Vampiros - A Máscara
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Magdala: Noite Eterna

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Mensagem por Ed Araújo Sáb Jan 02, 2021 4:51 pm

Magdala: Noite Eterna
Primeiras Noites


Magdala: Noite Eterna UDZLx0D


Magdala. A “Joia do Leste” de Minas Gerais. Uma enorme metrópole caracterizada por seu panorama único: altas torres de vidro cercadas por pequenos prédios de três a seis andares das mais diversas cores: azuis, verdes, rosados, amarelos...

Vista à noite, Magdala é um festival de luzes. Há bares e restaurantes cheios de alegria, boates agitadas. Há grandes indústrias e empresas de alta tecnologia. Jardins e parques bem cuidados, acolhedores mesmo durante a alta madrugada, um convite à visitação por aqueles que não podem vir durante o dia. A prefeitura de Magdala se orgulha de seus baixos índices de criminalidade, de sua segurança incomum para uma grande cidade deste país. Sua líder, Selena Tanaka, desponta como um exemplo para toda nação, representando uma nova forma de fazer política. Sob o comando dela, assim como de seu falecido antecessor, Magdala se revela verdadeiramente iluminada.

Ande pela noite da cidade, sinta sua brisa. Mas não seja ofuscado. Ali! Entre uma torre moderna e um prédio histórico uma pequena porta esconde um antro de vício. Escute os hinos daquela igreja neo-evangélica, onde um pastor de pele pálida demanda cada vez mais atenção de seu rebanho – e logo, ele terá ainda mais. Dinheiro, sim. Almas, também. E sangue.

Nos bairros médios há relativa segurança, a Guarda Municipal ocupa os espaços que a Polícia Militar não consegue. Mas vá para a periferia. Ali, onde moram os pobres. Cuidado ao andar por suas ruas, pois lá há monstros. Lá, onde ninguém que importe se importa.

E cuidado ao andar pelo centro. Principalmente naquela região intocada chamada Triângulo, cujas ruas permanecem curiosamente vazias mesmo sendo uma das zonas boêmias mais tradicionais e agitadas. O lugar onde cães negros correm livres sem que ninguém os detenha.

Magdala é uma cidade de luz. Mas quanto maior a luz, maior é a sombra.
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Mensagem por Ed Araújo Sáb Jan 02, 2021 4:55 pm

Ellie Bastos



Magdala, 20 de janeiro de 2019, domingo.

O proibidão podia ser ouvido ao longe.

Em meio à mata, Ellie podia ver os três mortais vendados, amordaçados e amarrados a árvores. Eram os "vacilões": um ladrão que roubara na comunidade, um estuprador e uma jovem acusada de traição conjugal. Os três estavam nus e indefesos.

A Brujah não tinha como saber se realmente eram culpados dos crimes que haviam sido acusados, mas eles haviam sido declarados responsáveis e estavam ali para serem responsabilizados.

Havia outros três mortais: duas moças e um rapaz. Eles permaneciam de pé no centro de um círculo de monstros mortos. Três destes monstros caminharam para perto dos que permaneciam de pé e lhes sorriram, confiantes.

Cinco dos monstros não estavam de pé, mas permaneciam sentados em cadeiras metálicas dobráveis, típicas de bares. Ellie conhecia a maioria de vista, graças à ajuda de Gabriela, que permanecia parada de braços cruzados ao seu lado.

Um destes realmente parecia um cadáver: uma figura magérrima, esquelética, exibindo o torso nu, de calças vermelhas e pretas bufantes, com uma capa no mesmo padrão, assim como uma cartola rubra com penas rubro-negras. Vários colares de contas pendiam de seu pescoço ossudo e um charuto dançava em suas mãos. Era o temido e amado "Pai Tomás", líder de todos os terreiros de quimbanda do Distrito Norte-Noroeste e um dos pilares espirituais dos Anarquistas.

Outro era o exato oposto: camisa de botões branca, calças escuras, uma gravata preta indefectível, uma bíblia nas mãos. Bispo Servânio, líder da Igreja É Graça e Fé, um Ministro que pastoreava as almas mortais e imortais que o buscavam. Tudo pela glória de Nosso Senhor Set.

A terceira era uma morena jovem e bonita, com um vestido incrivelmente curto e um decote generoso. MC Rosita era conhecida mesmo entre a sociedade mortal e reputada como "musa do crime", mas o rebanho nem podia imaginar sua verdadeira natureza.

O quarto era Max, um malkaviano que representava os anarquistas que não estavam ligados diretamente à subcultura das favelas, com sua cara pintada de branco e preto e sua jaqueta com gravata.

Por último o homem negro barbudo, vestindo apenas uma camiseta branca simples com calças jeans surradas: João da Trinta. O mais antigo anarquista de Magdala, o maior de seus líderes. Sentava-se no meio, uma posição central em relação a todos. João tinha a história mais conhecida entre os Membros anarquistas (e mesmo entre os não-anarquistas). Havia sido um trabalhador rural, filho de escravos, que vivia nas terras do patrão no início do Século XX e foi atacado por um Membro desconhecido que, provavelmente em remorso, o Abraçou e o abandonou ali mesmo.

Todos conversavam e batiam papo. O tema era o mesmo: a guerra no Nova Roça.

O Movimento Revolucionário 12 de Outubro era uma organização composta por diferentes grupos, chamados Comandos, unidos para propósito de proteção mútua. Mas não era uma organização monolítica, cada Comando possuía seu próprio território e autonomia e a maioria deles estava sobre o controle de um ou mais Membros, normalmente pequenas coteries de 3 a 5 indivíduos. Havia alguns Comandos mais novos que escapavam ao controle direto da Família, mas sua independência não costumava durar muito, pois logo alguns Neófitos ousados tratavam de aproveitar o "vácuo" para reivindicar o poder. Isto era visto como aceitável dentro da liderança real do MR12, os Anarquistas de Magdala. Os conflitos entre Comandos ocorriam, às vezes um era aniquilado ou absorvido, às vezes um Comando rachava em dois. Desde que a violência não escalonasse em termos de espaço e duração, a Direção não se envolvia.

Claro, se a crise crescesse, envolvendo outros Comandos, trazendo transtornos graves ao rebanho ou, pior de tudo, atraindo a atenção da polícia e da mídia, nesta caso havia uma intervenção, os lados em conflito eram reunidos e a Direção intermediava a solução, se necessário impondo pela força a paz.

E a Direção eram aqueles cinco Membros. Os Disciplinas, como eram chamados, juízes reconhecidos pelos anarquistas por seu poder, experiência e sabedoria. Os Anarquistas não usavam o termo "barão", o próprio João da Trinta desprezava o termo "ridiculamente feudal e antiquado". Então havia os Disciplinas que controlavam vários Comandos e territórios e garantiam a submissão dos demais por sua força coletiva.

E isso remetia à situação da noite anterior. A Comunidade do Nova Roça era uma das mais jovens e afastadas da região e um Comando de mortais havia assumido a área. Entretanto, segundo se havia ouvido, uma coterie desconhecida havia tomado o controle há alguns meses. E isso nem era o pior. Segunda uma investigação levada ao cargo pelo alcaide, o grupo havia se envolvido com sacrifícios humanos, remetendo a infernalismo.

Para a maioria dos anarquistas, infernalismo era o mesmo que o Sabá. E por isso Ellie havia notado olhares hostis mais comuns do que a média. O Comando do Senna, a facção a serviço de João da Trinta, havia se unido ao agente da Camarilla para caçar os responsáveis e destruir o Comando do Nova Roça. A batalha havia acabado, o alcaide se prontificou a garantir que nenhuma notícia seria divulgada na imprensa mortal. Para garantir que não houvesse mais problemas no futuro um novo Comando do Nova Roça seria instituído com Membros confiáveis – e incluía os Senhores das futuras crianças ali presentes.

João da Trinta ergueu-se e levantou as mãos, pedindo silêncio. Falava com tranquilidade e sem gírias.

– Companheiros e companheiras! Irmãos! Estamos aqui reunidos por razões de Justiça. Punir aqueles que colocaram nossa comunidade em perigo e recompensar aqueles que lutaram com honra e valor!

– Estes irmãos provaram sua dedicação ao longo dos últimos anos que culminaram com a violenta batalha no Nova Roça ontem. E por isso se tornaram dignos de serem promovidos hoje.

– Muito bem, que os Criadores deem sua benção!


Os três Membros envolveram seus escolhidos nos braços e rapidamente os morderam e drenaram seu sangue, para em seguida dar o próprio. Os corpos caídos foram levados diante de cada um dos condenados. Em poucos instantes os recém-Abraçados despertaram e saltaram sobre as vítimas indefesas, drenando-as completamente. Ela ouviu o Bispo proferir uma pequena oração pelas almas dos condenados. Embora ele citasse "Deus" e "salvação", ela sabia que o sacerdote não orava a Jesus Cristo.

Depois de terminarem de beber, os infantes foram levados por seus Senhores. Os cadáveres foram desatados das árvores e levados ao interior da mata – ali seriam jogados em uma cova coletiva e esquecidos. Entrariam para o rol dos desaparecidos pelas mãos do "tribunal do crime".

Depois de terminar, João cumprimentou os presentes, recordando que havia um baile ocorrendo por ocasião do evento e que todos eram convidados para celebrar com o rebanho. A multidão começou a dispersar em direção ao som do funk pesadão que reverenciava o mundo do crime.

– Gabriela?

A voz era estranha, gutural e seca. Ellie se virou com sua companheira e ambas viram Pai Tomás ali. Ele havia se aproximado sem que elas notassem.

– A benção, Pai.

O sacerdote entoou um cântico em iorubá que a Brujah não entendia, mas ela notava que ele estava as abençoando de alguma forma.

– Não conseguimos capturar os Membros responsáveis pelos problemas de ontem à noite. O bando ainda está por aí. Sua... protegida... foi parte do Sabá, não é? Diga-me, Ellie... você acha que estes crimes foram obras da sua seita?

– Ex-seita, Pai. Ela não está mais com eles.

– Claro, claro. Desculpe por isso. Mas o que ela acha...?

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Mensagem por Undead Freak Dom Jan 03, 2021 2:49 am

Ellie escorou-se no tronco de uma árvore próxima, acendeu um cigarro e permaneceu em silêncio, observando o show que ocorria adiante. Parecia indiferente e relaxada, mas via e ouvia tudo com atenção, enquanto dava uma tragada em seu marlboro, relembrando o evento que havia desencadeado aquela reunião. "É, aqui não é São Paulo", pensou, enquanto analisava Gabriela de canto de olho, que estava parada ao seu lado. "Aqui definitivamente não é São Paulo". Olhava para aquele grupo tão contrastante, ora para o circulo, ora para os três infelizes amarrados, ora para os cinco cabeças sentados em suas cadeirinhas de boteco. João era um bom líder e parecia um cara gente boa. Não tinha nada contra ele, nem contra o malkaviano, mas certamente não gostava dos outros. Ter um setita por perto era tão ruim quanto o próprio Sabá, mas ela não fazia as regras, então foda-se, ela simplesmente não abria a boca e não se metia. E o "Pai" então? Tinha algo nele que não fazia o santo bater, na falta de um termo melhor e menos irônico. Quanto a Rosa, bem... ela nunca se envolveu muito com ela para saber o bastante, mas até que se prove o contrário todos são filhos da puta. É essa a filosofia que faz você sobreviver nas ruas.

A promoção logo iria começar -- o abraço dos três sortudos, dentro do círculo, assim como a punição dos "vacilões" amarrados naquela árvore. Eles realmente tinham culpa nisso tudo? Ellie não sabia, e sinceramente não se importava. Assim que o bate-papo sobre a guerra na nova roça e questões sobre o MR12 terminasse, três felizardos surgiriam para a noite e três fodidos desceriam para a cova. Ela era nova, indigna de confiança ainda e não se envolvia nos detalhes. De certa forma isso era bom. Ela veio para MG para ficar de boa, tirar o cu da reta do Sabá  e viver a não-vida com liberdade. Não tinha saco para se preocupar com Comandos, com quem mandava em qual território e quem dava qual mancada e acabava no tronco, com a piroca ou a buça sendo refrescada pelo vento.

– Companheiros e companheiras! Irmãos! Estamos aqui reunidos por razões de Justiça. Punir aqueles que colocaram nossa comunidade em perigo e recompensar aqueles que lutaram com honra e valor! – João começou a falar. Silêncio total. Ellie jogou o cigarro no chão e esmagou a brasa com a ponta da bota.

– Estes irmãos provaram sua dedicação ao longo dos últimos anos que culminaram com a violenta batalha no Nova Roça ontem. E por isso se tornaram dignos de serem promovidos hoje.

"Parabéns. Bem-vindos a noite eterna", pensou, encarando os futuros filhotes através de suas lentes vermelhas.

– Muito bem, que os Criadores deem sua benção!

Foi tudo bem rápido. A drenagem, a transferência do sangue vampírico e a primeira manifestação da besta em cima dos infelizes amarrados. Ellie instintivamente colocou a mão sobre o topo da cabeça, massageando-a com a ponta dos dedos, como se tivesse novamente sentido a porrada da pá que o "Talião" havia lhe dado, quando ela conseguiu sair da cova. "Foi suave, seus filhos da puta sortudos. Vocês vieram suaves demais...". E claro, o Bispo não poderia deixar de aproveitar a oportunidade para dar o seu sermãozinho e roubar parte da atenção. João passou cumprimentando a todos e a multidão logo começou a dispersar.

– Podemos voltar para o bar, Gabi? Não é porque eu fui criada nas ruas que eu preciso ter esse mau gosto do caralho para música. – sua nova vida havia mudado muito de sua personalidade, tanto que a marginalidade típica da periferia não combinava com ela.

Filhotes contentes, corpos na cova. Não havia mais o que fazer ali, ou assim pensou Ellie. Ela já se preparava para sair com Gabriela quando Pai Tomás deu a elas a grande "honra" de sua presença.

– Gabriela?

– A benção, Pai.

Ellie desejou que Gabriela não tivesse dito isso. Quando Tomás falou aquela porra que ela não entendia, ela teve de fazer muito esforço para ficar neutra e não mostrar uma cara de desagrado.

– Não conseguimos capturar os Membros responsáveis pelos problemas de ontem à noite. O bando ainda está por aí. Sua... protegida... foi parte do Sabá, não é? Diga-me, Ellie... você acha que estes crimes foram obras da sua seita?

"Minha seita?", pensou. Ela iria dizer algo, mas Gabriela foi mais rápida – e mais educada.

– Ex-seita, Pai. Ela não está mais com eles.

– Claro, claro. Desculpe por isso. Mas o que ela acha...?

Ellie olhou para ele. Precisou de um momento para vestir a máscara de garota legal que gostava de todo mundo ali, limpou a garganta e, do jeito mais meigo que pôde forçar, disse:

– É possível. Tudo no Sabá é possível. Mas uma das acusações foi a de infernalismo, não é? Infernalismo ocorre dentro do sabá, mas isto não é bem visto, sabe? A própria seita caça os membros que faz isso, porque eles repudiam a entrada de entidades e outros seres que não são vampiros para dentro da seita; bem, pelo menos repudiam qualquer coisa que não podem escravizar.

Ela olhou para os outros. O proibidão estava começando a deixar ela ansiosa. São Paulo ainda falava muito forte nela, porque ela definitivamente odiava sair do centro da cidade.

– Para termos certeza a gente ia ter que fazer o famoso boca a boca. Dar uma investigada, falar com as pessoas certas. Talvez os meus contatos do centro saibam alguma coisa.

Ela já sabia como isso ia acabar: pau no cu da novata. Resolve aí e que se foda. Mas ela não estava reclamando de ter um pouco de trabalho. Ela só queria sair daquela merda de periferia.


Última edição por Undead Freak em Sex Jan 08, 2021 12:30 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Ed Araújo Qui Jan 07, 2021 2:20 pm

Trinity



Magdala, 20 de janeiro de 2020.

Trinity caminhou pelo corredor que levava ao escritório da Regente, Katherine Henshaw. Um dos servos a havia avisado de que sua Senhora queria vê-la.

Ao se aproximar da porta, viu algo estranho. Um movimento em um canto. Ao olhar direito, viu uma pessoa ali. Os olhos verdes eram femininos, a pele era clara com a palidez típica dos mortos-vivos. As sombras dançavam sobre seu corpo de forma antinatural e mesmo Trinity sentia-se um pouco nervosa, subconscientemente afastando-se e aproximando-se pelo outro lado. Os olhos pareciam rir diante da atitude da neófita e as sombras recuaram para revelar uma moça usando um vestindo que parecia ser feito de pura treva. Ela cruzou os braços e indicou a porta com a cabeça.

Magdala: Noite Eterna ItICNtS

– Boa noite. Estão esperando por você.

Novamente as sombras surgiram e desta vez a mulher desapareceu na escuridão. Trinity parou na porta e ouviu a voz de Miss Henshaw, naquele tom cristalino e alegre que era típico dela.

– Pode entrar, querida!

Ela entrou. O escritório da Regente era amplo, espaço e confortável. Comportava quatro estantes cheias de livros (Trinity sabia que uma das estantes ocultava uma passagem secreta que levava tanto à Necrópole quanto a uma rota de fuga), duas escrivaninhas, um computador e um conjunto de sofás e poltronas próprio para receber pessoas. A luz era suave e indireta. Além de Katherine, havia três pessoas na sala.

Magdala: Noite Eterna DDQvVYq

O sacerdote era conhecido: Padre Judas, Primógeno do Clã Lasombra, estava sentado em uma poltrona ao lado de sua Senhora. Os outros dois estavam sentados no sofá. Uma terceira poltrona estava vaga.

O homem Trinity conhecia de vista, como todos os Brujah que frequentavam o campus da UFEMA: José da Cruz, professor de História especializado em Minas Gerais. Era um estudioso tanto da História mortal quanto dos imortais e dava aulas a ambos os públicos. Mas não era somente um intelectual – Trinity ouvira que, como boa parte dos de seu Clã, José fora um dos soldados enviados por Dom Ademar de BH para lutar contra o Sabá.

– Trinity, você já deve conhecer o reverendo. Padre, esta é minha aprendiz, Trinity.

– Encantado. – disse o sacerdote, com uma leve reverência de cabeça.

– E acho que já conhece o Prof. Júlio da Cruz.

O homem se levantou e apertou a mão da Tremere. Era um aperto firme, mas não exagerado. Trinity percebeu a mão áspera e levemente calosa.

– E esta é a Srta. Rita Milagres, aprendiz do reverendo.

– É um prazer conhecê-la! Miss Henshaw falou muito bem de você!

Depois de receber um convite para se sentar na poltrona vazia, Trinity ouviu sua Senhora continuar.

– Trinity, estamos com um problema e foi decidido que, no melhor para todos, os Clãs Tremere e Lasombra cooperariam para resolver a questão. Isso não é inédito, desde que chegamos à Magdala que o nosso querido Padre tem sido um grande aliado em nossas pesquisas. Como sabe, ele está em Magdala há mais tempo e entende bem os mistérios daqui.

– Nem tanto assim. Cada vez que aprendo mais, sinto que só vislumbro a ponta do iceberg.

– E mesmo assim sabe tanto! Então, concordamos que o melhor seria unir nossos esforços. Agora...

Ela olha para o clérigo, que toma a palavra.

– Srta. Trinity, há suspeitas de infernalistas agindo na cidade. O alcaide e outra de minhas proles investigaram assassinatos recentes e descobriram indícios desta atividade no bairro Senna. Ontem Damazio aliou-se aos anarquistas de João da Trinta e deram caça a uma gangue que estava dando guarida aos degenerados, mas os mesmos fugiram – sabemos que há pelo menos três Membros envolvidos e um mortal que suspeitamos ser um carniçal, identificado somente pela tatuagem de um escorpião no rosto. Agora, isso requer um esforço maior e mais experiência, então o melhor é lidarmos com isso juntos.

– Os anarquistas vão enviar alguém do pessoal deles e nós vamos trabalhar com eles. Por enquanto.


Katherine fala em seguida.

– Conforme os termos do acordo entre os Brujah e nossa Ordem, o Sr. Lund concordou em arrumar alguém para nos ajudar e soubemos que o Prof. Cruz possui todas as qualificações e foi voluntário.

– Caçar infernalistas? Como eu poderia perder essa oportunidade! – o Brujah sorriu, revelando dentes impecavelmente brancos.

Então os anciões e os outros dois neófitos olharam para Trinity.

– Agora, querida, não vou te obrigar a nada. Há outros alunos na capela que podem ajudar. Mas confio em você e acredito que é capacitada para isso.

Magdala: Noite Eterna NKDdrETTrinity, Tremere, 9ª Geração
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Mensagem por Ed Araújo Sex Jan 08, 2021 9:54 am

Ellie Bastos


– Para termos certeza a gente ia ter que fazer o famoso boca a boca. Dar uma investigada, falar com as pessoas certas. Talvez os meus contatos do centro saibam alguma coisa.
O sacerdote Samedi assente afirmativamente.
– Sim, tem razão. De fato, estávamos discutindo sobre isso. E acho que você...
– E nós gostaríamos que nos ajudasse com isso. Bem, Mestre Tomás, achei que tínhamos concordado que eu falaria com ela, não?
Neste momento o homem com cara pintada aparece. Max, o Malkaviano que servia de principal contato para Gabriela e outros.

Magdala: Noite Eterna 5VTH2un

– Apenas estava curioso sobre a opinião da jovem.– disse o sacerdote.
– Certo... então, Ellie, o puxa-sa... digo, o alcaide da Camarilla, Cerberus, tomou parte no conflito de ontem e ao final foi feito um acordo. A Camarilla vai enviar um grupo para investigar este grupo e nós concordamos de indicar um dos nossos. Estamos em paz, os tratados estão valendo. Nós gostaríamos que você fosse.
Off:

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Mensagem por Undead Freak Sex Jan 08, 2021 12:41 pm


Pai Tomás escreveu:– Sim, tem razão. De fato, estávamos discutindo sobre isso. E acho que você…

Nesse momento outra voz entra na conversa e corta Pai Tomás.

Max escreveu:– E nós gostaríamos que nos ajudasse com isso. Bem, Mestre Tomás, achei que tínhamos concordado que eu falaria com ela, não?

Ellie sorriu discretamente. Ao menos ela falaria com alguém que parecia ser mais legal que Tomás, mesmo que fosse meio… cuco.

Pai Tomás escreveu:– Apenas estava curioso sobre a opinião da jovem. – disse o sacerdote.

Max escreveu:– Certo... então, Ellie, o puxa-sa... digo, o alcaide da Camarilla, Cerberus, tomou parte no conflito de ontem e ao final foi feito um acordo. A Camarilla vai enviar um grupo para investigar este grupo e nós concordamos de indicar um dos nossos. Estamos em paz, os tratados estão valendo. Nós gostaríamos que você fosse.

– Sem problemas, Max – falou, em um leve aceno de cabeça. – Vai ser um prazer ajudar nossa causa. É só me dar os detalhes que eu farei o meu melhor.

Isso não era apenas uma brecha para Ellie sair daquele lugar, como também uma oportunidade para expandir contatos e talvez formar alguns aliados, mesmo que improváveis. Será uma experiência interessante.

Off: Editei meu post anterior, mas foi só para remover os travessões excessivos.
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Mensagem por Ed Araújo Ter Jan 12, 2021 8:52 am

Ellie Bastos


Max tirou um caderninho do bolso e começou a ler.
Max escreveu:– Bem, segundo sabemos, nas últimas noites têm havido desaparecimentos na cidade. Então anteontem foram encontrados três corpos com sinais ritualísticos. O alcaide veio para investigar, sob supervisão de dois Membros do pessoal do João. Durante a investigação foi dito que havia um "homem branquelo com uma tatuagem de escorpião no rosto" e que estaria envolvido. Ocorre que este homem era um recém-chegado que foi identificado como participante do Comando da Nova Roça e testemunhas alegaram que falava com um sotaque muito forte – temos certeza de que é gringo, mas de onde não sabemos. O João reuniu seu pessoal e, junto com o alcaide, atacaram a comunidade e eliminaram o Comando. E em uma casa nos fundos de um boteco foram encontrados indícios de atividade mística...
Pai Tomás escreveu:– Eu fui até lá e realmente havia alguns sinais reconhecíveis que eu já havia visto antes, mas estavam... incompletos. Parecia um trabalho de aprendiz.
Max escreveu:– Isso. De qualquer modo, após a "limpa" na região nós decidimos ocupar o lugar com um novo Comando formado por gente de confiança. Os Cams não estão felizes, o alcaide nos acusou de leniência e as coisas quase escalaram, mas João resolveu tudo. Ele é bom nesse negócio de mediar as coisas. De qualquer modo, é onde estamos. Testemunhas na região identificaram cinco desaparecidos: três mortais, incluindo o estrangeiro do escorpião, e dois que parecem ser Membros: uma moça descrita como "incrivelmente bonita" e um sujeito estranho que sempre escondia o rosto e "era muito peludo". Isso soa como Gangrel pra mim, mas não sei. É raro ter um Gangrel independente em Magdala, já que McLammer é conhecido por ir atrás de qualquer um que não faça parte de seu exército particular.
Graham McLammer era o Primógeno Gangrel. Ellie sabia que Graham era autoritário e implacável, sendo este o motivo por que não havia Gangrel conhecidos entre os anarquistas – eles eram eliminados pelos soldados do ancião de forma furtiva e altamente profissional.
Pai Tomás escreveu:– Se ouvir esta história, ele pode mandar alguém.
Max escreveu:– Talvez. Mas nenhuma Caçada de Sangue foi decretada pela Primigênie ainda, se ele vai agir terá que ser furtivamente. De qualquer modo, fique atenta, Ellie. McLammer faz parte da facção que defende o fim da paz e quer nos aniquilar. Você tem alguma dúvida?

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Mensagem por Undead Freak Ter Jan 12, 2021 3:30 pm


Max escreveu:– Bem, segundo sabemos, nas últimas noites têm havido desaparecimentos na cidade. Então anteontem foram encontrados três corpos com sinais ritualísticos. O alcaide veio para investigar, sob supervisão de dois Membros do pessoal do João. Durante a investigação foi dito que havia um “homem branquelo com uma tatuagem de escorpião no rosto” e que estaria envolvido. Ocorre que este homem era um recém-chegado que foi identificado como participante do Comando da Nova Roça e testemunhas alegaram que falava com um sotaque muito forte – temos certeza de que é gringo, mas de onde não sabemos. O João reuniu seu pessoal e, junto com o alcaide, atacaram a comunidade e eliminaram o Comando. E em uma casa nos fundos de um boteco foram encontrados indícios de atividade mística…

– Atividade mística… disse Ellie, em um tom quase distante. – Seria interessante termos um Tremere ou equivalente conosco, auxiliando na minha futucada – era assim que ela chamava o ato de investigar.

Pai Tomás escreveu:– Eu fui até lá e realmente havia alguns sinais reconhecíveis que eu já havia visto antes, mas estavam… incompletos. Parecia um trabalho de aprendiz.

Ellie olhou para Pai Tomás com uma certa dúvida. Ela não entendia muito dos dons que ele tinha, mas se era fato que ele podia falar com espíritos, por que não tentou descobrir mais sobre isso com eles? De qualquer forma, ela decidiu ignorar e não estender a conversa com ele mais do que necessário.

Max escreveu:– Isso. De qualquer modo, após a “limpa” na região nós decidimos ocupar o lugar com um novo Comando formado por gente de confiança. Os Cams não estão felizes, o alcaide nos acusou de leniência e as coisas quase escalaram, mas João resolveu tudo. Ele é bom nesse negócio de mediar as coisas. De qualquer modo, é onde estamos. Testemunhas na região identificaram cinco desaparecidos: três mortais, incluindo o estrangeiro do escorpião, e dois que parecem ser Membros: uma moça descrita como “incrivelmente bonita” e um sujeito estranho que sempre escondia o rosto e “era muito peludo”. Isso soa como Gangrel pra mim, mas não sei. É raro ter um Gangrel independente em Magdala, já que McLammer é conhecido por ir atrás de qualquer um que não faça parte de seu exército particular.

Ellie lembrou de McLammer, com uma expressão de desagrado. Para ela, não passava de um filho da puta que privava os outros de liberdade, mas, ainda assim, era um filho da puta perigoso. Agradeceu mentalmente por não ter o sangue dos selvagens.

– Mulher bela e homem peludo… Bem, não é muito, mas acho que já é um ponto de partida.

Pai Tomás escreveu:– Se ouvir esta história, ele pode mandar alguém.

– Então é melhor que ele não ouça – disse, calmamente. – Teremos de ser rápidos.

Max escreveu:– Talvez. Mas nenhuma Caçada de Sangue foi decretada pela Primigênie ainda, se ele vai agir terá que ser furtivamente. De qualquer modo, fique atenta, Ellie. McLammer faz parte da facção que defende o fim da paz e quer nos aniquilar. Você tem alguma dúvida?

– Não, Max. Nenhuma. Valeu pelo intel. Vou retornar com Gabriela e me preparar para falar com algumas pessoas… ou subornar, se for o caso.
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Mensagem por Ed Araújo Dom Jan 17, 2021 10:11 am

ESTA CRÔNICA ESTÁ OFICIALMENTE FECHADA.
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