Vampiros - A Máscara
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Black Sabbat

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Mensagem por Heathcliff Qui Mar 28, 2019 3:24 pm

OFF: o conto a seguir na verdade trata-se de uma cena que acabei esquecendo de acrescentar à crônica livre "Miami By Night", situada entre o ritual de criação dos cabeças de pá e o ataque à mansão Giovanni.




      Melisa encaminhava-se a um armazém abandonado com seus novos mascotes cabeças de pá, Artemísia e Marco, ambos duas bombas relógio sanguinárias que cedo ou tarde poderiam explodir. Nada que a Vaulderie e uma boa sacerdotiza não pudessem dar conta.

      Antes mesmo de abrirem a porta, o Tzimisce já podia sentir o odor de sangue fresco em abundância, suor e desespero, além de gemidos abafados e lágrimas salgadas. A porta era aberta com um rangido e era além de seu olfato e audição, agora a visão de Melisa também era presenteada por cerca de dez sacos de sangue vivos (homens, mulheres e até mesmo duas crianças em uma jaula) todos pendurados no teto, com boca e olhos costurados, mas ainda vivos. Membros Revenantes da família Romero tomavam conta dos detalhes, exceto seu patriarca, Pablo, que estava sentando em um canto, sentindo um misto de ansiedade, tédio e raiva. A Tzimisce podia ver que agora ele usava um olho de vidro após ter o antigo globo ocular perfurado pela faca de Melisa.

      Além do gado e dos Revenantes, também estavam presentes Reni e a sacerdotiza, Tia Poulet. A Haitiana apenas faz um gesto para que todos se calarem e indicava que o ritual começaria.

- Como todos aqui sabem, estas terras nos pertencem desde que a descobrimos há séculos atrás. Temos a regido com os princípios de Caim, da liberdade e do sangue, até que aqueles malditos Giovanni usurparam o que era nosso, nos expulsando para o Sul. Por décadas permaneci aqui, oculta e espreitando pelo momento certo de retomarmos o que é nosso por direito. Sei que existem membros novos entre vós, e vocês ainda não serão considerados parte da seita até que se provem, e sua provação começa hoje!

      Poulet fazia uma pausa, onde todos esperavam ansiosamente por sua próxima fala.

- Como muitos guardiões das leis cainitas aqui sabem, estamos no mês de Vladarian, que corresponde aos dias 21 de Março a 20 de Abril do calendário imposto pelo gado mortal, em referência ao seu messias crucificado. A Camarilla, patética como sempre foi, adota o calendário criado por aqueles que nos perseguiram e exaltaram o filho Daquele que amaldiçoou Caim como o ser supremo. Que heresia, mas o que esperar do gado da Camarilla? Saibam que este é um mês muito especial em nosso calendário, sendo o primeiro do ano, simbolizando o nascimento de todos os vampiros e a luta por nossas vidas. Vampiros abraçados neste mês tem o favor de Caim, sendo conhecidos como guerreiros coléricos e sem medo, apaixonados pela independência, impulsivos e seguindo sempre seus instintos, um tipo ideal para nossa cruzada. Saibam que vocês, criados há duas noites, são abençoados!

      Em seguida, a velha começava a recitar as leis do Sabbat e o Código de Milão:

I - O Sabbat deve manter-se unido em apoiar o Regente da facção. Se necessário, um novo Regente será nomeado. O Regente deve desapioar a tirania, garantindo a liberdade no Sabbat.

II - Todos os Membros do Sabbat devem fazer o seu melhor para servir os seus líderes, tal como os seus líderes servem os seus Regentes.

III - Todos no Sabbat devem assistir fielmente à Auctoritas Ritae.

IV - Todos no Sabbat devem cumprir a sua palavra de honra.

V - Todos os Sabbat devem tratar dos seus colegas justa e igualmente, elevando assim a força e unidade do Sabbat. Se necessário, devem providenciar pelas necessidades dos seus irmãos.

VI - Todos os Sabbat devem lutar pelos interesses da facção antes das suas próprias necessidades, a todo o custo.

VII - Aqueles que não são honráveis perante este código de conduta serão considerados seres inferiores e por consequência não merecedores de qualquer apoio ou assistência.

VIII - Como sempre foi, assim sempre será. Os Lextalionis serão os modelos para a justiça dos imortais, pela qual todo o Sabbat se deve reger.

IX - Todos no Sabbat devem protegerem-se uns aos outros do inimigo da facção. Os inimigos pessoais devem manter-se como responsabilidade pessoal, a menos que a segurança da facção corra perigo.

X - Todos os Sabbat devem proteger o território do Sabbat de todas as outras facções.

XI - O espirito da liberdade deve ser o princípio fundamental da facção. Todos no Sabbat devem esperar e exigir liberdade na facção aos seus líderes.

XII - A Monomacy deverá ser usada como meio de resolver as disputas entre os membros do Sabbat.

XIII - Todos os Sabbat devem apoiar a Black Hand.

XIV - Todos os Sabbat têm o direito de observar o comportamento e actividades dos outros membros para que se mantenha a ordem, liberdade e a segurança da facção.

XV - Todos os Sabbat deverão agir contra os membros que usem os poderes e autoridades que o Sabbat lhes deu, para ganho pessoal ás custas do Sabbat. As acções só serão tomadas após serem aprovadas por um quorum do Circulo Interno.


     Finalmente, Poulet recitava uma litania profana em uma língua estranha e indicava que o Banquete de Sangue havia começado. Melisa, Reni, Artemísia e Marco entram em um estado frenético e se jogam contra os humanos presos no teto, rasgando jugulares, abrindo gargantas com os dentes e deixando o sangue jorrar em seus lábios em uma verdadeira orgia sangrenta. Para eles isso não era apenas alimentação, era uma prática religiosa, quase transcendental.

      De seus banquetes anteriores, Melisa sabia que as duas crianças na jaula tratavam-se de crianças não batizadas que seria o prato principal da noite. Enquanto ceifavam as vidas do gado, Poulet recitava outra litania que ninguém era capaz de traduzir, mas pelo mesmo motivo anterior, Melisa sabia tratar-se de uma versão em Latim do Pai Nosso ao contrário.

      Quando as duas crianças eram praticamente desmembradas e devoradas por vários vampiros frenéticos e famintos, os filhos de Pablo ascendiam uma enorme fogueira no meio da sala. Esta era uma das partes mais importantes do ritual.




      Já saciados, mas ainda cheio de adrenalina ingerida dos mortos, o bando finalmente acordava de seu frenesi. Melisa podia ver que seus colegas estavam com o rosto, cabelos, pescoço e peito totalmente cobertos de sangue, e ela com certeza estava do mesmo jeito. A fogueira ardia nos olhos de todos, um eterno inimigo dos Cainitas, uma maldição imposta pelos anjos do Próprio Criador do universo que havia dado as costas a eles.
      Era possível notar o pavor Artemísia e Marco ao observar as chamas, mas eles precisariam provar serem fortes o suficiente para encarar e vencerem os inimigos de Caim.

      Para incentivá-los, Melisa é a primeira, e por pouco consegue. Ela sente as chamas lambendo suas roupas, mas ao cair do outro lado, sente-se mais confiante. Reni até tenta, mas é acometido/a pelo medo vermelho. Incrivelmente, Artemísia e Marco conseguem de primeira. A primeira etapa para ser um membro do Sabbat era vencer seus próprios medos, e assim eles conseguiram se provar.

      Por fim, a prática final da noite era a Vaulderie, o laço capaz de quebrar o controle dos anciões da Camarilla e unir até mesmo cainitas que se odeiam em um objetivo em comum.

      Poulet sempre carregava consigo seu punhal de sacrifícios, e agora levantava uma vasilha comum, todos precisavam se sentar em torno da vasilha enquanto a bruxa começa o ritual.

- Haec nos sicca feci

      Poulet mostra seu pulso e o corta com a adaga para que seu sangue escorra na vasilha.

- Et fratres nostri, qui nos in sanguine

      Ela passa sua adaga para Melisa, que estava á sua direita.

- Hoc vinculum quod nusquam expugnari

      Melisa repassa para Artemísia após derramar seu sangue na vasilha.

- Maximus enim Pater oculus sumus

      Artemísia segura a adaga manchada de sangue, e repete o gesto, deixando um pouco de seu sangue cair na vasilha, repassando-a para Marco.

- Et nos in conspectu patris caligo

      Marco derrama sua vitae e devolve a adaga para Poulet, que mistura o sangue contido na vasília com ela.

- Donec mors nos ex parte finis

      Ela bebe o primeiro gole do sangue misturado, entrega a vasilha para Melisa, que faz o mesmo, que por sua vez entrega a Artemísia e Marco para beberem o sangue restante.

      Um sentimento de pertencimento preenchia Melisa. Os dois cabeças de pá ao seu lado eram agora sua família, seus irmãos, e juntos eles enfrentariam a todos, desde os peões da Camarilla, as legiões celestes, as hordas lupinas ou o mundo inteiro se isso fosse necessário à glória de Caim.
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