O Ruir do Velho Mundo - Alterados II

Potencializando seus sentidos, o Enoch consegue procurar mais facilmente de onde está vindo a voz. Ele olha para direita e esquerda em busca de quem gritou, mas sem encontrar a fonte. Olhando melhor, o Cainita se vê em uma pequena ruela onde, de um lado e do outro, ele só observa os fundos dos estabelecimentos comerciais, semelhantes aquele de onde saiu. Um muro de madeira alto. Certamente, aquela área só é frequentada pelo caminhão de coleta de lixo para recolher o lixo dos comércios.

Ao focar no som, o Vampiro percebe que este vem da esquina, pouco mais de 15 metros a frente. Possivelmente, quem gritou foi um daqueles que entrou no restaurante após sua chegada. Pelo menos é o que parece. Ele então encontra um lugar que pode servir para se esconder. Parece que algum animal cavou um buraco abaixo de uma das cercas do vizinho da terceira casa depois. Ele pode tentar se arrastar por ali e esconder-se, mas não há certeza que ele conseguirá entrar à tempo de evitar quem gritou.

Enoch se permite um momento para tentar assustar o animal, que fica ainda mais perturbado e começa a latir ainda mais alto, rápido e forte, além de dar alguns passos na direção do Cainita. Nesse momento, outros cachorros da vizinhança começam a latir junto com o pequeno animal.

O tempo vai passando e o Malkaviano precisa decidir se corre ou se esconde-se.

Atrás da porta fortemente fechada por tecnologia de ponta, haviam alguns freezers contendo bolsas de sangue. Marcílius pega quatro dessas bolsas e as deixa sobre uma mesa fria metálica. O vampiro expunha sua opinião sobre nossa seita inimiga, mas parece ser interrompido por alguma mensagem que chegava em seu celular. Marcílius saía da sala me dizendo para ficar a vontade.

Me aproximando da mesa, pego as bolsas de sangue e me alimento. Sinto o sangue descendo por minha garganta e aquilo me dá uma satisfação estranha. Não é uma refeição quente ao qual estou acostumado, mas serve. Marcílius retornava a sala me perguntando se estava pronto, confirmo com a cabeça enquanto acabava de secar a ultima bolsa de sangue. Procuro por lixeiras, segurando os plásticos vazios em minhas mãos...

- Você levará seus animais, ou quer deixá-los aqui. Eles serão muito bem tratados.

- Não duvido disso, porém eles tem se mostrado bastante úteis em campo. Por isso os levarei comigo. - Thor como sempre é dado demais. Mal Marcílius estendia sua mão e o cão já ia lambendo sua mão e abanando o rabinho. - Eu estou pronto, já podemos ir. E a propósito, obrigado.

Sem muito tempo até a chegada do homem, decido tentar passar pelo buraco na cerca. Antes disso, certifico de que meu celular está silenciado e uso sussurros selvagens - Animalismo I para acalmar o cão. Falo sussurrando: "Desculpe-me, não quis machucá-lo, estou com tanto medo e tão desesperado quanto você. Há pessoas que querem me fazer mal e a quem eu gosto, inclusive o homem que vem ali. Despite-os para mim e arranjarei algo para você comer depois que resolvermos tudo. Se quiser, pode me seguir. Mas recomendo que se esconda quando eu chegar nas docas, será perigoso. Lhe chamarei quando o homem mau for embora".
Após isso me preparo para a fuga.

- Sem problemas. - Diz Marcílius sorrindo para Thor enquanto afaga atrás da orelha do animal. - Pode deixar isso ai em cima da mesa, depois peço para alguém jogar fora e repor o estoque. - Ele agora volta a olhar para o Gangrel. - Vamos!

Os dois, juntamente com os animais, fazem o caminho contrário, retornando ao local onde eles se despediram de Wallace. O Cainita e seu time já os esperavam encostados no veículo.

- Senhor Marcílius. Já estamos prontos. Pegamos alguns equipamentos que serão úteis na observação do local. - Diz Wallace assim que Marcílius e Gerrard se aproximam. - Além disso, se algo der errado, estaremos preparados.

- Ótimo. - Marcílius se volta para Gerrard. - Você está em ótimas mãos. - Os três Vampiros da equipe de faziam uma reverência à Marcílius e entravam no carro. Wallace abre a porta da mala do carro para que Thor e Athena possam entrar. O cachorro afasta-se de Marcílius e senta-se ao lado de Gerrard e olha para seu dono, enquanto Athena pousa em cima do veículo. - Somos generosos com os irmãos que nos ajudam de boa vontade senhor Gerrard. Assim que essa situação for resolvida, você será muito bem recompensado. Agora podem ir. Avisarei aos demais times de sua aproximação, Wallace.

Assim que todos estão acomodados dentro do veículo, este parte para a superfície novamente e deixa a mansão, entrando cada vez mais em uma floresta. O veículo roda por pouco mais de trinta minutos até que Gerrard vê uma cadeia de montanhas.

- Estamos chegando. - Diz Wallace. - Pararemos aqui e faremos uma varredura nesse quadrante. Logo após, enviaremos as informações para o quartel general e nos encontraremos com o time do...

O Capitão do grupo é interrompido pelo som de tiros vindos não muito longe.

- Anne, Donny, levantem os drones. Rastreiem o lugar de onde vieram os tiros. Anthony, reporte à central. - Ele fala com cada um olhando no rosto. Agora ele vira-se para o Gangrel. - Gerrard, você vem comigo. Enquanto eles fazem o reconhecimento aéreo, nós colocaremos algumas câmeras ao redor do nosso perímetro para evitar ataques. Sempre juntos. Fique ao meu lado para evitarmos qualquer surpresa. Entendido? - Ele espera pela resposta. - Há armamentos na mala. Pegue o que lhe convêm e siga comigo.

Depois de saciar minha fome, Marcílius e eu voltávamos ao local de onde viemos. Wallace estava nos esperando com mais três cainitas e um carro. Depois dos últimos detalhes acertados, todos, exceto Marcílius entramos no carro. Thor e Athena também nos acompanhou.

- Somos generosos com os irmãos que nos ajudam de boa vontade senhor Gerrard. Assim que essa situação for resolvida, você será muito bem recompensado. Agora podem ir. Avisarei aos demais times de sua aproximação, Wallace.

- ok. - tomara que suas palavras sejam sinceras, se não minha dedicação terá sido em vão, assim como a minha vinda para esse lugar.

Próximo ao local, Wallace ordenava uma parada para que fosse feita a vistoria do quadrante em questão. Mas assim que descemos fomos surpreendidos por barulhos de tiros não muito longe de nós. Wallace delegava as respectivas funções a cada membro do grupo e depois a mim.

- Gerrard, você vem comigo. Enquanto eles fazem o reconhecimento aéreo, nós colocaremos algumas câmeras ao redor do nosso perímetro para evitar ataques. Sempre juntos. Fique ao meu lado para evitarmos qualquer surpresa. Entendido?

- certo. além das ordens de Wallace, eu tinha minha própria contribuição para aquela situação. - Athena, voe em busca de possíveis inimigos e volte para me avisar sobre suas localizações e quantidade! Vá! - Me abaixo para ficar na altura de Thor e digo: - Thor, vá na frente e lata a qualquer sinal de perigo, ok?

- Há armamentos na mala. Pegue o que lhe convêm e siga comigo.

- Obrigado, mas sempre ando prevenido. - Saco minhas colts e confiro se estão totalmente carregadas, depois sigo Wallace para a instalação das câmeras em estado de alerta e com minha audição aumentada pelo auspícius.

Enoch olha profundamente nos olhos do pequeno animal enquanto fala e consegue, de algo forma, perceber que o cachorro entendeu suas palavras. Nesse momento, o Malkaviano corre para o buraco visto na cerca da outra casa e arrasta-se para dentro. É difícil, pois o buraco não é tão grande, mas ele força suas pernas a empurrá-lo para dentro enquanto os braços empurram a madeira... até que finamente ele se vê dentro de um lugar parecido com aquele no qual ele estava anteriormente. Chão de areia, sacos de lixos acumulados, uma janela...

Prestando atenção ao lado de fora, o Cainita ouve o som dos latidos do cachorro se afastando e alguém gritando...

- Animal maldito. Saia daqui. Afasta. Droga, eu vou atirar em você.

A iluminação da rua está muito ruim, mas Enoch vê agora um homem que parece ter uns cinquenta anos entrando na rua enquanto o pequeno cachorro pula em suas pernas enquanto tenta morder sua mão e late loucamente. O cara coça a cabeça e arruma os cabelos brancos antes de recolocar um chapéu cinza. Não da para ver muito bem a expressão no rosto do homem, mas ele vira a cabeça de uma lado para o outro, como se procurasse algo.

O animal continua latindo. O homem quase acerta um chute. O cachorro agora  retorna para o lugar onde ele estava deitado quando Enoch o encontrou.

Passa alguns segundos até que o homem começa a correr novamente e Enoch o perde de vista, pois não encontra mais frestas entre as ripas de madeira.

Passam alguns minutos e nada do cara voltar.

Assim que retorna de sua 'viagem' pelos arredores, Beaumont foca-se em mudar de rosto. Talvez a face de Geovanna já esteja comprometida... talvez estejam procurando por ele... assim como Erwin, que apareceu no mosteiro procurando por ele.

O Ancião gasta o resto da noite procurando uma forma de assumir outra face e sua melhor opção é a de Antonnela. As horas vão passando, pouco a pouco as feições da irmã de Filippo vão substituindo a face branca do Imortal. Até que finalmente o sol começa a surgir no horizonte, o Ancião sente que suas forças são dragadas do corpo e cai no vazio em baixo da cama...

O outro dia chega e Beaumont acorda ouvindo os passos de uma pessoa subindo as escadas que dão no primeiro andar, onde ficam os quartos, seguido por uma batida na porta e a voz de Antonnela.

- Irmã. Você já está acordada? Há alguém aqui procurando por você.

Logo que sai do carro, Gerrard vai em direção à Athena e Thor e coloca os dois animais para trabalhar. Em poucos instantes a Coruja está no ar, sobrevoando a copa das árvores, enquanto o Hotweiller corre para a beira da mata e espera para saber qual direção ele precisará seguir.

Wallace pega uma metralhadora em um compartimento abaixo do 'chão' da mala. Várias outras armas estavam ali dispostas, mas o Gangrel prefere ficar só com sua colt. O Comandante do grupo acena afirmativamente e fecha a porta do veículo. Os demais membros do grupo vão para pontos diferentes, mas sempre ao redor do veículo. O drone voou e Anthony se afastou para ligar para a central. Wallace pegou uma bolsa e disse:

- Siga-me. - Ele entrega um ponto com microfone para Gerrard colocar no ouvido. Ele deixa a metralhadora em punhos e segue na direção da borda da floresta. O Gangrel ouve o som de uma coruja. Talvez seja Athena, mas nesse momento Gerrard não tem como saber. Wallace e Gerrard seguem para a borda da mata e Thor caminha mais para frente nessa direção. - Vamos cinco metros à frente, colocaremos uma câmera e vamos colocar outra a cada dois metros formando uma circunferência. Assim que terminarmos, faremos mais uma circunferência de câmeras à dez metros.

O som das balas para por um momento, retornando minutos depois.

- Parece que as criaturas atacaram o time Jungle. - Soa a voz de Anthony no fone de ouvido de Gerrard. - O sinal do GPS está mostrando que eles pararam não muito longe. Tomem cuidado enquanto formam o perímetro de vigilância.

Vendo que o cachorro foi se deitar no mesmo lugar que estava, rapidamente tento me ofuscar - Ofuscação 2 - Presença Invisível e prosseguir meu caminho, me embrenhando nos becos para encontrar a localização marcada pelo desconhecido.

A chave gira na fechadura e a porta se abre rangendo levemente. Beaumont ouve mais uma vez a voz de Antonnela:

- Irmã. Geovanna?

Atrás da porta, o Ancião aguarda para ver quem irá entrar. Ele está realmente preocupado com a possibilidade de sua identidade ter sido comprometida. Poucos instantes depois a cabeça de Antonnela aparece, olhando de um lado para o outro do quarto. Por fim, a mulher entra completamente. Ela anda até a mesinha que há perto da cama enquanto fala:

- Será que a Irmã saiu às pressas e deixou algum recado? - Ela abre a janela do quarto e olha superficialmente a mesa. - Parece que não... onde será que ela foi? - A mulher começa a fazer o percurso contrário, indo em direção à porta.

O Malkaviano parece conseguir despistar seu perseguidor. Passa algum tempo depois que o animal deita novamente no chão e o homem parece ter ido em outra direção, então Enoch usa o dom das sombras para esconder-se, arrasta-se novamente por baixo da cerca e segue seu caminho em direção às docas.

Não demora muito, o Cainita chega ao seu destino... mas há um problema. Todo o lugar é cercado por um arame grosso, impossível de arrebentar sem a utilização de ferramentas. Essa cerca é ainda maior, passando dos três metros de altura. E com arame farpado na parte superior, com um fio elétrico passando por dentro desse arame farpado.

A única entrada segura é passando pela guarita, onde dois guardas estão, bem como o controle que abre o portão que da entrada ao lugar.

Enoch sente seu celular vibrar. Ao olhar a mensagem:
- Quase lá.

Na maioria das vezes eu trabalhei sozinho, e a moda antiga. Toda essa parafernalha tecnológica me deixa um pouco zonzo, mas eles não precisam saber disso. Vou concordando com as ordens de Wallace e ao mesmo tempo observando e aprendendo. Acho até legal esse drone, mas nada que supere Athena, que logo logo virá até mim com informações. Wallace e eu avançamos criando um perímetro com câmeras e Thor vai na frente, Sinto-me confortável por ele não ter latido, isso diz que pelo menos por enquanto não tem inimigos por perto. uma voz soa em meu ouvido vinda do ponto que eles me deram, parece que o tiroteio veio da localização de uma equipe amiga.

Respondo o meu correspondente anônimo, ainda não me aproximando da guarita e mantendo a Ofuscação.
-Como eu passo pela guarita?

Wallace e Gerrard se metem no meio das árvores para formar o perímetro de câmeras que auxiliará na vigilância enquanto eles tentam descobrir o que está acontecendo. Thor não parece estar incomodado, seguindo os dois vampiros por todo o percurso em silêncio, o que é um bom sinal. Por outro lado, ainda não há sinal de Athena.

Colocar as câmeras demora alguns minutos, mas assim que terminam os dois Cainitas e o cachorro voltam para o carro, onde os demais membros da equipe executavam a função indicada por Wallace. Logo que chegam, Anne chama o Chefe e mostra uma tela conectada ao controle do Drone que ela guia.

- São eles novamente Capitão. - A voz da mulher é abafada pela máscara de gás que está usando.

Quando Gerrard se aproxima e olha pra a tela, ele vê criaturas completamente estranhas. O corpo deles é completamente disformes. Garras gigantes aparecem onde deviria haver dedos, e presas se projetam para fora da boca.... A tela mostra um grupo dessas criaturas correndo na direção de cinco pessoas armadas. Provavelmente o outro time.

As balas acertam as criaturas, algumas caem no chão, mas logo se levantam como se não sentissem dor e continuam correndo para cima das pessoas.

- Eles estão a quantos metros daqui? - Pergunta Wallace.

- Setecentos metros à frente. Do outro lado da elevação.. - Responde Anne, que aponta para uma elevação alguns metros à  frente.

- Da para ter uma ideia de quantos são? - Diz Wallace.

- Infelizmente não, as árvores estão impedindo uma boa angulação. Mas parece que são muitos.

- Donny, você consegue ver se há mais deles vindo pelos outros lados?

- Estou procurando isso agora. - Responde o outro Cainita.

Nesse momento Gerrard ouve o chirriar de Athena, que pousa sobre o carro.

- Parece que há um grupo vindo nessa direção, Senhor! - Diz Donny.

Criaturas:

Enoch se mantém longe da guarita enquanto aproveita para perguntar ao seu correspondente como passar pela guarita.

A resposta demora alguns segundos para chegar, mas é categórica:

- Da seus pulos. Só sei que você tem vinte minutos para chegar no ponto exato que eu quero, ou então sua foto estará estampada em todos os jornais e você será o homem mais procurado dos EUA.

Preciso pensar rápido em como passar pela guarita ou então serei o homem mais procurado dos EUA.
Merda, é demais pedir uma não-vida tranquila  e tediosa como a de um Sangue-Azul?
Ainda ofuscado, (Presença Invisível), me aproximo da guarita, quero tentar ler a aura de cada um dos guardas.

A noite passada deixou Beaumont completamente desconfiado. Aquele homem com a aura cintilante trouxe a tona algo que o Ancião ainda não havia sentido depois de sair do ambiente controlado do Corpus domini, a sensação de estar sendo perseguido.

Enquanto Antonnela caminha dentro do quarto, parte da mente do Malkaviano se expande para fora da Capela e a circunda em busca de informações sobre quem seria aquele que está atrás dele. Há um carro parado na frente da capela que não estava ali antes. Em um primeiro momento o Ancião tem a noção de que já o viu antes, mas ele não consegue precisar onde... Sua mente então varre o interior da capela, indo até a sala de jantar, onde na noite anterior ele começou os preparativos para a construção da câmara subterrânea.

No ambiente onde está seu corpo físico, Beaumont vê a irmã de Filippo caminhando na direção da porta para sair. Em outro canto da casa, já chegando na sala de jantar, o Malkaviano vê as costas de dois homens de cabelo grande sentados à mesa e conversando com o Padre. A conversa parece estar leve e divertida. Os dois recém-chegados vestem roupas sacerdotais, como as de Filippo.

Voltando-se para a frente dos dois, Beaumont enxerga o mesmo homem que havia observado na noite anterior, e ao seu lado, alguém que o Vampiro não via a algum tempo. O Cainita que o convidara para fazer parte dos Filhos de Badb. Erwin. O Ancião sorria graciosamente para Filippo enquanto rapidamente observa todos os cantos da sala de jantar, da porta que leva à área externa até a escada que leva aos quartos. É  algo tão sutil que dificilmente alguém conseguiria perceber. Um terceiro ser, dessa vez uma mulher trajada com roupas de freira, senta entre Erwin e o outro homem.

Nesse exato momento, Antonnela sai do quarto e encosta a porta.

Trio:

Enoch vai se aproximando da guarita ainda ofuscado. Seus passos são suaves, e não parecem chamar a atenção dos dois seguranças. Ele percebe que não há como entrar sem antes passar pelos guardas, então, inicialmente, ele chega o mais próximo possível e olha para o interior da guarita, tentando avaliar a aura dos dois.

Não da para ver todo o interior, mas de onde estão sentados, o Malkaviano vê que um apresenta uma aura marrom enquanto o outro mostra uma aura violeta.

Tentando sair do campo de visão dos guardas, ainda ofuscado, uso Demência 2 -Assombrar a alma naquele com aura marrom, afetando os sentimentos. Após isso busco um lical nas sombras e observo os guardas

Passam alguns minutos até que Beaumont imagina novamente sua Carniçal, seus detalhes, forma como deixa a roupa, tom de voz e em pouco tempo essa é a imagem que surge para o Ancião. De tanto que o Malkaviano tem assumido as feições de Geovanna nos últimos tempos, tornou-se algo quase natural.

Ele então sai do quarto e vai em direção dos convidados na cozinha. Assim que chega no meio da escada, Beaumont cruza o olhar com o ser que ele viu na noite anterior rondando a igreja. O homem tem um olhar penetrante, mas que logo torna-se mais sereno. Os olhares se voltam para o Malkaviano assim que o primeiro ranger da madeira se espalha pela sala de jantar. Todos levantam-se de suas cadeiras, saudações são trocadas e Geovanna senta-se ao lado de Filippo.

- Irmã, o padre Erwin e o diácono Daniel estão aqui para trazer notícias sobre o grande casamento que está para acontecer em nossa paróquia. - Filippo mostra-se quase em êxtase ao falar sobre o evento que está o auxiliando para a reforma de sua amada igreja.

- Sim, cara Irmã Fellini. - Começa Erwin. - Como eu preciso resolver alguns assuntos por esses lados, o Irmão Viktor me pediu para avisar que os noivos estão esperando ansiosamente pelo dia de sua união perante Deus e que sua capela está disponibilizando ajudantes para o que for necessário. Eles já estão prontos e poderão partir a qualquer momento, se for necessário, obviamente. - Ele olha para Fillipo com um sorriso quase angelical, sem nenhuma malícia. - Não queremos passar por cima daquele que está responsável por manter a ordem na capela. E preciso dizer, tem feito um trabalho admirável nesse lugar.

O padre Fellipo tenta não mostrar que sentiu aquelas palavras, só gesticulando em sinal de agradecimento a Erwin, mas Beaumont consegue perceber que as palavras do Ancião tocaram no ponto certo do sacerdote.

- Trouxemos também a Irmã Ana, que vem trabalhando com Viktor a alguns anos em algumas comunidades carentes, e que está a par de todo o planejamento dos noivos. - A expressão de Erwin muda por alguns segundos, talvez menos que isso, mas o suficiente para que somente Beaumont conseguisse perceber. - Você perceberá que falar com ela será como falar com nosso amigo. Quase como um canal direto. De tanto tempo que a Irmã vem trabalhando com ele. - A garota faz uma reverência na direção do Malkaviano. - Mas agora, acredito que tenhamos muito o que conversar durante essa noite. Hhahaha!

Através do poder do Auspícios, Enoch consegue perceber qual seria o alvo mais fácil de atacar. Ele aproxima-se um pouco mais da guarita e concentra-se na loucura contida em seu interior, externando-a para o segurança que já estava com a mente abalada.

Do lugar em que está, o Malkaviano projeta sua loucura no segurança que apresenta uma aura mostrando tons de amargura. Ele observa claramente quando o segurança olha para os lados e coloca suas cabeça para baixo, apoiando e escondendo o rosto entre as mãos. O colega aproxima-se dele, colocando a mão em seus ombros, e fala algo que Enoch não consegue compreender. Atormentado, o segurança afasta a mão do outro e levanta-se, indo na direção da porta...

A partir desse momento tudo torna-se um borrão para o Malkaviano. Ele sente sua garganta queimando, o peito dói e uma fome incontrolável toma conta do corpo e mente do Cainita. Ele precisa de sangue incontrolavelmente e as únicas fontes são os dois guardas.

Enoch vê uma pedra grande ao seu lado e com uma força que ele não sabia que tinha, a arremessa para dentro da guarita, quebrando o vidro. Ele salta para dentro e sua mente não consegue mais captar muito bem suas ações. Quando ele volta a perceber o que está acontecendo, o segurança que foi afetado pelo dom da Demência estava deitado no chão, imóvel. Seu pescoço está perfurado por duas presas. O próprio Enoch percebe que está também no chão, abraçado a esse humano. A guarita está uma bagunça, cadeiras jogadas nos cantos, uma das mesas quebradas... O outro humano está sentado no chão, a uns dois metros de distância, com a cabeça ensanguentada e um rádio comunicador próximo da boca.

- Há alguém aqui. Um ataque. - Ele diz com certa dificuldade, enquanto tenta pegar a arma do coldre na cintura.