em sua procura para que possa lhe levar à sua residência.

Capra leva alguns minutos na porta do banheiro, onde troca alguns sorrisos embaraçosos com outros clientes, naquela área tinha um lavabo, e a entrada de dois banheiros o feminino e o masculino.
ele espera a moça do lado de fora de uma forma verdadeira, sem ansiedade, exceto por saber se ela passa bem.
Embora ele quase já esqueceu o conceito de tomar um porre, ele se vê sorrindo internamente, acima de toda a pompa a qual ele está acostumado, cá está ele, do lado de fora de um banheiro, esperando uma mortal, que não passa de um saco de sangue, alimento para seu corpo imortal.

Ele afasta esses pensamentos sujos de sua mente, seu reflexo macabro surge no espelho, aquela face cadavérica, pútrida e monstruosa, refletindo sua alma imersa no abismo, ele se lembra de Dorian Gray, seu quadro e sua imortalidade custosa.

A moça surge sorrindo na porta, com a mão na boca, um pouco tonta, bebeu demais.
Ela se agarra ao corpo frio de Capra, minutos depois os dois partem, Capra paga a conta, deu U$ 67,90. Deixa o troco de U$ 70,00, e parte.

O apartamento da moça é aconchegante, meia luz, tem dois gatos, ele a deita na sua cama, o toque na sua pele lhe faz sentir arrepios e um desejo sombrio pelo sangue e pelo corpo daquela mortal.
Teste de Autocontrole.
Sucesso

Ele deita a jovem na sua cama com lençóis de seda e fica ali naquele apartamento.

Observa o horizonte quando um estrondo profundo seguido de gritos se faz ouvir, da janela do 4º andar do apartamento, é possível ver uma imensa chama crepitando e sons de tiros.
Enquanto isso, ela pegou no sono.

Aquela sensação consumia seu corpo e ele aproveitava cada segundo. Não sabia em que século poderi sentir quilo novamente. Décadas como um morto que anda fizeram que quase esquecesse o que eram tais sentimentos. A constante luta contra a besta o tornava cada vez mais frio e perverso. A todo momento pensava quase que exclusivamente em sua própria sobrevivência. Um animal seguindo seus instintos.

E repentinamente pode, ao menos por uma noite, experimentar a beleza de ser humano.

Ah, Dorian Gray. Todo aquele ar de inocência que esconde um sucubus. A arte do disfarce e sedução. o lobo travestido em cordeiro. A besta adormecida. O gosto pelo sangue.

Cuidar daquela jovem o faz "suspirar" mais uma vez. E então ele procura aguçar sua visão para ver o que acontece. Talvez um pouco de concentração o ajudasse, ainda mais se o acontecimento for em direção a seu lar temporário. Ele sabia que tinha inimigos e eles estavam por todos os lados. Não podia deixar que o encontrassem junto à jovem e bela Lucinda Kyle.

Na Noite Seguinte.......




San Gabriel, Nappa Valley. CA U.S.A/




Capra ficou ao lado da mortal adormecida até a proximidade do nascer do sol, sentiu a letargia comum aos Kindred, sentiu o calor do sol na medida que ele ao longe se aproximava.


Em seguida rumou para seu refugio, estacionou a Camionete e adormeceu.




Ele desperta mais uma vez no seu refúgio, na parte inferior da velha igreja, o lugar foi todo  redecorado e limpo.


Com a ausência de poeira e coisas abarrotadas, agora o quarto tinha mais a ver com o perfil daquele vampiro.


Um perfil organizado, metódico. Novamente a porta se abre e junto uma brisa fria do ar condicionado e luz, em seguida Mike Santinni entra, ele usa jeans escuros e camisa de seda escura, cabelos bem penteados, ele sorri assim que entra.


- Olá chefe, espero que tenha dormido bem, hoje estou quase finalizando nossas acomodações, sistema de segurança está quase todo montado, haverá um atraso apenas na cerca elétrica, o sistema de alarme já está ok.  O senhor deseja mais alguma coisa?


- curioso, se me permite. Ele faz uma pausa. 
- O senhor sempre se ergue no mesmo horário, 7:30. Ele sorri daquilo.


- Porém nos temos duas situações. Ele tossi aparentando sinal de ansiedade.


- Temos um problema com a polícia, o Xerife pediu que você fosse até a delegacia do condado. Tem haver com algo que aconteceu ontem a noite. Ele diz isso colocando um Clarin de San Gabriel em uma pequena mesa de mogno.


A noticia da capa era:


                 CAOS EM DOWNTOWN
Uma explosão matou um turista e feriu outros 4 ontem a noite no centro da cidade.
A polícia ainda não tem suspeitos.


  




- Ele pediu que você fosse hoje a noite, ele queria que você fosse hoje de manhâ, mas eu disse que você tinha ido visitar um parente em San Jose. Diz Santinni


- A outra situação é que temos algo errado na suas contas, parece que alguém está desviando seu dinheiro, eu já contratei um contador, ele te encontrara no bailley em meia hora. Diz SAntinni sorrindo.


- Deseja algo mais senhor? Eu preciso ir até Hollywood, tem uma peça no Abbles Teathre que preciso ver. Diz ele sorrindo.

- Olá chefe, espero que tenha dormido bem, hoje estou quase finalizando nossas acomodações, sistema de segurança está quase todo montado, haverá um atraso apenas na cerca elétrica, o sistema de alarme já está ok.  O senhor deseja mais alguma coisa?

- Creio que em termos de segurança não há muito que possamos fazer por aqui, senão ficar atentos.

- curioso, se me permite. Ele faz uma pausa.
- O senhor sempre se ergue no mesmo horário, 7:30. Ele sorri daquilo.

-houve um tempo em que já levantei mais cedo, mas são águas passadas.

- Deseja algo mais senhor? Eu preciso ir até Hollywood, tem uma peça no Abbles Teathre que preciso ver. Diz ele sorrindo.

-Creio que não, mas tome cuidado. Não dê muita bandeira por aí. Agora eu irei resolver as coisas com o contador e terei minha reunião com o Xerife. Sabe por qual nome me conhecem?


As notícias não são boas. Capra apesar de sempre buscar transparecer sereno rasga-se por dentro.

"Malditos! Estariam todos me caçando nessa cidade? Humanos, Sabá, Camarilla. Cada um a seu modo parece querer tornar minha vida um inferno ou acabar com ela. Com grande tendência a minha destruição. Não posso ficar aqui apenas me escondendo. Apesar de todo o esforço de Mike, não seríamos páreos se nos encontrassem aqui. Mas não posso preocupá-lo mais. Melhor achar que estamos seguros"

Em seguida parte para suas reuniões.

A Primeira reunião seria com o Bookmaker, irritou Pablo foi o fato de que Santinni não sabia o nome do Bookmaker, tal displicência era no minimo perigosa para futuros eventos noturnos na não vida do Lasombra.

Aquilo retorce por alguns minutos no âmago do Lasombra, e ele se lembra de que não se alimenta faz três noites, e a fome começava a deixar seus ânimos menos propensos ao perdão, talvez essa seja a natureza da Besta.

A desconfiança, a traição, ausência de paz de espírito.

Assassinato e sangue.

Ele dirige o carro em direção a uma pousada no Vale, onde será o encontro, ele leu um mapa ainda em seu refugio, mas Santini o explicou minuciosamente, embora naquele momento de explanação Capra, se deixou ficar desatento com outras preocupações.
Como as conspirações Camarilla Sabá, aqueles nomes soaram estranhos para o vampiro, fazia só três dias que estava isolado, mas fazia semanas que não encontrava um ouro de sua espécie.
A pousada é uma bela casa de madeira de três andares com jardim na frente, um ambiente rustico, o restaurante está aberto, a casa está cheia, pode se ouvir o tilintar de cristais de champangnne assim com um cheiro de Vinho, carne assada e perfume. Ele afasta aqueles pensamentos sombrios e entra no mundo motal, de um jeito que nem ele sabia que conseguiria, ou quiçá gostaria.

Isso deixaria um Toreador com Inveja, inveja de ser tão hábil na arte de se misturar com a Canaille, mestre na mentira. Aquela última palavra irritou o Amigo da Noite.

- Boa noite senhor, em qual nome está a reserva? Indaga o Maitre, um homem de cabelos longos e terno escuro, pele morena tipica dos Californianos, tão próximos do povo mortal de Capra, os Espanhóis.

Dito o nome ele é convidado a entrar, e levado cordialmente a uma mesa no canto escuro do lugar, afastado próximo a um lavabo, com duas paredes bloqueando a visão da maioria, Santini pensou em tudo.

Em seguida um garçom trás uma carta de vinhos com o emblema da casa, um sol estilizado, que ironia, um sol.

Quando coloca a carta na mesa, um segundo garçons trás uma garrafa de Pinot Noir, uma garrafa negra com uma taça e água com gás.

em seguida os dois saem, deixando Pablo meditando naquele canto.

- Oiiii. Uma voz feminina interrompe a meditação de Capra, a senhorita Kyle.

Dessa vez usa um terno femino escuro, com decote, embora tenha seios pequenos aquilo apetece Capra.

- Boa noite, e devo dizer que estou um pouco constrangida. Diz ela com as maças ruborizadas.

Esses momentos na direção sempre favorecem o desenvolvimento de idéias e planos. Estranhamente, a algum tempo a besta tem se mostrado um tanto quanto reclusa. Capra não sabe ao certo o que a faz agir assim, apesar de suspeitar dos setitas, e tem medo.

Após conseguir seu assento e se acomodar, o cainita estranha as bebidas que lhe são servidas, o que sai prontamente de seus pensamentos ao ouvir aquela doce voz.

- Oiiii. Uma voz feminina interrompe a meditação de Capra, a senhorita Kyle.

Ainda sem conseguir formar uma frase decente ele tem a ajuda da interveniente.

- Boa noite, e devo dizer que estou um pouco constrangida. Diz ela com as maças ruborizadas.

- Uma belíssima noite. E não se fique assim. - Diz ele se animando e puxando a cadeira para que a mortal se sente. Mas logo se lembra: "Nossa segunda vez que venho a uma reunião e não encontro quem procuro."

- Devo dizer que minha alma se alegra com sua ilustre presença. Mas diga-me. O que faz por estes lados?

A moça sorri, enquanto seu rosto ruboriza.

Ela mexe nos cabelos negros, os arrumando.

- Na verdade, meu compromisso é também seu compromisso, hoje mais cedo. Ela faz uma pausa e se senta.

- Seu amigo, o Senhor Santini me disse que você tinha problemas com suas finanças, bom suas aplicações, e queria auditar as contas, bom eu meu ofereci, como lhe disse fiz negócios empresariais, aliás que ver meu registro diz ela sorrindo, fazendo uma piada pra amenizar o fato que ela fez o carniçal de Capra mentir para ele.

Ele contratou a moça, não falou nada para o Lasombra, a pedido dela claro, oq ue ficou bem claro, por outro lado, isso era bom, a presença dela voltou a deixar Capra com um calor interno, algo despertou naquele peito vazia, literalmente sem coração.

Ela se senta sorrindo para ele.

- Eu aceito uma água, não bebo em serviço.

Cada vez que Lucinda Kyle sorrir o lasombra parece esquecer a vida miserável, condenada e amaldiçoada que leva. Cada edetalhe o seus movimentos são observados por ele.

O jogo é perigoso. Capra pode estar sendo usado, manipulado através de uma mortal. Tática comum desses vermes da Camarilla. Mas quantas vezes já não participou desses jogos? Ganhar ou perder não é a questão, mas sim a adrenalina do jogo.

Um outro sorriso e as preocupações dão lugar a Lucinda Kyle em seus pensamentos. Que poder incrível essa mortal tem.

Ele então serve a água à jovem enquanto fala:

- Então creio que ele já a tenha deixado a ar de tudo. A senhorita parece ter o dom de ganhar a confiança dos homens. Não sei até que ponto isso é bom, mas não posso negar que cada vez mais me cativa com este talento. Queria eu ter o poder de cativar aqueles a quem desejo por perto.

Capra faz uma pausa enquanto se concentra nos assuntos financeiros a resolver. Talvez tenha encontrado a parceira ideal para vários de seus assuntos.


- Mas neste momento me parece que a senhorita pode me ajudar com outras habilidades e lhe serei muito grato se puder me ajudar com isso. Com um pagamento justo também, é claro. Ainda não tenho quem possa me acessorar nestas questões financeiras. Mike, apesar de se esforçar, ainda não tem o conhecimento necessário.

Lucinda tinha um ar diferente daquela ingenuidade de outrora, sua face era diferente de uma camponesa pisando em uvas.
Tinha um ar mais profissional, mais sóbrio, o que apetecia a vontade do Lasombra em dar inicio naquele jogo. Uma pequena Jyhad.

- Na verdade Mike, me passou alguns dados relativos a suas contas, eu levei o dia pesquisando, e achei algumas irregularidades, algumas não, muitas. Seus bookmakes, especialmente os europeus estão te lesando, acredito que você nem saiba que tem bookmakers europeus. Você tem um patrimônio gigantesco, e recentemente recebeu uma grande quantia em Washington, vindo de um fundo desconhecido, parece um Lobby governista, esse é mais preocupante, esse montante está sendo rastreado pela Receita federal, eles estão de olho em você, inclusive já existe um ofício para um oficial te interrogar, vamos constituir um advogado, se o senhor não tiver um, nós contrataremos, tem uns caras bons em Los Angeles, podemos ir para lá na próxima semana.

Lucinda detalha as contas de Capra, apontando irregularidades, e gastos desnecessários, em alguns anos ele iria perder sua fortuna acumulada em décadas de trabalho, a noite se seguiu agradavelmente, os dois conversaram sobre coisas amenas, ela informou que deveria ir, tinha outros trabalhos.

- È sempre um prazer senhor Capra. Diz ela, enquanto isso o vampiro planejava o que o aguardava na reunião no departamento de polícia local.

Capra se surpreende cada vez mais com as capacidades da jovem mortal. Pelo que pôde perceber ela já estava alguns passos a frente do que consideraria normal e isso era bom.
Então ele, apesar de ainda inseguro, sente-se um pouco mais calmo em relação a suas finanças. Teria alguém para cuidar disso. Apesar de não ser prioridade no momento, poderia lhe ser muito necessário num futuro próximo. A guerra consome muitos recursos.

Ele se despede da moça, ainda que com certa resistência, e vai em direção à sua segunda reunião na noite. As coisas parecem ter o poder de piorar.

Capra sai da primeira reunião mais tranquilo, pelo ao menos no tocante a seu dinheiro, e um pouco mais vislumbrado com aquela mortal, algo dentro dele passou a ter grande estima por ela, ele fica perplexo, a ideia de se apaixonar por uma mortal escapa um pouco de seu conceito em volta do vampirismo.
E depois tem o problema com os Seguidores de Set, eles arrancaram seu coração, isso deveria influenciar um pouco suas emoções, mas ao que parece não aconteceu, ou quem sabe, está no pacote do feitiço dos Seguidores de Set.

O departamento de policia é um prédio no meio da avenida principal da pequena cidade, é com certeza a principal mais tranquila que Capra pode visitar, o ar noturno é sombriamente bucólico. Sombriamente, poque deveria ser uma bela paisagem, mas o tom escuro da noite garante o aspecto gótico daquela cena.

Ele entra no tranquilo distrito policial, e é recepcionado por um homem negro, obeso com uma farda policial, no seu distintivo dourado pode se ler um nome.
Micheas Goldwin.

- Boa noite senhor, qual a sua queixa?

-Olá Micheas! Tenho uma reunião agendada para esta noite com o Xerife. Creio que queira me interrogar. Saberia me dizer onde o encontro?

Ele queria resolver logo esta situação. Estava curioso quanto ao caso também e um contato com o xerife poderia deixá-lo a par da situação. É sempre bom saber o que seus inimigos andam aprontando. Será que aquilo era uma pequena isca para atrair Capra?

O policial obeso, algo que é um paradoxo com a função que ele exerce, leva Capra até uma sala pequena, com uma pequena mesa, computador antigo, espelho pia e uma câmera de gravação, Capra fica nervoso com o circuito de gavação, o espelho o incomoda também, embora ele ao contrário dos Lasombra tradicionais, possui reflexo, mas preferiria não ter, tendo em vista que a imagem refletida do vampiro é uma monstruosidade sem precedentes.

- Espere por gentileza, o Xerife vira atender o senhor.

Em seguida o Xerife entra, usando um jeans e gravata com camisa branca, parece um cowboy de meia idade, eles se viram antes, quando Capra e Kyle se encontram no Vinhedo de Napa Valley.

- Boa noite, senhor Gabrial Capra, é bom ver o senhor, esperava o senhor noite passada, mas parece que teve imprevistos.

O nervosismo de Capra perante as câmeras tem seus motivos. Ele sabe o que aparecerá lá caso alguém o veja. A quebra da máscara é iminente. Então ele usa de seus dons de sangue para que ninguém o veja enquanto estiver ali(tenebrosidae 1), tentando evitar ao máximo que vejam as sombras se movimentando, talvez enquanto não tenha ninguém ali.

Quanto ao espelho, ele procura se sentar de maneira  a evitar que os mortais vejam seu reflexo. Já fez isso outras vezes.

As medidas são paliativas. Ele sabe que terá que conseguir que as gravações sejam apagadas e planeja usar o Xerife para isso. A noite promete ser longa.

-Minhas sinceras desculpas Xerife. Tive que levar a senhorita Kyle a seus aposentos e por ela não estar com a consciência em seu melhor estado, julguei por bem cuidar da moça. Eu não seria um cavalheiro se fizesse diferente e não me sentiria bem com tal fato. Mas diga-me, em que posso lhe ser útil?

- Sim, claro. Diz o Xerife com uma expressão fechada.


ele se senta em seguida confortavelmente naquela poltrona de metal frio, os dois tem uma pequena mesa de duas cadeiras, uma sala que ´um cubículo, com câmera, um computador e uma parede com parte espelhada, a tipica parede das salas de interrogatório, provavelmente outros policiais e profissionais que lidam com o crime.

O xerife raspa a garganta e joga sobre a mesa uma pasta com o simbolo do departamento de policial local, abaixo uma bandeira americana em alto relevo.

Abre raspando alguns papéis, Capra se concentra para manipular as sombras no intuito que elas bloqueiem as câmeras de segurança.

- Houve um incidente na Hollywood Avenue, noite passada, acabou com uma explosão, e dois mortos, encontramos com eles uma pasta com dinheiro um extrato, e uma carta, ambas remetiam ao seu nome senhor Capra.

- Houve um incidente na Hollywood Avenue, noite passada, acabou com uma explosão, e dois mortos, encontramos com eles uma pasta com dinheiro um extrato, e uma carta, ambas remetiam ao seu nome senhor Capra.


O lasombra sentia-se encurralado na situação. Não sabia ao certo se o que o xerife dizia era verdade e se fosse estaria em uma grande enrascada, pois já sabiam de seu paradeiro, quem quer que fosse. Uma vida maldita de qualquer maneira. Ele precisava saber realmente o que havia acontecido para tomar suas decisões e não pouparia esforços para isso.

- Fico realmente espantado com o que tenha acontecido e para que eu possa lhe ajudar diga exatamente o que aconteceu sem ocultar nada.

Capra esperava poder conseguir informações mais relevantes com seus dons de sangue(dominação 2). Precisava urgentemente saber sua real situação. Ao que tudo indica iria precisar de um novo lugar para morar. Até que consiga um apoio dentre alguma seita ou grupo, seria essa a sua vida.