O Ruir do Velho Mundo: O Escoar da Vida

Arnald Bradley:


Arnald - Man+Lábia (5 Sucessos)

Michaele saia de seu esconderijo de forma meio acanhada enquanto olhava diretamente para os três cainitas do Sabá. Ao estar lado a lado com Arnald, ela o olha de forma inquisidora e volta sua cabeça para Denver e o saúda. O Ductus retribui a saudação, coloca o braço em torno do pescoço da cainita e diz: - Como alguém poderia fazer algo com um docinho desses? Com certeza esse não gostava de mulher... - Ele gargalhava enquanto voltava para o lado de seus companheiros, que também estavam sorrindo.

Eles começavam a caminhar em direção ao ponto marcado por Richard. Durante o percurso, Bradley separa Denver do seu bando e começa a contar uma história para o mesmo com o intuito de conseguir informações antes do líder poder atuar, quem sabe até ganhar alguns pontos com a Camarilha....

- Sério? Morte ao traidor, vamos queimá-lo, ver seu corpo virar pó e seus gritos se elevarem aos céus e atraírem os Deuses de volta a essa terra esquecida. - Dizia Denver enquanto andava. - O que é que você quer saber? Da invasão ou de alguns grupos terem sido enviados para dizimar tudo pelo caminho antes do golpe final?

Rian ouve a bronca de Papa e fica meio sem jeito. Até parecia um irmão mais velho brigando com um irmão mais novo. No fim ele pensa que deveria ter aberto a caixa assim que a tinha encontrado, mas teve medo do que poderia haver lá dentro ou de algum feitiço que estivesse protegendo o objeto. Enfim, não importa, talvez tenha sido melhor assim, pensou o Gangrel.

Então ele volta para o quarto e no caminho se depara com os três forasteiros saindo do elevador. Marcílius já vai chegando e, inesperadamente, abraça Rian. O instinto de defesa do neófito professor de artes marciais foi de, assim que ser tocado por Marcílius, redirecionar o braço do cainita em movimento que torceria as articulações provocando intensa dor e imobilizando o vampiro. Tudo isso passou em um flash e quando Rian "voltou à realidade" já estava iniciando o movimento segurando a parte de cima da mão de Marcílius, como que por memória muscular, de tanto repetir nos treinos. Foi preciso um bom esforço de vontade para parar o movimento à tempo e, outro esforço maior ainda, para disfarçar a intenção. Então ele se deixa ser abraçado e responde à pergunta do Ator:

- Aah sim, você deve estar falado do Papa. Deixei ele conversando com os quadros sozinho lá, porque eu não sou muito apreciador dessas artes cultas... Em seguida Rian solta uma gargalhada forçada.
- Então vamos logo que eu estou louco pra conhecer.... Qual país vamos conhecer mesmo? Eu nunca viajei para outro país, isso é coisa de gente rica, sabia?! Desta vez Rian estava sendo sincero, inclusive consigo mesmo. Na verdade ele estava até empolgado. Como humano nunca teve uma oportunidade como esta. Ele veio de uma família pobre e nunca teve passeios. Embora a viagem fosse "a trabalho" e pudesse esconder algo muito perigoso, ele estava encarando tudo como uma brincadeira, por enquanto.

Fumma Monou escreveu:- Como alguém poderia fazer algo com um docinho desses? Com certeza esse não gostava de mulher...

- É, mas isso não vem ao caso. E se eu fosse você, não me enroscaria tanto nela. Ela morde - Um sorrisinho brotava do canto da boca de Arnald, que até aquele momento tinha estado imutável.                                  

Fumma Monou escreveu: - O que é que você quer saber? Da invasão ou de alguns grupos terem sido enviados para dizimar tudo pelo caminho antes do golpe final?

Ah, o Ventrue chegou no ponto em que queria chegar. E tudo sem precisar de tortura nenhuma. Arnald acabara de confirmar que havia algo grande ali. Golpe final... E com a voz firme, o cainita fala - Sobre a invasão, em primeiro plano. Depois me fale sobre os grupos. Não podemos deixar nenhuma ponta solta. - Bradley encarava profundamente os olhos do Ductus. Ele iria conseguir uma informação extremamente importante, e a ansiedade atingia o cainita um pouco mais a cada segundo em que o silêncio pairava no ar.

Estamos chegando ao final do ano. Assim, gostaria de saber se vocês tem interesse em continuar com a crônica nesse período, ou se vocês querem que haja uma pausa.

Só lembrando que este ciclo vai até o dia 10/01.

Da minha parte não vou precisar de uma pausa, afinal ficarei no máximo uns 4 dias sem poder acessar.

Na minha singela opinião, mesmo tendo todas as festas de fim de ano e talz, acho que não precisa de uma pausa não, eu memsmo vou ficar pouco tempo sem postar. E também já tá quase no final do ciclo, então acho justo jogar até acabar o ciclo msm.

não devemos parar, jogamos quase nada nesse ciclo!

Arnald Bradley:


Nada poderia parar o cainita agora, sua grande lábia estava conseguindo algo que a Camarilha acreditou ser possível de conseguir somente com a violência. O Ductus se abria com ele e contava tudo o que sabia. Contudo, por se tratar de um grupo recém criado e com pouca visualização, nada de muito grande era comentado. Denver conta que ao sair de Glasgow havia uma reunião de vários Sabá, haviam tantos vampiros que o Arcebispo não estava mais conseguindo controlar tudo e então ele resolveu espalhar os bandos para devastar o caminho e procurar por membros da Camarilha local que ainda estivessem naquela área. Enquanto isso, o alto escalão esperava algo, que ninguém sabia muito bem o que era, para iniciar o ataque. Nada poderia sobreviver a quantidade de bandos que estava se reunindo.

- E então, recebi a informação certa? - Perguntava Denver.

Durante a caminhada, Michaele informa que estão quase chegando ao ponto de encontro.

Rian & Papa Paradise:


Enquanto ia em direção ao quarto, Rian encontra-se com Peter, Marcílius e Edward que estavam indo em direção ao carro que já os estava esperando na entrada do hotel. A aproximação de Marcílius ativa a memória corporal do Gangrel, que rapidamente aplica um movimento de defesa pessoal, torcendo o braço de seu recrutador. Marcílius é levado a frente de Rian, que solta o braço quando percebe o que estava a fazer. A rápida cara de dor feita pelo cainita poderia ser um troféu a ser guardado por Rian, uma vez que ele mesmo já havia sentido o mesmo.

Ao ser liberto, Marcílius olha para Rian e para todos os lados, onde várias pessoas estava agora parados a observar a cena. Ele arruma sua roupa, sorri e abraça o Gangrel novamente, falando em seu ouvido:

- Ah! Teremos muito o que conversar minha doce criança.... - E continuava a andar abraçado a Rian. Eles param de caminhar enquanto Peter respondia ao questionamento do Gangrel: - Eu vou finalizar nossa conta no hotel e já sairemos, acredito que nossas malas já estão sendo colocadas no carro que nos está esperando lá fora. Agora nós iremos ao aeroporto e rumamos diretamente para a Escócia. - Ele se virava, ia até o balcão de atendimento e após uma conversa rápida com o atendente, ele retorna ao grupo.

Todos voltavam a caminhar e encontram com Paradise do lado de fora. O Samedi estava absorto em seus próprios pensamentos quando Peter o convida a entrar na limousine. Paradise não aprecia o fato de estar próximo dos outros membros, pois pensava em se livrar do peso daquela caixa entregando-a ao Tremere. Contudo, os dados foram lançados e somente o tempo iria mostrar o desenrolar dos fatos.

Cinquenta minutos depois, o grupo chegava ao aeroporto. Eles eram encaminhados a um hangar exclusivo, onde os jatos particulares ficavam guardados. Os cinco cainitas iriam voar e o jato deles já estava pronto, só os esperando embarcar para poder decolar. No cômodo principal, cinco grandes baús de metal estavam dispostos e o piloto informava que aquela era uma precaução necessária, pois eles seriam levados diretamente ao palácio de Hotgan assim que chegasse, ou seja, durante o dia.

Após todos estarem acomodados, o piloto levanta voo e em instantes os cinco cainitas estão cortando os céus.


Este é o jato:

Amadeo Giovanni:

Amadeo resolve andar pelo navio em sua última noite de viagem. No andar em que estava só haviam os quartos dos tripulantes. Não tardou muito para começar a ouvir uma conversa entre dois marinheiros que estavam quatro quartos após o seu. Eles falavam sobre uma notícia que se espalhava em Edimburgo um monstro que estaria a esperar por eles quando chegassem próximo ao porto e que já havia afundado alguns navios, devorando seus tripulantes. Ao que parecia, isso era o assunto geral no navio, pois esse era o assunto nos 5 quartos que estavam ocupados, todos com 2 a 4 pessoas dentro. E pelo que parecia, todos estavam muito assustados com isso.

Descendo a escadaria que levava ao andar superior, vinham mais duas pessoas conversando, um homem e uma mulher.

Após reagir ao abraço surpresa de Marcílius, Rian achou que havia contido o movimento à tempo. Mas já era um pouco tarde. A expressão de dor já tomava conta do rosto de Marcílius e várias pessoas tinham percebido o que havia acontecido. Por um lado o Gangrel fica feliz, tanto em dar o troco, mesmo que sem querer, em Marcílius como que o fato também mostrava que seu treinamento estava dando bom resultado. Por outro lado a fala de Marcílius no ouvido de Rian indicava que aquilo não acabaria ali.
Sem graça Rian fala para as pessoas que tudo não passava de uma brincadeira, enquanto saia do local abraçado com Marcílius.
- Relaxa pessoal! Estamos apenas brincando. Sempre fazemos isso, hehehe...
Mesmo sabendo que a explicação não poderia varrer o desejo de Marcílius dar o troco, Rian tenta esclarecer, também cochichando para o cainita, em breves palavras, o que havia acontecido:
- Me desculpe! Foi sem querer. Mas você também, né Marcílius! Vem me abraçando de surpresa...
A bronca de Rian, de certa forma, poderia tentar dividir a culpa do incidente com o forasteiro. Mas no fundo, lá no fundo, Rian Gargalhava. Seja lá qual fosse o castigo, bastaria relembrar a expressão de dor de Marcílius para lembrar que valeu a pena enquanto durou.
Ao chegar no hangar Rian fica impressionado com o luxo do avião. Ele observa cada detalhe do aparelho, tanto dentro como fora. Nunca havia voado em um avião. Então ele pensa.... “quanto luxo concentrado nas mãos de tão poucas pessoas. Enquanto eu, minha irmãzinha querida e o velho mestre que morreu dávamos um duro danado pra conseguir um dinheiro, essas pessoas esbanjam luxo e dinheiro... malditos! Queria que minha irmãzinha estivesse aqui para voar comigo...”
Rian aproveita que o piloto havia conversado com eles e, curioso como sempre, faz algumas perguntas ao mesmo:
- Você também é “um de nós”? Eu nunca voei de avião... Rian faz mais algumas perguntas, inclusive sobre os instrumentos da aeronave, para que servia cada marcador ou cada botão daqueles mais chamativos. Enquanto fazia as perguntas ele observava os vampiros entrando nos baús de metal. Ele não sabia porquê, mas o seu íntimo, talvez a sua besta, dizia que ele deveria ser o último a fazer aquilo e as perguntas ao piloto não eram só curiosidade sobre o avião, mas também um meio de ganhar tempo.

Papa Paradise & Rian:

Todos entram na limousine e seguem para o hangar onde o avião os estava esperando. Durante todo o caminho, Marcilius não parava de olhar para Rian como se estivesse aproveitando um segredo que somente ele conhecia. Chegando ao destino, enquanto os cinco companheiros estão entrando no jato, Paradise pede uma conversa particular com Peter. Este fica com o Samedi enquanto Marcílius, Rian e Edward entram e começam a se acomodar no interior avião.

- O que foi meu amigo? O que perturba sua mente?

Os últimos minutos que Paradise tinha para usar seu truque estavam se esgotando. Ele desfaz a Ruga, pegando a caixa de Marcílius e entregando para o Tremere que escuta tudo o que lhe é dito. Peter segura o objeto e encara Paradise, mantendo-se por um instante a olhar nas profundezas dos olhos do Samedi. Com um sorriso maroto, ele informa que Marcílius ainda não havia sentido falta da caixa, o que seria um alivio para os três envolvidos (Rian, Paradise e o próprio Peter), pois se Marcílius descobrisse a personalidade brincalhona iria sumir por muito tempo e um "Marcilius novo" iria conversar com eles. Ele dizia isso fazendo uma cara de preocupação.

- Você fez bem em me entregar isso... Contudo, estou preocupado agora. Será que não podemos confiar em Rian? Ele me parece uma alma boa... - Ele olha para a janela do avião, onde Rian está conversando com o piloto. - Vou aproveitar agora e colocar essa caixa no baú do Marcílius. Por favor, entre e peça ao Rian para vir aqui fora, preciso falar com ele antes que nós possamos partir. - Peter mandava Paradise embora sem lhe responder a última pergunta enquanto ia em direção ao carro, onde o motorista retirava as malas e as despachava para o jato.

Enquanto isso, Rian parecia absorto em sua curiosidade pelo jato. Rapidamente ele pega amizade com o piloto que começa a apresentá-lo aos comando da aeronave. Marcílius e Edward estavam na última área, sentados e conversando algo que o Gangrel não conseguia escutar.

- Sirvo ao mestre Hotgan a muito tempo, mas não sou como vocês... Tenho a esperança de que este dia chegará, mas ainda não veio. - Respondia o piloto. - Meu nome é Juan, qual o seu? - O piloto aparentava ter algo em torno de 30 anos. Ele possui cabelos pretos, curtos e crespos. Seus olhos são castanho-claro, quase amarelados. Sua fala firme e levemente macia lembra os mordomos dos filmes antigos.

Olhando pela janela, Rian podia ver Paradise e Peter conversando. O Samedi entregava algo ao Tremere que ficava o observando. Por algum tempo nenhum dos dois dizia nada, mas logo Peter dizia algo e se afastava com a caixa de Marcílius na mão.

- (...) Nesse visor nós temos a altitude, aqui nós temos as coordenadas de nosso caminho...

Dentro do carro Rian fica incomodado com Marcílius o fitando o tempo todo. Rian tenta disfarçar, fazendo de conta que não tinha percebido a atitude do ator e tentava se concentrar na paisagem do lado de fora do veículo. De vez em quando o Gangrel dava uma olhada rápida para dentro do carro e, toda vez que o fazia, lá estava Marcílius, já o encarando como se estivesse apenas esperando Rian olhar. "Mas que droga! Qual é a desse cara?! Será que ele descobriu que eu peguei a caixa?! Estou em maus lençóis... bom, pelo menos ela não está mais comigo, então não há mais o que temer, por enquanto...." Rian dava uma breve olhada em Papa enquanto lembrando que a caixa não estava mais com ele, mas sim com Papa.
Ainda assim Marcílius não tirava o olho do neófito. Por algum momento Rian começou a duvidar, talvez poderia ser alguma brincadeira sem graça de Marcílius, tentando o assustar. Então o Gangrel, decide entrar no jogo. Ele sabe que o poder de nível 1 de metamorfose manifesta a besta através dos olhos. "A Besta do vampiro é evidente em seus brilhantes olhos vermelhos, uma visão que certamente perturbaria muitos mortais." (Vampiro a Máscara, p. 173).
Pode ser que Marcílius em sua não vida ainda não tivesse visto o poder de perto e, por não estar familiarizado com o mesmo, talvez também ficaria assustado. Desta forma, Rian vira o rosto olhando para as ruas fora do veículo, escondendo seus olhos da visão de Marcílius, enquanto invoca o poder da besta (metamorfose 1) Enquanto os olhos de Rian começavam a manifestar a Besta, Rian já fazia um esforço para não rir sozinho ali dentro do carro, enquanto imaginava a peça que ele pregaria no ator. Assim que o poder se manifesta por completo, o Gangrel disfarçadamente tenta observar Marcílius e assim que o ator tiver fitando o Gangrel ele vira o rosto rapidamente frente a frente com Marcílius, fazendo uma expressão rude em seu rosto e encarando Marcílius (intimidação 1). Rian fica apenas algumas frações de segundo encarando Marcílius, e rapidamente volta a olhar para a paisagem para que os demais ali dentro do veículo não percebam o que aconteceu. Enquanto volta a olhar para fora do carro ele desativa o poder.

Já dentro do avião, Rian estava empolgado com aquela parafernália tecnológica. Ele ignora a conversa de Edward e Marcílius ao fundo enquanto conversa com o piloto.
Meu nome é Rian, eu era um professor de artes marciais. Você podia me ensinar a mexer nos comandos desse avião... Em troca eu te ensino uns truques que até os vampiros gritariam de dor, hahahaa...
Rian acena de forma maliciosa para o piloto Juan e olha para trás, onde está Marcílius, enquanto lembrava da cena e ria. O piloto parece gostar da ideia, então começa a mostrar dois dos principais equipamentos do avião, mas... logo o sorriso de Rian se desfaz e ele fica sério. Parece não prestar mais atenção no que o piloto diz, e sim em algo que acontece lá do lado de fora. Papa havia entregado a caixa para Peter, que estava saindo em direção ao carro enquanto Papa caminhava em direção à aeronave.
Rian não se controla e diz, batendo em uma poltrona do avião:
- Drogaaa!!
O Gangrel começa sair rapidamente, então lembra que estava falando com Juan.
- Aaah, desculpe Juan! Lembrei que esqueci algo importante dentro do carro!
Rian corre para fora em direção à Papa, então ele cochicha com o Papa:
- Papa! O que você fez, cara?! Aquela caixa era a chance de descobrirmos quem são esses caras de verdade!
Rian passava a mão na cabeça num claro sinal de nervosismo.

Rian escutava atentamente a resposta do velho Papa. À medida que o ancilla ia tecendo sua fala, o Gangrel ia se acalmando. As afirmações e suposições daquele velho vampiro fizera Rian parar para pensar e deixar de agir por impulso por um instante. "Sim, ele tem razão... vindo de Marcílius tudo é possível. Não seria nenhuma surpresa se eu caísse em mais uma armadilha daquele lunático ao abrir aquela caixa dos infernos..." Quando Papa termina a exposição de suas ideias, poderia notar claramente a mudança de postura do neófito.
- É verdade, no fim das contas você tem razão. Não o considero traidor, ouvindo sua versão eu entendi porquê tomou essa iniciativa e acho que fez a coisa certa.
Rian vira o rosto de lado, encarando o horizonte bem distante, arqueia as sobrancelhas e continua como perdido em seus pensamentos:
- Além disso, logo eles estarão no território deles e nós é que seremos os forasteiros... O Gangrel volta a olhar Papa nos olhos e, pousando sua mão direita no ombro do companheiro completa: - ..Precisaremos um do outro mais do nunca. Eu que peço desculpas por envolvê-lo nisso.
Rian retira a mão do ombro de Papa e encerra colocando-se de lado e abrindo passagem ao ancilla que iria em direção ao avião ao passo que o Gangrel dizia:
- Irei procurar o Peter e assumir minha responsabilidade.

O Gangrel vai atrás de Peter. Sentia-se mais aliviado após os conselhos de Paradise. Agora era apenas o sentimento de ansiedade que começava a inundar o coração morto de Rian. O que será que Peter iria dizer ao neófito? Seja lá o que fosse, não iria demorar muito para ele descobrir.
Então o Gangrel se aproxima de Peter:
- Err... Antes de continuar a frase Rian coça a cabeça perto da nuca olhando para trás em direção ao avião como se talvez estivesse esperando a ajuda de Papa para falar com aquele Tremere. Na verdade era uma velha mania que ele tinha desde quando era mortal quando estava tímido ou com receio de algo. Papa disse que você queria falar comigo...
Após coçar a cabeça Rian colocava as duas mãos nos bolsos de trás da calça. O paletó já estava todo desabotoado, a camisa também já bastante sobressalente e a gravata desalinhada e com o nó bastante folgado e torto. Rian não respirava mais, contudo provavelmente o nó estava apertando seu pescoço e ele não conseguiu ficar muito tempo com a aparência arrumada. O Gangrel mais parecia um noivo ao final de uma festa de casamento ou de uma despedida de solteiros.

Cada palavra do Ductus soou como a mais bela das melodias no ouvido do Ventrue. Ele tinha acabado de conseguir uma informação valiosíssima com apenas alguns minutos de conversa, e foi quase impossível de controlar o sorriso de felicidade no canto da boca. Tinha acabado de provar para seu clã que era merecedor de respeito. Iria esfregar na cara maluca de Raphaelle o que conseguiu fazer.
Arnald olhou para Michaelle, ela poderia ver no olhar como o próprio se sentia com a situação. Retornando a encarar o Sabá, Bradley falou em um tom amistoso - Basicamente isso... Fico feliz vendo que não é o traidor. - a expressão facial do Ventrue não era mais séria, e sim calma e amigável.
Michaelle avisa que estavam chegando, e Bradley para de caminhar. Ele poderia arrancar mais informações, é claro. E foi o que o mesmo tentou - Uma última pergunta, só para confirmação. Gostaria que dissesse o nome de cada Bispo, a função de cada um e por onde vamos começar o ataque. - Arnald fitava o Ductus com um olhar calmo. O Ventrue acabara de ter uma idéa que poderia atrasar o Sabá.

Arnald Bradley:


Os questionamentos de Arnald estavam rendendo seus frutos. Cada pergunta feita estava rendendo uma resposta melhor que a anterior e, aos poucos, o cainita consegue montar o como está caminhando os planos da invasão Sabá. Ao perceber que poderia conseguir mais informações, o Ventrue para antes do ponto de encontro e pegunta a Denver o nome dos subordinados do Arcebispo. Nesse momento, eles escutam o som de madeira quebrando e gritos não muito longe dali, na direção da cabana. Alguns segundos depois, um uivo sinistro vem do mesmo local e Bradley reconhece Richard e Raphaele, juntamente com um terceiro, que correm em sua direção.

- Fujam, um lobo.... gigante... - Ele pegava a mão de Michaele e a puxava para que a mesma o seguisse.

Ao mesmo tempo, Denver parava o cara que acompanhava Raphaele e Richard. - Kade, o que houve? - O lobo surgia, uma fera medonha que pulava em cima de Raphaele, arrancando sua cabeça fora e uivando para os céus. Dificilmente haveria a possibilidade de fugir agora. O Ductus e seus 3 companheiros chamavam Bradley para que ele os ajudasse a dar um fim ao Lobisomem. Enquanto isso, Richard gritava para que ele se apressasse em segui-lo para longe daquela fera.

Rian & Papa Paradise:


A expressão de Marcílius a olhar para Rian o deixa incomodado. Acreditando se tratar de uma brincadeira do cainita, o Gangrel entra na onda e, utilizando-se de seus dons, modifica seus olhos para externar sua besta interior. Quando sua transformação está completa, ele olha de forma ameaçadora diretamente para Marcílius, que demonstra um susto falso e sorri, como se uma criança estivesse a tentar lhe pregar uma peça. Rapidamente Rian volta a olhar para a rua e desfaz o seu poder.

Já no avião, o Mestre de artes marciais está a conversar com Juan. O piloto sorri com a insinuação de Rian e começa a lhe explicar o funcionamento do jato. Ele é interrompido por Rian que sai do avião e vai ao encontro de Paradise, que conversava com Peter tentando descobrir do que se trata a caixa misteriosa de Marcílius.

- Entendo a preocupação de vocês, mas isso não é motivo para roubo. - Ele olhava desconfiado para Paradise. - Eu não ficaria surpreso se esta caixa possuísse um lacre mágico que inutilizasse as mãos de quem tentasse abri-lo. - Dizia Peter a Paradise. - Mas depois de muita dor o infeliz que a abriu só encontrasse um botão de camisa.. Como eu já havia lhe falado antes, Marcílius é meio estranho em muitos aspectos e ele gosta de colecionar coisas estranhas, pois o faz lembrar de épocas e assuntos específicos... - Ele balançava a caixa de leve. - Pode não ter nada aqui e ele colocou a caixa só para ver se o nosso amigo iria pegá-la. Mas realmente não sei responder a sua pergunta sobre o que há aqui. - Ele virava as costas e o Samedi vai ao encontro de Rian.

Paradise e Rian se encontram e o Samedi da mais uma lição de moral no neofito, como um irmão mais velho faria com o irmão mais novo rebelde. Os dois se entendem e o Gangrel segue para conversar com Peter, enquanto Paradise entra no avião e abre um dos baús. Ele é completamente forrado por um fino tecido vermelho. Quando ele se prepara para entrar, Edward o chama e pegunta o que Peter estava fazendo para atrasar a viagem. Como já eram 23:00 horas, eles iriam acabar se atrasando. Após responder, Paradise entra em um baú e espera pelo encontro com Hotgan.

- Conversei com Paradise sobre essa caixa, entendo os motivos que ele me deu, mas preciso que me digas, o que o levou a pegar isso? Você ainda não percebeu quem é o seu recrutador? E mais importante, como podemos confiar em você para nos ajudar, se você ficar roubando coisas importantes para cada um de nós? Estamos lhe levando para um lugar cheio de artefatos mágicos poderosos, como posso saber que não vais tentar roubar uma delas? - Peter enchia Rian de perguntas, ele não parecia estar irritado, mas sim desapontado e desconfiado do Gangrel.

Rian fica um pouco mais tranquilo ao perceber que Peter não estava bravo e consegue responder com naturalidade:
- É justamente essa a questão Peter! Eu não sei quem é Marcílius! E estava justamente querendo descobrir quem ele é. Veja bem... O Gangrel retira as mãos do bolso, agora que ele começou a falar começou a se sentir mais a vontade e se abre para Peter, retirando as mãos dos bolsos, andando de um lado para o outro enquanto expõe sua versão dos fatos, assim continua o Gangrel... - Veja bem... meu clã já saiu oficialmente da Camarilla, os poucos de nós que ainda estão na Seita não são tão fácil assim de serem encontrados e nem ocupamos posições de prestígio. Então, de repente um ex aluno meu que eu nem sabia que tinha sido abraçado aparece e me leva em uma "armadilha" direto para Marcílius. Me pergunte qual foi a primeira visão que tive de Marcílius?!
Rian começa ficar exaltado, os sentimentos conturbados do primeiro encontro com Marcílius se manifestam inclusive no tom das palavras e nos gestos do cainita que ficavam cada vez mais expressivos.
- A primeira vez que o vi ele estava matando uma criatura que eu nunca havia visto. Depois, como se não bastasse, eu fico preso em um feitiço que ele havia colocado no dinheiro usado para "comprar" Scoth, o meu ex aluno! Por sinal, o feitiço quase decepou minha mão. E aí ele veio com uma história de um príncipe de Hotgan que convocava a mim, um neófito do outro lado do oceano, para salvar o seu reino do Sabá e de artefatos mágicos piores que o aquele que estava no dinheiro de Scoth! Quem pode garantir que vocês não são um grupo Sabá e que eu e Papa estamos indo direto para uma armadilha do outro lado do mundo sem chance nenhuma de escaparmos? Entende agora o quão frágil é a minha posição? Entende o risco que estou assumindo ao acreditar em vocês?
Após uma exposição apaixonada, Rian dá uma pausa. Ele olha para o avião, para Peter e chuta uma pequena pedra que estava no chão, enquanto observa até onde o pedregulho rola, para então continuar:
- Respondendo à sua pergunta, eu não estou interessado em tomar objetos pessoais de vocês. Apenas achei que aquela caixa dos infernos poderia revelar alguma coisa sobre quem é Marcílius. Também não estou minimamente interessado em roubar artefatos mágicos de Hotgan. Lamento desapontá-lo, se achares que eu não sou confiável para a missão não precisa gastar os recursos de vocês me levando para o outro lado do oceano, pois eu também não confio em Marcílius.
Não se tratava de nenhuma chantagem emocional de uma criança. De fato Rian estava assustado com Marcílius e não ficaria nem um pouco magoado em ser deixado para trás.

Arndald estava pronto para extrair mais uma informação importante quando um barulho veio do ponto de encontra. O som só serviu para retirar a atenção do Ductus, mas o som seguinte foi diferente. O uivo fez com que Bradley sentisse que a mais fria das lâminas cortasse sua carne. Ele sentiu um medo inexplicável, uma vontade de correr como um louco dali. Mas, ele se controlou e permaneceu, o que foi o seu pior erro.
Via que alguém corria na direção deles, ele logo viu que era o resto do grupo e um outro cara que não conhecia. Michaelle era arrancada dali enquanto Arnald ouvia de Richard a tão esperada notícia do que estava acontecendo: Um lobo gigante.
Antes mesmo que o cainita pudesse pensar, o lobo pula em cima de Raphaelle e lhe arranca a cabeça. O Ventrue ficava horrorizado, a merda de um lobo tinha matado Raphaelle! Se Bradley ainda fosse vivo, seu coração bateria numa velocidade extremamente alta. Arnald conhecia essa sensação. Já havia se deparado com ela tantas vezes quando era vivo... Era como encontrar um velho amigo a muito tempo esquecido: o medo de morrer. Arnald tinha visto o quão brutal fora a morte de Raphaelle. Ele olhou para fera e viu que não havia esperança de vitória. Se ele permanecesse ali, seria morto igual ela. E o cainita não pretendia morrer naquele dia. Aqueles Sabás serviriam de atraso para aquele monstro. Enquanto dava alguns passos para trás, recuando, o Ventrue olhava para o Ductus do Sabá e, balançando a face em negação, dizia - Não temos chance...Corra. - o olhar do Sangue Azul era o de alguém sem esperança, e ,para tentar preservar a própria vida, Arnald corria atrás de seus companheiros, tentando aumentar sua destreza usando o seu sangue vampírico.