O Beijo das Sombras

Ela exalava melancolia de sua pele gelada. Chegou há tão pouco tempo, e já havia trazido a destruição. Viveu eras perdidas, passando pela tortura e pela dor, sem poder morrer. Chorou perdas e vidas que se passaram por ela sem que pudesse fazer nada. Se sente completamente insignificante dentro de toda a realidade na qual está inserida. Pede para ser esquecida. Chora o agridoce de suas lágrimas vazias. Clama por alguém que sinta sua falta, mas ela jamais encontrou alguém que vivesse para ela. Apenas ela havia vivido para todos que amou. A tristeza já fazia parte de sua melancólica imortalidade.

Viveu por muito tempo presa em Sabbat, por achar que era sua única opção de sobrevivência. Por ser o único mundo que realmente conhecia. Como Cipriano adorar o diabo por não conhecer a magnificência de Deus. Mas, depois de décadas de disputas de territórios com Camarilla, percebeu que ali não era seu lugar, que aquilo não lhe pertencia. E foi em uma noite, buscando alimento em uma feira, no século XIX, que encontrou alguém que poderia mudar sua vida para todo o sempre.