O Ruir do Velho Mundo - A Sombra dos Anciões II

Momentos como aqueles eu queria ter um físico bom o suficiente para apagar aquele maldito no soco. Com raiva de ter sido tão covardemente atacado, me coloquei de pé após o marinheiro errar o ataque, o fuzilando com o olhar.
Em seguida falo para o cara o qual foi afetado pelo meu Fascínio
-Vamos cuidar disso e depois vá atrás da foto, ok? Eu verei seu Capitão assim que possível
E então uso Olhar Aterrorizante - Presença 2 no marinheiro que me atacou.

Ao acordar, Amino percebe que não conseguiu aguentar o peso do rital e acabou adormecendo no meio deste. O vitae havia derramado pelo quarto e o odor estava concentrado. Provavelmente alguém notaria se prestasse atenção. Dessa forma, sua primeira ação é limpar toda a bagunça e tomar um banho.

Limpo, o Cainita guarda a bolsa de sangue coagulado e senta-se na cama. Amino busca um retorno mental aos dias em que aprendia o como interagir com os espíritos da terra. Sua mente viaja enquanto seu corpo acalma e ele encontra o que busca. O tempo vai passando, mas em estado meditativo o Tzimisce não consegue perceber. No momento em que o Vampiro sente sua mente seespalhando pelo território algo no mundo real chama sua atenção e o impede de continuar a comunhão com os espíritos. Um barulho chato e contínuo. Além do som de pessoas conversando.

Ele então levanta-se da cama e olha pela janela.

Do lado de fora, várias pessoas estavam juntas recolhendo os destroços de um prédio em ruinas. Não pareciam haver agentes públicos da cidade no local. Talvez um grupo de moradores do bairro se juntou para arrumar aquele pedaço da cidade.

Mais uma vez não foi possível acessar os espíritos do local para realizar a missão de Amino... e o tempo vai passando.
Ao olhar para o relógio, o Imortal vê que passou alguns poucos minutos das nove horas. Falta pouco tempo para Danut enviar seu mensageiro.

Enoch precisa de um tempo para processar o que está acontecendo. Em um momento ele está no chão, e no outro tem um cara partindo para cima dele com uma faca. Por sorte o marinheiro sobre efeito da Presença teve um reflexo rápido e puxou o Cainita enquanto este via a faca se aproximando. Isso acordou o Malkaviano, que explodiu sua ira em cima do marinheiro.

Ele fala rapidamente com o marinheiro 'amigo' e lança seu olhar sobrenatural sobre o outro cara, que aperta a faca na mão, mas corre para o outro lado... ele sobe a escada que leva aos andares superiores (única saída da câmara onde estão todos). Sua face está deformada pelo medo. Embora ele não grite, é perceptível que algo o assustou. E alguém mais pode acabar descobrindo a presença do Cainita a partir de agora...

Enoch leva a mão ao bolso, como costume para pegar a foto que sempre lhe deu tanto poder... mas agora não há mais nada...

- O que aconteceu? Nunca vi Emmy tão perturbado assim...

"Ao menos funcionou"
Pensei, um pouco mais aliviado quando vi o marinheiro agressor fugindo amedrontado, instintivamente levo a mão ao bolso, buscando pelo conforto que a foto trazia, tateando o vazio, lembrando que ela me foi tomada.
Uma sensação de luto se apossou de mim.
Só volto à minha consciência quando o marinheiro fascinado se volta para mim
-Eu sei fazer cara feia quando quero. Eu preciso ir atrás da foto, seguinte, pode procurá-la para mim, enquanto eu falo com seu capitão, ok? Nos encontramos aqui daqui uma hora, por favor, cuidado com a foto. Se puder recuperar meus outros pertences, tipo celular, carteira...

Enoch conseguia afastar seu atacante 'facilmente' e pedia ao outro marinheiro para buscar sua foto com o marinheiro fujão. O homem, ainda dócil com o Malkaviano, fala:

- Claro. Vamos subir juntos e te mostro como chegar até a sala do comandante.... Por falar nisso, qual o seu nome? - É perceptível na face do Marinheiro que algo na situação o está chamando a atenção.

Percebendo que algo está chamando atenção do homem, faço uma leitura de aura (Auspícios 2)
"Vai dar um pouquinho de trabalho, mas pelo menos está tentando ajudar", penso
-Pode me chamar de Nook - respondo o homem - Não há necessidade de me acompanhar, estou lhe tomando tempo demais,se concentre em recuperar todos os itens que os outros marinheiros me tomaram, por favor
- Digo usando Hipnotizar - Dominação 2 e também esboçando um sorriso soturno no rosto.

Estavam todos comendo à mesa. Pareciam felizes com o que está para acontecer. Logo que recebe sua resposta, o motorista também se senta e começa a comer com os demais.

Assim que ele senta, Antonnela avisa ao Malkaviano que o telefone fica na sala ao lado, logo ao lado da poltrona.

Os demais ficam conversando na sala de jantar enquanto o Ancião segue para o local indicado pela irmã do padre. Da sala é possível escutar bem o que os demais estão conversando. Logo na quina do cômodo há uma mesinha e ao lado uma poltrona confortável onde a pessoa pode sentar durante uma ligação.

Pensando que o marinheiro poderia estar começando a desconfiar de algo, Enoch busca ler a aura do homem e usar seu dom do convencimento para fazer com que ele fosse logo atrás de seus pertences.

O Malkaviano faz o movimento característico de levar a mão ao bolso para pegar a foto da filha, mas não encontra nada... o pesar que sente tem seu efeito. Ao olhar para o marinheiro, o Cainita não enxerga a aura sobrenatural do homem... e ao tentar convencer o cara a ir atrás de seus objetos, sua voz sai triste e pesada, e o sorriso que gostaria de ter estampado no rosto transforma-se em uma máscara de tristeza.

O homem se aproxima de Enoch e lhe da um abraço forte.

-Claro.. claro... não precisa se preocupar. Não é como se nossos companheiros fossem para algum lugar muito longe. Estamos todos presos nesse barco até chegarmos na Europa. - Ele se afasta um pouco de Enoch. - Agora vamos, eu te levarei até o capitão e ele dará a ordem para que suas coisas retornem à você. - Ele da alguns passos na direção da escada e vira para trás, esperando o Malkaviano.

"A sala de caldeiras, preciso ver meu contado" eu penso "Mas também preciso de minhas coisas, caso esse contato seja quem eu esteja pensando. Principalmente da foto. Não posso ficar sem a bendita foto, coisas ruins costumam acontecer. Eu só quero encontrar um pouco de paz".
Sigo o marinheiro até a escada.
"Quanto tempo acha que vai demorar a conversa com seu capitão?" Pergunto

Ainda em seu quarto, Amino tenta novamente se comunicar com os espíritos do local. Mesmo com o barulho do lado de fora, ele senta-se na cama, fecha os olhos e pensa em sua irmã. Ele precisa ser rápido ou Anka nunca será encontrada... isso da ao Tzimisce um sentimento de necessidade que parece ser entendido e aceito pelos seres locais.

O Cainita sente uma mudança no ar, uma pressão que só é sentida quando algo quer conversar com ele. Os sons da rua somem por um instante e a imagem da irmã é a última coisa que ele vê com sua percepção da realidade física.

Parece que os espíritos resolveram dar ao Vampiro algo como um mapa da cidade. Em pouco tempo, Amino tem uma certa noção do que há ao redor do prédio onde está. Dentro do raio que o Cainita decidiu comunicar-se com os seres, lhe foi mostrado que ao norte estão dispostos os prédios e pequenas casas que formam a região residencial mais antiga. Ao sul existem algumas lojas de maior porte e provavelmente mais caras, em especial de vestimentas, que vão seguindo em direção à região leste, onde estão alguns restaurantes e lojas de presentes (esse caminho leva ao castelo de Edimburgo). O lado oeste é por onde ele veio.

Com essas informações em mãos, Amino desce em direção à rua. Ao passar pela recepção, o Tzimisce encontra com Raphael, que deseja uma boa diversão na noite de Edimburgo.

Tendo uma noção da região que Danut o incumbiu de analisar, chega o momento de dar a cara e escolher o primeiro alvo.

Enoch está preocupado com a situação. Ele precisa chegar ao seu contato ao mesmo tempo que precisa encontrar a foto da filha... sua mente está completamente dividida... Ele então pergunta ao marinheiro se a conversa com o capitão demorará. Eles continuam subindo a escada. Uma lua brilhante surge no céu, iluminando a face cabisbaixa do Cainita.

- Pode ser que sim ou pode ser que não.. tudo vai depender de você, meu amigo. Afinal, você está aqui dentro de penetra. Mas não se preocupe que o Capitão é gente boa e eu estarei do seu lado.

Eles pegam uma outra escada e continuam subindo até a sala do capitão no topo do navio. O Marinheiro bate na porta e a abre.

- Capitão. Temos um novo marujo no nosso navio. - Diz o marinheiro.

- E eu não estava sabendo dessa. Mande-o entrar. - Diz o capitão.

Enoch não consegue ver direito o que está acontecendo dentro da sala, pois o Marinheiro está impedindo uma visão completa do lugar, embora ele deixe um espaço para Enoch passar.

Até chegar até a cabine do capitão, observo todo caminho, ainda taciturno pela foto...por ter perdido minha mão e por sequer conseguir me comunicar com meu contato ou com Niall.
Quando chegamos, deixo que o marinheiro vá na frente e me apresente.

E eu não estava sabendo dessa. Mande-o entrar.

Quando ouço o capitão pedindo para que o marinheiro me deixe entrar, eu faço o caminho para dentro da cabine.

Enoch entra na cabine. O lugar não é grande. O timão fica quase no centro do cômodo, na frente deste há uma grande quantidade de equipamentos medindo as mais diversas características que permitem ao navio seguir seu destino. Dois metros atrás do timão haviam algumas poltronas onde dois outros homens estavam sentados, além do capitão do navio. O Malkaviano logo reconheceu um dos caras, o marujo que estava com seus pertences.

O capitão do navio é um homem de meia idade, algo entre cinquenta e sessenta anos. Aparentemente ele é alto, mas sentado é difícil precisar a altura do homem. Suas vestes são normais, sendo a única  coisa que chama atenção um anel de ouro no formato de serpente na mão direita.

- Esse é o causador de discórdia que foi encontrado no depósito?

Ao descer do apartamento, Amino pergunta a Raphael o que seria o barulho do lado de fora. O recepcionista fala que algumas pessoas dos bairros vizinhos se juntaram para ajudar a retirar os escombros do ataque sofrido alguns dias atrás.

Saindo do prédio, o Tzimisce resolve seguir na direção das pequenas lojas e restaurantes. Com o mapa da cidade em sua cabeça, o Vampiro segue caminhando pelas ruas evitando chamar atenção. Amino chega na avenida principal de Edimburgo por volta das 23:30. De ambos os lados da rua há cafés e restaurantes separados por algumas lojas de presentes, roupas e lembrancinhas. Seguindo para frente pela avenida, o castelo de Edimburgo se mostra imponente no topo do que um dia foi um monte. Uma área elevada que permitia ver os invasores de longe.

Para evitar ser pego de surpresa e ver as emoções dos transeuntes, Amino busca observar a aura daqueles ao seu redor, além de ouvir e ver a todos com maior acurácia. No geral, o medo é o sentimento padrão na cidade, com a maioria dos habitantes mostrando uma aura laranja bem forte. Mesmo os vampiros que ele observa parecem com medo e muitos deles também lembram pessoas que vieram de cidades do interior fugindo dos ataques. Poucas pessoas parecem estar fora desse padrão primordial.

Há algumas pessoas sentadas em mesas nas calçadas, conversando sobre uma miríade de coisas. Desde os últimos ataques até sobre quando as festas voltarão a acontecer, indicando ao Cainita que possivelmente aglomerações estão proibidas. Amino também observa a quantidade de policiais caminhando pelas ruas, sempre em duplas ou trios. Alguns desses policiais se mostravam excitados, outros desconfiados, mas no geral, o medo continua sendo a característica principal nas ruas de Edimburgo.

Causador de discórdia? Quem causou discordia foi aquele marinheiro - eu penso

Finjo inspirar uma grande quantidade de ar para meus pulmões.
Acalme-se, Nook. Não faça nenhuma merda -digo para mim mesmo, em pensamento
Mantendo a calma dou dois passos para dentro da sala e aproveito para ler a aura do sujeito (Auspícios 2)
Uma vez, lida a aura (ou ao menos a tentativa ter sido feita), me preparo para falar.
-Senhor, minha intenção não era provocar alarde nem nada, o que ocorreu foi um mal entendido, eu só estava buscando recomeçar minha vida.  Acredito que seus marinheiros tenham se assustado com minha presença, mas eu não quero briga com ninguém. Eu sou alguém de  boas.

Beaumont logo reconhece a voz de Geovanna ao telefone. A freira diz que irá fazer o que o seu Senhor ordenou,  e que pode fazer como transferência direta das contas de Ferrara para as obras na igreja, se ele desejar. Assim, não haverá problemas com a arquidiocese, já que será feita uma obra maior na igreja.

Antes de desligar, contudo, Geovanna pergunta ao Ancião se ela já pode retornar aos seus afazeres em Ferrara.

- Meu senhor, estou afastada a muito tempo de meus afazeres e o Mosteiro deve estar precisando de minha mão firme. Eu deveria ter voltado com Erwin, mas não conseguimos contactá-lo para perguntar se há algum problema. - Ela para um pouco e respira. - O senhor Mael disse que há um avião disponível para me levar à Bolonha quando eu desejar.

Resolvida a situação com a mulher, Beaumont retorna ao jantar e avisa que o dinheiro será disponibilizado para a conta da paróquia e que no próximo dia a obra já pode estar a todo vapor...

Com o poder sobre os membros da paróquia cada vez mais solidificado e a obra da sala silenciosa iniciada, havia pouco o que Beaumont pudesse fazer. Os dias vão passando. A obra vai prosseguindo. A hora em que Beaumont acorda, a maior parte dos operários já haviam ido embora. No terceiro dia Felippo e Lucca vem se encontrar com Beaumont para mostrar a sustentação da sala, que já estava pronta. Eles desceram a escada que sai de trás da igreja para um buraco com aproximadamente 3 metros de altura e 10 metros quadrados de área.

- As paredes estão sólidas e estamos terminando o abafamento da sala. Não terá como um grito ser ouvido de fora depois que a porta for colocada no lugar. - Lucca fala com um sorriso de quem sabe que seu trabalho está bem feito. - Mais alguns dias e o serviço estará completo.

- Todos estão trabalhando com o maior afinco. Mesmo os rapazes que vieram das vizinhanças estão empenhados no serviço como se fosse a igreja deles que estivesse sendo construída. Eles sempre estão entre os últimos a sair daqui e entre os primeiros a chegar. - Continua Felippo. - Como eles vem de longe, pediram para dormir nas casas da paróquia ali na frente. - Ele indica as duas casas onde Erwin ficara com os demais Filhos de Badb.

- Sim, Sim. E eles também são bons marceneiros. Estão fazendo peças com entalhes muito bonitos para colocar na sala.

Enoch entra na sala e da de cara com os presentes, sendo logo chamado de "causador de discórdia'' pelo capitão do navio. Embora não sinta que é o responsável pelo que aconteceu, o Malkaviano resolve ficar quieto e conversar com o homem.

Logo ao entrar, Enoch lê a aura dos presentes. Talvez seja um efeito da perda da foto, mas o Vampiro só consegue ver que todos ali são humanos. Nenhuma tonalidade que indique o estado de espírito dos presentes. Contudo, Enoch consegue perceber que outros dois humanos estão escondidos em cantos mais escuros da cabine.

- Você pode ser "de boas'' o quanto quiser, mas invadiu o meu navio... e estava aqui sem a minha permissão. Alguns anos atrás eu te jogaria no oceano sem problema nenhum e os tubarões diriam se vale a pena ou não te matar. - Ele levanta, anda até os aparelhos e começa a observar se está tudo certo. - Eu devo fazer isso com você?

Minha ansiedade aumentava, dando espaço para uma leve irritação que eu sabia que tinha que controlar. Afinal, o que essas pessoas querem de mim? Eu tenho uma foto para recuperar e tinha de me encontrar com meu contato anônimo.
Suspiro cansadamente
-Olha, senhor. Só queria vazar daquele buraco onde eu morava e finalmente voltar para casa, se o problema é minha passagem, eu pago ou então se quiser, posso servir jantar para seus homens, já trabalhei em bares na adolescência, só quero meus documentos, celular e a foto de minha de volta. Depois disso eu volto a ficar na minha até a Europa. Nunca quis causar alarde. Peço desculpas pela confusão.
Após falar, olho disfarçadamente para o marinheiro Fascinado, buscando uma espécie de auxílio.

Enoch sente raiva ao ter que se explicar para o capitão do navio, mas ao olhar para o lado e ver o rosto do marinheiro que roubou seus pertences ele lembra da foto e vai sentindo suas forças sendo sugadas novamente. Isso é completamente perceptível pelo capitão, que ouve uma voz arrastada, pesarosa... quase depressiva.

- Capitão, como você pode ver ele não tem uma mão... para estar aqui dentro de penetra ele deve ter tido uma vida muito dura mesmo... - Diz o marinheiro que guiou Enoch até ali.

- Você conhece esse cara? Por que você está tão mole? - Diz o capitão virando-se para o marinheiro. - O que diabos está acontecendo aqui? Olhe as roupas dele.. como ele seria alguém com "uma vida dura''? - Ainda olhando para o marinheiro, o capitão continua. - Como é o seu nome rapaz? De onde você veio e qual  a história desse buraco no braço?

" Ele ignorou metade das coisas que eu falei" -Penso
Tomo uma posição mais firme e decisiva, quero passar confiança e convicção no que eu falar.
-Senhor, confesso, meu problema não é dinheiro, entretanto mesmo assim as circunstâncias me trouxeram aqui. Eu trabalho como escritor e jornalista freelancer, ajudo uma ex-colega de faculdade minha com investigações. Fomos atacados. Provavelmente irritamos alguém, minha amiga ficou hospitalizada. E eu fui aconselhado a vir para cá. É melhor assim, eu só iria piorar as coisas. Como eu disse, se é dinheiro, eu pago, não tem problema, só quero minhas coisas de volta, por favor. É importante para mim, a foto...a menina era minha filha, ela teve uma morte precoce...o terapeuta disse que a foto poderia me ajudar. (Se precisar de Teste de Manipulação e Lábia, deixo declarado uso de 1 Fv)