Vampiros - A Máscara
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A morte e vida de uma nova vampira

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A morte e vida de uma nova vampira Empty A morte e vida de uma nova vampira

Mensagem por Chris Yates Dom Set 12, 2010 9:25 pm

-Pra começar, eu já corro risco somente por estar falando com você sobre isso.
Ele olhava para a jovem de cabelos vermelhos com uma malícia atraente. Seus olhos cinzentos iam de encontro aos dela, ela parecia fascinada, pela beleza daquele homem pálido, e pela opulência de sua casa, todos os ambientes decorados num tom vermelho sangue com vários móveis de carvalho caríssimos, antiguidades para falar a verdade.
Com uma voz fraca e boquiaberta a jovem disse:
-Por que você corre risco? Nós estamos bem, aqui na casa do seu pai não é?
Ele a olhou com uma expressão que variava entre raiva e decepção. Então disse:
-Na verdade, essa casa não é do meu pai, é minha.
Ela deu uma leve risada, o vento da janela aberta fez o seu cabelo voar livre ao vento e então ela o puxou e colocou por sobre um elástico, fazendo assim um coque elegante e sutil.
-Se eu fosse você, não estaria rindo. Eu vou contar a você uma coisa que pouca gente sabe.
Ela respirou por alguns instantes pensando "Será que eu sou um ímã de malucos?"
-E o que é?
Ele ficou totalmente parado, somente seus lábios se mexiam. Aparentemente ele nem respirava enquanto falava:
-Eu sou um vampiro.
Como ela riu! De todos os malucos com quem já havia ao menos pensado em transar, esse era o pior de todos! Vampiro, onde já se viu?
-Acho que você leu muitos livros...
Ainda sem nenhum movimento brusco, ele abriu sua boca como num bocejo, e seus dentes brancos como marfim foram ficando maiores até que se transformassem em duas presas afiadas.

Ela estava chocada com tudo aquilo, então ele não era só um maluco, era de verdade? Por mais estranha que fosse, sua primeira reação foi perguntar quantos anos ele tinha.
Ele retraiu as presas e disse:
-Bem, eu já cansei de contar, mas acho que hoje em dia tenho de 150 a 200 anos.
Ela ficou impressionada com tudo aquilo e então disse:
-A propósito, sei que a minha reação foi estranha! Meu nome é Giselle! E o seu?
-Meu nome é Jacques, pode me chamar de Jack... Eu já sabia seu nome Giselle, li a sua mente repetidas vezes e sei que você estava com medo de eu ser só um maluco. Mais alguma prova para o ceticismo que eu sei que você ainda nutre?
Giselle fechou a cara e disse:
-Tá! pare com isso, ler mentes você já sabe! Entendi!
Ele deu uma risada, pôs as mãos cruzadas no braço da cadeira e então disse:
-Certo, não vou mais tentar ler sua mente. Apesar de ela ser uma das mais interessantes dos últimos... 50 anos? Haha!
Giselle ainda com uma expressão meio boba disse:
-Ok, pare de me enrolar e diga! Por que me trouxe até aqui?
Ele se lembrou de respirar e piscar, logo em seguida disse num tom mais sério:
-Tão esperta e não descobriu? Eu vou te abraçar, ou como as pessoas dizem, vou te transformar.
Ela ainda estava sem palavras com aquilo tudo, então ele completou:
-Não é um mau negócio! Você me diverte por alguns anos, e em troca vai viver pelo resto da eternidade! O que me diz?
Giselle finalmente criou coragem pra falar alguma coisa e falou com um tom mais agressivo:
-Não!
Ele tirou as mãos da cadeira e então pegou uma garrafa de sangue. Encheu uma taça de vinho e começou a degustar, depois de um gole ele falou com sua boca manchada de sangue:
-Bem, eu sei que essa é a sua resposta politicamente correta, esqueceu? Você não pode mentir para mim!

Agora Giselle estava com raiva dele! Vampiro ou não esse negócio de sempre dizer o que ela estava pensando era uma invasão de privacidade!
-Desgraçado! Eu vou dar o fora daqui!
Ela pegou sua bolsa e estava a um passo da porta quando sentiu um vento a seu lado e ele apareceu na frente da porta dizendo:
-Não seja burra! Acha mesmo que depois de ter contado tudo isso eu deixaria você ir embora assim?
Jacques a pegou pelos braços e jogou ela como se fosse uma boneca de pano para o sofá da sala. Logo em seguida ele se jogou em cima dela e disse:
-Você não vai sair desta sala viva!
Depois de dizer isso, ele passou a mão em seus cabelos vermelhos como o fogo, o sangue quente que corria nas veias dela esquentava até o ultimo fio de cabelo de Jacques, que estava delicadamente pousado sobre o corpo de Giselle, enquanto essa parecia aplicar uma força tremenda para tentar sair do abraço

Giselle gritava o mais alto que podia. Jacques ainda sobre seu corpo disse:
-Grite o quanto quiser, o modo como os vizinhos daqui ignoram qualquer coisa que não esteja explícita aos seus olhos é tão agradável!
Ele fincou suas presas na carne de Giselle, ela não podia se quer mover-se tamanho o êxtase da mordida, ela ficou quieta, esperando que esse momento durasse para sempre. Infelizmente, ela estava morta. Jacques cortou seu pulso com os dentes e deu um pouco de seu próprio sangue a Giselle. Ele disse como se ela conseguisse ouvi-lo:
-Isso não é o fim Giselle, é o começo de algo novo!

Enquanto ele saía de cima dela, seu corpo sem vida começava a retomar a consciência, até que ela disse:
-Você! O que você fez comigo!?
Ele foi em silêncio até a cozinha, sabia que ela não faria nada, pois fora criada há poucos instantes e ainda estava fraca.
-Eu te dei a imortalidade.
Enquanto mantinha sua expressão séria, ele pôs várias Garrafas de sangue sobre a mesa, então disse:
-Vamos lá, você deve estar com fome! Beba!
De sua face ainda trêmula escorreu uma lágrima de sangue. Ela mal podia acreditar em tudo aquilo, então gritou:
-Eu nunca vou beber isso! Seu monstro, eu te odeio!
Ele a olhou calmamente e disse:
-Acredite, é melhor beber agora que matar alguém de forma brutal como a besta dentro de nós dois impele-nos a fazer. E eu não sou um monstro, sou pior que isso!

Giselle parecia tentada a beber o sangue, mas sempre que se via chegando perto das bolsas de sangue, ela virava seu rosto a fim de evitar seu instinto. Enquanto isso Jacques estava perturbadoramente sério enquanto falou:
-Eu sei que você está prestes a pular em cima desse sangue, então vou te ajudar. Vou contar mais detalhes sobre nossa espécie. Assim você se distrai um pouco!
Giselle somente acenou com a cabeça enquanto tampava o nariz com a roupa. Então ele continuou.
-Tanto eu quanto você queimamos até virarmos cinzas se expostos ao sol. Então nada de vampiros que brilham ao sol, exclua-os de suas crenças. O alho, ele não nos faz absolutamente nenhum mal, além de dar mau cheiro. Cruzes e água corrente? Eu vou à igreja e tomo banho, obrigado!
Giselle o interrompeu, estava perplexa com tudo aquilo e disse:
-Quer dizer que eu nunca mais posso ver o sol?
Ele deu uma gargalhada, pigarreou e então disse com sua voz suave e melodiosa:
-Claro que pode! Você nasceu na era dos filmes, fotografias e internet. Agora se você fala de ver o sol ao vivo... Você não duraria nem cinco segundos. Primeiro, os raios solares cegariam você, então a queimariam de dentro para fora até que sobrasse somente pó! Eu mesmo que sou bem antigo, não aguentaria nem trinta segundos de exposição. Com o uso de habilidades especiais e alguns truques, pode se sobreviver mais, mas é só para achar esconderijo durante o dia. E isso ainda é demais pra você.

Seu tom era sarcástico e isso deixava Giselle bastante irritada com tudo aquilo, queria ela acordar daquilo como se fosse um pesadelo.
Ele então continuou a falar:
-Eu recomendo que você beba logo, amanhã temos que apresentar você ao príncipe e não quero você atacando nenhum dos lacaios dele!
Jacques se levantou da cadeira, colocou o sangue de volta na geladeira e então disse:
-Seu quarto é o segundo a direita, ele é totalmente vedado contra o sol. Amanhã nós nos falamos melhor.
Ele foi até seu quarto com os mesmos passos de sempre, elegantes e sem fazer nenhum barulho.
Giselle ficou com dor de cabeça de tanta informação, ficou no quarto que havia sido dado a ela, pensando sobre tudo que aconteceu naquela noite estranha, até que só percebeu a luz sendo ligada sobre seus olhos, ela fechou os olhos com força torcendo para que os fatos da noite passada tivessem sido só um sonho. Não eram!

Quem a acordou foi Jacques, que estava com uma jarra de sangue em suas mãos, ele a carregava como se fosse limonada, e então disse:
-Ainda está em greve de fome?
Giselle virou os olhos e disse com uma expressão de tédio:
-Você...
Ele riu enquanto limpava o sangue de sua boca com um guardanapo, então disse:
-Vamos, arrume-se! E não cometa nenhuma gafe com o príncipe, ele manda em todos os vampiros da cidade, e a caneta que ele usa para banir as pessoas costuma ter uma ponta de madeira no fim!
Depois de alguns instantes, Giselle passou por Jacques, o rosto corado e o hálito não negava, ela se entregou a sede. Ele então a puxou pelo braço e disse num tom sarcástico:
-Achei que você fosse contra isso! O que aconteceu? Não era doce? Sentir o sangue descendo pela garganta é a melhor sensação que existe não é? É uma coisa prazerosa, pode até mesmo embebedar! Maioria dos antigos nem faz mais sexo ou qualquer tipo de função de quando respiravam. Eles são somente sanguessugas pervertidos!
Giselle respondeu com raiva as insinuações de Jacques:
-Mais ou menos como você!
Ele a olhou e riu, saiu em direção ao jardim dizendo:
-Se esse é seu ponto de vista!

Já irritada ela o acompanhou até o carro, onde entrou e disse em resposta a provocação:
-Você é desprezível!
Ele a olhou com seus penetrantes olhos sem vida e agarrou seu queixo dizendo:
-Me conte alguma coisa que eu não saiba!
Então ele roubou dela um beijo, ela fez uma expressão de nojo, enquanto isso ele deu a partida no Mercedes prata e saiu as gargalhadas com seus cabelos ao vento, indo em direção ao elísio
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Mensagem por Chris Yates Qui Dez 16, 2010 10:33 pm

A expressão de frustração era óbvia no rosto de Giselle, queria ela saber o que ele era o que havia de tão respeitável num pervertido como aquele. Usar de palavras más contra ele algumas vezes era inconcebível, levantar uma mão contra ele poderia a fazer sentir como se estivesse maculando algo santo, o que com certeza Jack não era.
Enquanto estavam passando rapidamente por várias ruas da cidade, pessoas olhavam aquele “Casal” dentro do carro. Aquilo era muito constrangedor, ainda bem que o carro desacelerava e aos poucos estacionou em uma galeria de arte. Desceu do carro, deu a volta e abriu a porta para Giselle. Ele podia ser um monstro, mas com certeza sabia se comportar em público.
Um valete pegou o carro enquanto eles entraram na galeria, onde acontecia uma exposição de arte. Logo que chegou, o vampiro estava rodeado de pessoas por todos os lados, algumas estranharam o novo rosto naquele recinto. Jacques só parou e falou realmente com alguém, quando chegou um homem de pele escura, alto e forte. O homem perguntou com um tom de nobreza: -Posso ajudá-los? O vampiro cochichou algo ininteligível aos ouvidos do homem, ele somente acenou com a cabeça e os guiou até um escritório cheio de belas e caras pinturas e esculturas. Tudo que Giselle conseguiu ver, foi a silhueta de uma mulher na poltrona, ela disse:

"Seus lábios eram vermelhos, seus modos livres,
suas madeixas eram amarelas como ouro;
Sua pele era tão branca quanto a lepra,
Ela era o Pesadelo da VIDA-EM-MORTE,
Que enche o sangue humano de frio."


Giselle reconheceu na mesma hora o trecho do texto e então disse a mulher misteriosa sentada na poltrona: - Isso é Anne Rice, a descrição de Cláudia.
Os olhos de Jack ficaram bem abertos, afinal Giselle parecia ser mais inculta. Com ou sem cultura ela afrontou aquele homem, antes mesmo que Jacques achasse as palavras certas para repreender Giselle, o homem a interrompeu dizendo: -Sim, e essa é a mais pura verdade sobre o que você é minha doce criança! Jacques é como Lestat, e ele quer dar a sua criação como vampira o mesmo propósito da criação de Cláudia. E é claro que eu não tenho muito que fazer. Eu devia isso a ele, não é? – Disse num tom cínico e acusador que irritava-o. A jovem parecia atormentada com aquilo, somente balbuciou: - Você é... Mulher?!
Aquela figura exótica riu de maneira discreta e logo disse: - Até onde sei ainda sou.
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Mensagem por Chris Yates Qui Dez 16, 2010 10:52 pm

Ela se virou para os dois. Seu rosto era a coisa mais perfeita e bela que Giselle já havia visto em toda a sua vida, mesmo sendo mulher, Giselle se sentiu levemente atraída por aquela figura. Jacques já estava acostumado a ver aquele rosto, então ficou quase que indiferente. Seus dentes rangiam por debaixo do sorriso que ele lançou. -Sim, é!
A mulher olhou seriamente para Jack, seus olhos enigmáticos o analisaram de cima a baixo e então ela disse: -Ensine bem a ela, não quero nenhuma ninfeta pretensiosa em minha cidade quebrando a máscara. Disse enquanto apontava uma caneta para Giselle, como se a caneta estivesse a marcando
Jacques estava visivelmente frustrado, ele odiava perder seu ar de superioridade, e esta mulher era uma das poucas pessoas que conseguiam isso. Ele olhou para todos os cantos da sala como quem esperava uma confirmação. A mulher misteriosa acenou com a cabeça depois de alguns instantes, assim permitindo que eles saíssem da sala.
Jacques levantou-se da cadeira sem deixar transparecer toda a raiva que sentira naquela hora. Por dentro tinha vontade de pular no pescoço da mulher na poltrona e matá-la, mas por fora parecia estar perfeitamente calmo e sereno. Giselle por outro lado, estava quase tremendo com aquela situação. Quando saíram de dentro do escritório, uma chuva de flashes atingiu-os. A luz cegava e irritava os dois, principalmente a Jacques. Era um teste de perseverança chegar até o próprio carro. Mas finalmente eles chegaram! Agora podia se ouvir bem menos barulho do que antes...
Ele olhou Giselle por alguns instantes e deu partida no motor. O ronco estridente do V12 afastou alguns paparazzi irritantes de perto deles, até que saíram de lá.
Depois de dirigir algum tempo calado, Jacques encostou o carro em frente a um prédio de aparência gótica, mas que depois de alguns instantes se revelava como sendo uma boate
-Giselle, este lugar é um dos pontos onde eu me alimento, e você também vai ter que se alimentar um dia. – Seu olhar era sério e ele não respirava, até que completou – Hoje quero que você encontre uma presa nesta boate. Giselle o olhou surpresa, queria não estar lá, queria nunca ter conhecido aquele monstro que estava a sua frente agora. Só conseguiu recuperar a fala depois de alguns instantes. Após isso ela encarou o Vampiro com um olhar de raiva e desceu do carro. A noite fria deixaria sua pele branca arrepiada se ainda houvesse vida na jovem.
Logo após ela ter descido, Jack desceu a conduzindo suavemente para dentro do lugar, até que ela só via pessoas dançando sobre luzes estonteantes e música alta. Aquele tipo de ambiente trazia lembranças divertidas, até que seus pensamentos foram interrompidos pelo homem que chegava falando com Jack
-Sua visita foi um acontecimento inesperado senhor. Ainda não preparei nenhum alimento para supri-lo. Jacques olhou para o homem e em seguida para Giselle e então disse alguma coisa inaudível num tom aparentemente sereno para o leão de chácara.
- Aqui vai mais uma curiosidade. As habilidades atribuídas a nossa espécie se dividem em disciplinas. E existem treze clãs, cada um com suas fraquezas e pontos fortes. Como eu sou do clã da Rosa, ou Toreador como queira. Isto significa que você também é. Imagine como genética. Uma coisa passada de pai para filho. Cada clã tem afinidades com certas disciplinas. O nosso clã é conhecido pelos vampiros sedutores que são mostrados em filmes. Nós temos uma disciplina para isso. Digamos que serve para atrair os holofotes para os nossos membros. Aliás, esqueci de dizer. Ficar falando "Vampiro, vampiro, vampiro" por ai, além de ser entediante pode levantar suspeitas ou no mínimo fazer você parecer uma louca abobada. Nós nos denominamos "Membros".
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