Vampiros - A Máscara
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.

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Mensagem por Undead Freak Sex Mar 27, 2020 7:05 pm

Embora considerada informalmente como uma cidade anarquista livre, Trenton, capital do Estado de Nova Jersey, nunca foi uma cidade anarquista de fato; nem da Camarilla e tampouco do Sabá. Trenton é domínio da família Giovanni, e assim tem sido desde o final do século XIX, quando a imigração italiana alcançou os portos norte-americanos como uma verdadeira tsunami, lotando o solo americano de “carcarmanos”. Claro, a maioria não era nada além pobres trabalhadores sem sorte, mas entre eles estavam muitos infiltrados do crime organizado, e quando falamos de criminosos italianos, obviamente estamos falando da Máfia. O que mafiosos fazem quando eles mudam de país? Exatamente a mesma coisa que faziam em sua terra natal: continuam sendo mafiosos.

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Nova York não foi a única a sofrer desse mal com as cinco famílias. Chicago, Filadélfia e tantas outras caíram vítimas da Cosa Nostra, da Camorra e da 'Ndrangheta. E como em tudo que há mortais há cainitas controlando nos bastidores, com a máfia não foi diferente. Os necromantes viram na máfia uma oportunidade não apenas de aumentar os lucros, como também uma forma garantir segurança e privacidade para seus experimentos macabros – aqueles experimentos relacionados com o “outro lado” da família. Claro, não foi difícil para a família se infiltrar nessa organização, e menos difícil ainda foi manter o poder. Os Giovanni não são apenas mafiosos, eles são mortos-vivos amaldiçoados, imortais. Ao longo das décadas, Don Giovanni matou seus rivais, roubou seus negócios e estabeleceu acordos com as demais família. É verdade que há muitos anarquistas em Trenton, mas a regra é clara: os Giovanni não enchem o saco deles, e eles sequer pensam em mexer com os Giovanni. Obviamente eu não estou dizendo que tudo são flores, mas é um pacto de não-agressão que funciona – e que vez ou outra vira uma aliança de interesse mútuo, por assim dizer.

Claro, Nova York continua sendo a “cabeça da comissão”. Isso não se discute. E também é ingenuidade achar que a família Giovanni é a única família da máfia com cainitas em suas fileiras, mas Don Giovanni está fazendo um ótimo trabalho. Os Giovanni estão entre as famílias mais poderosas, e se levarmos em conta os rivais russos, irlandeses, chineses e japoneses, a concorrência não é pouca.

E tudo que é bom pode melhorar, e foi o que aconteceu.

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Capítulo 1 – Sonhos de Pecadores

Juízes, advogados e políticos possuem licença para roubar. Nós simplesmente não precisamos de uma.
– Carlo Gambino.

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Olivia estava sentada em sua poltrona giratória de couro, revisando alguns papéis de seus casos mais recentes. Sobre a mesa, além dos papéis, canetas diversas, um grampeador, marca texto, livros, cadernos, um notebook com acesso a uma impressora e um cigarro que ela acabara de acender ardia no cinzeiro de vidro. Eram dados, planilhas, fotos, evidências, álibis... Tudo misturado em uma bagunça caótica e frustrante. Não era fácil manter os cães raivosos do Don fora das grades, mas ela sabia que o trabalho fora dado a ela, é porque ele confiava nela para tamanha responsabilidade.

Bufou, jogando de lado algumas folhas presas por um clipes. Ela estava entediada e sem paciência para organizar aquela bagunça toda naquele momento. Se levantou e agarrou o cigarro, levantando-se e parando de frente para a grande janela do seu escritório, que permita a ela uma vista altamente privilegiada da cidade, lá embaixo. Haviam centenas de luzes, misturas caóticas de barulhos tipicamente urbanos e um grande formigueiro humano nas calçadas, como sempre. Grandes massas de concretos erguiam-se como pilares negros por todos os lados, emparelhados em direção ao céu, que estava encoberto, sem estrelas, em um início de noite com clima abafado e desagradável.

Deu mais uma tragada profunda e soltou a fumaça lentamente. Queria uma desculpa para sair um pouco daquele escritório, mas nem fome sentia. Enquanto maquinava uma artimanha genial para dar uma espada, nem que fosse por apenas dez minutos, o destino pareceu favorecê-la. Seu smartphone vibrou no bolso do seu blazer. Uma mensagem de whastapp de Paolo.

Paolo escreveu:Está livre? Precisamos conversar. Tem como me encontrar no parque Cadwalader em meia hora?

Uma mensagem vaga, e ainda por cima de Paolo. Paolo era um dos soldati da quadrilha do caporegime Vincenzo Giovanni – um dos seus vários primos.

Era óbvio que se tratava de algum serviço que ele não podia deixar detalhes registrado em um aplicativo – evidência incriminatória. A mera ideia de voltar para o escritório com mais serviço lhe arrepiava, mas ao menos ela poderia dar uma caminhada e sair um pouco daquele lugar.

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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Mar 28, 2020 10:01 am

Spoiler:

Que noite desgraçada.

Olivia apagou o cigarro, pressionando-o contra o fundo do cinzeiro, deixando-o com os outros cigarros que tinha acendido naquela noite. Mas que desgraça: ela, uma vampira, fumando como nos tempos de mortal. Foda-se, pensou. Nenhum homem vai prestar atenção no cheiro de nicotina. Naquela época, quando ela ainda era capaz de andar à luz do sol, comer e se excitar, fumar era uma coisa que ela só fazia quando muito tensa - em outros casos, era desagradável e deixava um cheiro forte nas roupas. Mas aqueles dias passaram e ela não precisava mais se preocupar em ter uma boa aparência num encontro. Tudo que existia para preencher suas noites agora era trabalho e mais trabalho.

Ela se levantou e olhou para a mesa, cheia de documentos. Autos de processo, álibis, relatórios de casos... tudo numa completa bagunça. Isso a deixava ainda pior - Olivia odiava bagunça. Tudo tinha que estar em seu lugar para tornar a vida mais fácil. Documentos ao alcance da mão, nada escondido dos olhos para otimizar o tempo e tornar o trabalho mais eficiente. Apesar de tudo, ela ainda tinha certeza que daria uma ótima dona de casa.

Mas que caralhos. Com tanto trabalho a fazer e ela se lamuriando da ausência de vida amorosa. Ao inferno com sufrágio.

Levantou-se e foi até a janela. Olhou a cidade por alguns minutos, sem dizer nada. Lá embaixo, as pessoas viviam suas vidas em tranquilidade, sem imaginar o que as espreitava das sombras. Acendeu outro cigarro e deu uma tragada generosa, pensando que estava merecendo algumas noites de folga. Dada a sua condição, não exercia mais a função de advogada - pelo menos, não pessoalmente. Seu trabalho era orientar e prover os advogados da família com tudo que eles precisavam para exercerem uma boa defesa e arrancar todos os malditos homens do Don da cadeia. Os advogados, todos associados sem ligação sanguínea com a família, passavam uma sensação de maior credibilidade do que ela, que estampava seu sobrenome em todos os cartões. Mas, invariavelmente, todos os casos passavam por suas mãos. Além, é claro, do aconselhamento rotineiro sobre os assuntos da família. Embora desgastante, o trabalho lhe trazia o prestígio e o respeito que ela nunca conseguira de outra forma.

Pensou em escapar por algum tempo, mas estava desprovida de desculpas. Nem fome sentia - mas ainda tinha vontade de morder alguns pescoços por aí. Estava começando a pensar numa boa razão para tirá-la daquele escritório quando o celular apitou, anunciando a chegada de uma mensagem:

Paolo escreveu:Está livre? Precisamos conversar. Tem como me encontrar no parque Cadwalader em meia hora?

Olivia fez uma careta. Pelo menos, serviria como desculpa para dar uma caminhada lá fora. Com o cigarro pendurado na boca, digitou a resposta:

Olivia escreveu:Estou a caminho. Não se atrase.

É claro que se tratava de mais trabalho. Há muito que ela perdera a ingenuidade em pensar que um homem a procuraria por gostar de sua companhia. Os homens do Don a chamavam de Megera pelas costas, a maioria com boas razões para sustentar o apelido maldoso - mas eram tolos se pensavam que ela não sabia disso. Ela foi até o espelho do banheiro, retocou a maquiagem, ajeitou o cabelo e pegou sua bolsa. Isqueiro, cigarro e uma pequena pistola que carregava em último caso. Embora soubesse como usá-la, não pretendia ser nenhuma atiradora profissional. Tinha um segurança justamente para isso.

Desceu as escadas do prédio, passando uma mensagem para Will, seu carniçal.

- Boa noite, Will. - cumprimentou, educada. - Vamos ao parque Cadwalader.

Ao chegar, olhou pela janela à procura de Paolo. Ele reconheceria o carro e pararia na porta assim que o visse. Assim que ele entrou no carro, Will voltou a dirigir.

- Buona notte, Paolo. - disse, e olhou-o sem nenhum traço de humor. - O que você fez dessa vez?
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Mensagem por Undead Freak Sáb Mar 28, 2020 12:20 pm

De forma quase cerimonial, Olivia retoca a maquiagem, ajeita o cabelo, verifica a roupa e pega sua bolsa com alguns objetos mais casuais.

Olivia escreveu:Boa noite, Will. - cumprimentou, educada. - Vamos ao parque Cadwalader.

William, o segurança e carniçal de de Olivia, nada disse, apenas fez uma reverência respeitosa com a cabeça e seguiu sua mestra até o carro, abrindo a porta para ela. Assim que fechou a porta, imediatamente correu até o assento do motorista e deu a ignição no sedã preto – ele sabia que Olivia não suportava atrasos. Ele tomou o rumo mais otimizado, isto é, curto e com menos tráfico até o parque Cadwalader, não levando mais do que 15 minutos para chegar até lá. Durante o percurso, William olhava vez ou outra pelo retrovisor para Olivia. O contorcer tímido em sua boca indicava que ele desejava dizer algo; puxar papo, fazer um elogio, mas não sabia como iniciar a conversa – e também tinha medo de desagradar Olivia dizendo algo tolo, inoportuno ou intrusivo. Olivia percebeu isso e ela poderia até ficar feliz, se não soubesse que um carniçal ama seu mestre, mesmo que ele seja um Nosferatu.

Assim que o carro adentrou o parque, Olivia logo detectou o velho ford cor de mostarda de Paolo parado perto da fonte, onde havia bancos de madeira apropriados para momentos como aquele. William imeditamente parou o carro, correu abrir a porta para Olivia e fez uma espécie de reverência exagerada com o braço para ela.

Olivia escreveu:Buona notte, Paolo. - disse, e olhou-o sem nenhum traço de humor. - O que você fez dessa vez?

Paolo era um sujeito um tanto assustador, e é por isso que era ele que normalmente coletava as taxas do esquema de extorsão dos comerciantes. Ele lembrava bastante a criatura de Frankenstein. Tinha uma cabeça quadrada e grande, com um cabelo curto, castanho, que vivia bagunçado. Ele media mais de dois metros, pesava mais de cem quilos e tinha o físico de um ogro gigante, com uma grande cicatriz larga na bochecha esquerda.

Buona sera, signorina Giovanni – respondeu educadamente. Ele trazia um envelope pardo nos braços, razoavelmente grande, que parecia mesclar-se com o seu paletó, que tinha o tom de marrom mais sem graça do mundo. – Não fiz nada. Não se preocupe. Não são problemas, nem más notícias; muito pelo contrário. Podemos? – e indicou os bancos próximos da fonte de querubim.

Paolo não se importou em falar perto de William, pois sabia que ele era um homem de confiança de Olivia.

– Meu capo, isto é, o seu primo, me pediu para encontrá-la aqui para transmitir as palavras do Don. Mas antes de tudo, pegue isso por favor – e deu a Olivia o envelope. Era grosso e pesado, indicando haver um livro ou algo semelhante nele dentro. – Seu primo disse que isso veio diretamente do Don para você como presente, mas enfim, não vou tomar muito do seu tempo. Houve uma oportunidade de expansão de nossa família para Newark, que sempre foi um velho sonho do Don – dizia calmamente, enquanto ajeitava seu paletó. – O Don fez um acordo com algum político ou manda chuva da cidade, e ele gostaria de enviá-la para lá, para acertar os detalhes da negociação. Basicamente é isso. Ele disse que pode providenciar um helicóptero para a senhorita ainda hoje, bastando a senhora ligar para ele para confirmar.

Então Paolo se levantou calmamente. Aquele bruta montes fez uma reverência respeitosa para Olivia, preparando-se para sair.

– Disse tudo o que me foi mandado. Agora se senhora me der licença, preciso cuidar de alguns negócios para o seu primo. A geladeira queimou e a comida pode estragar
– isso em código significa “tem um filho da puta morto no meu porta malas e eu preciso dar cabo dele antes que comece a feder”. – Boa noite e boa sorte, padrona.

E então Paolo se virou e entrou no carro, deixando Olivia para trás, refletindo sentada no banco.
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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Mar 28, 2020 1:22 pm

– Buona sera, signorina Giovanni – respondeu educadamente. Ele trazia um envelope pardo nos braços, razoavelmente grande, que parecia mesclar-se com o seu paletó, que tinha o tom de marrom mais sem graça do mundo. – Não fiz nada. Não se preocupe. Não são problemas, nem más notícias; muito pelo contrário. Podemos? – e indicou os bancos próximos da fonte de querubim.

Ela ergueu a sobrancelha, transparecendo surpresa. Paolo era um dos maiores arruaceiros da família e ela já o livrara das grades mais de uma vez. A ideia de vê-lo sem a necessidade de pensar em mais trabalho era reconfortante. Acompanhou-o até um dos bancos e se sentou ao seu lado, olhando-o atentamente.

– Meu capo, isto é, o seu primo, me pediu para encontrá-la aqui para transmitir as palavras do Don. Mas antes de tudo, pegue isso por favor – e deu a Olivia o envelope. Era grosso e pesado, indicando haver um livro ou algo semelhante nele dentro. – Seu primo disse que isso veio diretamente do Don para você como presente, mas enfim, não vou tomar muito do seu tempo. Houve uma oportunidade de expansão de nossa família para Newark, que sempre foi um velho sonho do Don – dizia calmamente, enquanto ajeitava seu paletó. – O Don fez um acordo com algum político ou manda chuva da cidade, e ele gostaria de enviá-la para lá, para acertar os detalhes da negociação. Basicamente é isso. Ele disse que pode providenciar um helicóptero para a senhorita ainda hoje, bastando a senhora ligar para ele para confirmar.

Pela primeira vez naquela semana, Olivia deixou que a vissem sorrir. Tudo aquilo nada mais era do que o reconhecimento por um bom trabalho feito desde o seu Abraço e sinceramente, ela precisava de novos ares. A oportunidade de fazer parte da expansão da família para novos territórios foi uma ótima notícia para quem só estava esperando papelada por aquela noite.

- Muito bem, Paolo. - disse, e se levantou com ele. - Fico muito feliz em saber que você não fez nenhuma besteira ultimamente. Obrigada por me trazer notícias. Mande lembranças ao primo.

Assim que se despediu dele, voltou ao carro e deu uma olhada no conteúdo do envelope. Depois de avaliá-lo, ligou para o Don.

- Buona sera, signore. - disse, assim que foi atendida. - Meus parabéns pela nova conquista. Estou pronta para as negociações. Com quem terei o prazer de conversar em nome da Família?

Quando a conversa terminou, ela fez uma rápida investigação sobre o interlocutor da noite pelo smartphone. Reparou que William constantemente olhava para trás.

- Sim, Will? - perguntou, deixando um pouco do bom humor transparecer em sua voz. - Notei que você anda querendo conversar. Gostaria de dar uma volta de helicóptero hoje?

Ela não costumava ser tão gentil assim, exceto quando precisava alimentá-lo. Ainda que não fosse rude, mantinha a relação em termos bastante profissionais para os padrões Giovanni. No entanto, aquela noite a pegara de surpresa, e Olivia não se achava tão amarga assim para ser tão mal humorada a toda hora. Bem, toda mulher tinha seus momentos de ternura, não? Por que seria diferente com ela?
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Mensagem por Undead Freak Sáb Mar 28, 2020 2:58 pm

Foi uma boa reviravolta. Para quem esperava voltar para casa com mais papelada e mais problemas com a lei, aquilo tudo foi um bom motivo para renovar seu humor. Ela não só ganhara um presente do próprio Don, como também reconhecimento. Ela poderia deixar Trenton para trás por uns tempos, explorar novos ares e cuidar de coisa realmente graúda em nome da família.  Um sorriso sincero brotou em seu rosto, mas Paolo já havia partido para contemplar tamanha raridade.

Dentro do próprio carro, ela abriu o envelope e era de fato um livro. Não era um livro velho, bolorento e sujo, e sim um livro novinho, como que reimpresso especialmente para ela. A capa era dura, de couro vermelho. O papel, de muito boa qualidade, era branquinho, novo em folha e o cheiro de tinta e livro novo, aquele cheiro que todo cdf adora, emanava no ar. A coisa que mais chamou a atenção de Olivia é que não havia nenhum título ou informação, apenas o desenho de uma tíbia esculpida de forma diagonal na capa do livro – um trabalho de fato muito bem feito. Quando Olivia abriu o livro, teve outra surpresa. Na primeira página estava escrito em caneta preta “Propriedade de Olivia Giovanni”. Certamente o próprio Don escrevera. E falando no Don, Olivia decidiu ligar para ele imediatamente.

Olivia escreveu:–  Buona sera, signore. – disse, assim que foi atendida. – Meus parabéns pela nova conquista. Estou pronta para as negociações. Com quem terei o prazer de conversar em nome da Família?

Buona sera, bambina! – disse Don Carlo Giovanni, em um tom carinhoso. Carlo tinha uma estima grande por Olivia, e a sempre tratava de forma carinhosa, como se fosse sua própria filha. – Quanto a negociação, fico feliz que tenha aceitado, mas não devemos entrar em detalhes pelo telefone. Peça para o seu ragazzo te levar para o meu heliporto particular em uma hora, sim? Lá conversaremos melhor. De qualquer forma, foi bom que ligou. Espero que tenha gostado do presente. Sei que você está ocupada demais ultimamente, mas quando puder dê uma olhada. É algo importante para todos do nosso sangue, no final das contas.

Naquele momento Olivia sentiu-se de fato lisonjeada. O Don se deu ao trabalho de imprimir um livro com os segredos da família para que ela pudesse estudar tranquilamente, mesmo sabendo que imprimir tal material é altamente perigoso pelo risco de cair nas mãos de indesejados.

– Bem, uma coisa sobre a negociação posso te adiantar: você tem total liberdade de ação e se achar conveniente, pode levar uma ou duas pessoas da família como assistente para te ajudar, assim você não se sobrecarrega. Seria uma boa oportunidade para teus primos mais novos, Fabrizio e Antonella aprenderem algo além de fornicar, mas apenas se isso não for atrapalhar seus planos. Bem, até daqui a pouco. Ciao, bambina mia.

Olivia pensou um pouco nos primos mais novos. Fabrizio era um pazzo e Antonella uma bela putana que ia para cama com Fabrizio e outros irmãos e primos, mas talvez fosse interessante ter ajuda. Nunca se sabe o que pode acontecer em uma cidade nova.

Olivia escreveu:–Sim, Will? - perguntou, deixando um pouco do bom humor transparecer em sua voz. - Notei que você anda querendo conversar. Gostaria de dar uma volta de helicóptero hoje?

– Ah, eu... eu só gostaria de dizer que a senhora está muito elegante hoje, e se for do seu agrado, adoraria ir com a senhora de helicóptero para onde for – Olivia percebeu que William simplesmente não acreditava que ele tinha dito isso, e que agora ele estava com aquela cara de “é hoje que eu me fodo”.

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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Mar 28, 2020 9:58 pm

Don Giovanni escreveu:Buona sera, bambina! – disse Don Carlo Giovanni, em um tom carinhoso. Carlo tinha uma estima grande por Olivia, e a sempre tratava de forma carinhosa, como se fosse sua própria filha. – Quanto a negociação, fico feliz que tenha aceitado, mas não devemos entrar em detalhes pelo telefone. Peça para o seu ragazzo te levar para o meu heliporto particular em uma hora, sim? Lá conversaremos melhor. De qualquer forma, foi bom que ligou. Espero que tenha gostado do presente. Sei que você está ocupada demais ultimamente, mas quando puder dê uma olhada. É algo importante para todos do nosso sangue, no final das contas.

– Bem, uma coisa sobre a negociação posso te adiantar: você tem total liberdade de ação e se achar conveniente, pode levar uma ou duas pessoas da família como assistente para te ajudar, assim você não se sobrecarrega. Seria uma boa oportunidade para teus primos mais novos, Fabrizio e Antonella aprenderem algo além de fornicar, mas apenas se isso não for atrapalhar seus planos. Bem, até daqui a pouco. Ciao, bambina mia.

- Fico feliz que tenha me confiado esta negociação, signore. - respondeu. - Fique tranquilo, levarei os dois comigo. Vou chamá-los agora mesmo. Até daqui a pouco.

Olivia quase nunca se sentia lisonjeada. O Don, contudo, sempre conseguia este feito. Apesar de vampiro, ele tinha muito mais sensibilidade que a maioria dos homens que ela conhecia. Folheou rapidamente o livro, sentindo o cheiro das páginas. Nunca tinha se interessado muito pela Arte Negra, mas com um presente daqueles, só podia se jogar de cabeça nos estudos para mostrar que não o ganhara em vão. Guardou o livro na bolsa e olhou pela janela, sorrindo.

Will escreveu:– Ah, eu... eu só gostaria de dizer que a senhora está muito elegante hoje, e se for do seu agrado, adoraria ir com a senhora de helicóptero para onde for.

Ela deixou uma risadinha escapar e olhou para o retrovisor.

- Obrigada, Will. Você é muito gentil. - disse. - Já faz quase uma semana que eu não te alimento, não é? Vamos ter que dar um jeito nisso logo, mas por enquanto gostaria que você nos levasse para o heliporto do Don. Já que você se mostra tão disposto, nós vamos dar uma volta de helicóptero hoje. Parece que teremos um novo trabalho pela frente.

No caminho, procurou o contato de Fabrizio e ligou. Fez uma nota mental que, apesar de um completo louco, ele nunca tinha feito muitas investidas sobre ela.

- Boa noite, Fabrizio. É a Olivia. - cumprimentou, de volta ao tom áspero e profissional de sempre. - Estou partindo agora mesmo para o heliporto. Esteja lá o mais rápido possível. Temos que conversar.

Desligou rapidamente, sem dar nenhuma explicação. Certamente ele ficaria se perguntando se estava com algum problema.

Ao pensar em Antonella, entretanto, fez uma careta de desprezo. O trabalho na família restringira boa parte de suas relações com outras mulheres, e Olivia preferia trabalhar com homens. Mulheres - sobretudo, mulheres como Antonella - eram... problemáticas. Mesmo assim, uma recomendação do Don era uma recomendação do Don. Ele demonstrara boa vontade ao lhe dar aquela negociação em suas mãos e ela precisava demonstrar competência. Desde que sua prima soubesse o lugar dela, não teriam problemas.

- Antonella. Sou eu, Olivia. - cumprimentou, num tom seco. - Esteja no heliporto o mais rápido possível. Precisamos conversar.

Ao chegar no heliporto, ela desceu do carro e caminhou com passos firmes até o Don, cumprimentando-o com um beijo no rosto. Sorriu para ele e deu apenas um aceno de cabeça aos dois que a acompanhariam. Esperava que eles dessem conta do recado.
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Mensagem por Undead Freak Sáb Mar 28, 2020 11:28 pm

Olivia escreveu:– Obrigada, Will. Você é muito gentil. –  disse. – Já faz quase uma semana que eu não te alimento, não é? Vamos ter que dar um jeito nisso logo, mas por enquanto gostaria que você nos levasse para o heliporto do Don. Já que você se mostra tão disposto, nós vamos dar uma volta de helicóptero hoje. Parece que teremos um novo trabalho pela frente.

William mais uma vez tomou uma rota apropriada, tentando evitar o máximo de tráfego, dosando velocidade e bom senso na estrada. Era um sujeito competente no que fazia e nunca dava dor de cabeça para sua mestra. Era óbvio que a ideia de tomar o sangue de Olivia sempre o deixava eufórico, mas ao menos ele era responsável o suficiente para não deixar o fato afetar sua eficiência e concentração na estrada.

Sem perda de tempo, Olivia agora ligava para os contatos sugeridos pelo Don.

– Alô?

Olivia escreveu:– Boa noite, Fabrizio. É a Olivia. – cumprimentou, de volta ao tom áspero e profissional de sempre. – Estou partindo agora mesmo para o heliporto. Esteja lá o mais rápido possível. Temos que conversar.

Sem dar chance de nenhuma resposta, ela desligou. Isso com certeza deixaria Fabrizio confuso, mas isso não importava – na verdade, chegava a ser divertido.

De forma vacilante e sem muito boa vontade, ligou para a problemática Antonella, tentando não transparecer para sua voz o tom de desprezo impregnado em seu rosto.

– Boa noite. Quem fala?

Olivia escreveu:– Antonella. Sou eu, Olivia. – cumprimentou, num tom seco. – Esteja no heliporto o mais rápido possível. Precisamos conversar.

Olivia sequer deu oportunidade de réplica, como fez com Fabrizio.

Não demorou muito para chegarem na cobertura com o heliporto. Don Carlo estava lá, cercado de dois guarda-costas mal encarados que portavam submetralhadoras. Fabrizio estava sorridente, conversando com Antonella, que tinha uma expressão neutra quanto a estar lá, naquele momento.

– Ah! Aí está ela! – disse Don Carlo, se aproximando com sorriso e abraçando Olivia, após lhe beijar as bochechas e a testa.

Buona sera, prima! Você está particularmente elegante essa noite – disse Fabrizio, em seu jeito excessivamente alegre. – Trabalhando juntos? Vai ser ótimo!

– Buona sera, Olivia – disse Antonella, abraçando Olivia demoradamente e lhe dando um beijo longo na bochecha, o que pareceu estranhamente sério e, ao mesmo tempo, atencioso da parte dela.

Don Carlo colocou os três Giovanni em semicírculo diante dele, e falou de forma serena e pausada:

– Vocês três bem sabem que Newark é território da Camarilla, mas algo oportuno ocorreu a nós: o Príncipe está pronto para nos conceder dominio, proteção, respeito e oportunidade de expansão dos nossos negócios em Newark, em troca de nossos serviços na esfera mortal do submundo. Isso é, antes de tudo, uma negociação, então obviamente ninguém melhor para cuidar disso do que Olivia, minha consiglieri. – e ele sorriu para ela, enquanto dizia. –  Fabrizio e Antonella, quero que vocês ajudem Olivia e façam tudo o que ela mandar, entenderam? Ela tem total liberdade para cuidar disso da forma que achar melhor.

Os primos de Olivia concordaram com a cabeça. Eles não pareciam incomodados em trabalhar com Olivia ou obedecer ela.

– Bem, eu estarei em contato com vocês o tempo todo, pronto para mandar pessoal ou qualquer recurso que se mostre necessário. Contudo, acredito que apenas vocês três serão mais do que suficiente para lidar com essa situação, ao menos por enquanto.

Fabrizio perdeu seu sorriso bonachão por um momento, assumindo um ar reflexivo. Antonella permanecia neutra, tentando aparentar ser mais séria e responsável do que realmente era.

– Não se preocupem – disse o Don, como que percebendo a tensão dos jovens. – Eu não colocaria vocês nisso se não tivesse plena certeza de que vocês são capazes de cuidar da situação. Isso é uma oportunidade única, e será um crescimento para todos nós, e não apenas financeiramente.

O Don então fez um sinal com a cabeça para o piloto do helicóptero, que iniciou o motor do veículo.

– Marco vai conduzir vocês até Newark. De helicóptero vocês chegaram bem rápido. Lembrem-se: qualquer problema ou necessidade, entrem em contato diretamente comigo.

Don Carlo abraçou e beijou o rosto de cada um do trio Giovanni diante dele, despedindo-se e sendo escoltado pelos capangas armados para fora dali.

Don Carlo Giovanni:

Fabrizio Giovanni:

Antonella Giovanni:

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

O trajeto de fato foi bem curto. Durante a viagem, Antonella olhou para o horizonte com um silêncio soturno e compenetrado, como se algo a preocupasse. Fabrizio pouco falou, limitando-se a fuçar no celular e verificar se sua pistola, uma nove milímetros cromada, estava totalmente carregada.William permaneceu ao lado de Olivia, imóvel e calado, como um robô que estava temporariamente desligado.

Quando helicóptero aterrissou e o quarteto começou a descer, eles notaram que uma limousine preta os aguardava. O chofer estava do lado de fora, fumando despreocupadamente encostado na porta do  lado do motorista. Ao lado dele, uma mulher muito bela e vestida de modo impecavelmente formal, que se aproximou dos quarteto assim que eles desceram as escadas do heliporto.

– Saudações! Boa noite e sejam bem-vindos a Newark! Meu nome é Jennifer Blake. Eu fui designada para levá-los até a reunião.

Jennifer Blake:

William foi o primeiro a cumprimentar Jennifer. Seu cumprimento foi educado, porém tímido e formal. Fabrizio e Antonella foram muito mais calorosos, com abraços e beijos. Jennifer fez um sinal para o chofer, que assumiu seu lugar no mesmo instante, enquanto Jennifer abria a porta para os recém-chegados.

– Fiquem à vontade, por favor.

A limousine era luxuosa e seu interior confortável. Jennifer abriu um compartimento onde havia diversas garrafas de bebida.

– Para os membros, a bebida especial – e com isso ela queria dizer sangue – está nos frascos à esquerda. Para os que preferem bebida comum, há diversos drinques à direita.

O veículo começou a andar, deixando o local do heliporto e adentrando uma rua movimentada, misturando-se com o tráfego ordinário.

– Não iremos demorar para chegar no hotel, onde a reunião ocorrerá. Enquanto isso, eu tenho permissão para responder a qualquer pergunta que queiram fazer. O Príncipe deseja que todos vocês fiquem à vontade e se sintam acolhidos – disse ela, com um sorriso amistoso.
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Dom Mar 29, 2020 9:34 am

A satisfação de Olivia estava no auge. Primeiro, ela tinha recebido um presente maravilhoso. Depois, tinha sido designada para um trabalho importante, a altura de suas capacidades. Agora, tinha dois primos sob seu comando e o que poderia significar o início de uma nova quadrilha. Ouviu tudo que o Don dizia, cumprimentou seus primos amigavelmente e manteve, durante todo o tempo, o olhar orgulhoso de quem sabe o que está fazendo.

Depois de embarcarem, ela se despediu do Don com um aceno pela janela do helicóptero e olhou para a paisagem abaixo dela. Se havia uma possibilidade de conquistar território em pleno domínio da Camarilla, significa que existia a expectativa de uma aliança - ou, pelo menos, um pacto de não-agressão. De qualquer forma, ela precisava se manter atenta para novas oportunidades e para não deixar que o Príncipe os tratasse como bucha de canhão em seus joguinhos políticos ou contra o Sabá e anarquistas. Caso ele fizesse isso... bem, as consequências não seriam agradáveis.

Quando o helicóptero pousou, ela esperou que todos descessem e desceu por último, olhando para a noite. Avistou mais à frente uma moça bonita esperando-os junto de uma limousine. Olivia quase revirou os olhos ao observar a pele macia, a roupa impecável, a maquiagem bem feita. Estava começando a ficar impaciente com a frequência de mulheres bonitas naquela noite. Esperava não ter que lidar com nenhum contingente de Toreadores patricinhas.

Observou entediada enquanto Fabrizio a cumprimentava do típico jeito italiano. Cafajeste. Ficou por último, cumprimentando-a apenas com um aperto de mão discreto. Sentou-se no banco macio da limousine, ao lado de William, e olhou atentamente para sua anfitriã.

Jennifer escreveu:– Para os membros, a bebida especial – e com isso ela queria dizer sangue – está nos frascos à esquerda. Para os que preferem bebida comum, há diversos drinques à direita.

- Obrigada. - respondeu, e se serviu de uma pequena taça. Não estava com fome, mas precisava transparecer confiança e boa vontade. Aquilo não era uma negociação de guerra. Ainda.

Jennifer escreveu:– Não iremos demorar para chegar no hotel, onde a reunião ocorrerá. Enquanto isso, eu tenho permissão para responder a qualquer pergunta que queiram fazer. O Príncipe deseja que todos vocês fiquem à vontade e se sintam acolhidos – disse ela, com um sorriso amistoso.

Olivia deu um pequeno gole em sua taça, ouvindo-a atentamente. É claro que o Príncipe desejava que eles se sentiam acolhidos. Nenhum vampiro fazia nada à toa e este princípio se aplicava em dobro para um Príncipe da Camarilla - se fosse um Ventrue, se aplicava ao triplo. Era o ápice da burrice pensar que ele estava oferecendo domínio, proteção e respeito por pura simpatia. Ele colocaria suas etiquetas de preço em tudo isso e não seria barato.

- Qual é a situação atual da cidade? - perguntou ela.
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Dom Mar 29, 2020 11:04 am

Olivia escreveu:–Qual é a situação atual da cidade? - perguntou ela.

Dessa vez a expressão sorridente e serena de Jennifer assumiu um olhar mais neutro, como quando alguém chega no “x” da questão e deve tratar o assunto de modo sério.

– Newark está tomada pelo crime. Isso não seria problema se o submundo fosse apenas um playground dos mortais e nada mais. Mas é fato que muitos de nossos... “semelhantes” estão manobrando essas facções contra o Príncipe e tirando vantagem disso em movimentos ardilosos, escusos e furtivos. Existem traficantes latinos, mafiosos russos, gangues de gueto... Todas essas “células” criminosas possuem algum membro por trás delas com propósitos muito mais elevados e, sinceramente, o Príncipe já desconfia de uma infiltração do Sabá.

Jennifer fez uma pausa e olhou rapidamente o celular, como se estivesse esperando alguma mensagem, e então voltou a falar.

– Desculpe a interrupção. Bem, a ideia é basicamente um acordo. O Príncipe não pode nos envolver diretamente para minar esses recursos. Todos nós somos muito conhecidos pelos nossos inimigos para uma manobra dessas. A ideia é que vocês lutem por nós. Vocês são novos, recém-chegados e eles não estarão esperando esse tipo de aliança.

Jennifer parou de repente, olhando para Fabrizio, que olhava para ela de um jeito quase hipnótico, com um sorriso charmoso – e Olivia percebeu que Antonella também fazia isso. Jennifer, sem graça, desviou o olhar e continuou a falar, gaguejando um pouco nas primeiras palavras.

– Em resumo, vocês tomariam todo o submundo, derrubando uma facção de cada vez. Todos os “esquemas”, recursos e territórios desses criminosos ficariam sendo da família de vocês. Obviamente isso daria a vocês grande poder financeiro na cidade, além de obviamente a bênção da Camarilla, garantindo não só território de caça, mas também proteção, reconhecimento e, se for o desejo de vocês, um lugar formal nos assuntos da Torre de Marfim.

Fabrizio e Antonella olharam para Olivia. Ambos tinham expressões satisfeitas, e não era para menos. Dominar todo o submundo da cidade iria aumentar em quatro ou cinco vezes mais o poder da Família, fora os outros demais benefícios que Jennifer salientou tão apropriadamente. Basicamente o Príncipe estava fazendo o mesmo que seus inimigos, a diferença é que todos os criminosos da cidade – isto é, os Giovanni – seriam seus aliados, ao invés de serem ferramentas nas mãos dos anarquistas, do Sabá e de todos os outro. Ele iria reconhecer os Giovanni como aliados, destruir todos os outros e dominar a cidade, que basicamente se dividiria unicamente entre Camarilla e a Família Giovanni, que seria uma extensão do poder da própria seita, dando ao Príncipe soberania total.

– Chegamos – disse Jennifer olhando pela janela, e isso tirou todos de seus estados de reflexão

A limousine parou na porta de um grande e luxuoso hotel. Jennifer desceu primeiro, ajudando os demais a saírem. Quando todos haviam colocado os pés no chão diante da fachada daquele belo e colossal lugar, a limousine virou à direita descendo uma rampa e indo para o estacionamento do subsolo.

Hotel Hardenbrook (Lado de Fora):

– Me sigam, por favor – pediu Jennifer.

Olivia, acompanhada de seus primos e do fiel William, não conseguiram esconder o espanto. Aquele lugar não era um hotel, era um verdadeiro palácio, e o interior era tão majestoso quanto a própria fachada.

Jennifer os conduziu até o elevador. Eles desceram no último andar e ela os levou para a última porta do vasto corredor de mármore, através de um longo tapete azul.

– Ele nos aguarda aqui, cavalheiros e damas.

Ela bateu na porta timidamente três vezes, e uma voz masculina do outro lado disse “Entrem por favor”.

Suíte :

A suíte era realmente espantosa, e sem dúvida era a melhor do hotel. Parado, perto da janela e com as mãos para trás, em uma postura muito formal, um homem de boa aparência, com terno cinza olhava para o grupo que se aproximava, conduzidos por Jennifer. No sofá, dois homens de terno preto e cabelo escovinha, muito parecidos com agentes do FBI, limitavam-se a olhar e a cumprimentá-los com um aceno de cabeça.

Jennifer foi até o homem, sorridente como uma criança, que a beijou no rosto e a abraçou.

– Bem-vinda de volta, minha cara. Então... Estes são nossos novos amigos? Sejam bem-vindos. Tenho muito prazer em conhecê-los. Eu sou Robert Kane, Príncipe da Camarilla de Newark. – apresentou-se, apertando a mão de todos os presentes. – Vamos nos sentar, por favor. Temos muito o que discutir.

Robert Kane (Príncipe de Newark):

Todos se sentaram ao redor de uma mesa grande e extensa, de vidro negro, que era usada como mesa de jantar – com exceção dos dois homens do Príncipe, que continuaram sentados no sofá a certa distância.

– Sintam-se à vontade e peguem o que desejarem do freezer.

O Príncipe não demonstrava pressa ou intenção de afobá-los. Ele aguardou que todos estivessem bem acomodados e à vontade para iniciar o diálogo.

– Bem, antes de tudo, preciso saber o que Jennifer já adiantou à vocês durante o percurso até aqui. É importante, pois assim não perdemos tempo repetindo o que já sabem. Mas vejamos... Pelas informações que recebi de Don Carlo... Vocês são os irmãos Fabrizio e Antonella, certo? Ainda estão em... procuração, é isso? – Ambos responderam “Sim, majestade”, de forma educada. – Você, meu rapaz, se chama William, certo? – William, sem saber exatamente o que responder, imitou os irmãos dizendo um “Sim, majestade”, meio trêmulo e vacilante. – Agora, Don Giovanni salientou que a situação ficaria nas suas mãos, certo, senhorita Olivia? Há alguma dúvida ou objeção que deseje registrar antes de começarmos?
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Dom Mar 29, 2020 12:15 pm

Jennifer escreveu:– Newark está tomada pelo crime. Isso não seria problema se o submundo fosse apenas um playground dos mortais e nada mais. Mas é fato que muitos de nossos... “semelhantes” estão manobrando essas facções contra o Príncipe e tirando vantagem disso em movimentos ardilosos, escusos e furtivos. Existem traficantes latinos, mafiosos russos, gangues de gueto... Todas essas “células” criminosas possuem algum membro por trás delas com propósitos muito mais elevados e, sinceramente, o Príncipe já desconfia de uma infiltração do Sabá.

– Desculpe a interrupção. Bem, a ideia é basicamente um acordo. O Príncipe não pode nos envolver diretamente para minar esses recursos. Todos nós somos muito conhecidos pelos nossos inimigos para uma manobra dessas. A ideia é que vocês lutem por nós. Vocês são novos, recém-chegados e eles não estarão esperando esse tipo de aliança.

– Em resumo, vocês tomariam todo o submundo, derrubando uma facção de cada vez. Todos os “esquemas”, recursos e territórios desses criminosos ficariam sendo da família de vocês. Obviamente isso daria a vocês grande poder financeiro na cidade, além de obviamente a bênção da Camarilla, garantindo não só território de caça, mas também proteção, reconhecimento e, se for o desejo de vocês, um lugar formal nos assuntos da Torre de Marfim.

Sabia, pensou ela enquanto ouvia o resumo da ópera. Membros da Camarilla costumavam desprezar os Giovanni, e se estavam oferecendo tantas vantagens, era porque o trabalho era difícil ou sujo demais para as mãozinhas deles. Pelo menos, a oportunidade era boa.

Sentiu o sangue ferver ao perceber o assanhamento dos dois que a acompanhavam para cima da moça. Dirigiu um olhar severo a eles, deixando bem claro que estava observando-os e não estava satisfeita. Não era hora para loucuras e degeneração. Era uma reunião de negócios e não um sarau Toreador.

Observou o hotel onde a reunião aconteceria. Enquanto os dois babacas se mostravam impressionados, Olivia agiu como se estivesse numa reunião qualquer, demonstrando naturalidade. Só caipiras se deixavam abalar por uma bela paisagem - deixar-se impressionar por aquilo só deixava claro que o Príncipe estava conseguindo seus objetivos: demonstrar poder e imponência, mesmo que este poder todo não funcionasse na hora de colocar as gangues da cidade no cabresto.

Todos entraram na suíte onde o Príncipe os aguardava. Olivia encabeçou o grupo, apertando a mão de seu anfitrião de forma amistosa, porém sem muitos sorrisos. Para o bem de seus subordinados, era bom que se comportassem dessa vez.

Robert escreveu:– Bem-vinda de volta, minha cara. Então... Estes são nossos novos amigos? Sejam bem-vindos. Tenho muito prazer em conhecê-los. Eu sou Robert Kane, Príncipe da Camarilla de Newark. – apresentou-se, apertando a mão de todos os presentes. – Vamos nos sentar, por favor. Temos muito o que discutir.

Olivia tomou seu assento e avaliou o ambiente. Não precisaria ordenar que William ficasse em pé.

- O prazer é nosso, majestade. - respondeu.

Robert escreveu:– Bem, antes de tudo, preciso saber o que Jennifer já adiantou à vocês durante o percurso até aqui. É importante, pois assim não perdemos tempo repetindo o que já sabem. Mas vejamos... Pelas informações que recebi de Don Carlo... Vocês são os irmãos Fabrizio e Antonella, certo? Ainda estão em... procuração, é isso? – Ambos responderam “Sim, majestade”, de forma educada. – Você, meu rapaz, se chama William, certo? – William, sem saber exatamente o que responder, imitou os irmãos dizendo um “Sim, majestade”, meio trêmulo e vacilante. – Agora, Don Giovanni salientou que a situação ficaria nas suas mãos, certo, senhorita Olivia? Há alguma dúvida ou objeção que deseje registrar antes de começarmos?

Muito bem. Ele sabia com quem estava lidando e recebeu informações privilegiadas antes daquela reunião. Certamente tinha sido um sinal de boa vontade da parte do Don e também queria mostrar que estava fazendo o dever de casa. Um ponto para ele.

- Sim, majestade. - respondeu ela, educadamente. - Jennifer gentilmente nos informou sobre o dissabor pelo qual a cidade passa com a situação atual do submundo. Entretanto, gostaria de detalhes. É de conhecimento geral que os Brujah e Nosferatu costumam se envolver com o crime organizado. Existe alguém em suas fileiras envolvido com isso?

A pergunta tinha um propósito claro: entender o que ele queria além de estabilizar a situação. Uma cidade da Camarilla se beneficiaria de um submundo dominado por aliados, mas além da suspeita de infiltração do Sabá, Olivia precisava pensar que, talvez, ele estivesse numa guerra política com outro Membro da Torre de Marfim e estivesse usando as gangues como desculpa para trazer a Família para o seu lado. Não que ela tivesse alguma coisa com isso - Camarilla e Sabá poderiam explodir um ao outro, desde que a merda não respingasse neles -, mas a ideia de ser tratada como uma mera representante de um exército mercenário não lhe agradava. Afinal de contas, os Giovanni eram homens de negócio e não como aqueles malditos porcos sarracenos.
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Undead Freak Dom Mar 29, 2020 12:59 pm


Olivia escreveu:– Sim, majestade – respondeu ela, educadamente. – Jennifer gentilmente nos informou sobre o dissabor pelo qual a cidade passa com a situação atual do submundo. Entretanto, gostaria de detalhes. É de conhecimento geral que os Brujah e Nosferatu costumam se envolver com o crime organizado. Existe alguém em suas fileiras envolvido com isso?

– Não, senhorita Giovanni – respondeu calmamente o Príncipe. – Nosso pessoal atua do lado oposto, falando em termos gerais e populares. Políticos, Agentes da Lei, Militares, Empresários, etc. Contudo, o submundo é um recurso poderoso, que está sendo muito bem explorado pelos nossos algozes, e não podemos simplesmente ignorar isso. Quando as drogas sintéticas chegaram em Nova York, nas primeira metade do século XX, é certo que muitas famílias do que vocês chamam de “Comissão” relutaram em abraçar esse tipo de negócio, por questões de ética e bom senso; mas logo perceberam que ignorar e rejeitar o tráfico de entorpecentes seria um suicídio financeiro. A situação aqui em Newark com o crime no geral é uma situação semelhante.

Apesar de estar isento na prática, o Príncipe parecia ter um conhecimento sobre os rumores, as histórias e os boatos do crime organizado que chegava a soar desconfortante. Ele certamente sabia no que estava se metendo e não aparentava ser um idiota amador que acabou de assumir o trono.

Nesse momento alguém bateu na porta.

– Entre – requisitou o Príncipe.

Um homem muito grande adentrou na suíte. Era um negro alto, que usava sobretudo e tinha grandes dreads presos em rabo de cavalo. Ele trazia uma maleta negra, se limitando a deixá-la sobre a mesa e sair após o Príncipe dizer “Obrigado, Mason”.

Mason:

– Este é Mason, o xerife – comentou. – Vocês não vão precisar se preocupar com mais interrupções, e nós tampouco pretendemos nos demorar muito mais aqui, afinal eu designei essa suíte para ser o refúgio de vocês, pelo menos até vocês encontrarem um local mais apropriado na cidade, se este não for adequado para manter como permanente.

O Príncipe então empurrou com a ponta dos dedos a maleta para perto de Olivia.

– Nessa maleta há uma coleta detalhada de todos os criminosos que operam na cidade. Gangues, quadrilhas, traficantes, mafiosos, tudo. Há também dados que confirmam ou que sugerem a interferência cainita por trás da maioria desses grupos. Não sei como a senhorita Olivia está ponderando tudo isso, mas aí está tudo o que vocês precisam para lidar com a situação, incluindo números de contatos interessantes, que certamente vocês poderão dizer que eu forneci.

Robert então sacou um cigarro e o acendeu, pegando da mesinha ao lado um cinzeiro grande e pesado de vidro.

– Alguns criminosos menores poderão ser convertidos em seus aliados ou subalternos, mas isso é com vocês. Vocês tem total liberdade para agir e usarem os termos que acharem melhor. As nossas únicas condições são que vocês, obviamente, respeitem as nossas seis tradições sagradas e que vocês não interfiram nos negócios e territórios de outros membros da seita. De resto, vocês tem liberdade total. Eu garantirei que todos fiquem sabendo que vocês estão aqui e devem ser tratados como meus hóspedes de honra.

O Príncipe deu então uma longa tragada e levou um tempo soltando a fumaça perfumada de cravo para cima.

– Então, senhorita Olivia? Temos um acordo? Gostaria de discutir algo mais? Alguma pergunta?
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Mensagem por Akira Toriyama Dom Mar 29, 2020 4:47 pm

Primeiro: Saiba reconhecer uma boa oferta.

Segundo: Desconfie de ofertas generosas demais.

Terceiro: A não ser que tenha total controle da situação, nunca demonstre hesitação.

Olivia sabia que a oferta era boa - na verdade, era boa demais. Eles tinham as bençãos da Camarilla para varrer a concorrência da cidade e domar todo o submundo, mas ela também sabia que a tarefa era difícil, custosa e possivelmente suja demais. Ninguém era tão legal assim com os Giovanni. No entanto, ela não tinha tempo nem cacife para estender aquela negociação ou mesmo agir como se a proposta não fosse tentadora para a Família.  Se o Príncipe era tolo o suficiente para trazê-los para sua cidade e sacanear com eles, então isso não era culpa dela.

Robert escreveu:– Então, senhorita Olivia? Temos um acordo? Gostaria de discutir algo mais? Alguma pergunta?

Ela deu um sorriso de canto e acenou com a cabeça.

- Não, majestade. - respondeu. - A proposta ficou muito clara. Nós temos um acordo.

Quando Robert se levantou para ir embora, ela o acompanhou e apertou sua mão.

- É um prazer fazer negócios com sua majestade. - disse, num tom amistoso. - Começaremos a trabalhar o mais rápido possível. Aguarde nossos resultados.

Assim que se viu a sós com os carniçais, a postura profissional relaxou um pouco. Porém, ela se virou para o casal de irmãos com uma careta que beirava o nojo.

- Vocês não perdem uma oportunidade de serem uns pervertidos de merda, não? - resmungou, depois foi em direção à poltrona e se jogou, tirando os sapatos de qualquer jeito. - William, apronte a banheira, por favor. Você precisa se alimentar e eu vou dar um jeito nisso já.

Olhou novamente para Fabrizio e Antonella.

- Vocês já se alimentaram?
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Mensagem por Undead Freak Dom Mar 29, 2020 6:13 pm

Olivia escreveu:– Não, majestade – respondeu. – A proposta ficou muito clara. Nós temos um acordo.

– Excelente – disse o Príncipe, parecendo muito satisfeito. Jennifer também exibiu um grande sorriso de satisfação.

Robert e seus capangas do sofá se levantaram. O Príncipe apertou a mão de todos enquanto seus homens iam na frente, sendo os primeiros a deixar a suíte.

Olivia escreveu:– É um prazer fazer negócios com sua majestade – disse, num tom amistoso. – Começaremos a trabalhar o mais rápido possível. Aguarde nossos resultados.

– Tenham uma boa noite. Se me permitem uma recomendação, tirem o resto da noite para relaxar e conhecer a cidade. Acredito que deve ter sido muito corrido para vocês deixar Trenton para vir até aqui na mesma noite, portanto não precisam se preocupar com trabalho por hoje. Vocês precisam descansar.

Robert então saiu, enquanto Jennifer se despedia por último de todos. Antes de sair, ela deixou um cartão de contato com Olivia.

– Se vocês precisarem de qualquer coisa, basta entrar em contato direto comigo que eu farei o que puder.

Por fim William e o trio Giovanni estavam sozinhos na luxuosa suíte. Ao mesmo tempo que Olivia agora relaxava, tirando a tensão da negociação dos seus ombros, ela se virou para ralhar com Fabrizio e Antonella, com uma expressão que misturava asco e hostilidade.

Olivia escreveu:– Vocês não perdem uma oportunidade de serem uns pervertidos de merda, não? – resmungou, depois foi em direção à poltrona e se jogou, tirando os sapatos de qualquer jeito. – William, apronte a banheira, por favor. Você precisa se alimentar e eu vou dar um jeito nisso já.

Enquanto William saía para aprontar o banho para sua mestra, Fabrizio respondia em um tom chato de irmão caçula.

– Ah, Madonna mia! Que fizemos agora?!

– O Príncipe está certo – disse Antonella. – É melhor não começarmos hoje. Você está tensa, precisa relaxar.

– Ela está sempre tensa – retrucou Fabrizio. – Desde criança eu tento agradar ela, e até hoje nunca descobri como. De qualquer forma, talvez seja melhor sairmos para tomar um drinque e nos divertir. Assim podemos ter uma visão geral de como a banda toca por aqui, sem estar exatamente a trabalho.

– Não, Fabrizio – respondeu Antonella de novo. – Vamos ficar aqui e relaxar. Quero fazer algo entre nós três. Nṍs temos poucas chances de estarmos os três juntos e a prima Olivia nunca... Afinal, por que você nunca quis sair com a gente? Por que você nunca quis se divertir conosco?!

Antonella parecia um pouco indignada. Fabrizio parou e ficou prestando atenção no que Olivia iria responder, mas a única coisa que saiu dela foi a pergunta:

Olivia escreveu:– Vocês já se alimentaram?

Antonella suspirou. Era um suspiro de frustração. Ela respondeu um “sim” seco e foi para o quarto. Fabrizio afirmou com a cabeça sem nada dizer, foi até o mini bar e preparou um drinque com gelo. Ele então parou diante de Olivia, olhando-a friamente. Olivia achou estranha a postura dele, já que Fabrizio sempre foi sentimental. Ela já se perguntava por que diabos ela fazia isso quando ele se agachou e deu beijo na testa dela.

– Sério, prima. Tenta relaxar. Somos sua família, afinal de contas – e então se virou para a porta do banheiro e gritou: – Ei, Will! Vai querer uma bebida?
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Mensagem por Akira Toriyama Dom Mar 29, 2020 7:11 pm

Fabrizio escreveu:– Ah, Madonna mia! Que fizemos agora?!

Olivia inclinou a cabeça com uma expressão cínica no rosto.

- Se comportaram como dois maníacos pra cima daquela garota. - retorquiu, a voz mais cortante que navalha. - Isso aqui é uma negociação, não uma festa de fraternidade, que se me lembro bem, você era um frequentador assíduo. Eu não ligo que vocês façam suas brincadeirinhas pelos cantos. Isso não me interessa mais. Mas não numa situação dessas. Estou carregando uma negociação inteira nas costas e não vou correr o risco de perder tudo porque você e sua irmã não conseguem manter os genitais no lugar.

Respirou fundo e massageou as têmporas. Pensou no banho que William estava preparando e tentou relaxar. Pelo menos ele estava lá para não lhe dar preocupações, diferente dos dois primos.

Fabrizio escreveu:– Sério, prima. Tenta relaxar. Somos sua família, afinal de contas – e então se virou para a porta do banheiro e gritou: – Ei, Will! Vai querer uma bebida?

A gentileza dele derreteu um pouco do gelo que ela costumava causar nas situações. Fabrizio não costumava ser assim, a não ser por garotas que queria levar para cama - e ela nunca estivera nesse meio. Porém, Olivia tinha que admitir que a tensão estava grande demais e que precisava relaxar. As próximas noites trariam mais trabalho do que nunca. E ainda tinha aquele livro. E falando nele, ela o pegou de dentro da bolsa e folheou um pouco.

- Você também, Fabrizio - disse, num tom bem mais calmo. - Beba, relaxe. Leve alguma coisa para sua irmã beber. Eu só vou tomar um banho, alimentar William e passar o resto da noite em cima dessa maleta e de um livro que ganhei. Quero me adiantar o máximo possível e começar a trabalhar. A propósito, Will gosta de gim tônica. Prepare um copo que eu levo para ele.

Leu as primeiras páginas até que William avisou que o banho estava pronto. Então ela o fechou e caminhou para dentro do banheiro. Embora nunca tivesse dito nada, aquele era seu carniçal preferido. Era eficiente, não dava trabalho, discreto e ainda fazia alguns elogios. Esperava que, com o tempo, os outros dois se acostumassem com a rotina de trabalhar com ela.

- Fique à vontade, Will. - disse, sorrindo discretamente. - Vamos, entre. Você está oficialmente de folga. Vamos relaxar, porque está na hora da sua dose semanal.

Enquanto ele afundava na banheira, Olivia se despiu e caminhou até ele, deixando a taça de gim ao seu lado. Colocou as mãos sobre seu ombro, verificando sua tensão. Depois, entrou na água ao seu lado.

- Esses dois nem começaram e já estão dando chiliques. - comentou. - Ainda bem que eu tenho você, que não me causa nenhuma preocupação. Diga, Will: é tão ruim assim trabalhar comigo?

Ela se aproximou dele, numa distância bastante constrangedora. Tocou-o entre as pernas e deu uma leve mordida em sua orelha. Não sentia mais prazer, mas ainda podia dar isso a algum mortal - pelo menos a algum mortal que merecesse. Assim que ele ficou satisfeito, fez um pequeno corte na palma de sua mão e estendeu para ele.

- Vamos, querido. Beba. - falou, depois lambeu sua mão e deu um tapinha em seu ombro. Seu tom era estranhamente afetuoso. - Bom trabalho. Descanse bem, porque amanhã nossa nova jornada começa.

Saiu da banheira e se secou. Vestiu um roupão e saiu os cabelos molhados caindo por cima do ombro. Levou a maleta para a mesa e a abriu, pronta para ver tudo que tinha ali.

De uma forma ou de outra, a noite acabava em papel.
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Mensagem por Cain Dom Mar 29, 2020 7:11 pm

O membro 'Akira Toriyama' realizou a seguinte ação: Rolagem de Dados


'D10' :
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Resultado :
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Mensagem por Undead Freak Dom Mar 29, 2020 7:51 pm

Olivia escreveu:– Você também, Fabrizio – disse, num tom bem mais calmo. – Beba, relaxe. Leve alguma coisa para sua irmã beber. Eu só vou tomar um banho, alimentar William e passar o resto da noite em cima dessa maleta e de um livro que ganhei. Quero me adiantar o máximo possível e começar a trabalhar. A propósito, Will gosta de gim tônica. Prepare um copo que eu levo para ele.

– Então... Eu não te espero? – disse Fabrizio, meio desapontado, mas então deu de ombros e completou: – Tudo bem, como quiser, mas pensei que gostaria de estar conosco em um momento em família.

Ele preparou o gim, com Olivia sugeriu enquanto ela folheava o livro. O livro era bastante sinistro, falando sobre roubo de túmulos, reanimação de carne morta e barganha com espectros. Aquilo era o que definia a Família desde os primórdios, e agora como toda Giovanni, era direito dela ter acesso aos segredos de Augustus. Seria um aprendizado trabalhoso e provavelmente lento, mas valeria a pena, com certeza.

Fabrizio colocou a taça de bebida próximo dela e ficou próximo o bastante de Olivia para quase encostar seu rosto no dela. Ele, em um movimento sutil, acariciou seus cabelos e falou timidamente:

– Boa noite, priminha. Procure não se sobrecarregar demais – e então se virou e foi para o mesmo quarto que Antonella entrou, levando dois copos de bebida.

Ela começava a entrar em alguns detalhes sobre as divisões de linhas quando William chamou.

– O banho está pronto, senhora.

Olivia foi até o banheiro, e fechou a porta com William lá dentro. Ele era seu carniçal favorito, e estava na hora de alimentá-lo.

Olivia escreveu:–  Fique à vontade, Will –  disse, sorrindo discretamente. – Vamos, entre. Você está oficialmente de folga. Vamos relaxar, porque está na hora da sua dose semanal.

William obedeceu imediatamente. Sentia-se ofegante. Ele tirou a roupa e afundou naquela água quente e perfumada. Toda a tensão e cansaço de seu corpo pareceu desaparecer na hora. Ela entrou, ficando próxima dele.

Olivia escreveu:– Esses dois nem começaram e já estão dando chiliques – comentou. – Ainda bem que eu tenho você, que não me causa nenhuma preocupação. Diga, Will: é tão ruim assim trabalhar comigo?

– Não... senhora... é... ótimo – dizia William entre gemidos, enquanto Olivia mordiscava sua orelha, deixando-o de pau duro. Ao mesmo tempo, ela cortava a própria palma da mão e alimentava seu bichinho.

Olivia escreveu:– Vamos, querido. Beba – falou, depois lambeu sua mão e deu um tapinha em seu ombro. Seu tom era estranhamente afetuoso. – Bom trabalho. Descanse bem, porque amanhã nossa nova jornada começa.

William tomou o sangue de sua mestra de uma forma frenética. Havia adoração por ela estampada em seu olhar. Olivia era como uma Deusa para ele.

Depois da pequena farra, ela voltou para a sala de roupão, com o cabelo ainda úmido. Ela abriu a maleta e viu muitos papéis: encadernados, compilados, com fotos anexadas e bilhetes acrescentados com clipes. A Camarilla pode não ter agido diretamente, mas certamente fez o dever de casa. Quando ela pegou o encadernado mais grosso, folheou a primeira página e pegou algumas informações soltas, mas impressionantes.

Kuei Wong... 45 anos... Tráfico de Heroína... Fornecimento de Hong Kong... Área dos portos..............Kuei-Jin.

Nesse momento ela escutou a porta do quarto abrir atrás dela. Pelo barulho do chão, alguém se aproximava descalço, e pela leveza do passo, só poderia ser...

“Antonella”

Ela estava ali, nua. Ela continuo se aproximando quando Olivia girou a cadeira e se surpreendeu com a vista.

– Deixa disso... – disse ela, sentando-se no colo de Olivia e passando a mão no rosto dela. – Vem com a gente pro quarto, por favor. Vamos relaxar essa noite, sim? Amanhã nós te ajudamos em tudo, eu prometo.

Antonella era linda. Isso não se podia negar. Sua pele era cheirosa, quente e macia. Ela tinha seios do tamanho de melões e sabia ser sensual – com certeza:

Teste:

Ela fechou os olhos e aproximou os lábios da boca de Olivia, estando prestes a tocá-los. E agora? O que Olivia fará? Trabalho ou farra?

OFF:
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Império do Anoitecer – Crônica Solo.  Empty Re: Império do Anoitecer – Crônica Solo.

Mensagem por Akira Toriyama Seg Mar 30, 2020 4:32 pm

Olivia respirou fundo. Primeiro, porque não gostava de ser interrompida à toa. Segundo, porque Antonella era realmente gostosa. Ela nunca se interessara por mulheres antes e nem tinha tido oportunidades para uma experiência, mas aquela situação era estranhamente tentadora, por mais que ela soubesse que não teria a porcaria de um orgasmo.

E pensar nisso acabou causando certa brochada.

Antonella escreveu:– Deixa disso... – disse ela, sentando-se no colo de Olivia e passando a mão no rosto dela. – Vem com a gente pro quarto, por favor. Vamos relaxar essa noite, sim? Amanhã nós te ajudamos em tudo, eu prometo.

Ela colocou as mãos nos ombros da moça, afastando-a.

- Eu só estava lendo uma coisa aqui. - disse, depois mostrou o livro. - E ganhei isso aqui do Don, o que significa que tenho que estudar. Além do mais, já relaxei no meu banho. Divirta-se com seu irmão.

Girou a cadeira de volta para a mesa e largou os papéis da maleta de lado. Concentrou-se no livro o máximo que pôde, ciente de que os primos a ajudariam com as informações na noite seguinte. No entanto, vez ou outra a lembrança do convite a atormentava. A lembrança de conversas particulares com as irmãs sobre as massagens do primo Fabrizio borbulhavam em sua memória, junto com um antigo desejo de comprovar a veracidade das fofocas. Ela era uma vampira, porra. O tesão tinha morrido junto com ela há um ano.

Esfregou os olhos, depois a nuca. Se o tesão tinha realmente morrido, ela precisava comprovar pessoalmente. Fechou o livro e caminhou até o quarto onde os irmãos estavam. Entrou sem bater - eles não tinham tantos pudores assim - e encarou os dois diante dela, naquela cama. Apontou um dedo para Antonella.

- Afaste-se. - ordenou. - E não se aproxime a não ser que eu mande. E você - apontou para Fabrizio. -, vai fazer tudo que eu mandar. E eu quero uma massagem. Agora.

Então ela abriu o roupão.
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Mensagem por Undead Freak Seg Mar 30, 2020 7:08 pm

!!!!!!!!!!!:
Olivia escreveu:– Eu só estava lendo uma coisa aqui – disse, depois mostrou o livro. – E ganhei isso aqui do Don, o que significa que tenho que estudar. Além do mais, já relaxei no meu banho. Divirta-se com seu irmão.

Olivia afastou Antonella. Ela não se sentiu brava com a recusa, mas uma modesta tristeza ficou aparente no seu olhar.

– Tudo bem. Eu não quis atrapalhar você. Sei que você tem muita coisa para fazer e pensar. Me desculpe, prima – ela disse isso tudo em um tom muito formal e contido, e então pegou a mão de Olivia e a beijou, como os filhos faziam com as mães ou com a figura de maior autoridade e estima na família. O beijo foi sincero e respeitoso, sem malícia. – Não se sobrecarregue demais – e assim ela retornou para o quarto, balançando aquela bunda perfeita conforme caminhava.

Olivia tentou voltar aos seus afazeres, mas sempre que tentava ler alguma coisa, a palavra “peitos” acabava por substituir de forma inconsciente algum trecho de alguma frase, fosse no livro do Don, ou nos documentos entregues pelo Príncipe. Para piorar, o perfume de Antonella ainda podia ser sentido no ar, o que a deixava inquieta. Olivia tirou os óculos, apertou os olhos e depois massageou a nuca, tentando tirar a tensão do corpo e não pensar nos primos fornicando a poucos metros dela; mas era inútil. Logo as lembranças das famosas massagens de Fabrizio que passava de boca em boca entre as mulheres da família tomaram conta de sua mente. Olivia não resistiu e foi até o quarto, entrando sem pudor ou cerimônia.

Quando ela entrou, Antonella estava com a cabeça do caralho de Fabrizio na boca, e se limitou apenas a olhar para a porta quando ela abriu, sem remover a piroca do irmão de seus lábios. A entrada de Olivia deixou o casal curioso.

Olivia escreveu:– Afaste-se – ordenou. – E não se aproxime a não ser que eu mande. E você – apontou para Fabrizio. –, vai fazer tudo que eu mandar. E eu quero uma massagem. Agora.

O tom impertinente em sua voz não irritou nenhum dos dois. Antonella foi para a pequena poltrona ao lado da cama, ainda mais curiosa. Quando Olivia abriu o roupão e sentou na cama, Fabrizio se aproximou por trás e tocou carinhosamente seus ombros.

– Com prazer, prima – disse sussurrando no ouvido dela, enquanto seus dedos quentes massageavam o ombro e as costas dela, cada descendo cada vez mais.

Não era mentira. Até mesmo para uma vampira aquele tipo de coisa era, de um jeito ou de outro, prazerosa. Fabrizio então encostou seu tórax nas costas de Olivia e começou a acariciar seus seios. Ele estava muito quente e ofegante. Olivia olhou para Antonella, que estava sentada nua diante dela. Ela mordia os lábios enquanto se masturbava com os dedos. Ela também estava ofegante, com seu peito arfando.

– Está gostando? – perguntou Fabrizio, ainda sussurrando, passando a língua demoradamente no pescoço dela. – Quer aprimorar isso?
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Mensagem por Akira Toriyama Qua Abr 01, 2020 11:02 am

Olivia se sentiu absurdamente idiota quando se deu conta de que estava nua no meio de seus primos, recebendo uma massagem tardia de Fabrizio. Não que não fosse prazeroso — mesmo para ela, uma morta-viva, aquela massagem tinha se mostrado estranhamente eficiente. Mas devia ter feito aquilo antes, tinha que admitir.

Fabrizio escreveu:- Está gostando? Quer aprimorar isso?

Ponderou por alguns segundos. Idealmente, ela nem se daria o trabalho de estar ali e deixaria que os irmão se divertissem entre si. Mas não estava em pleno domínio de todas as suas faculdades e já tinha aceitado aquela massagem. A língua dele em seu pescoço também não a ajudava a pensar com lógica.

— Sim para as duas perguntas. — respondeu. — Ouvi muitas histórias sobre suas massagens nas minhas irmãs. Tenho que admitir que elas estavam certas. Antonella, vá buscar William.

Ela se virou para Fabrizio e deu um sorriso torto e debochado. Ergueu uma sobrancelha.

— Muito bem, ragazzo. — falou. — Sempre soube que você gosta de dormir com sua irmã. Mas não imaginava que ia se esforçar tanto para levar uma morta-viva para cama.

Empurrou-o com a mão, fazendo-o se deitar de novo. Foi até a porta e a fechou.

— Estou com pressa e não vou esperar por sua irmã. Vamos só nos dois.

***

Acordou quando a noite caiu. O cabelo bagunçado, o corpo com alguns pontos doloridos e a memória da noite anterior ainda em sua cabeça. Esfregou os olhos e colocou os pés para fora da cama, tateando o chão em busca de seu roupão. Depois de se vestir, foi tomar banho.

Uma vez vestida e pronta para o trabalho, foi para a mesa fuçar na maleta. Não eram poucos documentos e, se não tinha perdido a memória, os primos tinham prometido ajudá-la. Olhou para os primos e decidiu que era bom voltar ao tom profissional de sempre ou aquilo ia virar uma zona.

— Gostaria que vocês checassem esta maleta para mim. — disse. — Quero todas as informações contidas aqui num mural bem visível e de fácil acesso. Vou estudar um pouco e volto em uma hora. Me chamem se precisarem.

Foi para seu quarto, pegou o livro e se pôs a ler. Queria dedicar a próxima hora ao estudo da Arte Negra e depois, se focaria em ver o que seus primos estavam fazendo.
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Mensagem por Undead Freak Qua Abr 01, 2020 12:42 pm

Naquele momento Olivia só lamentava não ter tido aquela ideia antes, quando ainda era uma carniçal. Sentiu-se tola, ali. Fabrizio era de fato bom, e ela poderia ter aproveitado melhor toda essa oportunidade se tivesse investido ou dado algum sinal — aproveitado muito melhor.

Olivia escreveu:— Sim para as duas perguntas. — respondeu. — Ouvi muitas histórias sobre suas massagens nas minhas irmãs. Tenho que admitir que elas estavam certas. Antonella, vá buscar William.

Antonella se levantou e foi atrás de William. Contudo o fogo de Fabrizio já não a fazia pensar racionalmente e de forma fria e calma, como era o costume Foi então que se levantou, e com um sorriso debochado, falou para o primo:

Olivia escreveu:— Muito bem, ragazzo. — falou. — Sempre soube que você gosta de dormir com sua irmã. Mas não imaginava que ia se esforçar tanto para levar uma morta-viva para cama.

— Nós sempre quisemos você — respondeu Fabrizio, que não se aguentava para traçar Olivia. — Sabe como você fica sexy nessa roupa de escritório? Tantas noites a gente sonhou... Antonella em seus peitos, eu com a língua nessa sua vagina linda.... Ah, Mama Mia! — Se Fabrizio já fosse um cainita, Olivia poderia jurar que ele estava prestes a entrar em Frenesi.

Olivia escreveu:— Estou com pressa e não vou esperar por sua irmã. Vamos só nos dois.

Fabrizio sorriu e jogou Olivia na cama. Nesse instante Antonella voltou um com William confuso, que se assustou por um momento quando viu a cena, mas depois nada falou quando Antonella o atirou no sofá montou pela nele e começou a tirar a pica dele para fora da calça.

— Como você é deliciosa, Olivia — dizia Fabrizio, beijando e acariciando Olivia na boca, no pescoço, nos mamilos. Madonna! — Ele então começou a chupar sua boceta de um jeito bem quente, bem molhado. Os gemidos de William e Antonella deixavam aquilo tudo mais intenso. Olivia sentia-se como uma adolescente fazendo sexo no quarto com os pais no quarto oposto, correndo risco de ouvir tudo. Tudo o que se passava pela cabeça dela era “Foda-se. Não me arrependo de nada”.

Nesse momento Fabrizio empurrou o trem para dentro do túnel. A bengala de carne dele latejava, indo e voltando, malhando os lábios molhados da boca de baixo de Olivia. Antonella e William agora gemiam quase gritando, mostrando que William fazia o mesmo com ela.

É... tipicamente Giovanni, de fato.

!!!!!!!!!!!!!!:

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Olivia acordou com as pernas bambas no começo da próximo noite. Sentia seu corpo totalmente relaxado, livre de tensão. Fabrizio dormia como uma criança ao lado dela, totalmente nu. William estava em um colchão, totalmente apagado, com Antonella dormindo com a cabeça sobre o peito dele. Chegava a ser uma cena até bonitinha e romântica. A farra tinha sido boa, e ninguém tinha deixado de aproveitar.

Logo os pensamentos de Olivia se focaram de volta no trabalho enquanto ela tomava banho, lavando a farra do primo do meio de suas pernas — pelo menos ela não iria ficar grávida. Quando ela voltou do banho, todos haviam acordado. William estava sem jeito e não sabia o que dizer ou como se portar, sempre que algo que ele não espera acontece — aconteceu. Fabrizio se espreguiçava e pegava um pouco de macarrão da geladeira para comer, enquanto Antonella fumava um cigarro e comia um prato de bruschetta.

— Boa noite, prima — disseram os dois ao mesmo tempo, seguidos de um “Boa noite, senhora” mais contido de William.

Olivia escreveu:— Gostaria que vocês checassem esta maleta para mim. — disse. — Quero todas as informações contidas aqui num mural bem visível e de fácil acesso. Vou estudar um pouco e volto em uma hora. Me chamem se precisarem — respondeu agora em um tom mais formal, com medo que a estadia deles ali virasse uma zona por causa da farra anterior.

— Pode deixar — respondeu Fabrizio. — A gente vai adiantar as coisas para você aqui. — Os primos pareciam levar trabalho a sério também e demonstraram-se ávidos para cuidar do assunto. Isso agradou Olivia.

Olivia então foi para o quarto, levando seu tomo vermelho.

Libro Un – Linea Sepolcrale


Estava em italiano, é claro, mas isso não era problema, obviamente. Esse era o primeiro volume, muito provavelmente cada volume iria tratar de uma linha de necromancia. O livro dizia muito sobre os roubo de túmulos e as experiências envolvendo carne morta, mas isso era um sumário sobre o que era possível encontrar no livro. A introdução mesmo começava de forma suave, dizendo sobre as impressões psíquicas que residem no cadáver mesmo após a morte. O livro colocava a questão como resíduos ectoplásmicos do espírito que, mesmo após partir, “deixa um pouco de si para trás”, e assim um necromante poderia obter informações sobre as últimas coisas que aconteceram, sugando esses resíduos como se fossem memórias. Nada indicava que o ato de “sugar” era literal, ou seja, não envolvia sangue morto ou carne do cadáver. A leitura parecia ser algo completamente mediúnico, feito através dos olhos do cadáver, o que fazia analogia à frase de que “os olhos são a janela da alma”.

O sangue Giovanni de Olivia ferveu em suas veias. Aquilo era tudo fascinante, e ela mal havia começado. Gastou apenas uns dez, quinze minutos em menos de vinte páginas, e já se sentia ávida para devorar todo aquele conhecimento novo e grandioso.

Nesse momento... Olivia escuta alguém bater forte na porta. A pessoa do outro lado grita “Entrega!”. Isso é estranho. O hotel não deixaria ninguém subir e bater diretamente na porta de um hóspede. Todas as entregas são gerenciadas pela recepção e a comunicação é feita por interfone, logo...

Fabrizio bate na porta rápida e furtivamente. Ele está com a pistola na mão e um olhar sério. Ele faz um sinal de “silêncio”, colocando a ponta do indicador nos lábios e, em seguida, faz outro sinal com a mão, pedindo para Olivia vir com ele.

Aí tem merda.

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Mensagem por Akira Toriyama Qui Abr 02, 2020 11:03 am

A leitura era fascinante. Olivia lia com atenção e ao descobrir os métodos que teria que usar, abriu um pequeno bloco de notas que carregava na bolsa e começou a fazer algumas anotações. Precisava pensar em um novo refúgio, porque aquele hotel não atenderia a todas as necessidades que se apresentavam naquele livro.

Prioridades:

1- Encontrar um novo refúgio.
1.1 - Deve ser grande, de preferência com um porão.
1.2 - Discreto.
1.3 - Garagem para vários carros.
1.4 - O porão deve ter uma boa fiação elétrica.

2 - Comprar pelo menos um furgão.
2.1 - Não precisa ser novo, mas deve ser discreto.
2.2 - Adaptado para carregar carga.
2.3 - Placa fria, ÓBVIO.

3 - Localizar todos os cemitérios da cidade.
3.1 - De preferência, longe de territórios de outros Membros.
3.2 - Deve ser possível subornar a segurança e os coveiros.
3.3 - Fazer pelo menos um carniçal ali, para facilitar as coisas.

4 - Freezers, sacos plásticos e toda a parafernália.
4.1 - Pelo menos três freezers, não precisam ser novos.
4.2 - Mantê-los ligados sempre.
4.3 - Grandes, mas móveis o suficiente para serem levados ao porão.
4.4 - MUITO ÁCIDO.

5 - Se possível, tentar subornar alguém no IML.

Estava distraída com a leitura e as anotações quando ouviu baterem na porta. Ao abrir, ela se deparou com seu primo armado e pedindo silêncio. Lá fora, alguém batia na porta dizendo ser uma entrega. É claro que aquilo era cilada: todas as entregas eram fiscalizadas na entrada e comunicadas via interfone. Se alguém conseguiu subir, não foi pelas vias comuns.

Deu um olhar rápido para Antonella e William e fez um gesto para que se armassem. Foi até sua bolsa no quarto e sacou sua pistola, engatilhando-a. Apontou-a para porta e ficou esperando, forçando seu sangue para melhorar sua pontaria.

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Mensagem por Undead Freak Qui Abr 02, 2020 6:37 pm

Fabrizio apontava sua beretta 9mm para a porta. Antonella estava do lado, com sua lupara que ela tirou da bolsa, pronta para explodir qualquer coisa que ousasse cruzar para dentro da suíte sem permissão. Olivia apontou sua pistola também, mas canalizou seu sangue focando em deixar suas mãos mais ágeis para um provável confronto.

– Quem é? – perguntou Fabrizio, em tom autoritário. – Anuncie-se. Agora!

Não houve resposta. Ele vagarosamente olhou no olho mágico e foi destrancando a porta vagarosamente. Ele então se colocou atrás da porta e abriu subitamente, deixando a linha de visão livre para Olivia e Antonella. Contudo não havia ninguém. Fabrizio verificou os cantos, mas não havia ninguém escondido. Ele fez questão de tocar o ar, para ver se algum maldito usava ofuscação, mas suas mãos nada sentiram. A única coisa que havia era um  envelope pardo jogado na soleira da porta. Media 15 x 15 centímetros e estava murcho. Haviam três pequenos calombos nele, mas era pequeno demais para ser uma bomba ou algo igualmente ameaçador. Fabrizio pegou o envelope e voltou logo para dentro, trancando tudo.

Quando ele abriu, a primeira coisa que tirou do envelope foi uma flor roxa. Tinha um caule verde pálido e suas pétalas cresciam para cima, semelhante a um pequeno gomo de romã. O resto do envelope era um par de olhos humanos de cor azul.

Pezzos di merda – disse Fabrizio, em um tom de raiva sufocada. – Mal chegamos e já estamos sendo ameaçados.

Aquilo era claro. Os olhos obviamente diziam “Estamos de olho em vocês”, e a flor, amaranto, era uma ameaça de natureza cainita. Era uma ameaça antiga e caiu em desuso há muito tempo, mas todos ali sabiam o significado daquilo. Era costume nos tempos antigos “presentear” alguém que se quisesse diablerizar com uma flor de amaranto. Isso era particularmente válido para os assamitas. A mensagem toda poderia ser lida como “Estamos de olho. Parem enquanto há tempo ou devoraremos  vocês”.

– Eu já sabia que não poderíamos ficar muito tempo aqui – continuou Fabrizio. – Esse refúgio é muito espalhafatoso, chama muito a atenção. Os inimigos do Príncipe já sabem que estamos aqui e não querem nós metendo o bedelho no território deles.

– Temos que atuar das sombras se quisermos jogar aqui – respondeu Antonella. – Não há garantias de quem mandou essa ameaça. Pode ser qualquer um, até mesmo alguém da Camarilla. Não sabemos até onde a percepção ou sinceridade do Príncipe vai, e seria tolice presumir que toda a torre esteja feliz com esse acordo.

Uma coisa era fato: Os primos estavam se mostrando mais sábios e úteis do que Olivia esperava. Isso pode dar certo, afinal.

– Bem prima, como quer prosseguir? – perguntou Fabrizio.

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Mensagem por Akira Toriyama Sáb Abr 04, 2020 9:28 am

Aquela era a definição máxima de recepção calorosa. Olivia ficou olhando para o conteúdo do envelope sem esboçar nenhuma reação, completamente fria. Felizmente, já estava começando a pensar numa forma de sair dali.

Fabrizio escreveu:- Eu já sabia que não poderíamos ficar muito tempo aqui – continuou Fabrizio. – Esse refúgio é muito espalhafatoso, chama muito a atenção. Os inimigos do Príncipe já sabem que estamos aqui e não querem nós metendo o bedelho no território deles.

— Estava pensando na mesma coisa. — respondeu ela, depois foi para o quarto e trouxe a folha de caderno para ele. — Estava justamente pensando nas nossas prioridades para começarmos a trabalhar. Quero que você encontre um novo refúgio para nós, com todas estas características. William, pesquise por um hotel mais discreto que esse, depois chame um taxi. Antonella, você me ajuda com as malas. Nós vamos sair daqui.

Ela caminhou até a mesa, onde o conteúdo da maleta estava espalhado. Olhou brevemente para tudo, depois recolheu todos os papéis e os colocou de volta na maleta. Hora de mudar a base.

***

Uma vez que estivessem num novo lugar, Olivia se sentou numa cadeira da mesa na suíte do novo hotel e acendeu um cigarro. Não queria se comunicar com ninguém da Camarilla, pelo menos não ainda. Sua prima tinha razão: não dava para saber até onde a sinceridade do Príncipe ia, e era uma burrice imensa acreditar que todos os membros da Torre de Marfim estivessem felizes com a presença da Família ali.

— Vamos começar tudo de novo. — falou para seus subordinados, abrindo a maleta. — Quero analisar tudo isso ainda hoje e ver se algum suspeito se encontra nessas informações. Vocês podem estranhar, mas suspeito que o Príncipe tenha nos chamado aqui para dar um jeito em alguma guerra interna.

Liberou Fabrizio e William para descansarem naquela noite. Ela os queria ativos durante o dia, quando poderiam procurar um novo refúgio e providenciar tudo que precisariam para uma base de operações segura. Manteve apenas Antonella para ler tudo aquilo com ela.
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Mensagem por Undead Freak Sáb Abr 04, 2020 9:17 pm

O novo lugar que William encontrou chamava-se “Blackthorn Apartments”. Ficava próximo da avenida Doremus, perto da região do porto. Não tinha nada do luxo da suíte, mas era aconchegante. Era uma construção modesta, de madeira, mas era um lugar limpo, discreto e com poucos hóspedes. Talvez não fosse o tipo de lugar desejado, mas era o tipo que eles precisavam. A visão que os outros possuem sobre os Giovanni quanto ao luxo é muito parecida com a visão que eles possuem sobre os Ventrue e os Toreador. Se isso é verdade ou não, não importa. O que importa é que ninguém espera que mafiosos necromantes estarão hospedados ali, em um lugar como aquele.

O quarto tinha uma luz intensa de cor amarela. Antonella olhava pela veneziana da janela o movimento da rua, tentando captar algo suspeito, enquanto William cuidava da bagagem e Olivia organizava a papelada em uma pequena mesa. Fabrizio tinha saído para cuidar das prioridades da lista que Olivia tinha dado para ele. Nas palavras dele, ele estaria dando “seus pulos” e voltaria em algumas horas, se tudo ocorresse bem.

Antonella então foi até a mesa – muito menor do que a mesa da suíte, é claro – e começou a ajudar Olivia com a papelada.

– Não tivemos muito tempo para ver os papéis na suíte, já que a “surpresinha” nos distraiu e nos forçou a sair de lá o mais rápido possível – começou a falar para Olivia –, mas Fabrizio e eu percebemos que basicamente o submundo mortal desta cidade se divide em quatro facções principais.

Ela então pegou um caderninho e começou a enumerar as facções por ordem de força, poder e relevância.

– A primeira são os “mics”, isto é, os irlandeses. Há uma quadrilha grande desses putos cabeças-de-fogo por aqui, lideradas por Luke Byrne. Eles são os maiores criminosos dessa cidade. Eles controlam o norte e o centro de Newark.

– A segunda facção mais poderosas são os “chinas”. Parece que um dos clãs das tríades possui negócios aqui. O cabeça desse clã é um gordo quarentão chamado Kuei Wong e, obviamente, eles se concentram no sul e sudeste, bem perto de onde estamos agora. Tudo indica que há Kuei-Jin operando entre eles. Quantos nós não temos certeza, mas ao menos meia dúzia deles é certeza.

– A terceira facção se encontra no leste. São russos ou ucranianos. Não temos certeza se é alguma facção da Bratva, mas as chances são grandes. O nome do puto é Nicholay Zhirkov. Ele e o irmão Igor comandam tudo.

– Por fim, instalado em uma porção do leste, Juan “Juanito Perro” Mendez é o senhor cocaína por aqui. O tráfico de pó é dominado totalmente por ele e seus homens. Eles são a minoria, mas não deixam de ser menos perigosos por isso.


Antonella largou a caneta, suspirou e então olhou para Olivia e William, que encarava toda a situação com certo fascínio e interesse.

–De acordo com as informações anexadas, Juanito e Wong lutam constantemente pelo tráfico. Os “mics” auxiliam Juanito, ao mesmo tempo que estão em guerra com os “Vodcas”. Se eu fosse chutar um palpite para fora da esfera mortal, tudo indicaria que Juan e os irlandeses são uma extensão dos anarquistas, já que parecem cooperarem entre si. Quanto a Wong, não preciso nem dizer. Ninguém quer cataianos tocando o puteiro por aqui. Já os “Vodcas”... bem, nada impede que um Tzimisce do Sabá esteja puxando as cordinhas. O que acha?

Antes que Olivia pudesse dizer algo, alguém bateu na porta. Antonella instintivamente sacou sua lupara e apontou para a entrada, mas relaxou na mesma hora que ouviu Fabrizio se anunciar.

– Tenho boas novas, minhas lindas damas que amo tanto – começou a falar. – Consegui um furgão, como você queria, minha prima. Tem todas as suas especificações. Andando por aí e falando com as pessoas certas descobri a oficina de um sujeito bem legal, que deu um jeito na placa pra mim. Quanto ao refúgio, tem uma casa antiga bem perto de um cemitério, que ninguém parece se interessar por ter fama de mal assombrada e por ter sido palco de várias tragédias no passado. Eu andei falando com o porteiro do cemitério, e ele pareceu ser um cara bem cooperativo, principalmente quando dei uma gorjeta para ele.

Fabrizio então sentou e acendeu um cigarro,  suspirando um pouco de cansaço.

– Saiba que não vai ser difícil resolver os itens da terceira lista. Os membros desta cidade não parecem ter muito interesse em cemitérios. Com exceção de um, nenhum foi “reivindicado”, por assim dizer. Sinceramente os coveiros não dão a mínima se você saquear túmulos e fazer malabarismo com crânios. Uma grana na mão deles garante cumplicidade total. Agora quanto ao IML, bem, parece ser domínio de alguns malkavianos, mas nada que uma negociação não resolva, creio.

Olivia escreveu:— Vamos começar tudo de novo. — falou para seus subordinados, abrindo a maleta. — Quero analisar tudo isso ainda hoje e ver se algum suspeito se encontra nessas informações. Vocês podem estranhar, mas suspeito que o Príncipe tenha nos chamado aqui para dar um jeito em alguma guerra interna.

–  Ah, isso sem dúvidas –  comentou Fabrizio.

Olivia liberou o primo e William para descansar. Ela iria precisar deles durante o dia. Antonella ficou com ela traçando planos e fazendo o resto do reconhecimento enquanto os dois se despediram e foram para a cama, com o típico aviso “Não se sobrecarregue demais” de Fabrizio, antes de ir para a cama.

– Há um número relevante de criminosos independentes, que trabalham para quem pagar mais – disse Antonella, após se despedir de Fabrizio e William –, contudo é bom estabelecermos um ponto de partida. Há muitos detalhes para revisar sobre essas facções. Muitas pessoas envolvidas.

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Mensagem por Akira Toriyama Seg Abr 06, 2020 4:57 pm

Irlandeses, chineses, russos e mexicanos. Tudo na mesma cidade, disputando território como loucos, enlouquecendo o Príncipe e os engomadinhos da Camarilla. Olivia acendeu um cigarro e ficou olhando pela janela através de uma pequena abertura da cortina. Soprou uma nuvem de fumaça para cima e ficou pensando no que faria para dominar tudo aquilo. A vontade era chamar a maior quantidade de esquadrões possíveis para metralhar todos os malditos logo.

Até onde sabia, os chineses poderiam ser os mais perigosos pelos simples fato de abrigarem cataianos entre eles. Ela nunca tinha visto um, apenas ouvido histórias aqui e ali — e todas elas tinham um ponto em comum: os vampiros orientais não deviam ser subestimados nunca.

Quando Antonella terminou, Olivia a encarou por um segundo, surpresa com a competência que os dois vinham demonstrando. Olhou para toda a papelada e decidiu que não podia traçar seus planos a partir de um quarto de hotel. Isso colocaria muitas pessoas em risco gratuito e chamaria muita atenção, além de atrair o desagrado dos cainitas da cidade. Era bom agir discretamente.

Então Fabrizio entrou, dando as novidades. Ele tinha encontrado uma boa casa, olhado os cemitérios, e já tinha um carro para facilitar as coisas. Ela deu um sorriso de lado, demonstrando aprovação.

— Bom trabalho. — elogiou. — Nós vamos nos mudar amanhã, então quero que você providencie tudo durante o dia junto com William. Então, descansem. Vamos começar a dominar essa cidade assim que tudo isso estiver pronto.

Voltou para a mesa com Antonella. Reviu as informações que tinha anotado, pegou os papéis espalhados. Ainda era muito cedo para começar aquilo. Precipitação poderia arruinar aquela operação inteira e ela não queria ser a responsável pelo fracasso.

Antonella escreveu:– Há um número relevante de criminosos independentes, que trabalham para quem pagar mais – disse Antonella, após se despedir de Fabrizio e William –, contudo é bom estabelecermos um ponto de partida. Há muitos detalhes para revisar sobre essas facções. Muitas pessoas envolvidas.

— Você tem razão. — concordou. — Vamos usar essa noite para isso. Começaremos a trabalhar assim que tivermos um refúgio estabelecido. Este lugar só vai funcionar como esconderijo e nós precisamos de um lugar mais seguro antes.

Respirou fundo e deu mais uma tragada no cigarro. Os papéis a esperavam.
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