Samia - Morgana Morwaine - Gangrel Independente
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Samia - Morgana Morwaine - Gangrel Independente
Nome: Samia
Personagem: Morgana Morgwaine
Clã: Gangrel Urbano
Seita: Independente
Natureza: Competidor
Comportamento: Caçador de Emoções
Geração: 10
Refugio: Pequena casa próxima da cidade. Local onde guarda seus pertences e se refugia durante o dia.
Conceito: Pesquisadora
Aparência: Pele branca, cabelos ruivos ondulados e cheios, olhos verdes, 1.65 de altura.
Idade aparente: 23-25 anos.
ATRIBUTOS (7 - 5 - 3)
Físicos
- Força: 3
- Destreza: 4 (Reflexos Felinos)
- Vigor: 3
Sociais
- Carisma: 1
- Manipulação: 2
- Aparência: 3
Mentais
- Percepção: 3
- Inteligência: 3
- Raciocínio: 3
HABILIDADES (13 - 9 - 5)
Talentos
- Prontidão: 2
- Esportes: 1
- Briga: 1
- Esquiva:2
- Empatia:
- Expressão: 1
- Intimidação: 1
- Liderança:
- Manha: 1
- Lábia:
Perícias
- Empatia c/ Animais:
- Ofícios:
- Condução:
- Etiqueta:
- Armas de Fogo:
- Armas Brancas: 2
- Performance:
- Segurança:
- Furtividade: 1
- Sobrevivência: 2
Conhecimentos
- Acadêmicos: 2
- Computador: 1
- Finanças: 1
- Investigação: 2
- Direito:
- Lingüística: 2 (Francês/Latim) Inglês - língua mãe.
- Medicina: 1
- Ocultismo: 3
- Política: 1
- Ciências:
VANTAGENS
Antecedentes (5)
Geração: 3
Recursos: 2 (Justificando a pequena casa que possui e alguns trabalhos que faz como pesquisadora)
---------------
DISCIPLINAS(3)
Rapidez: 1
Ofuscação: 1
Metamorfose: 2
-------------
Virtudes (7)
- Consciência: 3
- Autocontrole: 3
- Coragem: 4
HUMANIDADE: 6
FORÇA DE VONTADE: 6
QUALIDADES
Biblioteca de Ocultismo - 2 pontos.
Audição Aguçada - 1 ponto.
Concentração - 1 ponto
DEFEITOS
Excesso de Confiança - 1 ponto.
Acromatopsia - 1 ponto.
Agorafobia (leve) - 1 ponto
Prelúdio
Cornualha...
Ainda me lembro das extensas planícies verdes que ficavam cobertas com uma grossa camada de gelo quando a neve caía forte nos invernos rigorosos. A região fora há muito ocupada por um povo nomeado Celta, e suas crenças e costumes me fascinam desde que eu era uma pequena criança.
Nasci em Tintagel mais especificamente, em 1780, meus pais, pequenos agricultores que plantavam para sua própria subsistência juntamente com um grupo de mais de cem familias que ainda cultuavam a antiga religião Celta. A Deusa estava espalhada por todos os lados, nas oferends, nas estátuas, nas árvores, no vento, no canto dos pássaros, e eu me sentia muito confortável com aquilo tudo.
Há cerca de algumas centenas de metros de onde morávamos reinava impetuosa as ruinas de um castelo, fixado de costas para um penhasco. As lendas diziam que naquele castelo havia nascido Arthur, rei da Bretanha, que empunhando Excalibur livrou nossas terras das mãos dos saxãos. Lendas são lendas e você precisa ser muito tolo para de fato acreditar nelas.
-Eu nunca acreditei, mas minha própria lenda acabou se tornando realidade.-
O ano era 1800, e decidi que o mundo pequeno e limitado no qual eu vivia, impregnado das lendas contadas pelos bardos de nossa aldeia, já não sanavam mais minha curiosidade. Despedi-me de meus pais carregando algumas roupas de corpo e muitas idéias na mente.
-Logo eu iria descobrir que um ser humano não vive só de idéias-
Caminhei cidade após cidade, saindo do extremo sudoeste da ilha e caminhando sentido à capital que prosperava nos arreios do avanço industrial. Em todas as pequenas cidades que eu parava, o que não mais faltava eram pessoas citando Londres, juntando seus pertences, abandonando suas casas em busca do sonho que nascia por lá. A viagem durou três dias, os quais passei pedindo abrigo em casas alheias e com eles partilhando pedaços de pão.
Londres para mim era inédito e inexplicável, garota tola do campo, deslumbrada com construções, pessoas vestidas de maneiras estranhas, as pontes sobre os rios, castelos antigos, casas, construções, e as indústrias têxteis em pleno processo de "revolução". Durante o meu primeiro dia eu procurei abrigo sem nenhum sucesso. Para cada batida na porta de uma casa que eu dava, outra vinha proporcionalmente ao meu encontro. Passei outros três dias andando pelas ruas de barro, mendigando um pedaço de pão ou uma fruta já comida. Meu estômago doía e minhas roupas estavam sujas de lama e suor. Eu estava fraca e doente, mas ainda tinha meus objetivos em mente.
Lembrei-me das histórias que os bardos contavam, e decidi então que através das histórias tentaria fazer com que meu estomago parasse de roncar e que por uma noite pudesse ter um leito macio para dormir.
Caminhei até o rio em uma manhã bem cedo - o ar quente da manhã era quase claustrofóbico no verão - e lavei do corpo a sujeira que me faziam mal apresentável, coloquei uma de minhas poucas roupas que estavam limpas, e voltei para o centro de Londres e começei minha vida como contadora de histórias.
Minha surpresa tal foi que no primeiro dia em meio às moedas de cobre e bronze eu tinha dinheiro suficiente para comprar comida decente e alugar um quarto pouco confortável em uma das várias pequenas pensões espalhads pela cidade. Dia após dia era assim que eu fazia meu sustento. Com o tempo, mais e mais pessoas paravam para me ouvirr contando e cantando as histórias que faziam a cultura na qual eu havia sido criada.
Em um desses dias, quando eu finalizava um de meus contos, e contava as moedas decidindo onde seria minha próxima refeição um senhor velho, com sorriso amistoso e grandes bigodes parou próximo de mim e me fez um convite. Lembro-me claramente de suas palavras, pois daquele dia em diante nunca mais precisei contar histórias, sem saber se iria ter que dormir na rua ou sob um teto.
Homs me ofereceu abrigo e comida. Era então já muito velho e não possuía nenhum parente, e depois de algum tempo de convivência pude perceber que era uma pessoa triste e solitária. Eu ficava em sua companhia, lendo os diversos livros que ele possuía, contando-lhe as mais diversas histórias que me lembrava. Assim passamos dois bons anos até que ele faleceu. Despedi-me da casa, dos criados e do conforto. Levei comigo uma quantia do dinheiro que ele me havia deixado, e com o mesmo comprei uma pequena casa no meio das verdes pradarias, um tanto longe do centro da cidade. Aquele lugar me lembrava minha aldeia, e eu me sentia bem.
Começei ali a dar início a um ofício que me ocuparia o resto da vida, e também da não-vida. As histórias que nos contavam na aldeia sobre espiritos e os diversos rituais que os envolviam me vieram a tona quando eu estava com pena, tinta e um pedaço de papel em mãos, dissertando um conto para um dos amigos de meu antigo colega Homs, a história envolvia um antigo ritual chamado Samhain, onde eram cultuados os espíritos dos mortos, para os quais nós rezavamos. Neste momento decidi mudar meu foco de estudo e me aprofundar nesse estudo. No começo espiritos e aparições eram minha obcessão, e em seguida eu estava pesquisando todo o tipo de lendas urbanas e participando como uma das poquíssimas mulheres de reuniões, trabalhos e pesquisas sobre o assunto.
Com o tempo, minhas fontes de estudo se estenderam dos espíritos para as criaturas míticas como demônios, vampiros e lobisomens.
Era mais uma daquelas reuniões tediantes em que os homens que cheiravam fortemente à álcool resolviam discutir a essência da aparição de espíritos e alguns corpos escontrados nos becos da cidade.
Para mim aquilo tudo era desculpa para se ter um bom motio para beber e discutir com um bando de outros desocupados. Eu ainda não sabia por quais motivos era convidada para aquele tipo de reunião.
Levantei-me da cadeira e deixei-os falando entre si, como era de se esperar ninguém fez nenhuma objeção. Caminhei até a biblioteca do local para separar alguns livros dos quais precisava para uma pesquisa que estava fazendo sobre vampiros. Havia vários livros sobre o assunto naquelas prateleiras, mas todos eles careciam de explicações mais técnicas. Caminhei ate uma mesa com cerca de cinco livros na mão, e uma hora depois eu já estava entediada de tanto ler as mesmas coisas. Uma voz soou calma de um canto do salão era um misto de deboche e seriedade, mas continha um certo misticismo.
- Você realmente acredita no que estes tolos escrevem minha cara?
O homem estava de costas a um canto muito distante de mim suas roupas não tinham nenhum ar sofisticado, mas ele exalava um ar de confiança, e de fato, não estava bêbado.
- Talvez eu acredite pois faço parte do seleto grupo de tolos. - respondi ásperamente.
Ele riu e virou-se para mim, a pele clara um tanto obscurecida pela fraca luz das velas, os olhos azuis claros como água cristalina, andando calma e despreocupadamente em minha direção.
- Mas você os questiona, você não está satisfeita, você quer mais do que isto daqui - ele disse abrindo os braços, referindo-se a biblioteca ao seu redor.
- E por algum acaso deveria estar satisfeita? Eles se portam como bêbados, e não como os homens que realmente são. - eu dizia empilhando os livros novamente - E quem é você senhor? Nunca o vi por aqui.
- Sou um pesquisador, assim como você, ando pelo mundo atrás de instituições como esta que pesquisam o sobrenatural, procurando mais fontes de informação, mas quando me deparei com aquela reunião e com aquele monte de coisas sem nexo ditas por aqueles imbecis. - ele dizia enquanto devolvia um livro de capa azul escura a uma estante sem se preocupar com o assunto ao qual ela se referia - E a popósito, me chamo Eldred.
- Se a reunião não lhe interessa por que então não foi para casa? - perguntei indiferente.
- Pois como já lhe disse ando pelo mundo, me estabeleço por poucos dias em alguns determinados lugares, a não ser que algo por lá me chame realmente a atenção fico por lá durante dois ou três meses, mas nunca mais do que isso. Seus amigos me deram um quarto pouco confortável no porão, não que isto realmente importe, mas quando se anda com livros que têm alguns séculos de existência, um pouco de mofo e bolor podem realmente ser prejudiciais. De qualquer jeito, eles são melhores e muito mais esclarecedores do que isto aí que você tem em mãos - ele apontou para os cinco livros de capa vermelha que estavam em minha frente ainda apoados na mesa - gostaria de se aproveitar de conhecimento de verdade senhorita..?
- Morgana - respondi hipnotizada - vamos ao porão senhor Eldred, não vou negar que não me interesso pelos livros.
Desde o dia em que conheci Eldred meus dias mudaram. Minha sede de conhecimento não permitia que eu me afastasse dele, de seus livros, de seu conhecimento e histórias. Cada dia eu levava um livro diferente para a casa, fazia minhas anotações e as discutia com Eldred que em pouco tempo já se considerava meu mentor. Sua coleção de livros era grande cobrindo vários dos assuntos sobrenaturais os quais eu estudava, livros os quais eu nunca tinha ouvido falar, quanto menos visto. Os esclarecimentos que ninguém pensava existirem estavam todos ali, e eu os estava obtendo através de Eldred.
Cerca de um mês e meio depois de conhecê-lo, em uma noite fria de inverno, onde o barulho vindo de fora era praticamente nulo, eu estava sentada de frente para a lareira, com um livro na mão, tinta e um pedaço de papel, fazendo minhas costumeiras anotações. O barulho de passos na neve fofa anunciou a presença de alguém, e a batida na porta a presença de uma visita. Eldred estava parado do lado de fora e tinha um baú grande em mãos, preto delineado com brilhantes linhas vermelhas. Ele entrou e eu tranquei a porta logo atrás, fixando meu olhar o baú. Ele tinha feições sérias e o olhar estagnado em mim.
- Chegou a hora do treinamento avançado - ele disse com um meio sorriso enquanto andava calmamente com passos felídeos na minha direção.
Não preciso desenhar para que entendam o que aconteceu comigo aquela noite, e nem precisei de explicações infinitamente detalhadas da parte de Eldred para saber no que ele havia me transformado. O treinamento antecipado havia lhe poupado tempo, ele costumava dizer. Depois de um tempo voltou ao mundo, presenteou-me com seus livros, os quais eu guardo com todo o cuidado, e prometeu que dentro de algumas dezenas de anos voltaria com mais alguns para satisfazer minha curiosidade. Por 200 anos tenho esperado por Eldred, não tenho notícias, e não sei se um dia ele realmente irá voltar, se irá me encontrar, se cumprirá sua promessa, isso também não é meu foco nos dias atuais, ha muitas coisas dentro do meu atual mundo que eu ainda desconheço, e são com elas mais específicamente que eu me preocupo.
Personagem: Morgana Morgwaine
Clã: Gangrel Urbano
Seita: Independente
Natureza: Competidor
Comportamento: Caçador de Emoções
Geração: 10
Refugio: Pequena casa próxima da cidade. Local onde guarda seus pertences e se refugia durante o dia.
Conceito: Pesquisadora
Aparência: Pele branca, cabelos ruivos ondulados e cheios, olhos verdes, 1.65 de altura.
Idade aparente: 23-25 anos.
ATRIBUTOS (7 - 5 - 3)
Físicos
- Força: 3
- Destreza: 4 (Reflexos Felinos)
- Vigor: 3
Sociais
- Carisma: 1
- Manipulação: 2
- Aparência: 3
Mentais
- Percepção: 3
- Inteligência: 3
- Raciocínio: 3
HABILIDADES (13 - 9 - 5)
Talentos
- Prontidão: 2
- Esportes: 1
- Briga: 1
- Esquiva:2
- Empatia:
- Expressão: 1
- Intimidação: 1
- Liderança:
- Manha: 1
- Lábia:
Perícias
- Empatia c/ Animais:
- Ofícios:
- Condução:
- Etiqueta:
- Armas de Fogo:
- Armas Brancas: 2
- Performance:
- Segurança:
- Furtividade: 1
- Sobrevivência: 2
Conhecimentos
- Acadêmicos: 2
- Computador: 1
- Finanças: 1
- Investigação: 2
- Direito:
- Lingüística: 2 (Francês/Latim) Inglês - língua mãe.
- Medicina: 1
- Ocultismo: 3
- Política: 1
- Ciências:
VANTAGENS
Antecedentes (5)
Geração: 3
Recursos: 2 (Justificando a pequena casa que possui e alguns trabalhos que faz como pesquisadora)
---------------
DISCIPLINAS(3)
Rapidez: 1
Ofuscação: 1
Metamorfose: 2
-------------
Virtudes (7)
- Consciência: 3
- Autocontrole: 3
- Coragem: 4
HUMANIDADE: 6
FORÇA DE VONTADE: 6
QUALIDADES
Biblioteca de Ocultismo - 2 pontos.
Audição Aguçada - 1 ponto.
Concentração - 1 ponto
DEFEITOS
Excesso de Confiança - 1 ponto.
Acromatopsia - 1 ponto.
Agorafobia (leve) - 1 ponto
Prelúdio
Cornualha...
Ainda me lembro das extensas planícies verdes que ficavam cobertas com uma grossa camada de gelo quando a neve caía forte nos invernos rigorosos. A região fora há muito ocupada por um povo nomeado Celta, e suas crenças e costumes me fascinam desde que eu era uma pequena criança.
Nasci em Tintagel mais especificamente, em 1780, meus pais, pequenos agricultores que plantavam para sua própria subsistência juntamente com um grupo de mais de cem familias que ainda cultuavam a antiga religião Celta. A Deusa estava espalhada por todos os lados, nas oferends, nas estátuas, nas árvores, no vento, no canto dos pássaros, e eu me sentia muito confortável com aquilo tudo.
Há cerca de algumas centenas de metros de onde morávamos reinava impetuosa as ruinas de um castelo, fixado de costas para um penhasco. As lendas diziam que naquele castelo havia nascido Arthur, rei da Bretanha, que empunhando Excalibur livrou nossas terras das mãos dos saxãos. Lendas são lendas e você precisa ser muito tolo para de fato acreditar nelas.
-Eu nunca acreditei, mas minha própria lenda acabou se tornando realidade.-
O ano era 1800, e decidi que o mundo pequeno e limitado no qual eu vivia, impregnado das lendas contadas pelos bardos de nossa aldeia, já não sanavam mais minha curiosidade. Despedi-me de meus pais carregando algumas roupas de corpo e muitas idéias na mente.
-Logo eu iria descobrir que um ser humano não vive só de idéias-
Caminhei cidade após cidade, saindo do extremo sudoeste da ilha e caminhando sentido à capital que prosperava nos arreios do avanço industrial. Em todas as pequenas cidades que eu parava, o que não mais faltava eram pessoas citando Londres, juntando seus pertences, abandonando suas casas em busca do sonho que nascia por lá. A viagem durou três dias, os quais passei pedindo abrigo em casas alheias e com eles partilhando pedaços de pão.
Londres para mim era inédito e inexplicável, garota tola do campo, deslumbrada com construções, pessoas vestidas de maneiras estranhas, as pontes sobre os rios, castelos antigos, casas, construções, e as indústrias têxteis em pleno processo de "revolução". Durante o meu primeiro dia eu procurei abrigo sem nenhum sucesso. Para cada batida na porta de uma casa que eu dava, outra vinha proporcionalmente ao meu encontro. Passei outros três dias andando pelas ruas de barro, mendigando um pedaço de pão ou uma fruta já comida. Meu estômago doía e minhas roupas estavam sujas de lama e suor. Eu estava fraca e doente, mas ainda tinha meus objetivos em mente.
Lembrei-me das histórias que os bardos contavam, e decidi então que através das histórias tentaria fazer com que meu estomago parasse de roncar e que por uma noite pudesse ter um leito macio para dormir.
Caminhei até o rio em uma manhã bem cedo - o ar quente da manhã era quase claustrofóbico no verão - e lavei do corpo a sujeira que me faziam mal apresentável, coloquei uma de minhas poucas roupas que estavam limpas, e voltei para o centro de Londres e começei minha vida como contadora de histórias.
Minha surpresa tal foi que no primeiro dia em meio às moedas de cobre e bronze eu tinha dinheiro suficiente para comprar comida decente e alugar um quarto pouco confortável em uma das várias pequenas pensões espalhads pela cidade. Dia após dia era assim que eu fazia meu sustento. Com o tempo, mais e mais pessoas paravam para me ouvirr contando e cantando as histórias que faziam a cultura na qual eu havia sido criada.
Em um desses dias, quando eu finalizava um de meus contos, e contava as moedas decidindo onde seria minha próxima refeição um senhor velho, com sorriso amistoso e grandes bigodes parou próximo de mim e me fez um convite. Lembro-me claramente de suas palavras, pois daquele dia em diante nunca mais precisei contar histórias, sem saber se iria ter que dormir na rua ou sob um teto.
Homs me ofereceu abrigo e comida. Era então já muito velho e não possuía nenhum parente, e depois de algum tempo de convivência pude perceber que era uma pessoa triste e solitária. Eu ficava em sua companhia, lendo os diversos livros que ele possuía, contando-lhe as mais diversas histórias que me lembrava. Assim passamos dois bons anos até que ele faleceu. Despedi-me da casa, dos criados e do conforto. Levei comigo uma quantia do dinheiro que ele me havia deixado, e com o mesmo comprei uma pequena casa no meio das verdes pradarias, um tanto longe do centro da cidade. Aquele lugar me lembrava minha aldeia, e eu me sentia bem.
Começei ali a dar início a um ofício que me ocuparia o resto da vida, e também da não-vida. As histórias que nos contavam na aldeia sobre espiritos e os diversos rituais que os envolviam me vieram a tona quando eu estava com pena, tinta e um pedaço de papel em mãos, dissertando um conto para um dos amigos de meu antigo colega Homs, a história envolvia um antigo ritual chamado Samhain, onde eram cultuados os espíritos dos mortos, para os quais nós rezavamos. Neste momento decidi mudar meu foco de estudo e me aprofundar nesse estudo. No começo espiritos e aparições eram minha obcessão, e em seguida eu estava pesquisando todo o tipo de lendas urbanas e participando como uma das poquíssimas mulheres de reuniões, trabalhos e pesquisas sobre o assunto.
Com o tempo, minhas fontes de estudo se estenderam dos espíritos para as criaturas míticas como demônios, vampiros e lobisomens.
Era mais uma daquelas reuniões tediantes em que os homens que cheiravam fortemente à álcool resolviam discutir a essência da aparição de espíritos e alguns corpos escontrados nos becos da cidade.
Para mim aquilo tudo era desculpa para se ter um bom motio para beber e discutir com um bando de outros desocupados. Eu ainda não sabia por quais motivos era convidada para aquele tipo de reunião.
Levantei-me da cadeira e deixei-os falando entre si, como era de se esperar ninguém fez nenhuma objeção. Caminhei até a biblioteca do local para separar alguns livros dos quais precisava para uma pesquisa que estava fazendo sobre vampiros. Havia vários livros sobre o assunto naquelas prateleiras, mas todos eles careciam de explicações mais técnicas. Caminhei ate uma mesa com cerca de cinco livros na mão, e uma hora depois eu já estava entediada de tanto ler as mesmas coisas. Uma voz soou calma de um canto do salão era um misto de deboche e seriedade, mas continha um certo misticismo.
- Você realmente acredita no que estes tolos escrevem minha cara?
O homem estava de costas a um canto muito distante de mim suas roupas não tinham nenhum ar sofisticado, mas ele exalava um ar de confiança, e de fato, não estava bêbado.
- Talvez eu acredite pois faço parte do seleto grupo de tolos. - respondi ásperamente.
Ele riu e virou-se para mim, a pele clara um tanto obscurecida pela fraca luz das velas, os olhos azuis claros como água cristalina, andando calma e despreocupadamente em minha direção.
- Mas você os questiona, você não está satisfeita, você quer mais do que isto daqui - ele disse abrindo os braços, referindo-se a biblioteca ao seu redor.
- E por algum acaso deveria estar satisfeita? Eles se portam como bêbados, e não como os homens que realmente são. - eu dizia empilhando os livros novamente - E quem é você senhor? Nunca o vi por aqui.
- Sou um pesquisador, assim como você, ando pelo mundo atrás de instituições como esta que pesquisam o sobrenatural, procurando mais fontes de informação, mas quando me deparei com aquela reunião e com aquele monte de coisas sem nexo ditas por aqueles imbecis. - ele dizia enquanto devolvia um livro de capa azul escura a uma estante sem se preocupar com o assunto ao qual ela se referia - E a popósito, me chamo Eldred.
- Se a reunião não lhe interessa por que então não foi para casa? - perguntei indiferente.
- Pois como já lhe disse ando pelo mundo, me estabeleço por poucos dias em alguns determinados lugares, a não ser que algo por lá me chame realmente a atenção fico por lá durante dois ou três meses, mas nunca mais do que isso. Seus amigos me deram um quarto pouco confortável no porão, não que isto realmente importe, mas quando se anda com livros que têm alguns séculos de existência, um pouco de mofo e bolor podem realmente ser prejudiciais. De qualquer jeito, eles são melhores e muito mais esclarecedores do que isto aí que você tem em mãos - ele apontou para os cinco livros de capa vermelha que estavam em minha frente ainda apoados na mesa - gostaria de se aproveitar de conhecimento de verdade senhorita..?
- Morgana - respondi hipnotizada - vamos ao porão senhor Eldred, não vou negar que não me interesso pelos livros.
Desde o dia em que conheci Eldred meus dias mudaram. Minha sede de conhecimento não permitia que eu me afastasse dele, de seus livros, de seu conhecimento e histórias. Cada dia eu levava um livro diferente para a casa, fazia minhas anotações e as discutia com Eldred que em pouco tempo já se considerava meu mentor. Sua coleção de livros era grande cobrindo vários dos assuntos sobrenaturais os quais eu estudava, livros os quais eu nunca tinha ouvido falar, quanto menos visto. Os esclarecimentos que ninguém pensava existirem estavam todos ali, e eu os estava obtendo através de Eldred.
Cerca de um mês e meio depois de conhecê-lo, em uma noite fria de inverno, onde o barulho vindo de fora era praticamente nulo, eu estava sentada de frente para a lareira, com um livro na mão, tinta e um pedaço de papel, fazendo minhas costumeiras anotações. O barulho de passos na neve fofa anunciou a presença de alguém, e a batida na porta a presença de uma visita. Eldred estava parado do lado de fora e tinha um baú grande em mãos, preto delineado com brilhantes linhas vermelhas. Ele entrou e eu tranquei a porta logo atrás, fixando meu olhar o baú. Ele tinha feições sérias e o olhar estagnado em mim.
- Chegou a hora do treinamento avançado - ele disse com um meio sorriso enquanto andava calmamente com passos felídeos na minha direção.
Não preciso desenhar para que entendam o que aconteceu comigo aquela noite, e nem precisei de explicações infinitamente detalhadas da parte de Eldred para saber no que ele havia me transformado. O treinamento antecipado havia lhe poupado tempo, ele costumava dizer. Depois de um tempo voltou ao mundo, presenteou-me com seus livros, os quais eu guardo com todo o cuidado, e prometeu que dentro de algumas dezenas de anos voltaria com mais alguns para satisfazer minha curiosidade. Por 200 anos tenho esperado por Eldred, não tenho notícias, e não sei se um dia ele realmente irá voltar, se irá me encontrar, se cumprirá sua promessa, isso também não é meu foco nos dias atuais, ha muitas coisas dentro do meu atual mundo que eu ainda desconheço, e são com elas mais específicamente que eu me preocupo.
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