Cinzas de Um Passado Esquecido

Bomani responde ao homem mas este dá de ombros e desaparece num segundo corredor enquanto o setita olhava o corredor e quando começou a segui-los foi levado a câmara que representava o alto Egito, as portas duplas um homem vigiava a entrada do grupo e quando todos passaram e Bomani estava prestes a passar este coloca a mão em seu peito e diz.

_ Vai arranjar o que fazer garoto.

Com isso ele fecha a porta encerrando todos lá dentro.

Do lado de fora Astenu não conseguia ouvir nada e a conversa lá dentro se arrastou por um par de horas até que finalmente as portas se abriram novamente e de lá todos saíram mas havia algo diferente. O hierofante estava com uma mochila em suas cosas, a mesma que fora recuperada na câmara principal.

Eles conversavam sobre sair dali imediatamente. Abdulah vinha logo atrás e ao ver a sua cria aproxima-se dele.

_ Vem, Astennu, vamos fazer escolta para Halim.

O Especialista ouvira que nas Docklands concentrava-se em uma casa noturno filhos da mesma causa, pervertidos, maníacos e psicopatas tentando trazer a glória de sua seita para o coração de Londres, mas Mithras impedia a tentativa todas as vezes, mas as coisas se agitavam com a chegada do G8 a cidade.

A semana fora agitada e repórteres montavam acampamentos em frente a hotéis caros tanto na Londres Central quanto no Norte Londres.

A presença do G8 traria o caos que o pervertido tanto esperou, mas antes que algo pudesse ser feito uma nova ameaça atinge o Oriente Médio levando a reunião ser cancelada e dispersando o grupo de volta aos seus Estados.

A casa noturna na Docksland era das mais simplórias e frequentadas por pessoas da pior classe. Entre o gado encontravam-se putas, cafetões, viciados e seus viciadores, virgens prontas para entregarem-se ao prazer da carne. Uma banda tocava aquela noite, um bando de indianos fazendo cover de Led Zepelin levando a agitação aquele grupo de gados. Não eram ruins mas não era a mesma coisa.

O salão era relativamente espaçado, cabiam 500 pessoas, havia um bar lotado, uma "área vip" num segundo andar que o pervertido sabia que era para gente como ele gabar de suas façanhas, este acessível por uma escada ao lado do pequeno palco guardado por dois seguranças, ambos mortais.

A mochila era carregada pelo hierofante e Abdulah demorou-se um longo tempo a fitando.

_ Acho melhor ficar com ele, você não vai querer se envolver nisso, não nisso.

Seu senhor acelera o passo e logo chegam a saída e, assim como entraram saíram transformados na naja, um dom poderoso do clã.

Ao atravessarem o cano todos voltaram a forma humana e se encontraram no subterrâneo. Logo abaixo de um prédio que hoje abriga uma casa de prostituição.

Precisaram sair do prédio para alcançarem um estacionamento. Havia diversos carros e Bomani pode reconhecer a placa da embaixada alemã em um deles.

O grupo que atravessava o estacionamento era formado por 5 pessoas, Bomani e Abdulah, o hierofante chamado Halim, aparência jovem e atlética, olhos esverdeados. Junto dele havia dois setitas que Bomani nunca vira antes.

_ Vocês dois - Ele aponta para Bomani e Abdulah - Vocês vem comigo os demais vão no outro carro.

Ele apontou para a dupla que se dirigiu a um Cerato preto enquanto ele se dirigia a um SUV branco esperando que os dois o seguissem.

Cristopher se aproximava do grupo de garotas e as cumprimentava. A com aparência de pássaro falou, havia um sotaque americano em sua voz.

_ Olha o nosso matador profissional.

_ Cala a boca, Amanda. - repreendeu a segunda, sua voz era rasgada e tinha nele um sotaque que o Tremere não reconheceu na hora. - Desculpe-a, ela não sabe o que fala. O que posso fazer por você, Sr. Powers?

Ao que parecia seu nome tornara-se conhecido.

O nosferatu ainda o olhava enquanto Jack se aproximava justificando sua presença. O cainita solta o pequenino rato no chão e o deixa ir, faz um aceno para que Hunter o siga e se enfia no trem.

Antes que se entrasse no vagão um barulho fraco de metal rangendo soa lá dentro. Não se ouvia mais o barulho dos ratos e um vento bateu vindo de um dos túneis, provavelmente algum deles não estava totalmente bloqueado.

Um novo barulho de ranger e uma voz sussurrante se ouve dentro do vagão.

O Especialista cruzava o salão com uma certa dificuldade, enquanto a música lhe trazia um pútrido prazer aos demais agitava e essa agitação era revestida em danças frenéticas e corpos se chocando uns contra os outros. Por mais difícil que tenha sido a locomoção o Toreador conseguiu chegar ao seu destino e quando tentou subir as escadas um dos seguranças se pois a sua frente alto, mais de 1,90 a grande que nem um ármario, um rabo de cavalo que chegava a terceira vértebra marcava a cabeça fina e o pescoço cheio de músculos.

_ Onde pensa que vai?

O olhar rubro do cainita foi mais que o suficiente para o segurança, mesmo a frase pareceu ser apenas um adendo para abalar a convicção do homem. Este chegou para o lado e fez uma mesura desajeitada como um cão que ainda estivesse sendo treinado.

As escadas, o levavam a um corredor que no fim se dividia em dois num ângulo de 90 graus. Havia portas a esquerda num total de três e a direita um parapeito de onde podia-se observar a movimentação na pista, umas poucas pessoas estavam ali e, como O Especialista pode perceber, todos mortais, gado para quem quer que estivesse dentro das portas. Ao final o corredor que levava a direita dava para novas portas, duas ao total, e uma nova escada, essa guardada por um novo segurança e mais gado dançando naquele corredor ao som da banda indiana que agora tocava uma música original para quebrar o ritmo cover.

O corredor a esquerda terminava numa única porta também com um segurança a frente.

O hierofante ia na frente, sozinho com a bolsa no seu colo, atrás vinham Bomani e seu senhor, um checando o equipamento enquanto o segundo estava pensativo.

O carro se punha em movimento cortando o tráfego numa velocidade que não chamava tanto a atenção. Deixaram a pequena ilha e através da ponte se ligaram a avenida que levava ao centro de Londres.

Dados:

Quando saem da poente a avenida é cortada por uma outra. O guerreiro de Set teve tempo ainda de ver os faróis vindo, naquele horário a avenida não está com tráfego pleno por tanto o caminhão que veio em sua direção atingindo a SUV e a lançando longe destruindo ambos os carros vinha a uma boa velocidade.

Dados:

O carro capotou e bateu contra um outro assim parando de deslizar pelo asfalto. De cabeça para baixo Bomani pode perceber que não se ferira, os músculos resistentes ganhos através de árduo treinamento lhe serviram bem.

JACK HUNTER

Jack adentrava o vagão, podia ver que essa porta ficava exatamente no centro dando espaços iguais tanto para a direita quanto para a esquerda, porém o lado esquerdo estava cheio de itens que iam desde televisão (não parecia haver eletricidade no lugar), alguns lampiões a gás que iluminavam razoavelmente e a luz não escapava já que fora colocado um plástico preto nas janelas. Havia carrinhos de supermercado além de outros utensílios quebrados.

A direita não havia nenhum objeto exceto uma cadeira de rodas, nela sentava-se um homem cujas pernas não possuía, o homem que lhe convidara para entrar estava ao lado dele sentado num dos bancos laterais do vagão.

O homem sobre a cadeira de rodas, além das pernas possuía a face deformada começando por não haver um nariz nem lábios, assim como também não possuía pálpebras, os tufos de cabelo brancos que ainda existiam cobriam precariamente um crânio cheio de escarificações. Parecia que o homem tivera a face queimada.

_ Seja bem-vindo ao meu lar, meu jovem, aqui chegam todos aqueles que estejam perdidos ou confusos.

A tonalidade da sua voz era marcante, lembrava Sir. James Earl Jones falando, o que não condizia em nada com sua aparência.

O ESPECIALISTA

Deixando para trás todo o cheiro inebriante do gado, o Toreador aproximava-se do último segurança até então. Seus olhos rubros, sua frase desconcertante deixavam claro que aquele ser não deveria ser parado, mas O Especialista não esperava que quem estava plantado era um semelhante, os olhos rubros, que examinavam cada pedaço do pervertido a sua frente deixava bem claro que ali as coisas seriam diferentes.

_ O senhor não pode subir mais sem permissão, qual o seu nome e vou ver se o deixam subir.

O tom era definitivo, aquele monte de músculos parecia já estar acostumado a barrar proeminentes perturbadores da pretensa paz daquele lugar.

Meus queridos jogadores, peço desculpa pelas duas semanas de ausência, mas me foi necessário. Semana de prova, tenho certeza que vocês sabem a dor de cabeça que isso representa e as horas longas de estudos. Voltarei os post sendo que o próximo já será amanhã para que possamos recuperar o tempo perdido.

Os óculos que o protegiam da luz haviam caído fazendo com que a luminosidade proveniente dos postes o incomodassem, fora isso sua arma ainda estava segura no seu cinto.

Quando soltou o cinto-de-segurança, o hierofante fizera o mesmo, o baque no volante, ao se soltar foi seguido por uma exclamação de dor, possivelmente a batida o infligira dano. Foi preciso chutar a porta três vezes até que ela cedesse e só então o cainita conseguira sair. Abdulah ainda estava preso ao cinto. Os tiros recomeçaram chocando-se contra a lataria do carro. Era questão de tempo até que um deles atingisse o tanque de combustível.

Bomani saiu pelo lado onde o carro ficava entre ele e quem estivesse atirando.

Jack sentava-se com um aceno de permissão de seu anfitrião, o banco disponível fazia com que ele senta-se de lado para o cadeirante.

Um rato passou correndo entre suas pernas.

_ Ah, entendo, vingança pessoal... mas temo que quem você procura seja de interesse do nosso querido Príncipe que chegou primeiro que você, pagou muito bem, veja bem, tudo que acontece nessa cidade não passa desapercebido por mim. Mas devo dizer que ele pediu pelo meu sigilo, mas não pagou por ele.

O homem que acompanhava o cadeirante fez um barulho de desconforto através das linhas que mantinham sua boca presa, ele em nenhum momento tirou os olhos de Jack.

Abdulah estava com dificuldades de se livrar do cinto, por fim resolve arrancá-lo a força e ele se desprende caindo no agora pra baixo teto do carro.

Bomani se abaixa mais uma vez quando uma nova saraivada de tiros alvejam a lataria do carro assim como o vidro cuja blindagem parecia estar aguentando. Aproveitando que estava abaixado ele encontra seu óculos e o coloca diminuindo os problemas com relação a luz, uma das lentes estava rachada, mas isso não o atrapalharia.

O carro que serviu para parar a SUV era um velho volvo marrom que estava com boa parte da lataria amassada, Bomani pode jogar-se para trás dele aproveitando que a dupla que vinha no Cerato revidava o tiroteio.

Botando a cabeça a vista o caminhão estava há alguns metros de distância, pelos cálculos do setita deveriam ser uns 50 ele bateu na SUV depois deslocou-se para se proteger contra o Cerato.

Do caminhão desceram três homens e uma mulher, todos com roupas punks e portando submetralhadoras enquanto se protegiam da linha de tiro inimigo. A distância e com a luminosidade não dava para perceber se eram mortais ou seres da noite.

Dados:

Os tiros atingiram a roda do caminhão, a lataria e o asfalto, o susto fez os 4 indivíduos se encolherem atrás do caminhão já que estes estavam concentrados na dupla que se protegia agora atrás do Cerato, nesse meio tempo Abdulah conseguiu sair do carro deixando ainda por sair o hierofante.

Um tiro passou próximo a cabeça de Bomani acertando um post que erguia-se atrás do setita.

_ Vamos supor então que você não tenha feito isso. O que te ajudará saber quem era próximo dele? Aliás, ele não tinha amigos próximos, era odiado no próprio círculo, mas se tiver alguém que possa se considerar próximo você não vai encontra-lo aqui essa noite. - Ela mexeu levemente no bigode felino alisando-o. - A pessoa que você deve procurar atende por Erick, vai encontrá-lo no restaurante Luna Nouva, ele é dono de lá, creio que essa informação já o faça saber a qual linhagem ele pertence.

A mulher com aparência de pássaro sorria com um desdém e logo deixou de prestar atenção a conversa que desenrolava-se a sua frente e parecia concentrar-se nos demais.

Após o inicio das negociações o cadeirante começa a mexer sua cadeira que range a cada volta na roda, ele para de frente para Hunter e o avalia profundamente.

Ele estica a mão para o deformado que não fala e este puxou do próprio casaco uma espécie de diário antigo e uma caneta tinteira tão velha quanto e entregou ao nosferatu. O cadeirante folheou o diário até sentir satisfeito. Com a ajuda das próprias presas abriu um talo no pulso e o sangue que escorreu puxou com a caneta tinteiro e, usando o sangue como tinta, começou a escrever o que parecia ser um contrato simples onde constavam os serviços prestados por ele assim como seu nome. Frederik Argus. Outros itens anotados eram a data assim como a hora e o preço cobrado. Jack teria de voltar no prazo de um ano para começar uma peregrinação em busca de itens que serão definidos por Argus, o trabalho deverá durar não mais que dois anos quando o contrato de pagamento se encerrará tendo ele cumprido ou não. Caberia também a Argus entregar quaisquer informações que tenha negado ao Príncipe e que sejam relevantes ao pedido do contratante.

Em seguida ele fez um X numa parte abaixo da própria assinatura e deu a caneta assim como o diário a Jack.

_ Utilize seu próprio sangue para assinar aqui como eu fiz, por favor.

Havia um sorriso em seu rosto, mas não havia malicia ou felicidade nele, só um sorriso com os dentes podres a mostra.

Um borrão era tudo que Bomani tornara-se na noite enquanto percorria a distância até o Cerato, a dupla que ali se protegia não era conhecida do setita. Eles dispararam tanto que podia finalmente conseguiram acertar um deles que caiu no chão protegido pelo caminhão enquanto gemia com a dor. Os demais não pararam pra prestar atenção, um barulho alto tirou a atenção deles assim como a de Abdulah que ajudava o hierofante a sair do carro.

Aos poucos Bomani também pode discernir o que era que tinha feito os tiros darem uma trégua, o som de sirenes se aproximavam.

Ao longe pode houver Abdulah gritando para que todos fugissem por entre os becos próximos, atrás de Astennu havia um e a dupla olhou para eles.

Houve um momento de indecisão mas os três que não foram alvejados entraram no caminhão que ainda conseguia funcionar e partiram virando numa rua próxima no momento que as luzes da polícia tornavam-se visíveis longe na avenida.

Abdulah e o hierofante logo correram para uma outra viela deixando para trás a SUV capotada.

Sem responder as garotas, Powers deixou o recinto. Pode ouvi-las reclamando logo atrás, mas logo os chiados das conversas deram lugar ao barulho de carros. Powers encontrava-se na rua e um táxi parou a sua frente quando este lhe fez sinal.

O motorista guiou seu táxi de forma tranquila até o Luna Nuova, não havia um grande tráfego na rua. O único momento que o táxi parou foi para deixar passar três carros de polícia que desciam a avenida em direção a Ilha dos Cães.

_ Ouvi agora no rádio que está tendo tiroteio perto da ponte. - foi o único comentário que o taxista fez.

Por fim ele chegou ao Luna Nuova, um belíssimo restaurante na Fullham Road.



Lá dentro estaria Erick.