Johnny - Gangrel Urbano - Independente

Nasci em Nova York. Tenho trinta anos e estou a cinco anos como vampiro. Não pertenço nem ao Sabá e nem a Camarilla, sigo meus proprios caminhos e decido o meu futuro. Não preciso de ninguém para sobreviver e de ninguém para ficar me dando ordens. Vim de familia simples, meus pais vieram do circo. Meu pai era um magico de meia tigela e minha mãe... bem... minha mãe era sua assistente. É vergosonho isso mas minha mãe vestia um biquini cavado para distrair a plateia enquanto meu pai preprava um truqe bobo. Bom, essa era a minha vida, não fiz nada de diferente e nunca sai desse meu mundo simples e pequeno. Nunca frequentei uma escola pois sempre estavamos em viagem mas aprendi a ler e a escrever, sei fazer contas e me intereço bastante pelo sobrenatural, já que sou um vampiro.

Bom, meu abraço não teve nada de emocionante, pelo contrario. No circo, todos nós faziamos alguma coisa, todos tinhamos alguma habilidade que poderia ser aproveitada para algum espetaculo ou coisa parecida. Eu tinha um excelente equilibrio e possuia uma grande destreza por exemplo, outros eram engraçados e por ai vai... Aprendi com Joseph a fazer malabares e Joana me ensinou a andar na corda bamba. Estava programado para estreiar no show que fariamos em Texas. Claro, se soubessemos da existencia de vampiros e que as duas seitas estavam se confrontando, nunca teriamos ido para lá.

A chuva caia forte, corriamos para arrumar a lona e tapar os buracos existentes. O publico vinha em peso e eu sentia a pressão da estreia. Entrava um pouco timido e com certeza isso atrapalhou meu desempenho ao atrevessar a corda bamba... Por sorte ou azar, a luz fraca do circo vinha a se acabar. Esperavamos mais de uma hora e nada, o publico se revoltava e o dinheiro era devolvido para evitar maiores confusões. Me isolava no velho trailer em que morava, meus pais estavam arrumando algumas coisas lá fora quando ouvi alguns gritos. Já tinhamos sofrido assaltos antes, por isso meu pai comprou uma arma e me ensinou a atirar, somente para a nossa proteção, nunca tinha mirado para alguma pessoa antes. Pegava a arma com um pouco de medo e espiava pela janela para ver o que estava acontecendo. Era cena de filme de terror, sangue espirrado para tudo quanto é lado, amigos caidos com grandes cortes na garganta...

Hoje eu vejo e confesso que tive medo de sair do trailer, via amigos sendo torturados e nada fazia, me escondia debaixo da cama com a arma em punhos e chorava feito uma menininha assustada. Ficava por lá por alguns minutos até que escutava os gritos da minha mãe, não sei por que e nem o que houve mais criei uma coragem imensa e sai do trailer pronto para surrar o vagabundo que estava fazendo ela gritar. Me deparava com corpos caidos e sangue, muito sangue no chão. Meu pai estava morto, eu mal conseguia olhar, ele estava dilacerado, minhas lagrimas caiam na mesma velocidade que a chuva. Minha mãe mais a frente, estava grintando, horrorisada com o que tinha acontecido. Quando me viu gritou para correr. Quando notei que alguma coisa estava errada me virei, quando isso aconteceu eu fui atacado. Ao mesmo tempo em que eu tinha o desprazer de sentir a sensação de ter a minha vida sendo sugada, via minha mãe sendo decapitada por um maluco com uma uma espada. Isso com certeza afetou no meu abraço, criei um grande trauma durante a transformação e isso modificou alguma coisa no meu sangue, não sei explicar o que houve exatamente mais durante uma das minhas viagens eu conheci um jovem sábio estudante de ocultimos que me explicou as modificações sofridas.

Graças aos meus gritos de desespero e o forte cheiro de sangue, um grupo da Camarilla chegou ao local e uma grande batalha começou, eu cheguei a ser transformado só que me refugiei embaixo do trailer, estava me sentindo fraco e pouco estava entendendo o que estava acontecendo, via o homem que tinha me mordido, meu futuro mentor, perder a cabeça para um cara com garras... A partir daquele momento eu não lembro de muita coisa, não sei o que houve e nem para onde foram... Só lembro de ter acordado horas depois, parecia que nada havia acontecido, procurava pelos corpos e nada encontrava, nenhuma gota de sangue, parecia que tinha acabado de acordar de um pesadelo horrivel em que nada fazia sentido. Me levantava com fortes dores de fome, fraco e um pouco tonto me mantinha de pé apenas me apoiando nos objetos. A chuva ainda continuava forte e aquela noite se tornava cada vez mais estranha. Como não encontrava ninguém, me restava apenas sair daquele lugar, mesmo sendo uma coisa maluca a se fazer pois tinha acabado de vivenciar uma verdadeira sinopse de terror. Pegava o pouco que me restava, entre roupas e alimentos me deparava com uma situação, para onde iria? Sem rumo e sem nenhuma esperança, andava pela estrada a beira de um lugar quente ou de uma carona qualquer. Por sorte encontrava um hotel beira de estrada, o pouco de dinheiro que me restava gastava para pagar um quarto pelo menos por aquela noite. Me lembro que estava palido, a mulher que me atendia me dava apoio para ir para o quarto. Também me lembro que ao abrir a porta ela se feriu, pois a fechadura estava trincada e quando ela fez força, acabou se cortando. Aquele cheiro de sangue, mesmo que tenha sido uma unica gota, veio ao meu nariz como se fosse o melhor cheiro do mundo, lembro-me que segurei seu dedo e comecei a chupa-lo com força, lembro-me também que mordi e ela deu um grito, me fazendo voltar a real do que estava acontecendo. Pedia desculpas e entrava no quarto.

Deitado na cama, não conseguia dormir direito, a fome e o gosto do sangue me faziam querer mais e mais. Para a minha sorte, ela vinha me visitar durante a noite. Ela caminhava até minha cama, subia em cima de mim e vinha me beijando parte a parte, chegava na minha boca e percebia que seu beijo era mais quente do que meu corpo, nos pegavamos com furia e paixão até que por instinto me via mordendo seu pescoço com dentes afiados. Percebia que o gosto de sangue em minha boca fazia com que a fome passasse, me sentia mais forte e cada vez mais queria mais e mais. Bom, depois dessa primeira vez, obviamente teve outras, minhas vitimas normalmente são mulheres solteiras e não são mães. Pois toda vez que vejo uma mulher com um filho eu me lembro da minha e não consigo morde-la. Entendi o que tinha me tornado somente quando conheci outro como eu, claro que eu sabia o eu tinha me tornado, mais não entendia nossas fraquezas, nossa força e nem nossas regras. Apezar de ser um Desgarrado (Caitiff), parecia muito sabio sobre nossas culturas, me falou sobre o Sabá, que foi ai que descobri que tinha sido eles que tinham me atacado no circo. Ele me falou sobre a Camarilla, aqueles que afugentaram o Sabá e me 'salvaram'... Ficamos noites e noites conversando sobre isso, a cada coisa que ele me falava eu formulava centenas de perguntas. O engraçado é que ele não possuia nenhum livro em mãos, tudo era tirado do que ele tinha presenciado ou do que ele tinha vivido.

Minhas caminhadas de canto a canto sempre me mostraram algumas coisas. Nunca fui de me gabar quando estava no circo pois ali todos tinham grandes talentos mas fora dele, quando me tornei vampiro, vi que as coisas eram diferentes. Me deparei com muitos casos nos quais eu pensava que não sairia vivo, felizmente, meus esforços junto com minhas habilidades me mostraram ao contrario. Hoje, dificilmente sou pego em armadilhas ou me saio mal em uma briga... Já me falaram que meu maior defeito é meu ego. As vezes acho que este é meu unico defeito pois, confio muito em mim e no que posso fazer. Minha confiança é inabalável, as poucas vezes que falhei é por que dependia de sorte ou do fator natureza. Em uma passagem por Nebraska, conheci um jovem estudante das artes ocultas que depois de salvar sua vida de alguns vampiros iniciantes ele me concedeu um lugar em seu refugio. Um apartamento onde mal se conseguia andar por causa dos livros, eram livros de tudo quanto era tipo largado em tudo quanto era canto. Meu interesse e minha curiosidades aguçaram quando vi que ele entendia bastante do assunto, novamente, me deparei com um ser inteligente e muito culto, nao era experiente, tinha apenas meses como cainita por isso nao entendia na pratica. Era um Toreador pertencente a Camarilla onde teve um pequeno desentendimento com um grupo Sabá. Estudantes dos mesmos que lhe atacou, ele me revelava os segredos da Seita, falava os nomes dos clans pertencentes e me aconselhava a não me meter com eles... O papo era extenso e a noite curta, por isso tive a oportunidade de passar mais duas noites ao seu lado até seguir viagem novamente.

Nunca peguei num livro para ler sobre o que me tornei ou quem eu sou. Acredito que a vivência e a experiência lhe trezem melhorias e sabedoria, eu sou a prova viva disso. Sei muito mais do que aqueles que falam que são vampiros de verdade. Vampiros não são personagens de desenhos japoneses onde seguram grandes armas falantes ou soltam raios pelas mãos. São criaturas noturnas, não confiaveis onde para a mioria o importante é somente sobreviver. Por tudo que eu já vi e já escutei, eu mantenho uma consciencia aberta a qualquer outro tipo de criatura que possa vir a exsitir. Ultimamente ando vagando de cidade a cidade em busca de conhecimentos... Duvidas são interminaveis em frente ao que somos. Sobreviver nesse mundo nos torna herois diantes de tantos casos, alguns lutam por uma causa, outros defendem o que são. Eu, luto por mim. Vago através de novos conhecimentos, sou movido a matar minhas curiosidades. Hoje me encontro em Nova York, há boatos que algo grande esta para acontecer e quero estar presente, quero ver os fatos e o que de tão grande irá acontecer.