O Ruir do Velho Mundo - A Sombra dos Anciões

Quando fui pego de surpresa pelas criaturas, pude ouvir um som singular que saia das gargantas daqueles seres deformados. Era algo tão primitivo que me deixou impressionado. Sempre fui ligado aos animais, e confesso nunca ter escutado um som tão desagradável e horrendo. De onde sairam essas bestas? Parece ter sido direto do inferno. Athena e Thor fogem para a mata, mas duas criaturas vão atrás. O que as movem? Fome? Instinto assassino? Destruição? Pretendo descobrir. Infelizmente vou ter que torcer para que meus lacaios consigam escapar. O mais importante agora é parar esses monstros antes que cheguem à cidade e se mostrem ao rebanho.

Minha estratégia parece estar sendo bem sucedida. Com as granadas consegui abater ou pelo menos parar boa parte do bando. Agora é hora da sniper! Enquanto posiciono a arma para efetuar os disparos, atualizo minha equipe com as informações... - Gerrard falando! Acabo de abater 75% do bando das criaturas utilizando granadas. Nem todas estão de fato mortas, algumas ainda se arrastam. 5 conseguiram escapar das explosões e seguem rumo a cidade.

Tenho 5 disparos antes de precisar recarregar. Sei que estou ficando perigosamente faminto, porém não posso perder a chance de eliminar essas criaturas e impedir que alcancem a cidade. Consumindo a pouca vitae que me resta, eu acelero meus movimentos para que eu consiga efetuar mais de um disparo em um menor intervalo de tempo (Rapidez).

Ao receber os objetos solicitados, Amino faz uma verificação minuciosa nos itens, mas não encontra nada de notável. Enquanto está sendo levado até o carro, ele observa a aura daqueles que estão ao seu lado.

Em ambos, Danut e o motorista, a aura chama a atenção por ser completamente pálida. Enquanto a observação em Danut mostra algo mais simples, um tom marrom muito forte, no outro cara é mais profunda, indicando um padrão de cores é bem mais desenvolvido. A cor principal é o vermelho, mas as cores verde claro e violeta também se fazem presentes.

Ao chegar na estação rodoviária, o primeiro teste de Amino aparece. O policial se aproxima e pede os documentos do Tzimisce. Amino, agora Carl, entrega tudo e usa uma desculpa qualquer para estar ali.

O policial olha para Amino com uma cara desconfiada, e parece estar querendo perguntar algo, mas volta a olhar para os papéis... Enquanto ele confere os documentos, o Cainita aproveita esse momento para avaliar o humor do policial, mas diferente do que aconteceu antes com Danut, não há a formação dos padrões de cor... dessa vez não há nada.

O cara da uma olhada em Amino novamente e compara com as fotos nos documentos, busca o registro da passagem através do QR code... e após algum tempo devolve tudo para o Tzimisce, indicando o terminal onde ele deveria esperar. Passa algum tempo e o ônibus chega. Muitas pessoas entram. O veículo está com todas as poltronas ocupadas.

São algumas horas de viagem até Edimburgo, mas finalmente Amino desce do ônibus na capital escocesa.

Percebendo que os humanos continuam olhando para o lugar onde está, Enoch parte para uma nova estratégia. Usando seus dons de persuasão, o Vampiro tenta injetar o temor na alma dos presentes... mas aparentemente não há resposta. Todos continuam parados como estavam.

Vendo um ser translúcido no lugar do cara que atacou seus companheiros, o segurança que apontava a arma para o Malkaviano atira. A bala perfura a camisa de Enoch e faz um pequeno corte na lateral da sua barriga, nada sério, mas faz com que o Cainita saia de sua ofuscação.

Todos os seguranças que podiam deram alguns passos para trás, sem entender o que estava acontecendo. Enquanto isso, o outro segurança que estava verificando a pulsação do caído fala:

- Polícia. Precisamos deles aqui além da ambulância. Há um homem fazendo coisas estranhas aqui. - Nesse momento ele também puxa a sua arma e aponta para Enoch.

Não acredito que a única opção que eu tenho vai ser matar os malditos - Penso
Uso mais um ponto de sangue, mas dessa vez para bombar força.
- ok, vocês me venceram, eu me rendo - Me ajoelho e levo as mãos para trás da cabeça, mas antes uso Presença I - Fascínio

Ao olhar pelo parapeito, Igor vê três carros da polícia parados na porta do prédio onde ele mora e rapidamente seu cérebro começa a fazer conexões. Ele se pergunta se algum vizinho fez algo de errado, ou se a falta de resposta ao Mão resultou nessa visita no meio da noite... E parece que a segunda opção é a mais próxima da realidade, pois o telefone que ele deixou registrado na portaria toca. Ao atender uma voz potente fala:

- Boa noite senhor. Recebemos uma reclamação sobre fortes odores vindos do seu andar e estamos verificando todos os apartamentos. Poderíamos dar uma olhada no seu agora? Será um processo de rotina, rápido. - Poderia ser algum vizinho curioso que fica olhando o que acontece no apartamento dos outros ou uma retalhação do Mão pelo silêncio do Ravnos... o certo é que a polícia viria revistar o apartamento de Igor.

Nesse momento o Cainita percebe a televisão ligada. Tão perdido que estava em sua contemplação noturna, o Cainita só agora prestava atenção na tela. Ele retorna o som e escuta o noticiário. Um grupo terrorista atacou Edimburgo. Algumas casas em chamas, prédios públicos ruíram em explosões, pessoas mortas... o comum para um ataque do gênero. Contudo, algo fica martelando na cabeça do Cainita. tem alguma coisa errada...

O IRA não está mais ativo, os membros foram desarmados e alguns deles criaram um partido político. Os grupos terroristas do Oriente Médio e norte da África não parecem ter motivos, ainda, para ir à Escócia. O jornal parece estar encobrindo algo ainda maior.

É quando a lembrança de sussurros que ele ouviu pela cidade sobre o Sabá de Glasgow estar juntando bandos para invadir Edimburgo volta a memória de Igor.

Parece que uma gerra pelo domínio da Escócia está para começar entre Camarilla e Sabá. Uma ótima oportunidade para ganhar dinheiro, favores, e tudo o mais que o Ravnos possa querer. Mas primeiro ele precisa responder ao policial no telefone.

Erwin faz um leve movimento com a cabeça dando a entender que está de acordo com a conversa sobre os Filhos,

- Na verdade minha vinda aqui tem muito dessa função, além de permitir que tracemos um plano mais sólido já para resolver tudo com Viktor.

O Ancião apresenta seus dois companheiros e Beaumont procura deixar claro saber a origem sobrenatural de Daniels. O Lobisomem faz um movimento com a mão que indica não se importar com as palavras do Malkaviano.

- Se eu tivesse a ideia de que um inimigo natural estivesse próximo, ficaria bem preocupado. Além disso, Erwin me disse que quanto mais antigos vocês são, mais tentam se enclausurar. - Um sorriso malicioso surge no rosto do Garou, como se ele estivesse brincando com o Ancião. - Estou aqui para fazer o trabalho dos Filhos... se eu puder te ajudar em algo, é só falar.

Agora chegou a vez da última recém-chegada. A aluna de Viktor.

De pronto Beaumont enxergou semelhanças entre Ana e a 'oferenda' entregue por Erwin na noite em que os dois Anciões se conheceram.

Do lado de fora não há barulho nenhum. Aparentemente o primeiro andar está livre de qualquer incômodo.

- Nós só queremos dar uma ajudinha ao seu plano. - Ela pisca o olho para o Malkaviano. - Podemos deixar o alvo mais aberto a sugestões, perdido em um mundo onírico... só colocando alguns itens na estrutura da sala que será criada para o 'coral'. - Ela faz um movimento com os dedos indicando aspas. - Isso se você quiser o que os Filhos tem a oferecer, mestre Viktor deixou bem claro que está nas suas mão aceitar ou não essa oferta.

- Sobre ficar alguém aqui... infelizmente nós três precisaremos nos ausentar amanhã para realizar uma missão na Grécia e no mais tardar em uma semana e meia estaremos novamente com nosso amigo. - Erwin fala. - Se você aceitar a oferta de Viktor, dois homens se infiltrarão entre os construtores para exercer seus papéis no plano. O que me diz? - Ele devolve a pergunta de Beaumont em tom de brincadeira.

Em cima da árvore, Gerrard avisa seus companheiros da situação e logo continua atacando as criaturas. Para isso o Gangrel usa da potência de seu sangue e aos poucos sente uma mudança em seus músculos que o permite mover-se acima da velocidade humana.

Logo o Cainita aponta sua arma para os cinco seres que continuam andando em direção à cidade e atira na cabeça de todos. Devido a movimentação estranha dos seres, o primeiro tiro passa pela lateral do corpo da criatura e enterra-se na areia. Os outros quatro tiros acertam facilmente a nuca dos seres e um por um eles foram caindo no chão... no entanto, dois deles se levantaram e voltam-se na direção da árvore onde está Gerrard.

O andar das criaturas acelera e em poucos segundos eles estão enfiando suas garras no tronco da árvore, que se parte facilmente. Tudo isso ocorre enquanto a última criatura continua na direção da cidade.

O tempo vai passando e Enoch está cada vez mais preso na situação. Dois seguranças no chão, estando um completamente apagado enquanto o outro parece estar recuperando suas forças aos poucos, outros dois prontos para atirar a qualquer sinal de movimentação estranha do Cainita... E olhando bem, eles parecem não saber bem o que fazer, mas mesmo assim enquanto o Imortal coloca as mãos para cima e se ajoelha, o segurança que estava auxiliando os dois caídos se aproxima e puxa uma algema.

- Vamos lá Mandrake, sem movimentos bruscos. - Diz o homem enquanto tranca o braço direito de Enoch na algema.

Durante esse tempo, o Vampiro não presta muita atenção ao que está sendo dito... ele está mais preocupado em deixar o sangue fluir por seu corpo e aumentar a suas capacidades físicas. O segurança sente uma contração nos músculos do Malkaviano e tranca o segundo lado em um movimento meio assustado.

Os braços de Enoch estão agora presos para trás. Como última cartada, o Cainita tenta utilizar mais uma vez sua presença sobrenatural... mas não vê nenhum efeito.

No bolso, o Malkaviano sente o celular vibrando. Será que o tempo dado pelo chantagista anônimo já terminou?

- Você se meteu em uma enrascada das boas... se brincar a Camarilla já deve saber de tudo. Estou até com pena de você quando o Xerife chegar aqui. - Surge a voz de Shade em sua mente. Do lado de fora a buzina de um carro chama a atenção dos seguranças, que desviam o olhar para a tela que mostra a câmera do portão. - Essa é a hora! Só vai e depois se esconde nas sombras!

- Putz, são eles de novo... - Diz o segurança que aponta a arma para Enoch ao olhar para a tela.

Amino desce do ônibus em um terminal lotado. É realmente impressionante a quantidade de pessoas entrando na capital, principalmente a quantidade de pessoas de outras regiões da Escócia deixando suas casas para trás, uma vez que poucos são os ônibus que estão vindo de fora do país.

Ao sair do terminal e entrar realmente na rodoviária, os ouvidos do Tzimisce captam a extensão dos refugiados em Edimburgo. Pessoas falando alto em todos os lugares. Praticamente não da para escutar os próprios pensamentos. O do começo do inverno frio também parece afetar os humanos, pois todos estão segurando casacos pesados, gorros e cachecol, mas no amontoado de humanos ali presentes era impossível estar sentindo frio.

O Cainita conseguiu perceber que as pessoas que saíam dos ônibus seguiam até uma fila que terminava em uma sala com as palavras 'Registro de Entrada' escritas na porta. A sala parecia ter sido construída a pouco tempo e chamava a atenção por destoar do restante do prédio.

Enquanto olha para a porta, Amino sente uma mão em suas costas.

- Boa noite. - Diz um homem vestindo os trajes da polícia escocesa. - Não precisa se preocupar com aquela fila... seres especiais como nós temos nosso próprio centro de registro. Afinal, todos sabem que não podemos ser mais na cidade do que nosso alimento. Qual o seu nome? - Assim que Amino responde, ele continua. - Pois siga-me.

O Cainita leva Amino até uma sala mais distante, longe do barulho da rodoviária. Há um banco encostado na parede onde quatro pessoas estão esperando.

- Pode esperar aqui. - E o policial vai embora.

Um por um, todos vão entrando na sala. Tensão toma conta do ar. Uns saem com um sorriso no rosto, outros não parecem ter ficado tão felizes com o que aconteceu ali... até que finalmente chega a vez de Amino.

A sala é pequena, alguns quadros estão pendurados nas paredes, uma estante com vários livros está atrás da cadeira onde uma policial está sentada. Ela indica a cadeira a sua frente para Amino sentar. Ao estar acomodado, a mulher começa:

- Documentos. - Ela estende a mão. - Responda tudo o que eu perguntar. Nome, de onde você vem, possui parentes na cidade, onde pretende ficar e como irá se manter na cidade. - Seus olhos são profundos e parecem estar avaliando a alma de Amino.

Na segurança da árvore, eu consigo derrubar 4 das 5 criaturas que corriam em direção a cidade. Porém, duas se levantam novamente e agora correm em minha direção. A situação exige uma tomada de decisão rápida e o fator risco fala mais alto. Assim que percebo estar sob ataque direto, contacto minha equipe pelo aparelho em meu ouvido: _ grupo quase todo eliminado aqui. Apenas uma criatura se mantém rumo a cidade e nada posso fazer pois estou sob ataque direto de outras duas. _ Usando minha vitae, eu projeto minhas garras a frente dos meus dedos e salto da árvore me mantendo rente ao tronco. Arqueio os dois braços para atingir as duas bestas com minhas garras enquanto caio ao chão.

"Ô Merda. Quando essa não-vida irá me dar um pouco de paz". Penso

Corro para a saída antes coberta pelos guardas, buscando o primeiro espaço de sombra que tiver para me ofuscar usando Presença invisível , enquanto isso tento romper as algemas.

Os quatro seres sobrenaturais conversavam no quarto ocupado por Beaumont, do lado de fora, nenhum som que chame a atenção do Malkaviano...

Aos poucos, parece que o plano toma forma e a cada instante que passa, as peças são postas no tabuleiro. Infelizmente, os três não poderiam ficar ali e a ausência de Erwin e seus companheiros é sentida pelo Ancião, mas logo eles retornariam para finalizar tudo e capturar o membro da Sociedade.

- Ótimo. Avisarei ao mestre Viktor o quanto antes. - Responde Ana. - É possível que você nem note a presença deles, na verdade isso é quase uma certeza já que as obras só devem acontecer durante o dia... - Ela leva a mão à nuca e meche no cabelo. O odor de seu perfume, mesmo que fraco, deixa rastro por todo o quarto. - Eu acho... Mas de qualquer forma, eles devem falar com você logo que chegarem. Participarão da comunidade como se fossem um deles, e não levantarão suspeitas durante todo o processo de construção. Ao final eles desaparecerão e poucos lembrarão que eles estiveram aqui. - Ela olha para Erwin. - Pelos meus cálculos, devemos estar retornando alguns dias antes da 'cerimônia' e poderemos fechar todos os pontos. O Mestre estará aqui também. - Ao dizer essas últimas palavras, ela volta a olhar para Beaumont.

Erwin retira um cartão do bolso e entrega para Beaumont. Da pra sentir pela textura que o papel é de boa qualidade, com letras escritas em dourado. Há um nome de uma loja de especiarias, endereço e telefone.

- É aqui que você pode nos encontrar durante os dias que passaremos fora. É um lugar parecido com a loja de Bolonha. Acredito que a casa paroquial aqui possui um telefone particular, pode ligar para o número do cartão que receberemos sua mensagem. - Ele mostra mais uma vez seu sorriso tranquilizador para o Ancião e coloca a mão em seu ombro. - Assim que esse nosso problema com a Sociedade estiver resolvido, podemos pensar em abrir uma loja dessas no vaticano.

Do lado de fora, o Malkaviano ouve quando alguém força o degrau da escada que leva ao andar superior. Cada passo é ouvido perfeitamente pelo Cainita até que para na frente do quarto e alguém bate na porta.

- Irmã Geovanna! - É a voz de Antonnela. - Os quartos estão prontos na outra casa para os convidados.

Vendo que duas das criaturas se aproximam, Gerrard avisa seus companheiros sobre o que está acontecendo enquanto usa seus dons vampíricos para estender suas poderosas garras.

- Certo. Assim que acabar venha para onde estamos o mais rápido possível, algo estranho está acontecendo aqui. - Era a voz de Wallace.

O Gangrel salta da árvore na direção das criaturas na hora em que elas conseguem derruba-la. Vendo que pela trajetória da árvore, ela cairia exatamente em cima dele, Gerrard da um pequeno impulso no tronco e afasta-se, evitando o impacto. Quando cai no chão, o Cainita sente algo que a muito não acontecia... ele sente que está perdendo o controle sobre si mesmo, sua garganta está seca, seu peito dói... Ele ajoelha-se no chão, fincando as garras da mão esquerda no solo....

Fora de controle, Gerrard parte para cima de um dos seus oponentes. Em seu rosto o animal fica evidente... sua face está contorcida de ódio. Em um salto ele cai com as mãos no que deveria ser peito da criatura e finca suas garras puxando as costelas do ser para fora do corpo. Ele urra enquanto levanta pedaços de pele, músculos e ossos acima de sua cabeça, como uma fera que vence uma batalha e expõe a todos o seu poder.

É nesse momento de êxtase que Gerrard sente a pontada em sua batata da perna. As garras da segunda criatura estão fincadas e o Gangrel ajoelha-se sentindo a dor. Nesse momento, em que um pouco de consciência retorna ao Cainita, ele sente suas mãos queimarem, seu rosto está ardendo bem como todos os pontos do seu corpo por onde o líquido verde que escorre dos pedaços do corpo da criatura toca.

Mais uma vez Enoch sente o seu celular vibrar no bolso... outra... outra....

Assim que a voz fala em sua cabeça, o Malkaviano procura a primeira oportunidade para correr e essa oportunidade logo chega... os seguranças se distraem com a chegada de alguém que não parece ser desejado. O Cainita levanta e sai correndo para fora da sala. Ele esbarra no cara com a pistola, mas consegue sua liberdade, mesmo que momentânea. O vento sopra forte vindo da água. O odor de sal penetra em suas narinas, mas nada disso fica muito tempo em sua mente, pois o som de um tiro vem de suas costas e ele precisa se esconder. A alguns metros à frente estão os containers.

Enoch corre desesperadamente. As mãos presas pelas algemas atrapalham a locomoção, mas mesmo assim ele continua. O cainita passa em corredores entre alguns containers, até que encontra um lugar em que talvez possa se esconder. Uma das grandes caixas de metal está aberta e pouca luz consegue entrar. Ele então corre para dentro e utiliza de seus dons vampíricos para esconder-se nas sombras.

Quando Enoch não ouve mais sons de perseguição, ele começa a tentar livrar-se das algemas. Ele puxa com muita força o objeto, com tudo o que ele consegue, buscando libertar-se das algemas... e finalmente consegue. Talvez não estivesse bem colocada... Contudo, foi tanta força colocada na ação, que sua mão bate na parede de metal com tanta força que o som ecoa dentro da caixa de metal...

Antes que eu pudesse tentar o salto perfeito, a árvore cede a força das criaturas e sucumbe em pedaços e lascas de madeira. Não consegui abater o par de monstros como imaginei e quando toquei o solo, outra criatura me atacou... A besta que vive dentro do meu ser. Eu esperava por isso, porém todo o vitae gasto nessa empreitada não foi em vão. Como um espectador assistindo uma cena sangrenta de um filme de terror numa tela de cinema, eu via todo aquele sangue e carne e ossos sendo rasgados e quebrados e voando em todas as direções. Aquilo me causava uma sensação boa, eu estava tendendo a monstruosidade degenerada da minha espécie... Mas algo me puxava para a sanidade, a dor de garras rasgando minha perna.Pelo menos me dava a chance de retomar o controle, mas eu não queria... não ainda. A sanidade me cobraria pelos ferimentos sofridos... o frenesi não. Meu Deus, pareço um maldito membro sabá falando essas coisas... mas agora acredito que essa seja a melhor escolha. Pelo menos até pararmos esses malditos demônios que parecem ter saído direto dos portões do inferno... ou quem sabe um porão Tzimisce...AAhhhhhhhh _Urrava a besta interior.

Antes de qualquer coisa verifico se ainda continuo ofuscado, se a Ofuscação tiver quebrado tento rapidamente ativar meus sentidos aguçados, me concentrando para ouvir se não há passos próximos. Após ativar os Auspícios, eu tento rapidamente ler as mensagens do celular e após isso entrar em Ofuscação novamente, usando Presença Invisível, se não houver ninguém próximo, tento sair dali e ir ao encontro ao mensageiro misterioso (se ainda houver tempo)

Ao sentir as garras de seu inimigo na perna, a Besta no interior de Gerrard uiva e não permite que o Cainita retome o controle do corpo. Com um movimento rápido, o Gangrel gira o quadril e enfia a costela da criatura que ele acabara de matar na cabeça do novo oponente, acertando no olho do ser. Ele grita... mais do líquido verde se espalha pelo chão. Fumaça sobre quando o 'sangue' da criatura coroe o solo.

Sem um dos olhos, a criatura tenta enfiar suas garras mais uma vez no corpo de Gerrard, mas com a Besta tomando conta, o Cainita salta como um felino e escapa do golpe. Com esse movimento, Gerrard encontra um espaço para dilacerar o pescoço do Ser. Ao que parece, ele tentou iniciar sua transformação animal, pois orelhas e a face estão levemente alterados, lembrando o focinho de um urso.

Sedento, Gerrard crava suas presas no pescoço da criatura, que tenta se soltar, mas o Vampiro é muito mais forte. Em um primeiro gole daquele líquido verde, o Vampiro sente suas garganta queimar, e em um único movimento, ele dilacera o pescoço do Ser, que cai morto no chão.

Gerrard põe o pé sobre a cabeça da criatura e da um urro, mas este não sai...

Contudo, a Besta ainda está sedenta... ela precisa de sangue. Assim, o Gangrel corre loucamente para o meio da mata. Após alguns metros ele encontra mais duas Criaturas no chão, mortas, e ouve um choro baixo, que parece um animal ferido. Seus sentido apurados percebem logo de onde vem aquele som e o odor de sangue preenche suas narinas... A Besta clama por alimento...

Seguindo o rastro da vitae, a Besta encontra seu alvo. Um cachorro está deitado no chão, suas patas parecem muito machucadas. Ele olha para Gerrard e parece ficar feliz por um momento, mas a intuição do animal fala mais alto e ele tenta afastar-se de seu dono, que em um único movimento segura o cachorro indefeso e crava suas presas em seu pescoço.

Enquanto suga aquele líquido vital, Gerrard ainda houve os sons de uma coruja, que voa baixo e tenta pousar em seu ombro. Como uma fera que não quer dividir sua caça, o Gangrel faz um único movimento com sua mão, que bate na coruja e ela não mais emite sons...

Após acabar com todas as reservas de sangue do cão, o Cainita deita no chão com os braços abertos. Aos poucos sua sanidade vem retornando... e o barulho de tiros o acorda por completo.

Escondido, Enoch potencializa sua audição na busca por alguém que possa estar o caçando. Com um movimento rápido, o Malkaviano retira o celular do bolso para olhar as mensagens. Naquele momento haviam quatro mensagens. Na primeira, a pessoa misteriosa dizia que o tempo estava quase acabando, na segunda ele deixava bastante claro que sabia do que estava acontecendo com Enoch na guarita, na terceira ele dizia que estava gargalhando muito com a situação e na última ele diz para o Cainita ouvir bem o que está acontecendo ao redor, pois ele deve entrar no único barco que está para sair.

Enquanto lia as mensagens, Enoch ouve o som da buzina de um navio não muito distante. Assim que termina de ler, o Malkaviano ouve um som que lembra metal raspando em metal, que pareceu vir de poucos metros à frente. Foi algo rápido, e ele só escutou por causa dos sentidos aguçados.

A mulher escuta as palavras de Amino sem demonstrar nenhum reação às palavras do Cainita. Assim que ele termina, a mulher volta a falar.

- Você já havia conhecido Edimburgo? - Ela espera pela resposta. - Muito bem. Sou a pessoa responsável por permitir a entrada de Cainitas à Edimburgo. Se eu não deixar, você não entra. Como você deve saber, não podemos permitir que haja uma superlotação de Vampiros na cidade e meu papel é selecionar somente aqueles que não causarão prejuízos a cidade com a sua entrada. - A mulher não fala de forma dura, ela até tenta ser simpática, embora o cargo que ela exerce peça que ela seja bastante direta. - Estamos quase chegando no limite suportado pela cidade. Você disse que trabalha em Aberdeen. Há alguma carta de recomendação ou declaração da universidade atestando sua relevância? Você possui meios para se manter aqui? Temos uma 'pousada' para abrigar aqueles que tiveram de abdicar de tudo, mas há também alguns apartamentos para alugar, se você tiver como.

Vejo o céu entre a folhagem rala do início de uma mata. Se estivesse vivo, estaria ofegante. Não sei como vim parar aqui. Mas estou cansado demais para tentar lembrar. Apenas quero ficar ali, por algum tempo. Imagens curtas acompanhadas de sons passam pela minha mente como flash. Carne sendo rasgada, ossos sendo quebrados e sangue. Ao me lembrar de sangue, meu corpo todo arde em dor... O sangue ácido das criaturas. Deduzo que consegui abater o grupo. As imagens continuam. Me vejo adentrando a mata, vejo vermelho, tudo está vermelho. As plantas, o chão, o céu... Encontro Thor ferido e duas criaturas mortas. Ele conseguiu. Thor parece estar com medo de mim. Por quê? Antes da próxima imagem, um remorso toma o meu ser. Vejo Thor em meus braços, eu o matei... Ainda me recuperando olho em minha volta. E do outro lado jazia Athena. _ não! _ sinto um ódio de mim mesmo.

Levo as mãos ao rosto, como alguém que acaba de fazer merda e num ato simbólico tenta esconder sua face. ouço tiros, e isso me põe alerta novamente. Me levanto e contacto a equipe pelo dispositivo em minha orelha. _ Onde estão? E qual a situação de vocês? _ eu não queria que soubessem que perdi o controle. A evidência maior era a marca de presas no corpo de Thor. Enquanto eles me respondiam, eu caminhava até o meu quase fiel cão e com muito pesar o rasgava com minhas garras, bem no ponto da mordida sugerindo assim que o rottweiler foi abatido pelas criaturas.

Antes de voltar à Ofuscação e partir até as docas para pegar o navio eu mando mais uma mensagem
"Eu pelo menos descobrirei quem você é?"
Após isso, ativo a Presença Invisível e vou ao encontro da entrada do container e assim ir de encontro ao navio