Os Livros de Eluna - VtM (A quem interessar)

Capítulo 1 - Pedra sobre pedra

6 de outubro de 1987, a noite estava mais fria que de costume. Uma névoa densa cobria a cidade maltratada pelas batalhas brutais. Os anciões da Camarilla faziam questão de manter uma viseira no mundo externo, muitas pessoas foram dominadas, influenciadas ou passadas por uma lavagem cerebral. Só aqueles que realmente não enxergavam um palmo na frente do nariz ou não tinha onde cair morto, não havia deixado à cidade. Durante 14 dias, o asfalto antes quente dos pneus fritando as alamedas, ficara frio e desenvolvera um aspecto sombrio. O sabá emergia como uma doença sem limites da Sunset Boulevard à Beverly Hills. Só sobrava a La Ciniega para a Camarilla, enquanto de Downtown à Santa Monica, os anarquistas unidos sob a bandeira de Garcia governavam a punhos de ferro.

Aos poucos a cidade retomava suas atividades e comércios voltavam a funcionar. Turistas retornavam e as fronteiras fora aberta novamente. O CDC havia eliminado qualquer risco da epidemia que assolou a cidade e matou muita gente. O Cassino fora abandonado pelos caçadores e por um tempo, o Sabá o dominou. Até se tornar inviável estrategicamente, pois o território ao redor, pertencia aos anarquistas.

O que havia acontecido era uma clara incursão do Sabá nos estados livres anarquistas e com sucesso se estabeleceram em Hollywood, afastando o fraco príncipe e reduzindo o território da Camarilla a uma rua e convidando caçadores para um verdadeiro festival de sangue.

Na sede da Camarilla...]

No assoalho do madeira da sede podia-se ouvir os passos de bota no salão, o som se traduzia em precisão e agilidade, quando a grande porta abria, podia-se ver a figura de Raika acompanhada de Theo Bell.

- Minha Príncipe interina, vim oferecer meus serviços. Como bem sabes eu era a responsável por promover as raves em que Eluna recrutava membros para nossa causa. (Raika)

- Helena, eu irei fazer o que faço de melhor, investigar e caçar no território do Sabá. Em alguns dias voltarei com informações. Faça um bom reinado até Eluna retornar. Conte com o Sales e o que sobrou da primigenie se precisar de algo e não confie no rato, eu ainda não sei qual é a dele. (Theo)

No grande salão, alguns lacaios murmuravam sobre um show do Motley Crue que se apresentaria no Key's Club, Sunset Strip. Isso marcaria o retorno triunfante do mercado musical da cidade. Além disso Hollywood voltava a produzir filmes após um período parado. Quem estava no salão podia ouvir os murmúrios. O povo precisava de uma festa.

Na sede do Sabá...

Na antiga mansão de Salazar, um Giovanne que conheceu a morte final, está instalado muitos carniçais e é onde o Arcebispo Sascha Vykos trama sua teia maligna. Quando Nina, uma assamita contratada descobre a identidade do arcebispo compreende o afastamento de Lucita, pois esta e outros cainitas famosos como Anatole e Beckhet se tornaram inimigos de Vykos a tempos. E Lucita quando da Camarilla chegou a combater contra Sascha.

Na sede da academia anarquista...

A academia cheirava um misto de desinfetante e óleo empregado no maquinário. Durante o dia, os atletas treinaram e à noite a academia recebia visita regulares. Esta noite não seria diferente, mas algo incomum surgia. A presença de quatro barões. Em um minuto, a academia era infestada por nicotina e àlcool. O mais bebado deles tinha a barba manchada de sangue e vomito.

- Barão Star, temos notícias dos baronatos e García está ocupado demais em suas maquinações para nos ouvir hoje. A verdade é que acreditamos que ele ainda está meio abalado pela morte de Mc'Nail. Montamos guarda em todo ponto estratégico nas fronteiras que separa nós do Sabá. Eles estão se movimentando e não sabemos se vão ou não atacar e se sim, quando e onde. Temos que estar preparado. Seu baronato é o maior da região e provavelmente o principal alvo. ( Steve)

- Vamos ateiar fogo neles ! (Monteiro)

- O que quer fazer barão? ( Steve) Não podemos esquecer da Camarilla. Se eles pisarem em falso, eu mesmo e meu bando destruo aquele parque.

- Você não duraria um minuto nas mãos do arconte. (Ariane)

- E você não duraria um segundo nas mãos do antigo regente da capela. (Steve)

- Que brigar? (Ariane)


Nas redes de esgotos...

Um novo cainita surge à espreita nas margens correntes de esgoto se banhando.

-Opa, eis uma visão que você não gostaria de ter se der mais um passo. Hahahaha Um rato tomando banho pode ser repulsivo para criaturas frágeis. Sou novo na cidade, acabei de chegar, então espero ser bem aceito. Ainda ia me apresentar ao príncipe, por isso o banho. À propósito, ainda não descobrir a localização do Elísio, você poderia me informar. Haha


Informações sobre cenários, personagens e rulehouse será postada, se houver interessados na história.

Personagens Importantes

Sascha Vykos:
Filiação: Sabath
Posição: Arcebisbo



Anatole:
Filiação: Independente
Posição: Oráculo



Beckett:
Filiação: Independente
Posição: Explorador, Investigador e Nodista



Lucita:
Filiação: Independente
Posição: Soldado



Raika:
Filiação: Camarilla
Posição: Harpia



Theo Bell:
Filiação: Camarilla
Posição: Arconte



Eluna:
Filiação: Camarilla
Posição: Ex Principe



Rato:
Filiação: Camarilla
Posição: Inexistente



Garcia:
Filiação: Anarquistas
Posição: Barão Unificador



Helena:
Filiação: Camarilla
Posição: Ex Senescal/ Príncipe Interina



Nina:
Filiação: Desconhecida
Posição: Espião



Barões

Primigenie

Nome: Sales K. B.
Clã: Nosferatu
Localização: Conhecida apenas por Eluna e Helena



Nome: Priscilla
Clã: Toreador
Localização: Sede da Camarilla na La Ciniega



Nome: Kaelina Ashger
Clã: Desconhecido
Localização: Provavelmente Sub Solo

Cenário das Seitas

La Ciniega Park:

Último bastião da Camarilla e único pedaço de Beverly Hills que o Sabath não conseguiu tomar. A primeira vista muito calmo, com uma paisagem exuberante e vários carniçais a espreita. Esconde uma passagem que leva a um reduto escondido dentro da parte densa dos matos.



Entrada para o esconderijo


West Hollywood:

Abriga uma grande mansão, onde antes era um famoso estúdio de filmes. O conglomerado foi comprado por um Giovanni que encontrou a morte final com a chegada do Sabath que se instalou. Além de uma multidão de carniçais, ninguém ousa se aproximar. Os que tentaram não apareceram mais. Ali está Sascha Vykos em pessoa liderando o assustador pelotão sanguinário conhecido pela alcunha: O Flagelo.



Santa Monica

O que antes era um lugar de confrontos diários de poder entre os barões, agora se tornara um ponto estratégico para os anarquistas. Enquanto Garcia permanecia em Downtown, intocável, os barões unificados pela bandeira dele, estabelecia uma sede nas proximidades da praia. Seria de difícil acesso para o flagelo do sabath cruzar L.A com uma peça de xadrez do meio que era a Camarilla.

Magnólia

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New York - 23:15

Os negócios iam de melhor para melhor ainda e o crescimento de Mag na sociedade, criava um emaranhado político pela cidade, como uma arvore que cresce rápido, agarrando todas as oportunidades, fincando raízes e dominando quem for conveniente para ela. Sua influencia traduzia certo impacto para os membros e fomentava vários rumores pela cidade. Há quem gostasse dela e muito mais quem invejasse ou temesse a ascensão desenfreada. Nos elíseos sua presença sempre era notada, seguida de histórias, farpas e sorrisos falsos. Uma dessas histórias chamava atenção de alguém. Um novato que se fazia despercebido, aguçado por informações. Não demorou muito para alguém percebe-lo...

Durante um momento de reflexão, em seu escritório, na mansão, o silencio fora quebrado com o barulho do telefone que soava inesperadamente alto. Uma voz nem tão conhecida retrucava dissonante:

- Senhorita Magnólia, perdoe-me a indiscrição do horário, mas eu tenho uma informação que deve ser importante. Uma pessoa, no elíseo de Calebros, deseja falar com a senhorita. Disse que veio de Los Angeles e é urgente. Posso colocá-lo na linha?

Sabia-se que ocorrera um massacre em Los Angeles que acabou a poucos dias e isso havia abalado os Estados Unidos. Provavelmente seria algo relacionado a isso. Era de entendimento da maioria dos membros, como Magnólia, que a Camarilla havia sofrido uma dura derrota por lá.

Havia algo diferente no ar naquela noite. A rotina da Toreador seria quebrada por algo diferente, inesperado, melhor dizendo. Os Toreadores são mais ligados ao mundo mortal que a maioria dos outros Membros. E era exatamente aquilo que Magnólia estava fazendo naquele momento, acompanhava as últimas postangens das celebridades locais no instagram quando o telefone interrompia seu "trabalho". Ela fita o telefone com um ponto de interrogação em sua mente enquanto pensava:

"- Não estou esperando ligação de ninguém..."

O inesperado interlocutor trazia uma mensagem ainda mais inesperada. Um tanto surpresa ela respondia:
- Sim, pode... Como se tentasse remendar sua resposta ela completava: ...-A propósito, quem é mesmo você?

Magnólia

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New York - 23:16

Mais calmo, a voz se revelada mais familiar, ainda que atrapalhado e nervoso. - Perdoe-me por esse rompante noturno. Sou o Charles, vassalo do Lord Calebros. Nós recebemos uma visita inesperada. Ele explicará melhor. Só um minuto senhorita...

Alguns segundo depois podia-se ouvir uma tosse agonizante e dolorosa e uma voz sofrida acompanhado de outra voz que dizia ao fundo, não demore!

- Senhorita Magnólia eu presumo. Me chamo Mikael Gorki.

A voz sofrida, era masculina e tinha um claro sotaque russo, acompanhado de mais uma tosse.

- A lady Eluna princípe deposta, me enviou. L.A passou por um grande desastre. Imagino que a senhorita já saiba.

E novamente uma voz ao fundo retruca: - Vá direto ao ponto!

- Senhorita, eu vim atrás de uma pessoa que pudesse lidar bem com logística e acessibilidade. Mas fui mal compreendido no elísio. Devido aos recentes acontecimentos estão muito sensíveis a atividades suspeitas. Porém, eu soube que a senhorita tem uma boa reputação no que concerne à transporte. Se for de vosso interesse, nos ajudar, os membros em L.A, terão uma dívida com a senhorita.

- No momento há um caos mascarado e as vias de acesso à cidade estão comprometidas com espiões do sabath e caçadores. O trabalho que temos é mover membros para dentro e fora de cidade e entre refúgios. Não posso dizer mais nada pelo telefone, o que posso dizer é que indo à L.A, não vá por estradas movimentadas, nem pelo aeroporto, desloque-se rapidamente a La Ciniega. Estarão esperando.

Spoiler:

Aquilo era mesmo uma surpresa e tanto! Quando o sol se pôs naquela noite e os olhos da Toreador se abriram para o mundo, ela jamais imaginara que uma nova negociação em Los Angeles poderia dar-lhe a oportunidade de obter mais ganhos dentro da Camarilla.
A vampira sentava-se na poltrona do escritório, cruzava as pernas em cima da mesa e mordia a tampa de uma caneta enquanto o enviado de Eluna falava ao telefone. Ela não o interrompia deixando o relato fluir até o final para só então dar a sua resposta, que por sinal era concisa e direta.

- Senhor Gorki, diga a Eluna considerar realizado o trabalho. Amanhã estarei em L.A. Começarei os preparativos agora mesmo. Há algo mais que eu deva saber antes de partir para L.A?

Não havendo mais nada a tratar com Gorki, Magnólia desliga o telefone e liga imediatamente para o piloto que ela tinha costume em contratar:
- Boa noite! Preciso ir para Los Angeles amanhã logo que anoitecer. Por favor, deixe o avião pronto. Com aquela ligação a Toreador sabia que o piloto já deixaria o plano de vôo entregue ao Controle de Tráfego Aéreo, não precisando esperar por na pista pela autorização da torre de controle. Seria apenas entrar no avião e partir. Como já era meia noite, a vampira já havia perdido um bom pedaço da noite e seria arriscado partir às pressas naquele horário. Além disso aquela era uma transação importantíssima. Não é todo dia que se consegue uma dívida de favor com Membros de uma corte. Contudo, embora fosse ainda jovem, a portuguesa sabia que os riscos da operação talvez seriam até maiores do que as recompensas e, portanto, não poderia pisar em território hostíl sem o mínimo de precaução.

Assim, após falar com o piloto a vampira entra em um site de classificados online e insere o seguinte anúncio:

"Contrata-se ex militares de forças especiais da marinha e exército ou ex policiais de unidades especiais da polícia. Remuneração muito acima do mercado. Início imediato. Interessados enviar currículo para o email: contratacao468764@gmail.com". O email ela havia criado naquele momento, inserindo identificação/nomes que vieram à sua mente no momento, nada que pudesse ligá-lo a ela.

Em seguida telefonaria para um garoto de programa de boa aparência que ela escolheria em um site, colocaria seu sangue (-1pds) em uma taça de vinho que deixaria sobre a mesa e vestiria uma lengerie. Assim que ele chegasse, seduziria o sujeito para que ele bebesse o vinho e usaria o beijo vampírico para provocar sensação de prazer e se realimentar enquanto simulasse sexo oral (+1pds). Feito isto ela dispensaria o garoto de programa pagando-o pelos serviços prestados enquanto dizia:

- Quero que volte aqui amanhã no início da noite! Você vai viajar comigo! Vamos para Los Angeles! (1FV em Presença - Fascínio)

Na noite seguinte sua primeira providência era repetir o processo da noite anterior com o garoto de programa, fazendo o beber o vinho batizado e simulando sexo novamente. Usaria o rapaz como carniçal para cuidar de seu corpo durante o dia. Somente mais uma noite e ele estaria pronto.
A segunda ação seria conferir os currículos que haviam chegado.

Em New York - 23:18

- Senhor Gorki, diga a Eluna considerar realizado o trabalho. Amanhã estarei em L.A. Começarei os preparativos agora mesmo. Há algo mais que eu deva saber antes de partir para L.A?

Podia-se ouvir ao telefone a satisfação iminente do russo pela mudança respiratória em um sinal de alívio. Talvez uma resposta afirmativa da parte da Toreador, para ele, fosse algo muito desejado ou pelo fato de ter sido incumbido pela própria Eluna e uma falha poderia ser muito ruim para sua saúde. O aliviado russo, pigarreava e em um tom menos amedrontado, comunicava:

- Eu gostaria de reafirmar com a senhorita a necessidade de evitar as vias tradicionais que dão acesso a cidade. Em Hollywood, há caçadores e espiões sabáticos controlando o trafego, quem entra e quem sai da cidade. Da mesma forma, aeroporto e porto estão sendo altamente fiscalizados por anarquistas temendo a chegada de membros do Sabath. Além disso, não confie em ninguém que não seja a própria príncipe interina, a senhora Helena, e pedimos discrição total sobre o trabalho.

Após desligar o telefone, era difícil dizer o que iria acontecer ao russo e se haveria vazamento de informações no elísio. Na televisão, o presidente Reagan fazia um pronunciamento sobre os supostos ataques terroristas em L.A. Pois era assim que a Camarilla descrevia o acontecido. O presidente afirmava que as investigações avançaram e teriam pego alguns dos responsáveis. Com certeza, bodes expiatórios organizados pela Camarilla. O país inteiro se reconfortava com as boas novas e as igrejas entoavam homenagens pelos mortos e desaparecidos, ao mesmo tempo que o presidente explicava sobre o preço da liberdade e da paz.



- Boa noite! Preciso ir para Los Angeles amanhã logo que anoitecer. Por favor, deixe o avião pronto.

O piloto se encontrava na pista, efetuando manutenções na turbina esquerda, quando o telefone tocou.

-Sim Sra, Estaremos prontos amanhã. Ele falava no plural como se a aeronave fosse um ser vivo, uma companheira, mas sim de fato, ele considerava como. Irei tratar da burocracia imediatamente.

Mais tarde, naquela noite, após os preparativos, o tempo parecia passar ridiculamente mais rápido, já era afinal quase três da manhã, quando chegou o garoto de programa.  Jacob, mais comumente conhecido como Jake é um tipo muito exclusivo de garoto de programa. Ele é itinerante, atendendo em vários países. Seu site o mostra como um homem muito elegante com quem as mulheres querem estar, tendo inclusive um livro publicado sobre relacionamentos casuais.

Jake entrava nos recônditos da cainita com certo entusiasmo, um sorriso e poucas palavras enquanto escorava-se na escrivaninha de vidro com cautela. Fazia uma pose sensual, levando os dedos aos cabelos teatricamente bagunçado, barba feita, a camisa dobrada nas mangas e dois botões abertos, mostrando o delineado peitoral.  Um tipo certamente interessante para a ocasião.

Spoiler:

Magnólia não perdera tempo.Sedutoramente beijou o garoto e que beijo... Jake respondia levando a mão na cocha da cainita e a outra a apertando sobre a cintura, subindo aos seios vagarosamente enquanto tentava ler as respostas emocionais de Mag.

Depois da taça de vinho, não houve muita cerimônia e ele estava pronto para fazer pelo que estaria sendo pago. Sua face denotava um misto de êxtase e surpresa. A noite para ele fora melhor que de costume, ele sentia um laço que não havia tido com qualquer outra cliente.

- Quero que volte aqui amanhã no início da noite! Você vai viajar comigo! Vamos para Los Angeles!

Jake estava encantado com o que havia acontecido durante a noite. Tinha certeza que se sentia apaixonado. Ele mal esperou Magnólia terminar a frase e confirmou o retorno.

-Sim, eu virei novamente. E ficaria muito grato se você puder apagar algum eventual concorrente da sua agenda.

Quando percebeu o tom de informalidade para com a cainita, uma súbita sobriedade o fez relutar, dando um passo para trás baixando a cabeça e se retirando.

Na noite seguinte em New York - 18:30

A noite estava mais fria que a anterior, não que isso influenciasse o sono da cainita. Um som irritante e quase desnecessário do desertador, cumpre seu papel, fazendo Magnólia despertar de seu sono. Jake iria chegar mais tarde como o combinado e a cainita faria os preparativos pessoais. Às 19h recebeu um comunicado do piloto confirmando a efetividade do voo. Mais uma hora e os auxiliares finalizariam o combustível.

Quando Jake chegou, trouxe consigo uma garrafa de vinho.  Era um vistoso cabernet sauvignon frances que ele oferecia com algum entusiasmo.

- Senhorita, percebi que és uma amante de vinhos, dado o gosto peculiar e prazeroso do cálice de ontem. Fiz questão de presenteá-la com este que é de meu agrado. Peço que aceite por favor.

Pela primeira vez, a cainita viu um Jake envergonhado, mas feliz. Não podia disfarçar a satisfação de estar na presença de Magnólia. O episódio da noite anterior se mostrava acontecendo novamente para o garoto de programa. Ela estava curioso, talvez aquilo fosse um sistema pessoal da sua querida cliente e ele não podia esquecer que estava ali sendo pago. Mas aquilo era bom de mais para ser verdade e no término do ato, ele se sentou nu na cama, vislumbrando a cainita que a essa altura o tinha quase na palma das mãos.

Depois que alguns minutos, Jake solicitou instruções sobre o que deveria fazer, vestir e se portar durante e após a viagem. Ele havia trazido uma maleta muito pequena e provavelmente teria que comprar algumas peças em L.A.

Enquanto ele se trocava no banheiro, Mag finalmente recorria ao computador a fim de uma resposta positiva.  No email havia somente uma resposta, do general Roberto Escoto. Era um brasileiro que dirigia a Aquila Internacional - Private Military and Security Company, uma  empresa militar de segurança privada, operando no exterior   em ambientes operacionais complexos, com real ou potencial existência de instabilidade, crise ou conflito armado.

No email, Escoto anexa um formulário de inscrição e oferece o número telefônico da empresa. No corpo da mensagem ele comunica:

A nossa empresa tem grande reputação no mercado externo e eficiencia operacional para o que for necessário. A fim de discutirmos a possibilidade de contratação, nós solicitamos o preenchimento do formulário. Após o preenchimento, nos reenvie uma resposta com o anexo para este email e em no máximo dois dias, retornaremos.


O formulário basicamente trata-se de uma série de questões legais, burocráticas, orçamentárias e trabalhistas, como também da solicitação por parte do contratante, da função a ser desempenhada, o local e data prevista para início das atividades.

Mad Max

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Califórnia - 17:59

Max estava sendo perseguido nos últimos três meses e o Sabath havia chegado perto em várias ocasiões, quase descobrindo um ponto fraco crucial que poderia deter o Brujah: Annabele. Na tentativa de despistar os enviados pelo seu senhor, Max foi com sua protegida até L.A, onde imaginava que seria mais seguro, visto que muitos anarquistas guardavam a cidade, deixando longe das mãos do Sabath. O seu plano havia funcionado e em uma jogada de mestre, ele se apresentou a Eluna, pediu refúgio e conseguiu proteger Annabelle. Isso não duraria muito tempo e Max decidiu plantar falsos vestígios nos arredores da California para atrair o Sabath para longe da garota, que havia ficado na sede da Camarilla.

Mal ele sabia que um arcebispo, muito acima da hierarquia e dos planos de seu senhor, estava interessado na cidade a algumas décadas e que havia formado um esquadrão de guerreiros lendários, conhecidos como o Flagelo. Eles atacaram a cidade na ausência do Brujah, diminuiriam drasticamente o poder dos Anarquistas e ainda mais da Camarilla, forçando Eluna a fugir. Quando soube da notícia tentou desesperadamente retornar, mas as ruas estavam infestadas de caçadores e brigas intensificadas por uma praga lançada pelo flagelo.

O cenário era perigoso demais, deveria existir um plano para adentrar a cidade e recuperar a garota que ainda estava no refúgio, segura, mas talvez, não por muito tempo. Mesmo sem notícias dela, o Brujah sabia que havia anciões na sede, poderosos o suficiente para não serem desafiados sem cautela. Além disso, informações que Petrodon, o justicar estava a caminho, alimentava suas esperanças.  De repente, Max desperta subitamente de um pesadelo violento. Havia se passado mais de uma semana e L.A já estava mais calma aos olhos do povo.

Max estava em um hotel de estrada a dois dias e já era hora de retornar...

Mad Max

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Califórnia - 19:00

O Brujah se encontrava na rodovia 111, saída oeste de Palms Springs. Caminhando entre os encostamentos, a luz refletia pouca presença e os carros trocavam a faixa assustados com a altura e forma do cainita. Lendas rurais assolavam aquelas áreas até L.A. Bem ao longe, iluminada pela lua, uma lagoa se mostrava vistosa e convidativa no calor que fazia aquela noite. Por trás da lagoa podia-se ouvir uivos e latidos de alguma pequena matilha de vira latas.

Aquele território habitava males em  exílio, desde que foram partiram do parque Grifth em L.A, expulsos pelo Sabath. Até chegar a interestadual não era interessante ficar ali por muito tempo. O olfato daquelas criaturas eram divinos. Por 3 horas, o Brujah andou a longos e rápidos passos até a Red Line, quando encontrou um terminal rodoviário. Haviam lá, poucas pessoas, alguns bêbados jogando baralho, enquanto o encarregado dava uma boa soneca. Na parede estava escrito:

Saída para Jericho/Los Angeles - 00:10

Havia um tempinho até lá e um misto de tédio e preocupação enuviava a mente do cainita que ainda não havido comprado a passagem.

Mr.V escreveu:Na parede estava escrito:

Saída para Jericho/Los Angeles - 00:10

- Com licença senhor . . . poderia me informar quanto tempo de viagem o Onibus que parte para Los Angeles depois de meia noite, e se possivel quais os terminais rodoviários ele para no cmainho ?

Tentando não demonstrar imnpaciência e acima de tudo não assustar o preguiçoso encarregado, Max busca informações que poderão determinar o seu proximo destino até o final desta noite . . . como seria mais fácil se tivesse um carro ou uma moto, mas esta não era a realidade do Brujah

-Sim, eu virei novamente. E ficaria muito grato se você puder apagar algum eventual concorrente da sua agenda.

Magnólia responde com um sorriso discreto, inclinando a cabeça para o lado direito enquanto arqueava uma das sobrancelhas dizendo: - Hmmm... quem sabe... Então fechava a porta rindo dos sentimentos do mortal sem que ele soubesse.

Na noite seguinte Jake voltava conforme o prometido, agradando ao ego da vampira que ficava feliz em ver seus planos se concretizando.

- Senhorita, percebi que és uma amante de vinhos, dado o gosto peculiar e prazeroso do cálice de ontem. Fiz questão de presenteá-la com este que é de meu agrado. Peço que aceite por favor.

Ela recebia o presente de bom grado. Dava um abraço e um beijo no garoto enquanto guardava a garrafa em uma estante na sala de visitas.
- Vou guardá-lo aqui e beberemos em uma ocasião especial! Antes de ir quero que você prove uma coisa...
A Toreador levava Jake até a cozinha, onde ela havia preparado duas taças com suco de uva, imbuídas com uma porção de seu sangue (1pds) em uma delas que seria oferecida a Jake. Ela inventava uma história qualquer para afirmar que o suco era diferente e especial e que por isso ele deveria beber.

- Meu pai mora em Portugal, próximo de uma região onde se produz uvas orgânicas especiais. Um único kg daquelas uvas podem chegar a valer 5x mais que o valor de uma uva comum. Fiz um suco, sem açúcar, sem conservante, sem nada industrial, afinal esse corpinho que você tem merece algo a altura. Venha, beba!
O plano era fortificar o laço de sangue, para que na noite seguinte ele estivesse completo. E se fosse preciso Magnólia lançaria mão de seus dons sobrenaturais para convencer Jake a beber. Enquanto isto ela orientava Jake sobre a viagem.
- Estamos indo em uma viagem de negócios. Você será meu acompanhante. Tudo que deverá fazer é curtir o momento e cuidar de mim... Ela dava uma piscadinha. Ele mal sabia que ela estava sendo sincera quando disse que ele deveria cuidar de Magnólia.

Depois de cuidar do garoto era hora de resolver assunto de gente grande. A vampira ficava um pouco decepcionada com os resultados do anúncio. Ela esperava alguns currículos de alguns freelancer. Aquele negócio estava burocrático demais, e levaria mais tempo do que a vampira tinha de fato. Mas era o que ela dispunha no momento, então antes tarde do que nunca.

Ela respondia o formulário, pedindo urgência e ao final inseria uma mensagem nas observações:

"Senhor general, preciso de homens bem treinados para uma operação ilegal em uma região de crise que deverá ser realizada sem o conhecimento das autoridades locais. Estou disposta a pagar o dobro do que se paga no mercado para esse trabalho e mais uma quantia extra pelo sucesso da operação. Mas preciso de urgência. Se sua empresa não pode atuar ficaria grata por sua indicação a alguém que possa fazê-lo. Obrigada!"

Magnólia recolhe um conjunto extra de roupa, seu notebook, celulares, o colete kavlar, chama Jake e dirige-se ao aeroporto. Pessoalmente ela instrui o piloto:
- Boa noite! Na verdade não iremos pousar em Los Angeles, mas em qualquer aeródromo o mais próximo possível da cidade, que não seja o aeroporto Los Angeles.
No destino ela pegaria um táxi ou uber e iria de carro até um hotel barato, meia boca, com menor vigilância possível, nas imediações de Los Angeles. Ainda não entraria na cidade. Precisava aguardar a resposta do general e estudar o terreno onde o avião ficaria para prosseguir com sua próxima ação.

Mad Max

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East Los Angeles - 02:30

O vento estava cantando como um gelado assopro noturno que invadia o lugar aquela hora. Estava frio e o tilintar das garrafas quase vazias se faziam presentes, assim como suspiros e pigarros. A cadeira do encarregado já possuía um formato único, dado a posição em que ele provavelmente dormia durante as noites. Ao se deparar com o Brujah, ele arregala os olhos e em um rompante de susto, cai da cadeira vergonhosamente.

- Com licença senhor . . . poderia me informar quanto tempo de viagem o Ônibus que parte para Los Angeles depois de meia noite, e se possível quais os terminais rodoviários ele para no caminho ?

Tentando absorver o que estava acontecendo e ainda gaguejando, o encarregado franzia os olhos enquanto levantava-se e via a forma do Brujah pelo vidro do balcão.

- Olá, senhor, boa noite. Me perdoe pelos modos, mas o senhor me deu um baita susto. O ônibus não deve demorar para chegar. No máximo, duas horas de viagem, o que significa que às 02:10, o senhor deve estar chegando em L.A. Chegando lá, é possível descer no centro ou no próprio terminal da cidade.

O encarregado abria uma gaveta com algum esforço e lá possuía alguns ticket’s que ele trazia ao balcão perguntando:

- Passagem só para você?

Mais tarde, no horário previsto, o ônibus ascendia entre a encosta que dava acesso ao terminal rodoviário. Os ventos gelados, agora precedia uma forte chuva, fazendo o cheiro de terra subir no ar, enquanto os olhos amarelos do ônibus cortavam as sombras refletidas. Um freio e o odor de pneus velhos e remoídos com um bafo quente marcava a chegada do transporte.  O motorista logo abria a porta que fazia um rangido peculiar dada a ausência de óleo e graxa. Não havia passageiros para embarcar, somente para desembarcar. Não levou mais que cinco minutos e após um café preto e o devido registro burocrático do motorista nos papeis do encarregado, todos estavam prontos para partir.

- Como tá as condições da pista? (Perguntava o encarregado)

Com um olhar rápido e de soslaio o motorista responde: -A visibilidade era boa, azul escuro, mas depois dessa chuva aí, eu não sei não. Parece que estão parando lá na entrada da metrópole.

Com essas palavras, o motorista subiu novamente ao seu posto, no volante e deu partida no ônibus.  A chuva caia intermitentemente volumosa e gélida durante o caminho até L.A, quando o cessar da chuva exibia um panorama glamoroso da cidade.  A beleza das cores vibrantes e vivas, a densidade noturna, arranha céus, outdoors chamativos e muita propaganda tornava L.A real. O ônibus se aproximava de uma comitiva rodoviária policial pelo Monterey Park, desacelerando no processo para averiguação processual, mas não fora necessário a parada efetiva e monitoramento interno, o que fez o transporte seguir e fluir por East Los Angeles.

Próxima parada seria, Downtown para alguns e o terminal para o restante.

Magnólia

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Burbank - 03:20

Estamos indo em uma viagem de negócios. Você será meu acompanhante. Tudo que deverá fazer é curtir o momento e cuidar de mim...

Com um ar de curiosidade e sedução, Jake mordia suavemente o lábio inferior enquanto murmurava positivamente à oferta irrecusável da cainita e acenava um “sim” com a cabeça.

- Boa noite! Na verdade não iremos pousar em Los Angeles, mas em qualquer aeródromo o mais próximo possível da cidade, que não seja o aeroporto Los Angeles

Havia nas proximidades de L.A, quatro pontos de pousos além do próprio aeroporto central, sendo o mais próximo o Bob Hope. Ficava em Burbank, numa área interiorana e era o único local que o piloto poderia pousar sem autorização prévia da pista, mas que combinava com a quantidade colocada de combustível e utilizava o mesmo trajeto estudado. Durante a partida, apenas o piloto, co-piloto e duas comissárias foram a bordo junto à Magnólia e seu atônito acompanhante.  A pequena aeronave era deveras confortável e mais parecia um pequeno apartamento com asas com aspecto futurístico e luxuoso. O trajeto foi tranquilo sem presença de ameaças climáticas.

Quando finalmente sobrevoaram a pista de pouso, dava  para ver ao longe, uma região recheada por mansões multimilionárias e vestígios de estúdios de cinema. Burbank ficava entre a divisa com a parte norte de Hollywood e uma faixa de terra e cânions.  Eram três da manhã e longe de casa. Estava um pouco frio e os arredores da pista era um tanto quanto selvagem e sombrio, mas haviam pessoas trabalhando na área interna da recepção. Um sorridente homem veio de encontro à Magnólia e a equipe para recepciona-los.

- Olá, boa noite. Como foram de viagem? Perguntava dirigindo-se a todos os presentes. - Por favor, me acompanhem até o salão interno e de lá vocês podem pegar um transporte para os hotéis.

Enquanto se dirigiam à recepção, o piloto comunicava que estaria na aeronave caso precisasse dele e a equipe então se dividia em seus alojamentos, enquanto Magnólia partia da pista de pouso direto para uma fazenda hotel do outro lado da rodovia, acompanhada de Jake.



Mais cedo naquela noite, durante a viagem, Magnólia teve bastante tempo para consultar livros e mapas referentes a área metropolitana de L.A. O misterioso lacaio russo do telefonema, havia deixado referencias para que a cainita pudesse se localizar. Já em seus aposentos, na fazenda hotel, Mag havia determinado que sua localização atual era próxima do Parque Griffith. Mais precisamente na parte norte e que o território, a partir do parque, estava tomado pelo Sabath.

A proximidade com Hollywood e os ataques sofridos por lá, deixaram o povo já supersticiosos de Burbank, com mais histórias ainda para contar. Histórias de lendas urbanas nascidas de relatos recentes, oriundas da metrópole, circulava em forma de rumores e canções pelas alas do hotel.

- A viagem foi tranquila, sem muitas turbulências. Obrigada pela recepção! Respondia Magnólia ao homem da recepção. Depois ela pegava um transporte e ia até o hotel, certificava de quantas horas eram e checava o email antes mesmo de guardar suas coisas enquanto em seus pensamentos concluía.

"- Essa extração não será fácil. A melhor maneira de fazer isso seria pegar todo mundo, trazer para o avião e dar o fora daqui. O problema é... e se formos interceptados no caminho? E se houver um infiltrado dentro da Camarilla? Ninguém pode saber desse avião e onde ele está. Além disso preciso estar preparada para caso as coisas fiquem feias. Esses mercenários bem que podiam me dar logo uma resposta!"

Finalmente a vampira decide checar o quarto, guardar suas coisas e estudar como poderia passar o dia ali. O parque próximo dava arrepios na vampira, só de imaginar o que poderia estar escondido entre aquelas árvores. No mínimo um Gangrel mau encarado ou coisa pior, por isso seus próximos passos teriam que ser bem medidos.

Após arrumar as coisas ela ia até a cozinha do hotel, ver se ela estava aberta, ou adega, certificar-se de quem trabalhava ali, mostrando-se interessada nos vinhos e na culinária.

Magnólia

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Burbank - 03:50

O quarto possuía um piso amadeirado formando figuras geométricas com claros toques rústicos, enquanto as paredes eram um misto de alvenaria, pedras e painéis com destaque para o luar, evidente nas grandes janelas vitrais com uma passagem para o deck que dava uma vista esplendorosa da vegetação e piscina na área externa. O cheiro leve e almiscarado oriundo das arvores invadia o quarto dando uma sensação de leveza e doçura.

Lá havia uma cama de casal grande, com gavetões sob o colchão, um tapete de couro que se estendia da cama até o início do deck, o closet, uma poltrona acolchoada em frente a uma estante com um pequeno acervo de livros, um baú perto da lareira, televisão de tubo, além de uma escrivaninha com um computador desktop. Tudo isso sob iluminação em três níveis de intensidade regulável. Recuado, no banheiro, havia uma Jacuzzi, talvez único item moderno resistindo ao ambiente rustico do quarto.

A decoração contemplava quadros grandes e uma tapeçaria na parede sobre a cama, além de abajus retrô nos criados mudo e uma belíssima vitrola com uma coleção de vinil ao lado, de clássicos americanos. Jake logo se sentira a vontade no quarto, acompanhando Magnólia, curioso com cada detalhe do quarto, desde as cortinas escuras às cadeiras no deck. Com um sorriso no rosto, de quem nunca havia estado em uma fazenda hotel, ele agradecia a oportunidade mais uma vez e junto com Mag, dirigiram-se a cozinha local.

O amplo espaço da cozinha era dividido entre uma entre sala, onde havia uma grande mesa de mogno com capacidade para 60 pessoas e mesas menores. Havia ali, a disposição um garçom por 24h e durante as refeições, acompanhava também um sommelier residente. Uma porta dava acesso a um corredor que levava aos banheiros, uma sala de estar social com dois Ataris instalados e o espaço dos cozinheiros, onde de fato eram preparadas as refeições.

Ao sentar em uma das mesas menores, Magnólia e Jake, logo foram recepcionados pelo garçom que sugeriu um prato da terra e um Malbec francês para acompanhar. Enquanto era servida a Jake, uma farta refeição, um funcionário da recepção foi designado a acompanhar Magnólia e sanar suas dúvidas e curiosidades sobre os vinhos na adega e culinária praticada pelo hotel.

Ele comentava que os pratos oferecidos eram criações do dono do hotel, Mr. Giuseppe, que havia sido chef no passado, mas que havia se tornado mais recluso, desde que o negócio alavancou.  Após um pequeno passeio, o encarregado retornaria junto a cainita ao setor onde se encontrava um satisfeito Jake, ouvindo o rádio. Nele obtinha-se a notícia de que o prefeito de L.A havia sido encontrado morto em sua residência pela empregada e a suspeita é de que ele havia sido atacado por um animal, visto as lacerações no corpo e trauma sofridos.

Mad Max

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Los Angeles - 02:50

A rodoviária estava movimentada e haviam mais ônibus saindo que chegando na cidade o que poderia ser reflexo do êxodo que aparentemente ainda existia em uma escala menor agora. Apesar do horário, havia fila no desembarque e um funcionário verificava os documentos das pessoas, abismadas com a presença do imenso cainita,  para liberar a entrada. Não demorou para Max, alcançar a catraca e ser liberado pelo funcionário amedrontado com um sorriso falso, que dava as boas-vindas a cidade, gaguejando.

O destino do Brujah era óbvio, a La ciniega, mas o trajeto era um tanto quanto incerto, mas havia tempo antes do sol emergir e entre os meios de transporte, poderia ter acesso aos taxis ou o bonde. Na saída da rodoviária, a vista da cidade era ainda mais colorida e aparentemente calma, o que era irônico, visto os últimos acontecimentos. Eis que uma voz feminina, nada familiar alcança o Brujah: - Oi, você por acaso é aquele lutador de MMA? Poderia me dá um autógrafo e tirar uma foto comigo?

Ao se virar, Max, percebeu de quem era a voz, ainda que desconhecesse totalmente quem ela fosse. Enquanto isso, algumas pessoas olhavam de longe, curiosas, aguardando uma resposta do cainita, a fim de saber se estavam na presença de uma celebridade.

Spoiler:

Enquanto isso, a música ambiente da rodoviária era pausada para informar a chegada do bonde no acesso à esquerda e que iria partir em dez minutos.

Ao entrar no quarto Magnólia confere o ambiente juntamente com Jake. No entanto, seus interesses eram diversos. A vampira não imaginava o que se passava na cabeça do rapaz, mas em seus pensamentos apenas uma certeza soava:

"- Essas grandes janelas vitrais será um problema. Preciso encontrar uma forma de isolar esse local por completo afim de transformá-lo em um refúgio capaz de garantir a minha estadia enquanto o sol brilhar no céu... O laço de Jake ainda não está completo, então ainda não posso dizer a verdade a ele..."


A Toreador tenta encontrar as possibilidades para dormir durante o dia. Entre elas analisa a possibilidade de vedar completamente as janelas e checa o banheiro para constatar se ele oferece abrigo seguro contra a luz. Feito a checagem a vampira segue para a cozinha do hotel.

Na mesa a vampira fingia tomar um pouco de vinho e afirmava estar sem fome e que estava mais curiosa para conhecer as instalações.
- Jake, querido. Fique à vontade. Eu não consigo comer depois que viajo de avião. Enquanto você come por nós dois eu vou dar uma volta com para conhecer as instalações...

Enquanto caminhavam pela cozinha um alerta amarelo ascende na mente da vampira quando o funcionário falava sobre o misterioso Mr. Giuseppe.
"- Aparentemente o nosso cozinheiro chefe mudou sua dieta... talvez prefira sangue agora, no lugar da tradicional comida que ele fazia."
Ela tentava pescar mais pistas que a levasse a crer se o tal Giuseppe poderia mesmo ser agora um cainita.
- Poderia me falar mais sobre o Mr. Giuseppe? Será que eu poderia conhecê-lo após o amanhecer? A vampira insinuava querer conhecer o homem em um horário diurno, embora ela mesma não pudesse fazê-lo. Caso o funcionário desviasse do assunto, insistiria em conhecê-lo durante o dia, inventando uma história qualquer sobre um possível interesse das empresas de Magnólia na região e uma suposta ligação com o ramo culinário.

"- Se Mr. Giuseppe for mesmo um vampiro a minha intenção de despejar alguns litros do meu sangue em um dos tonéis de vinho da adega desta pousada vai por água abaixo..."

Após voltar para a cozinha Magnólia escuta a notícia no rádio sobre o prefeito.
- Nossa, que horror! E agora, o que acontece? Tem um vice prefeito ou um secretário para assumir o seu lugar?
"- Seria a Camarilla perdendo a prefeitura ou tomando-a?"

Magnólia

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Burbank - 04:20

- Jake, querido. Fique à vontade. Eu não consigo comer depois que viajo de avião. Enquanto você come por nós dois eu vou dar uma volta com para conhecer as instalações...

Jake responde com um sonoro Okay seguido de um questionamento em um tom de curiosidade. – Talvez tenha sido o vinho, mas algo abriu meu apetite esses dias.

- Poderia me falar mais sobre o Mr. Giuseppe? Será que eu poderia conhecê-lo após o amanhecer?

O funcionário abaixava a cabeça com certo receio e prudência e em passos mais lentos ele explica:

- O patrão é uma boa pessoa, afinal ele empregou tantos de nós, moradores locais. Não trouxe ninguém da metrópole. Ele é pouco visto, sempre trabalhando dia e noite e dividindo seu descanso em diferentes períodos do dia, o que faz sua agenda ser diferente do comum. Além disso é deveras religioso, embora eu ainda não tenha entendido esta parte. Posso tentar apresenta-la a ele sem marcar horário, mas não há garantias que ele irá recebe-la agora e ao amanhecer ele estará descansando. O mais provável é que ele te receba no início da noite amanhã, ainda que a senhorita venha a tratar de negócios no ramo.

- Não sei porque, mas você me lembra um pouco dele. Deve ser o gosto para vinhos. Venha, permita-me mostrar algo interessante. - Falava recuperando o tom original da voz de forma envolvente.

O funcionário leva Magnólia até a sala de estar social e lá ele aponta para a parede a esquerda, coberta por um papel de parede avermelhado e com uma textura quase macia, remetendo um conforto imediato a quem toca. E lá no centro superior da parede, um quadro exibindo uma pintura/retrato.

- Veja, aquele é o patrão. Giuseppe G. Salazar em pessoa. - Comentava orgulhoso, com os olhos a brilhar



O funcionário então verifica o horário em um relógio de bolso, bonito e de um dourado brilhante, lembrando Magnólia que nem tudo estava acertado para seu sono matinal. Quando analisou as grandes janelas, mais cedo, percebeu que nos cantos da parede haviam presas, cortinas negras e um suporte adicional de varão para outra cortina a fim de controlar a luminosidade e passagem de vento. Enquanto o banheiro possuía uma pequena janela basculante, de vidro.

De volta a cozinha, a notícia pega todos de surpresa.

- Nossa, que horror! E agora, o que acontece? Tem um vice prefeito ou um secretário para assumir o seu lugar?

- O Vice prefeito foi exonerado devido a um escândalo de corrupção a pouco mais de uma semana e agora isso. Ao que parece será um Juiz que irá ser realocado no posto, um linha dura. Não lembro o nome dele agora – Dizia o garçom se fazendo de entendido e sendo interrompido pelo funcionário encarregado.

- Senhorita, temo que é chegado o momento em que devo retomar minhas funções na recepção. Se pretender marcar um horário com o patrão, ou tentar a sorte em outro horário, me avise que farei as honras. Buonanotte!

– Talvez tenha sido o vinho, mas algo abriu meu apetite esses dias.

Magnólia sorria, deixando em aberto outra possibilidade, propositalmente: - Ou talvez o tempo tenha esfriado... Ela sorria saindo da sala e deixando Jake ainda mais longe da verdade.

- Não sei porque, mas você me lembra um pouco dele. Deve ser o gosto para vinhos. Venha, permita-me mostrar algo interessante.

- Sim, deve ser mesmo o vinho... Afirmava a vampira.
Ao chegar na sala onde havia a figura do Mr. Giusepe, a Toreador começava a desconfiar que o funcionário era muito mais que um mero funcionário. Provavelmente um lacaio do anfitrião. Talvez ela devesse fazer uma visita ao vampiro e descobrir de quem tratava-se. Sendo um inimigo era um perigo dormir naquele lugar.

Senhorita, temo que é chegado o momento em que devo retomar minhas funções na recepção. Se pretender marcar um horário com o patrão, ou tentar a sorte em outro horário, me avise que farei as honras. Buonanotte!

De último momento a vampira sorria e perguntava: - Sabe... estava pensando. Será que seu patrão estaria disposto a me receber agora?
"Dependendo de quem seja o Mr.Giusepe eu não posso dormir aqui..."

Magnólia

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Burbank - 4:35

- Sabe... estava pensando. Será que seu patrão estaria disposto a me receber agora?

O funcionário olhava mais uma vez o relógio, conferindo novamente o horário e rapidamente, sem responder, se dirigiu ao balcão, onde discou alguns números e a cada bip de chamada, ele suspirava com ansiedade. Até que uma voz feminina atendeu após três bipes.

- Por quê está ligando a essa hora? Alguém morreu?
- Perdoe-me Annet, mas estou com uma pessoa importante que gostaria de falar com o chefe. Não é nada urgente, mas é que talvez ela não queira aguardar até a noite.
- Tudo bem, me envie um email com o código e as informações tradicionais e traga-a até mim.

O funcionário então, com um sorriso satisfeito, avisa que irá conduzir Magnólia até o escritório onde aguarda Giuseppe. Após alguns minutos digitando sem parar no computador, ele finaliza e ambos se dirigem ao primeiro andar onde supostamente fica o escritório. Conforme avançam pelo trajeto, um silencio irremediável se torna aparente e o funcionário puxa assunto.

- Eu não falei antes, eu acho, mas o patrão é um pouco excêntrico, então se possível não tente fazer contato físico com ele, ainda que seja por cordialidade e condição social. Isso quer dizer, sem apertos de mão, sem abraços, tapinha nas costas, essas coisas. E também, peço encarecidamente que não fiques encarando seu rosto e trejeitos.

Quando ele terminava de falar, haviam chegado ao final do corredor e em frente a uma porta vermelha. Após soar uma campainha, uma mulher abriu a porta.

- Annet, esta é nossa hóspede, senhorita Magnólia.
- Muito prazer, por favor entre, o Giu vai falar com você.

Annet se vestia como se estivesse em outra era, direto de uma máquina do tempo, mas era bela e escaneava Magnólia discretamente com um olhar interessado e capcioso.

Spoiler:

Enquanto Annet ia até a bancada onde se encontrava um telefone, Mag, percebia que este andar do hotel, aparentemente estava vazio e isolado apenas para o chefe e aqui só circulava quem era autorizado previamente por Annet. Na sala onde se encontrava, de nada se parecia com um quarto como podia-se deduzir do lado de fora. Mais parecia um cenário corporativo e onde aparentemente era uma porta de acesso ao banheiro, provavelmente era uma ante sala onde se encontrava Giuseppe.

A dedução se tornava verdade quando, Annet se dirigiu a porta da ante sala e com três batidas de leve, recebeu a permissão, ainda que silenciosa. A porta se abriu e mostrava sentado em uma poltrona de couro, o supracitado chefe. Giuseppe estava de posse de um livro de capa escura e por trás dele formava-se uma grande biblioteca que ia até o teto do cômodo.

Annet entrava com Magnólia no recinto e trancava discretamente a porta, enquanto falava:

- Giu, esta é a Magnólia. Ela deseja tratar de negócios.

Giuseppe levava o livro em mãos ao colo, o fechando devagar quando saiu suas primeiras palavras.

- Boa noite minha cara, como posso ajudar?

Sua voz soava metálica e bastante baixa, o suficiente naquele silencio. Lentamente ele fazia contato visual e sua presença era quase poética, Ele era exatamente igual ao quadro na sala de estar. Ele estava calmo e não aparentava emoções visíveis.

Liliana

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Los Angeles - 19:20

Liliana havia recebido um email da primogênita Toreador, Priscilla, da cidade de Los Angeles poucos dias após sua chegada à cidade. No email, Priscilla solicitava a presença da cainita na sede da Camarilla, na La Ciniega Avenue, para um encontro informal com ela e devida apresentação à príncipe da cidade, se quisesse a mão da Camarilla protegendo suas costas contra os anarquistas.

No entanto, ninguém estava esperando que o Sabath fizesse uma massiva frente de batalha e atacasse a cidade reduzindo o território da Camarilla a uma rua e gerando uma união improvisada de barões anarquistas na tentativa desesperada de se defender. Durante o caos, muita gente morreu, inclusive membros que residiam a décadas na cidade e para tentar se proteger, Liliana que é uma novata e em nada compreendia o que estava acontecendo, se alojou em um quarto de hotel por mais de uma semana, se alimentando das reservas que possuía quando chegou.

Agora, com a poeira baixada e em meio do novo território do Sabath, a cainita precisa buscar uma alternativa para se locomover no território desconhecido e ir de encontro a uma frágil Camarilla, talvez como única opção de sobreviver ou se sobressair, visto que há muitos cargos disponíveis dentro da seita agora e por mais que houvesse uma crise, os jogos de poder não terminariam.

Havia também a possibilidade de tentar fugir da cidade, mas pelo o que os telejornais mostravam, haviam muitos conflitos armados nas rotas de fuga e por isso, a segurança havia sido redobrada, provavelmente chamando atenção de caçadores. Da janela do apartamento, via-se aparentemente um tráfego razoável e comércios noturnos em funcionamento. Ônibus e o bonde já haviam retomado às atividades rotineiras e aos poucos, a população ainda amedrontada com relatos de terrorismo, retomavam suas vidas.

O quarto onde estava hospedada, não possuía requintes, mas havia um radio velho e um aparelho de televisão, de onde Liliana estudou um pouco sobre os lugares e cultura da cidade, além das vias de maior perigo e locais violentos. A cama de casal foi suficiente neste tempo de crise, mas ela certamente buscaria uma melhoria, dado o seu clã.