No berço do poder

Inaugurada em 1960 Brasília,  à princípio, não se mostrou atrativa para a Família. Vastas extensões de terra pouquíssimo populosas tornavam a alimentação escassa e serviam de habitat para seres bestiais que mostravam prazer indescritível ao esquartejar os incautos membros que se arriscavam em suas terras sagradas. A idéia de centralização do poder político da nação no centro oeste do pais, apesar de ter "saído do papel", ainda estava longe de ser real, o que desestimulava ainda mais a migração cainita. Alguns Gangrel reclusos viram na nova metrópole um refúgio, mesmo que temporário, das maquinações da Jihad que tanto os incomodam. Um ou outro Ventrue visionário decidiu enfrentar as dificuldades iniciais para garantir seu futuro quinhão de poder. Encontrava-se também Tremere que vinham em busca das propriedades esotéricas da região. Mas no apurar dos números, a quantidade de vampiros na nova capital do país era pequeno.
Porém, com o tempo, essa realidade foi sendo alterada e com isso os olhos dos filhos de Caim voltaram-se para o Planalto Central. Mais e mais Ventrue vinham lutar pela supremacia política na capital da nação. Com o ritmo acelerado das construções e a transferência dos orgãos federais de governo, a população aumentou rapidamente e eventos em todas as esferas (política, social e de entreterimento) começaram a fervilhar, influenciando toda a nação. Em contra partida Brasília sofreu um crescimento desordenado e explosivo, segregando as classes baixas para a periferia e consagrando o Plano Piloto para o uso e habitação das elites.
Findando-se a primeira década, Brasília ganhou notoriedade nacional, momento no qual, Alexio de Ávila, Ventrue português radicado no Brasil desde 1950, reclamou o principado e, com o apoio da Primigênie e do Príncipe carioca, foi aceito pela população cainita. Alexio administrou o domínio por 30 anos e nesse meio tempo enfrentou inumeras tentativas de deposição, sempre se saindo muito bem das investidas.
Porém, no início do ano 2000, Alexio abriu mão do poder e "sugeriu" que Alessandra Correa, Toreador vinda de São Paulo e com grande poder na esfera privada, assumisse o Principado de Brasília. Foi um espanto para a comunidade Cainita, porém, devido à natureza da sugestão e o nível de poder individual e de influência de Alessandra, ninguém contestou. Todos imaginam que Alessandra, de alguma maneira, coagiu Alexio a deixar o cargo mas ninguém descobriu como ela fez. Alexio continuou em Brasília e, pelo menos publicamente, apoia Alessandra. Desde então o governo transcorreu com relativa tranquilidade. Poucos eram aqueles que tinham poder para enfrentar Alessandra, e menos ainda aqueles que tinham coragem pra isso.
No entanto, nos últimos cinco anos o cenário começou a mudar. Criolo - Brujha psicótico de 10° geração - chegou à capital e de forma brutal começou a montar seu império. Drogas, prostituição, assassinatos, roubos, tráfico humano e de órgãos; tudo tem a assinatura do vampiro. Pouco se sabe sobre ele, exceto que chegou da Jamaica há cinco anos sem qualquer ligação conhecida em Brasília. De lá pra cá vem tomando à força territórios e assumindo pouco à pouco os negócios ilegais de todas as facções criminosas da capital e do entorno. Sem nenhum respeito pelas tradições e muito menos pela Príncipe, Criolo Abraça sem restrições e não preocupa-se com a Máscara, o que vem dando muito trabalho para Alessandra que precisa esconder os rastros do vampiro enquanto tenta desesperadamente aniquilá-lo. Em julho de 2013 Alessandra, com o apoio da Primigênie, declarou uma Caçada de Sangue contra Criolo mas até o momento não foi capaz de capturá-lo.

FATOS IMPORTANTES

Subida ao poder de Aléxio de Ávila
A transferência do poder de decisão da nação para Brasília se consolidava a cada dia. Tal fato não passou despercebido ao Principado do Rio de Janeiro que logo traçou uma estratégia para garantir que sua influência não diminuísse com esse revés. Após analisar a situação, a Primigênie carioca decidiu enviar para Brasília Aléxio de Ávila, braço direito e cria do Príncipe do Rio.
À época haviam três figuras proeminentes em Brasília que pleiteavam o principado. O primeiro Alexio eliminou utilizando seus contatos empresariais para dizimar as fontes de renda do adversário. O segundo foi humilhado publicamente devido a escândalos políticos - dentro e fora da Família - o que o tirou permanentemente da disputa pelo principado. E o último, para mostrar sua superioridade em todas as vertentes do poder (econômica, política e física), Alexio desafiou para um combate corpo a corpo. O adversário foi esvicerado diante de dezenas de outros vampiros. Ninguém mais contestou Alexio como Príncipe.

Subida ao poder de Alessandra Correa
Alexio manteve o controle de Brasília sempre preservando os interesses de seu mestre carioca. Porém,  em 1995, ocorreu um golpe no Rio de Janeiro onde o Príncipe foi deposto e morto. A Primigênie também sofreu baixas e alterações o que, consequentemente acabou com o apoio que Alexio recebia.
Seus inimigos viram nisso uma oportunidade de usurpar o "trono" de Brasília e com isso diversas tentativas de golpe foram iniciadas. Foram cinco anos preenchidos com manobras políticas agressivas, batalhas de influência na sociedade mortal e cainita, além de enfrentamentos fisicos entre os humanos manipulados pela Família e também entre os próprios filhos de Caim.
Em meio a toda essa turbulência surge Alesandra Correa, retornando ao Brasil depois de 40 anos vivendo na Europa. Munida com um raciocínio rápido, sobra de perspicácia e um arsenal de segredos comprometedores, Alessandra ganhou com extrema velocidade o "apoio" de grande parte da primigênie. Começaram a surgir dentro da Primigênie rumores sobre a necessidade de sangue novo no principado de Brasília.
Percebendo a movimentação em seu desfavor, Aléxio começou a movimentar suas peças. Tentou, por meio de seus contatos dentro e fora de Brasília, descobrir informações que pudessem comprometer Alessandra, mas toda rua em que entrava, mais cedo ou mais tarde, mostrava-se um beco sem saída. Sabia apenas o que ela mesma já havia dito mas Alexio sabia que havia muito mais e sabia também que ela não estava sozinha.
Por fim, em dezembro de 1999, Alexio foi convocado pela Primigênie. Já antecipando o assunto, Alexio se preparou para resistir à deposição,  mesmo que para isso precisasse entrar em guerra aberta com os anciãos. Arregimentou todos seus soldados formando um pequeno exército e marchou para o local do encontro. Chegando lá encontrou os anciãos preparados à altura e isso deixou a situação extremamente tensa. Bastava uma faísca pra que aquilo explodisse como um barril de pólvora.
Porém, quando tudo parecia que iria culminar em uma batalha campal sangrenta, Alessandra surge entre os anciãos, caminha tranquilamente até Alexio e, sussurrando diz algo em seu ouvido. Minutos de tensão palpável passaram com Alessandra e Alexio se olhando fixamente e quando todos pensavam que a matança iria começar,  Alexio vira as costas e sai juntamente com seus soldados.
No dia seguinte, em cerimônia simples, Alexio informa que esta deixando o Principado e que Alessandra ocuparia o cargo.

Chegada de Criolo
Em 14 de agosto de 2009 Alessandra promoveu uma grande festa para comemorar o aniversário do filho do governador do DF. Diversas pessoas importantes, cainitas ou não, estavam presentes, afinal de contas era uma oportunidade para firmar alianças ou mesmo se atualizar dos acontecimentos da sociedade. O aniversariante estava completando 12 anos e diversas outras crianças vieram para a comemoração.
Alessandra estava em uma roda de pessoas, inclusive o governador, quando começa a escutar gritos de horror da multidão. Todos olham na direção do tumulto e vêem diversas pessoas correndo. Quando a multidão abre Alessandra vê um garoto com idade por volta de 14 ou 15 anos encoberto de sangue e carregando em uma de suas mãos o que se parecia com viceras humanas. O garoto quando avista a Príncipe,  caminha tranquilamente em sua direção e chegando em frente a Alessandra, com um sorriso juvenil, faz um cordial reverência e diz:
-- Boa noite alteza. Este humilde servo pede sua autorização para adentrar em seu domínio.
Todos, inclusive Alessandra e os outros cainitas, perplexos com a situação, ficam sem reação.  
Ainda investido de uma calma aterrorizante o garoto solta as viceras no chão, enfia a mão em uma mochila que tinha às costas e tira um objeto com um pavil. Com um isqueiro acende o pavil e diz:
-- Acho que agora vocês deviam correr.
Nisso, todos em pânico (menos Alessandra que continuava olhando para o garoto), começam a correr. A bomba explode e aumenta ainda mais o caos no salão. Quando a fumaça baixou o garoto havia desaparecido.

Caçada de Sangue ao Criolo
Pela primeira vez em anos Arthur viu Alessandra perder a calma. Ela estava, pra dizer pouco, colérica. A única coisa que a deixava com mais ódio do que o caos criado pelo garoto na noite passada, era o fato de não terem, até aquele momento, nenhuma informação sobre a criatura. Alessandra acionou cada contato à sua disposição, precionou cada inimigo que poderia ter contratado o garoto, usou toda sua influência nas organizações mortais para encontrar o maldito mas nada surtiu efeito. Sabia que se não resolvesse aquela situação rápido, alguém "resolveria" Ela.