Of The Night: Awakening

ㅤㅤSeus olhos abriam preguiçosos, mas em poucos minutos seu corpo nu começava a se desvencilhar dos lençóis brancos. Sentou-se à beira da cama, esfregando as mãos contra o rosto, e esticou o braço para alcançar o roupão verde-escuro. Enquanto amarrava o cordão do robe na altura da cintura, se aproximou da janela do apartamento. Tratava-se de uma cobertura em Little Italy com uma das vistas mais privilegiadas da cidade. Afastou as pesadas cortinas e abriu o blindex deixando uma forte brisa entrar no quarto. Fechou os olhos, e respirou fundo o ar do seu reino enquanto o vento balançava seus cabelos grisalhos. E então, como se seu tempo fosse infinito, permitiu se admirar com a Big Apple sem a mínima pressa.

ㅤㅤQuando finalmente se viu farto da paisagem urbana, fechou as janelas e se afastou dali. Foi até a cozinha e encheu um copo com água. Voltou até a sala e molhou uma planta que estava em um pequeno vaso na mesa de centro. Nunca se interessou por jardinagem, tampouco ocupava-se com decoração de interiores. Nesse vasinho com um pouco de água crescia forte uma florzinha rosa esbranquiçada. Alguém com mais conhecimento no assunto saberia dizer que se tratava de uma flor de lótus. Um presente que o Lasombra guardava com carinho.

ㅤㅤFeito isso, fez sua higiene "matutina" diária e se vestiu como o de costume. Terno e gravata, claro, como um homem de negócios deve se vestir. O celular vibra na cama, e a tela brilhosa chama sua atenção. Era Jurg avisando que já estava o esperando na garagem do prédio. Antes de descer ao seu encontro, guardou uma Desert Eagle por baixo do terno, só por força do hábito. 

ㅤㅤA luxuosa Range Rover preta cruza a cidade sem muita pressa e logo chegam ao seu destino. A casa noturna La Proposta. O bar havia se tornado um ponto de referência de sua diocese. Em outras palavras, era pra lá que qualquer vampiro ia quando queria falar com o Bispo. Ou, talvez, apenas buscar diversão. O Lasombra havia reerguido o que há tempos fora um oásis Sabá em meio ao domínio Camarilla no mais proeminente antro de perdição e perversão. Até mesmo o mais orgulhoso dos Setitas sentiria inveja do império que Jorge construíra.

ㅤㅤAltobello sempre lucrou espalhando a guerra pelo mundo, comercializando armas e artigos semelhantes há mais de meio século. Quantas almas foram atormentadas? Quantas vidas foram ceifadas? E todas elas pelas armas de Jorge. Não satisfeito por toda a destruição que causara, resolveu inovar em suas danações. Agora estava a frente do mais promissor negócio do mundo do crime. Um verdadeiro shopping center de Satã. Não apenas armas, sinta-se livre para negociar drogas e - por quê não? - pessoas. Estaria Nova Iorque se transformando na próxima Cidade do México?

ㅤㅤAntes de pensar assim tão alto, era melhor olhar para o quintal.

ㅤㅤNas últimas noites um grupo se instalou sorrateiramente na área de Altobello, bem debaixo do nariz do Sabá. O Bispo ainda se pergunta como deixou isso acontecer, como não os viu chegando? Chegará a hora em que terá suas perguntas respondidas, mas por agora, havia marcado uma reunião com os membros mais importantes de sua diocese para discutir o assunto e poder tomar alguma providência. 

ㅤㅤDepois de testemunhar o que este mundo das trevas abriga, Jorge Altobello só torcia para que o inimigo se tratasse apenas de meros vampiros...

@Cassandra Almodova

Cassandra é inundada pelas luzes e pela música da Big Apple. É tudo fantástico. Era como um conto de fadas que ouvirá ainda criança.
Não demora muito e Almodova chega em seu destino, a galeria NOIR ou "Noir Gallery", situada em um bairro nobre da cidade. Muitas das principais casas de festa estão neste lugar e a Noir Gallery dá um ar de sofisticação ao bairro.
Lá dentro a coisa é bem tranquila. Muitas pessoas observam quadros de diversos artistas e é possível notar a perturbadora magnífica arte do jovem Gótico. Seu nome Julio Rosenberg mas atendia pelo nome artístico de Andrei.

Spoiler:

Ele está em pé do lado de uma de suas obras conversando com uma mulher muito bonita e de traços góticos como ele.

Antes que Cassandra possa fazer qualquer coisa sua sócia vem em sua direção para lhe dar as boas vindas...

- Seja bem-vinda senhorita! É um prazer tê-la conosco. Posso lhe oferecer um vinho?


OFF: Não sei se ela sabe que vc é cainita e nem se sabe seu vdd nome. pode me dar estas informações por MP?

ㅤㅤ- Boa noite. - Diz, estendendo a mão a cada convidado que adentra o recinto. Todos parecem chegar praticamente ao mesmo tempo, o que impede que o Bispo conheça mais de cada vampiro. Assim que o último deles chega, Jorge os convida a sentarem. Ele se senta por último enquanto desabotoa o terno e inicia com a palavra. - Agora que estamos todos aqui, creio que já podemos começar. Bem, o que viemos discutir aqui talvez já tenha chegado aos ouvidos de todos. Tenho informações de que um grupo criminoso se instalou no Bronx e veio ganhando força e poder a ponto de o Sabá não mais conseguir penetrar naquele bairro. Eu não sei como isso chegou a acontecer, mas não importa. Isso é preocupante e eu devo tomar as medidas cabíveis para expulsá-los da minha cidade.

ㅤㅤAltobello encara cada um dos presentes. Ele analisa suas posturas, e pode dizer o quão interessados e inclinados eles estão às suas palavras e à situação. - Tenho razões para acreditar que esse "grupo criminoso" sabe da nossa existência, e está muito interessado em nos destruir. Uma ameaça não somente a mim, mas também à Seita e a todos os vampiros. - Jorge para de falar. Como quem pondera se as próximas palavras devem ou não ser ditas. Como quem pensa se os interlocutores são ou não de confiança. 

ㅤㅤ - Eu não sei se deveria dizer isso a vocês... - Por fim ele parece decidir falar. - Que se dane! Vocês sabem a verdadeira história de como nós conquistamos esta cidade? - O Lasombra sabe que não. - Então agora eu irei lhes contar. A verdade é que... foi pura sorte e oportunismo. - Deve ser chocante ver um Bispo admitir isso. Jorge não se importa. Ele sabe o que está fazendo e sabe que precisa ser sincero com aqueles vampiros. - O verdadeiro responsável pela queda da Camarilla foi um grupo de magos dominadores de máquinas chamados de Tecnocratas. Eles explodiram o Empire State, eles manipularam Garous a atacar a Torre de Marfim... eles pensaram em quase tudo. Mas eles esqueceram de nós. O Sabá tinha um espião na Camarilla que ficou sabendo do ataque com pouca antecedência. O suficiente para nos colocar a postos. Eles tiraram a Camarilla do caminho, mas nós fomos mais rápidos que eles. 

ㅤㅤ- Durante a investida, eu fui o único que vislumbrei com o que estávamos lidando. Eu vi um deles derrubar um prédio de cento e dois andares com um estalar de dedos. Eu escapei por pouco. Enquanto todos comemoravam a Palla Grande e a tomada da cidade, eu estava investigando e procurando por respostas. Não bastasse os Tecnocratas, havia também um grupo de Tremeres Infernalistas trazendo um Demônio de alto escalão de volta a terra. Não vou entrar em detalhes, até porque isso é uma longa história, talvez para uma outra noite. O que interessa para nós aqui é que eles estavam prestes a firmar uma aliança para exterminar todos os vampiros da face da Terra. Eu não estou aqui para bancar o herói, mas se eu não estivesse lá para impedir isto, nenhum de nós estaria vivo hoje. Consegui fazer com que eles se desentendessem e o Demônio os matou. Um bando à serviço da Inquisição me ajudou a mandar o Demônio de volta pro Abismo mais tarde.

ㅤㅤMais uma vez, Jorge tenta compreender até onde cada um está envolvido. - Vejam bem, eu não sei o suficiente para afirmar com certeza de que esse grupo do Bronx seja um braço da Tecnocracia, mas entendam que eu não posso ignorar a ameaça. Agora que eu lhes contei o que eu sei, preciso que me digam o que sabem sobre a situação. 

[Nota: Contando tudo isso de mão beijada, Jorge espera ganhar a confiança dos vampiros além de, claro, que isso os deixe mais propensos a ajudar. Perceba também que ele constantemente tenta perceber se está surtindo efeito e se eles estão, de fato, inclinados a ajudar.]

Tristan Thorn

O Giovanni realizava seus preparos matinais. Após uma hora e meia estava pronto. Banho tomado, disfarce feito e ritual devidamente realizado.

O Giovanni se intriga com a notícia e então tem a ideia de fazer um "turismo necromante" até onde antes era o Elísio.

No caminho Tristan da um sinal para sua serva espiritual ficar a postos. Não demorava muito e logo ele chegava no loca. Havia uma guarita para um guarda proteger o monumento contra vândalos, mas de resto era uma grande praça com uma enorme parece que sobrou do Empire e vários nomes escritos nela. Haviam muita velas e fotos de pessoas das mais variadas. O lugar está vazio, mas o necromante pode sentir como se o ar ali fosse rarefeito. Havia algo de muito errado lá. Algo muito grande ocorreu naquele lugar e deixou uma impressão forte.

ㅤㅤO Bispo encarava aqueles vampiros com uma expressão mista de surpresa e indignação. O que todos eles tinham em comum? Todos estavam desolados. Todos haviam entregado os pontos antes mesmo de começar a guerra. Isso era o melhor que a cidade tinha a oferecer? Cainitas chorões, que diante do primeiro desafio perdem a esperança? E naquele momento, restou, mais claro do que nunca, que Altobello precisaria ser um líder extraordinário se quisesse manter seu trono. Jorge pigarreia, retomando o raciocínio, e continua a falar. Apesar de odiar o papel, estava prestes a bancar o psicólogo laboral. - Eu escolhi voc... 

ㅤㅤO telefone toca, o interrompendo. O Lasombra fuzila o telefone com o olhar. - Só um momento... - Ele atende. - O que é? - Pergunta seco. A recepcionista diz que há um casal de estranho querendo falar com o Bispo. - Estou em reunião. Mande-os esperar. - E desliga.

ㅤㅤAdministrar uma cidade não é uma tarefa fácil, principalmente quando há Magos ameaçando não só tomar o controle, mas também destruir cada vampiro nela, incluindo Altobello. Jorge deixa transparecer estar estressado. Ele toma alguns segundos para retomar o raciocínio. - Bom, como eu ia dizendo... - Disse rápido, como se não tivesse mais paciência para bancar o papaizão. - Vocês podem ir para os seus refúgios, com a consciência de que escolheram ser covardes, e chorar até que a morte-final chegue sob cada um de vocês. Ou vocês podem fazer como eu fiz há cinco anos atrás. Procurar respostas e resolver a situação. O que vai ser?*

[Nota: *Se achar necessário, um teste de Carisma + Liderança pra subir a moral do grupo.]

ㅤㅤ- Precisamos confirmar se minhas suspeitas estão corretas e realmente se tratam de Tecnocratas. - O Lasombra retoma o foco da reunião, como se confiasse que nenhum deles iria "arregar". - Nina e Dimitri, podem fazer isso? - Esperou a resposta e prosseguiu. - Alexander, quero que você controle nossas fronteiras. Leve quantos neófitos achar necessário, tem carta branca quanto a isso. Se alguém, vampiro ou seja lá o que for, entrar em Nova Iorque, eu quero estar informado. - Deixou uma oportunidade para perguntas. - Algo mais? - E em caso negativo, liberou todos. - Estão liberados. - Menos o Brujah AT. - Você fica, Jhon Stewart. Tenho um assunto a tratar com você.

ㅤㅤ- Ótimo! - Respondia ao Ventrue AT em tom sério, porém apoiador. - Nos mostre que o que dizem sobre você não são apenas boatos. Se seus homens não são bons investigadores, faça como eu disse e recrute vampiros entre nossas fileiras. - Olhou fundo nos olhos dos três vampiros e, por fim, disse. - Não me decepcionem.

ㅤㅤTodos os cainitas saíram, mas o Brujah AT permaneceu sentado na outra ponta da mesa. Jorge levanta, e se aproxima do vampiro, sentando-se na mesa, ficando em uma posição mais alta do que Jhon. - Eu ouvi o que veio falando de mim por aí... - O Bispo parou de falar, mas logo retomou a palavra, não dando chances para Stewart tentar se explicar. - Você acha que eu sou um maldito filho da puta? - Para não elevar a voz, Altobello rosnou as últimas palavras. - Acha que eu sou menos homem do que você? Se tem algum problema comigo, deveria ter vindo até mim e nós resolveríamos como homens! - O encarou nos olhos o tempo todo. 

ㅤㅤ- Você tem boas razões para não gostar de mim, e eu respeito isso. Mas se tivesse agido como homem, e me procurado, merda nenhuma teria acontecido. - O Lasombra agora falava de maneira mais branda, porém ainda com firmeza. - Agora ouça o que aconteceu... Dois dos meus homens sabiam que William era quem cobria os meus negócios da polícia. Os idiotas queriam se provar para mim, mas são completamente ignorantes quanto a nós. - Os vampiros. - Eles mataram Salvatore sem me consultar, não foi culpa minha. Mas como homem, eu aceito que foi minha responsabilidade e estou aqui para fazer uma oferta de paz. O Sabá já tem inimigos o bastante, e uma rixa interna é algo que nós, absolutamente, não precisamos. - Altobello faz questão de relembrar dos inimigos. - Me diga, como posso compensar a sua perda, Stewart?

ㅤㅤArmas. Jhon Stewart lhe pedia armas. Altobello toma um tempo fingindo pensar na proposta, mas por dentro comemorava. Numa mesma cajadada, matou dois coelhos. Desfez um incômodo inimigo e arranjou um vampiro influente o bastante para desbravar a área inimiga no seu lugar. Dessa forma poderia o usar como bucha e medir o quão perigoso seria aquele lugar. - Eu posso fazer isso. - Disse firme. E após discutirem as minúcias do carregamento e trocarem seus contatos, Jorge deixou que o Brujah AT fosse. - E quanto tiver algum outro problema, venha até mim primeiro.

ㅤㅤVoltou até sua cadeira, e pegou o telefone, ligando para o ramal da recepção. Traga os estranhos.