Boston by Night - O Preço de Uma Alma

A ordem eterna da noite, reduzida a cinzas

por brilhantes punhais esgrimidos pelos punhos

de jovens imortais. Os primeiros a cair por terra

são os anciões, guardiões da opressiva "justiça" dos

condenados. A tirania do sangue se acaba.

Derramada por agitadores oportunistas e sorvidas

por bocas ansiosas pelo poder Antediluviano.

A guerra das gerações está aqui. Nas luzes

de néon da cidade moderna, os anciões travam

uma amarga batalha contra a impetuosa nova

ordem: a Revolução Anarquista. Esses jovens não

são o orgulho e a alegria de seus senhores

vampíricos, são os temíveis arautos da Morte

Final.

Por quanto tempo os vampiros podiam

continuar ocultos? Quanto tempo se passará até que a

Máscara seja revelada? Os anarquistas levantaram

a mão, para por abaixo a cortina...

A noite vermelha trouxe muito derramamento de sangue para a cidade de Boston. Mas como dizem, depois da tempestade sempre vem a abonança. A família irlandesa continua no poder, talvez os carcamanos tenham se precipitado em ir para o campo de batalha tão precocemente. Depois de Paul, o braço direito de Gael ter sido capturado pela família italiana, a guerra ficou declarada entre as duas famílias, e muito sangue foi derramado. Gael teve algumas baixas, porém Gambino sofreu um golpe muito maior, sendo expurgado da cidade como uma praga de ratos. Alguns membros da sociedade mortal ficaram satisfeitos com a permanência dos irlandeses, pois tinham negócios firmados. Por outro lado, há quem tenha ficado frustrado, pois apostaram erroneamente nos italianos.


Enquanto o rebanho se matava, Camarilla e Anarquistas também travavam uma guerra nos bastidores. Sob o comando de Salvador Garcia, o movimento anarquista conseguiu tomar a cidade de Henry White e num ataque surpresa, desmembrar a torre de marfim. Petrodon quase matou o líder anarquista, mas nem isso foi capaz de impedir a vitória do movimento. Penetrar a cidade agora, é um desafio para quem lutou do lado contrário ao do vencedor. Em desespero, cada membro remanescente da torre de marfim, correu para um lado e agora tentam se reunir novamente para decidirem o que fazer. Alguns foram acolhidos por Nícolas, o príncipe de Chelsea, porém outros ainda não deram notícias. O ex-príncipe White, tenta encontra-los, porém sem sucessos.


Apesar de não ter sido registrado uma atividade oficial da Sociedade de Leopoldo, todos os membros estão receosos depois da exagerada exposição de um neófito lasombra em uma festa cheia de mortais dada na casa da Primigênie do clã da rosa. Além disso, o FBI está em peso na cidade depois das ondas de assassinato que resultaram da guerra entre as famílias mafiosas e atentados a edificações que serviam a torre de marfim. O problema foi tratado como atentado terrorista e os agentes federais estão atrás de culpados.


Apesar do fato de agora a cidade estar sob comando anarquista, Boston nunca teve tão tranquila em relação aos últimos anos. Aparentemente não existe mais ameaça direta disputando o território e tudo estaria estável se não fosse o rumor de um homem misterioso capaz de realizar qualquer desejo de qualquer pessoa. Esses rumores circulam entre o rebanho, mas já chegou nos ouvidos dos cainitas locais. Garcia está organizando uma equipe para localizar e prender esse tal gênio da lâmpada para demais esclarecimentos, mas no entanto, eles ainda nem tiveram tempo de se organizarem na cidade.

THEON
PS 10/10
FV 04/04

Ao perceber o desconforto da garota, Theon logo procura naquele ambiente a fonte causadora desse mal estar. Do outro lado do bar, Theon via um homem jovem, de cabelos ruivo vestindo uma roupa de motoqueiro e em boa forma física. O rapaz caminhava rapidamente na direção de Jéssica e olhava fixamente para a mulher.


- Regina! - chamava o homem num tom de voz alto, mas não chega a a ser um grito. - Onde pensa que vai?


Nesse momento, Theon via a até então Jéssica, se virar e esperar que aquele rapaz chegasse até ela. No meio tempo, a moça olhava para Theon e quando o gangrel olhava de volta ela tentava disfarçar. Estava nitidamente constrangida.


- Você está em débito comigo. - dizia o rapaz ruivo. - pensa que pode enganar a irmandade? Sua vadiazinha safada! - mais uma vez, a moça olhava envergonhada para Theon. - vamos, me pague para eu te liberar, do contrário vou ter que te levar para o Paul.


As pessoas ali no bar começavam a reparar e logo logo o garçom se aproxima pedindo para que os dois saíssem do local. Mas antes que o pobre garçom pudesse acabar de falar, o rapaz ruivo o acerta com um soco certeiro na boca, fazendo o simpático jovem cair ao chão.


Enquanto o foco do mudava para o garçom caído ao chão, a loira que acompanhava Theon aproveita para deixar o lugar as pressas. Logo outros dois rapazes se juntam ao ruivo tentando o acalmar. Eles vestiam o mesmo estilo de roupa o que fazia parecer ser um grupo de motoqueiros.


- Vamos sair daqui. - dizia um deles. Enquanto o outro tirava algumas notas de dólares e jogava sobre o peito do garçom caído no chão. - vamos atrás dela. - dizia o ruivo enquanto encarava Theon com um olhar desconfiado e ligeiramente ameaçador.

THEON
PS 10/10
FV 04/04
-ofuscado-


Indiferente a situação, Theon se mantida sentado apenas observando os acontecimentos. Ele se manteve imparcial até a conclusão dos fatos. Ele se sentia enganado pela mulher mas no fundo parecia estar preocupado com a mesma, pois assim que todos saíram, o vampiro foi atrás.

Manipulando a mente dos observadores, o gangrel passava a ser ignorado pelos olhares e seguia os rapazes que por sua vez seguiam a loira. A mulher estava próxima a uma linha férrea quando foi alcançada pelo trio. O ruivo a segurou pelo braço enquanto os outros dois que o acompanhavam se mantiveram um pouco atrás. Bem próximo deles estavam o gangrel e dessa maneira ele pode ouvir tudo que falavam ali.

- me solta seu escroto! - dizia a mulher.

- já disse que não vai embora antes de me pagar!

- será que é por causa de pagamento essa cena toda Rudolf? Por que não me esquece?

Nesse momento, Rudolf pede para os dois parceiros se afastarem e imediatamente o fizeram. Rudolf esperava seus amigos tomarem uma distância maior para prosseguir a conversa. Ele larga o braço da mulher e continua...

- Regina, você não precisa disso, por que não esquece tudo e volta pra mim? Vamos embora daqui!

- seu idiota! Acha que eu tava fazendo programa? Eu já disse que não faço mais isso!

- mas e aquele cara do bar?

- era um amigo, mas agora isso não tem importância, mais uma vez você interfere na minha vida e estraga tudo. Agora vê se me esquece! - Regina dava as costas para Rudolf que a observava partir revoltado.

Theon observava tudo de perto, perto o suficiente para perceber Rudolf sacando uma arma que estava enfiada na parte de trás da sua calça, um 38 na cor preta. Com os olhos cheio de lágrimas, Rudolf aponta a arma para as costas de Regina e estava disposto a tirar a vida da mulher de maneira covarde.

THEON
PS 10/10
FV 04/04
-ofuscado-


Ainda escondido pelo manto das sombras, o gangrel apenas assistia a cena sem interferir. Rudolf hesita bastante, seu braço erguido e a arma em punho tremia enquanto o humano parecia criar coragem para tal ato. O local estava ermo e a iluminação abrangia apenas o local em que Rudolf estava. A mulher estava do outro lado da linha de trem sem olhar para trás. Decidida a deixar o local, ela nem imaginava que a morte estava a espreita.


Um barulho estrondoso preenchia a atmosfera fria e úmida do local. A buzina do trem que cada vez mais estava próximo do cruzamento onde Rudolf tentava criar coragem para tirar a vida de sua amada. O homem vacila e parecia desistir da ideia. Sua mão descia em direção a sua cintura e ele apenas observava Regina partir. Mais uma vez a estrondosa buzina do trem soava e quando a máquina estava prestes a atravessar o cruzamento, Rudolf cria a coragem que precisava para puxar o gatilho.


3 tiros eram ouvidos por apenas Rudolf, Theon e Regina. Os demais não puderam ouvir especificamente os disparos, pois o barulho do trem teria abafado. Imediatamente, Rudolf parecia arrependido do feito, e sem raciocinar direito, ele deixava a arma cair ao chão e corria na direção contrária do local, abandonando a cena do crime como um bom covarde que era. O trem impedia Theon de ver o que tinha acontecido com Regina. Ele não sabia se Rudolf teria de fato acertado os tiros. Se Regina estava gravemente ferida ou não. Ou se até mesmo estaria viva ou morta. Tudo isso ele só iria descobrir depois que o trem passasse totalmente pelo cruzamento da via.

  Eu permanecia oculto, e em completo silencio. Observava tudo, e contemplava a morte da mulher. Uma excitação me corria. Lambia meus beiços, e olhava fixamente na direção da mulher, como se eu conseguisse enxergar através do trem que cortava a minha visão.

  'Fazia tempo que eu não exercia minha função de assassino para ninguém. E a morte parecia querer somente a mim, e não que eu lhe fosse uma ferramenta. De certa forma, isso me permitia ter uma nova perspectiva sobre ela.

  Mas agora, assistindo a morte perseguindo outra pessoa, eu me lembrei de muitas coisas que aprendi. E isso é muito bom. De certa forma, me senti impulsionado por minha Besta.'

  Eu olhava em todas as direções, e tentava avistar para onde os três homens foram. E então, andava em direção a arma no chão, enquanto o trem ainda passava. E recolhia a arma. Inspecionando-a antes de guardar.

  Eu aguçava meu olfato, e me abaixava para tentar enxergar por debaixo do trem, por onde eu via as rodas passarem em alta velocidade. Para tentar ver a mulher do outro lado, se estava caída, ou andando.

  Vendo ou não a mulher, eu ficava oculto, de pé, esperando o trem passar, para então poder atravessar os trilhos, e ir na direção dela.

  (Se vou iniciar uma perseguição, ou encontrar um corpo, terei que esperar o trem passar para descobrir)

THEON
PS 10/10
FV 04/04
-ofuscado-


Aquela cena mexia com os sentidos de Theon. Assistir aquilo tudo, o remetia a tempos antigos quando era um arauto da morte levando o toque da foice aqueles que por azar se tornavam alvos do vampiro. A excitação do gangrel era tamanha, que fazia com que o vampiro até passasse a língua nos lábios como um faminto salivando diante de uma bela refeição.


Calmamente, Theon caminhava até o local onde Rudolf havia deixado cair a arma do crime. O vampiro olhava na direção onde o grupo havia ido tentando localiza-los, mas sem sucesso. Nada e ninguém existia naquela rua além do gangrel, o trem de ferro e Regina do outro lado da linha férrea. Theon se abaixa e pega a arma. Um 38 de cano curto na cor preta, cabo de borracha e com algumas balas no tambor. O vampiro guarda a pistola depois da inspeção e então volta a sua atenção para Regina, do outro lado do trilho.


Theon se abaixa para tentar melhorar a sua visão da mulher. Não que essa manobra tenha ajudado muito, mas ele consegue ver um corpo ao chão. Logo o trem terminava de passar sobre o cruzamento, e o caminho estava livre para o vampiro. Ainda ofuscado, o gangrel caminhava na direção da mulher baleada e ao se aproximar um cheiro de sangue invade suas narinas. Se não estivesse bem alimentado, o vampiro com certeza teria de lutar com a sua besta para manter o controle sobre suas ações. Chegando mais perto ele podia ver uma poça de sangue que crescia lentamente vinda de baixo do corpo de Regina, que agonizava enquanto lutava para manter a faísca de vida que insistia em deixar o seu frágil corpo.


O vampiro notava três furos de bala nas costas da mulher. Um próximo a coluna vertebral, na altura do tórax. Outro que parecia ter atingido o pulmão direito e o último próximo ao ombro direito. Os cabelos loiros agora estavam rubros tocados pelo sangue que escapava das feridas. Assim como sua pele clara e sua roupa. Regina gemia e torcia sangue que escapava de sua boca salpicando seu rosto e o chão. Era nítida sua dificuldade para respirar. Ela se arrastava em direção a sua bolsa, que com a queda caiu pouco a frente de seu corpo.

  'Morta por ciúmes, morta por um homem, essa mulher ainda luta contra a morte, e se recusa a morrer. De certo pretende chamar a policia ou uma ambulância, surpreendente. Bem, esse é o momento que eu posso devolver-lhe a vida, ou tira-la de vez. Ainda me resta duvidas do que fazer. Mas com certeza, ela provou o sabor da morte, assim como eu, e agora ela poderá renascer do ódio, e voltar a vida com o objetivo de vingança. Isso seria muito útil para mim, que tenho só aquele gato sedento por mais Vitae que nem por aqui está para me ajudar!'

  Me aproximo dela, e me agacho ao seu lado. Mesmo que ela tente alcançar a bolsa, ela não se move muito rápido. Sussurro em seu ouvido: "eu vou te salvar". E deixo meus olhos reluzentes, como todo Gangrel sabe fazer. Creio que ela deve se assustar com a minha presença. E enquanto ela se assusta, eu faço um pequeno corte em meus lábios, e a beijo na boca. Permitindo que parte de meu sangue escorra por sua garganta. Isso, além de deixa-la confusa, vai silenciar um possível grito de susto. Me certifico de que ela tenha ingerido uma quantidade razoável de minha Vitae.

  Por fim, faço algo que não sei se dará certo, mas não custa tentar. Eu mordo de leve os ferimentos de balas, mas sem sugar sangue, e logo em seguida os lambo. Na esperança de que estanque o sangue. Claro, as balas permanecem dentro. Mas isso, talvez, lhe dê um pouco mais de tempo. Então, olhando em seus olhos, eu digo: "você terá a sua vingança".

  Por fim, vou até a bolsa dela, e procuro o seu celular, ligo para a emergência, na frente dela, para ela saber que terá chances de sobreviver, graças a mim. E entrego para ela a bolsa e o celular.

  — "Vou ficar com você até a eles chegarem."

  Enquanto isso, fico de guarda, observando se alguém se aproxima dela ou se um dos homens que atiraram nela volta.

  'Pode até parecer que estou preocupado com essa mulher que conheci não faz nem uma hora, mas na verdade tenho um proposito puramente egoísta e maligno, preciso de alguém para me servir, e ela pode fazer isso. Assim como aquele gato preto, mas essa terá mais utilidade. Seus dotes físicos, aparecencia sedutora, voz mansa e malandragem, sem falar em sua experiência. Claro, ela aparentemente cometeu um erro, mas isso servirá de lição, e que se torne mais perspicaz.'

THEON
PS 09/10
FV 04/04


Se mover 1 cm era para Regina um esforço hercúleo. Respirar, parecia mais um castigo do que uma dádiva. Sua visão estava escurecendo como uma lâmpada incandescente que se apaga. Sua força se esvaia de seu corpo e simultaneamente a dor também. Ela para. Sua cabeça erguida, agora repousa no asfalto frio. A chuva fina que começa a cair se faz de manto para cobrir o corpo que jazia. Regina aceita a morte. Não há mais nada a se fazer...

Doce... Regina sente o doce. Ela não sabia o que era, só sabia que era bom. A vitae penetra sua boca e desce por sua garganta. Ela não tinha ideia do que era. Ela só sentia. Como um vídeo sendo rebobinado, Regina via seus sentidos e sua memória ora quietos, agora retrocedendo a uma velocidade que a fazia sentir frio na barriga. O mesmo frio que se sente em uma montanha russa das mais radicais que existe. Como uma criança faminta, Regina começava a sugar aquele líquido da boca de Theon, sem nem ao menos se preocupar com a estranheza desse ato. Suas forças voltavam, sua consciência também. Regina agarra a cabeça do vampiro com as duas mãos e num beijo quente, voltava ao mundo dos vivos.

A dor... De novo a dor... Agora que estava viva novamente, sua carne ardia onde as balas haviam penetrado. Mas agora com a orientação certa, ela seria capaz de sobreviver a tal ferimento, só não sabia disso ainda. Vendo que a mulher recuperou sua vitalidade, Theon cessa o beijo. - Mais! - essa foi a única palavra que saiu de sua boca faminta. Regina queria mais. Se tivesse forças para se levantar, talvez iria se jogar nos braços de Theon, mas seu corpo humano ainda era frágil e sofria os danos causados pelos ferimentos.

Eu sorrio para ela, e á olho nos olhos, e digo calmamente. Você terá, tanto quanto quiser, se fizer o que eu mandar, o que eu quiser. E você ficará viva, mas apenas enquanto eu quiser. Por hora, eu quero que você fique bem, forte e viva. Então lhe darei apenas mais um pouco, e depois você deverá ir para o hospital.

Olho mais uma vez para os lados, e tento avistar alguém chegando ou espiando. Sirvo ela mais com mais uma dose, e depois tento cessar que ela beba mais. Ela ainda precisa remover as balas, e eu não sei fazer operações.

Tento falar com ela, e digo:

— Você sente dor? Consegue ficar de pé?

'Se der tudo certo, eu terei mais uma dependente de meu sangue. E junto com aquele gato, poderei ter uma dupla para me servir favores muito uteis!

Só não posso me perder demais, e a noite já está avançando. Preciso saber quanto tempo falta para a noite acabar, e para onde eu levo ela...'

Olho no relógio ou no celular para saber as horas

THEON
PS 09/10
FV 04/04

Você terá, tanto quanto quiser, se fizer o que eu mandar, o que eu quiser. E você ficará viva, mas apenas enquanto eu quiser. Por hora, eu quero que você fique bem, forte e viva. Então lhe darei apenas mais um pouco, e depois você deverá ir para o hospital.

Sem muitas opções, Regina apenas concordava num breve movimento com a cabeça com tudo que o vampiro dizia. Mais uma vez ela experimentava a doce vitae que corria nas veias do gangrel.


Depois do presente do diabo ser dado, Regina respondia a pergunta do vampiro ainda com dificuldade para falar. O fato dela ainda estar viva, dependia de uma circunstância sobrenatural e, a sua saúde ainda estava bastante comprometida. Regina precisava de um tutor do mundo das trevas para saber manusear a vitae que agora estava em seu corpo.

- Acho que não tenho condições de andar... Não consigo respirar direito... E não sinto minhas pernas...


Theon observava o perímetro para se precaver de curiosos, mas àquela altura da noite, não havia presença de pessoas. O gangrel levanta o pulso para saber das horas. Seu relógio marca exatamente 2:00hrs. A chuva começava a ganhar força e, Theon sabia que apesar do frio não ser um problema para ele, o mesmo não era verdade para Regina. A temperatura estava muito baixa e Regina já havia perdido muito sangue. Se Theon não agisse rápido, uma hipotermia seria inevitável e poderia leva-la a óbito em poucos minutos.

THEON
PS 09/10
FV 04/04

Vendo a mulher perecer diante de seus olhos, Theon arriscava estratégias na esperança de resolver o problema. Mordendo o local dos ferimentos, o gangrel lambia em sequência esperando que as propriedades de cura contidas nas salivas dos vampiros fechasse os buracos causados pelos disparos da arma de Rudolf. Logo o semblante do vampiro perdia a esperança ao ver que nada acontecia.

Regina olha para o vampiro que segurava sua mão, e num esforço para dizer algo ela perdia os sentidos perante o gangrel. Ela ainda estava viva, mas por pouco tempo se continuasse naquela situação. A água da chuva lavava o sangue de seu rosto e cabelos, fazendo a mancha rubra no asfalto ficar rala como aquarela. Ainda pensando em que atitude tomar, Theon é surpreendido por uma luz forte que surgia do outro lado da linha férrea e parecia seguir em sua direção. Pelo barulho que fazia, o vampiro deduzia ser um caminhão antigo e, poucos segundos depois sua suspeita se confirmava.

O caminhão caçamba diminuí a velocidade até parar totalmente ao lado de Theon e Regina. Uma luz se ascende dentro da cabine e um rosto gordo e de bigode cinzento se revelava ao vampiro. _ O que aconteceu aí amigo?! _ dizia àquela voz rouca do homem.

THEON
PS 09/10
FV 04/04


Regina era um caso perdido. Não teria como salvar sua vida... Não mais. Theon estava aceitando essa verdade quando literalmente uma luz no fim do túnel veio para mudar as circunstâncias. Ao ver o caminhão se aproximando, o vampiro logo assume um papel de uma vítima de assalto para conseguir a ajuda do caminhoneiro. O motorista abre a porta do caminhão e desse os degraus até o chão. Ele analisa a situação num breve instante e concorda com o vampiro quando o mesmo sugere a necessidade de um hospital. Ambos pegam a mulher e com um pouco de dificuldade ela é colocada dentro da cabine. _ vá estancando o ferimento dela pra ela não perder muito sangue! _ dizia o motorista. Numa acelerada brusca, o veículo já antigo soltava uma fumaça escura pelo escapamento e seguia em direção ao hospital com o pisca alerta ligado.

Entrando no hospital o caminhoneiro ia buzinando freneticamente e gritando por ajuda. Logo dois rapazes e uma mulher chegam com uma maca para remover Regina da cabine tomando todo o cuidado possível. Enquanto os rapazes transportavam Regina para o pronto socorro, a moça abordava o caminhoneiro e Theon para fazer perguntas de praxe da rotina do atendimento como o que havia acontecido com a mulher, o grau do relacionamento dos dois com a mulher, o nome da mulher, se ela era alérgica a algum medicamento e etc...

THEON
PS 09/10
FV 04/04


Enquanto respondia as perguntas da enfermeira, Theon analisava o local em busca de saídas e tentou também descobrir o quarto em que Regina ficará. Porém, pela gravidade de seus ferimentos, Regina foi levada direto para o centro cirúrgico. Pelo menos foi o que o vampiro pode ouvir assim que os dois médicos a colocaram em uma maca e já foram ligando alguns aparelhos em seu corpo.

Com uma desculpa qualquer, Theon estava inclinado a deixar o local. Estava preocupado com o horário, 2:30h. _ O senhor pode esperar ali naquela sala_ dizia a moça enquanto apontava para uma porta sob uma placa com os dizeres: sala de espera. _ Já vou ligar para a polícia para que o senhor possa dar o seu depoimento. Quem fez isso com sua amiga tem que pagar! 3 tiros pelas costas? Covarde! _ a moça se dirigia para um grande balcão de atendimento onde estavam outras 4 mulheres entre computadores e telefones e logo pegava o telefone mais próximo e discava o número da polícia.

Theon saía a francesa do hospital para providenciar um abrigo seguro do dia que em poucas horas chegaria. Enquanto ele ia se afastando da entrada do PS, ele ia descobrindo um jardim de tamanho considerável com alguns bancos de pedra e um chafariz ao centro. Ele estava nos fundos do hospital. O jardim é rodeado por um muro alto de alvenaria e do outro lado podia se ouvir o movimento de carros e pessoas. Apesar do horário, se tratava de uma área hospitalar, e por isso o movimento de pessoas era 24h por dia 7 dias por semana.

Enquanto ele explorava as instalações do hospital, um som característico e familiar lhe soava aos ouvidos. O miar do seu gato preto que vagou pela paisagem urbana até encontrar o seu amo de sangue. O felino se aproximava com um carinho interesseiro, se esfregando entre as pernas do gangrel. O jardim estava quase vazio, apenas um homem sentado em um dos bancos com roupa de hospital e um suporte de soro prendendo uma bolsa do líquido que corria para dentro de suas veias. O rapaz fumava apesar de uma torce irritante e insistente. Ao ver o vampiro, ele o olhava com desprezo e continuava a tragar seu cigarro como se não houvesse ninguém ali. Theon não tornou a ver o caminhoneiro que os levou até o hospital.

'Minha parte está completa. Prendi ela ao meu sangue, e está no melhor lugar para conseguir ajuda. Eu poderia apelar para o último recurso, mas não é o caso dela... prefiro resolver assim. E, no fim das contas, se eu perder ela, seria uma pena, tanto tempo investido. Ou não, foi apenas uma noite...'

'Consegui sair da melhor forma possível, e não estou mais sob os olhares de ninguém, exceto desse fumante aqui no jardim.' Pra garantir, tento visualizar a áurea desse homem, e, saindo da vista dele, me oculto sob o manto da invisibilidade.

O gato ainda tenta chamar a minha atenção, então falo com ele:

—  "Tenho uma missão para você, pequeno amigo. Há uma mulher aqui, que pertence a mim, agora. Ela tem o meu cheiro. (me referindo ao meu vitae nas veias dela.) Quero que você vigie ela, e traga ela à mim, de alguma forma. Mas por hora, venha comigo e me ajude a encontrar um local para eu descansar, longe de outros humanos."

Saio daquele local, e continuo caminhando, tentando me localizar e saber o quanto eu sai da minha rota. 'Afinal, ainda tenho um objetivo à cumprir...'

THEON
PS 09/10
FV 04/04

Ainda no jardim, Theon observa a aura do fumante que lhe fazia companhia. Sua aura era de um tom marrom, sugerindo que o seu dono estava um tanto quanto amargurado com a vida. Saindo dali, o gangrel procurava por algum lugar seguro para passar o dia. Para isso, ele contava com a ajuda de seu carniçal felino. Ele também pedia outro favor para o animal.

—  "Tenho uma missão para você, pequeno amigo. Há uma mulher aqui, que pertence a mim, agora. Ela tem o meu cheiro. (me referindo ao meu vitae nas veias dela.) Quero que você vigie ela, e traga ela à mim, de alguma forma. Mas por hora, venha comigo e me ajude a encontrar um local para eu descansar, longe de outros humanos."

Para qualquer um que passasse, ouviria apenas um simpático gato miando para o seu dono, mas para o vampiro o gato havia ouvido e compreendido a mensagem e posteriormente confirmava o pedido do seu amo. Andando pela calçada, os dois passavam em frente a lojas fechadas e andavam até chegar a um cemitério. O gato para diante do lugar e novamente mia para Theon que entende que ali era o local seguro para ficar longe dos homens. Pelo menos para o gato.

'As coisas parecem estar indo bem. Mas como sempre, tudo pode mudar de repente.'

'Estou solitário, novamente, afastado da muvuca da cidade, me sinto sossegado. Claro, ainda há movimento ali perto, mas creio que agora tenho um pouco mais de chances de dormir escondido do sol e acordar na noite seguinte sem me deparar com mortais.'

Faço uma varredura no local, e procuro por intrusos ou enxeridos que possam estar me vendo (uso todas as minhas habilidades, tais como o Auspícios, meus sentidos aguçados, e meus conhecimentos em rastreamento). Tendo apagar meus rastros, e, então, procuro por um local além de suspeitas. Que seja ideal para eu me esconder. Onde ninguém cavará um tumulo enquanto eu durmo durante o dia, ou que ninguém estará lamentando a morte de um ente quando eu despertar. Achando o local, trato de garantir que nada me incomode.

Antes de eu me unir ao solo, eu procuro um outro lugar, ainda por ali, mas afastado o suficiente para não levar ninguém até o meu esconderijo. E ali enterro a bolsa da minha nova "amiga". Me certifico de desligar completamente o celular antes, mas a arma eu deixo comigo, dentro das minhas roupas.

E, antes de concluir a noite, volto a falar com meu felino:

—  "Aqui, tome um pouco disso, e espero que você faça o que te pedi, volte para o local que você me achou, e procure a mulher. Fique longe dos outros humanos, eles podem tentar te capturar. Se você se perder, ou for preso, fuja, e volte para mim!"

Dou um pouco de sangue para o gato, rasgando a ponta de meu dedo com meus dentes. E logo em seguida, me deito no solo, e me uno á terra, ||Fusão com a terra|| com a arma na cintura, e um gato com uma missão diurna.

THEON
PS 07/10
FV 04/04


Chegando ao local escolhido, Theon analisava o perímetro para ter certeza de que estava seguro. Para isso, ele fazia o uso de todas as ferramentas que tinha em mãos. Logo ele percebe que a única companhia além do gato preto era a lua que iluminava seu rosto agora que as nuvens de chuva se dissiparam. Em outro local, o gangrel enterrava a bolsa de Regina tomando todo o cuidado para que ela permaneça lá.


Voltando para o local onde será o seu leito no dia que virá, Theon dava algumas ordens para o animalzinho que o seguia e depois lhe dava um pouco de sua vitae. O animal lambe o dedo do vampiro com vontade até o cainita decidir que já era suficiente. Theon se deita na grama e o animal o deixa rumo ao hospital para vigiar Regina. Aos poucos, toda a matéria que compunha o vampiro ia se mesclando a do solo e gradativamente o vampiro ia se unindo a terra deixando o local "vazio".

Próxima noite...

Ao sentir a mudança de temperatura, o gangrel sabia que o sol já havia se posto e que a noite novamente surgia para lhe convidar ao mundo. Numa explosão de terra, o vampiro surgia levantando uma nuvem de poeira que logo se dissipava. Ele estava sozinho e com as roupas cheia de poeira. A noite estava agradável. Um céu estrelado e uma lua cheia enfeitavam a cidade. O local era silencioso, como um cemitério deve ser. Ao longe, Theon podia ouvir o som de uma coruja... ou talvez duas...

THEON
PS 07/10
FV 04/04


O chirriado das corujas atraem a atenção do gangrel que caminha em direção as aves enquanto bate a poeira de seu corpo. O vampiro atrai a atenção dos animais, que repousavam sobre um galho seco. As duas corujas começavam a chirriar mais frequentemente na medida que Theon se aproximava. _ Perigo! Perigo! _ Diziam uma para a outra. Mas logo o vampiro também falava em uma linguagem conhecida para as aves, e isso fez com que elas não fugissem. O gangrel pergunta sobre a presença de outrem ou de um gato preto. As aves giravam a cabeça quase 360° olhando para praticamente todas as direções e diziam: _ Nada! Nada! Ninguém! Sem gato! Sem homem! Nada! _ Mais confiante, Theon ia até o local onde a bolsa foi enterrada e sem esforço encontrava de novo o apetrecho feminino coberto por terra úmida e escura. Na sua cintura, a arma do crime.