Vampiros - A Máscara
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Merda, o Trump sumiu!

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Mensagem por JosephineRaven Seg Out 12, 2020 7:07 pm

Washington D.C. - 28 de agosto de 2020

Merda, o Trump sumiu! Ut_cap12

- A comissão especial da Câmara dos Representantes vai iniciar os seus trabalhos… - dizia a voz rouca do democrata.

Trump estava ali, no foco das atenções. Os deputados integrantes da comissão especial eram 13, 7 democratas e 6 republicanos. Já era óbvio que o presidente ia ser massacrado muito mais pela questão partidária do que pelo assunto em pauta.

- Presidente Trump, desde quando nós nos dedicamos a proteger terroristas? - perguntava um dos deputados democratas com um leve sotaque do sul.

- Não o fazemos - responde ele tão rapidamente, e logo adiciona - nem nunca o faremos, pelo menos enquanto eu for o presidente.

-Tem a certeza disso? Temos aqui os indícios de que a Fundação Al-Haramain teve o financiamento russo para levar a cabo três atentados terroristas na Europa, incluíndo um deles em Bruxelas em um hotel onde havia uma delegação de 7 membros do congresso.

Trump apenas assentia com a cabeça, enquanto o deputado continuava.

- Temos aqui indício, Sr. Presidente, que no dia 03 de fevereiro deste ano, o senhor teve uma conversa com o presidente Putin sobre o Sr. Muhammad Al-Badawi, responsável pela Fundação Al-Haramain e condenado por ciberterrorismo.

O deputado prosseguia as acusações o mais depressa possível para que o presidente não pudesse ter tempo de retrucar.

- O mesmo presidente russo que interferiu nas eleições americanas em 2016 e o mesmo ciberterrorista que matou americanos em solo europeu. Presidente Trump, de que lado o senhor está?

Trump já esperava que aquela seria uma longa audiência pública...

(...)

Dumbarton Oaks, 29 de agosto de 2020

Merda, o Trump sumiu! Dumbar10

A caininta de cabelos curtos e castanhos, dava mais uma golada na sua taça de cristal enquanto ouvia a voz estridente da jornalista:

-Acontece hoje mais um debate pela corrida presidencial, e está mais renhida do que apontam as pesquisas nacionais. Biden cresce com mais 8%, mas é nos swing states que está empatado com Trump. Sobre o tema, passo para o nosso comentarista Chris Waterman, que está a porta do evento onde ocorrerá o debate daqui a pouco.

Ela dá mais um golada na taça e abaixa o volume da televisão.

-Em quem a senhora aposta nessas eleições? Acha que o Trump se reelege? - perguntava-lhe um homem sentado no sofá. - Dizem que ele passou por um mau bocado ontem na sabatina do Congresso.

A senhora da taça encolhia os ombros, parecendo não muito interessada no que ela via na tv.

-Os presidentes podem mudar a cada quatro anos, oito no máximo. Algumas vezes democratas, outras republicanos, mas o verdadeiro controle do país, minha criança, está nas mãos das criaturas da noite. - dizia ela com um tom desinteressado - Assim que me dá igual toda essa palhaçada das eleições.

Nesse momento, o telefone do homem começara a tocar. Ao ver o número do visor, sua feição mudava rapidamente de um tédio para uma preocupação. Caso ele estivesse ainda vivo, sentiria-se ficar pálido só em ver aquele número.

A cainita lhe jogava um olhar questionador.

-São os Serviços Secretos, minha senhora, preciso atender - respondeu o homem saindo da sala para atender o telefone.

Karina desligava a televisão no momento em que a sua cria saía da sala. Ela queria evitar ver qualquer tipo de notícia, sabia que uma ligação dos Serviços Secretos direto para eles era um mau sinal… um mau mau sinal… A cainita ia em direção à janela e enquanto olhava para o jardim de sua propriedade, via que aparentemente estava tudo normal. A pouca luminosidade do jardim vinha dos holofotes das suas estátuas. No portão, seguranças e câmeras faziam a vigilância da mansão de Dumbarton Oaks. A porta abre com um estalo e sua cria diz horrorizado:

- Merda, o Trump sumiu!!!
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Mensagem por JosephineRaven Sex Out 16, 2020 8:39 pm

Andrew Kingler

Gelo por todos os lados, assim era o Alaska. Andrew fora para lá para resolver assuntos do clã Tremere, mas não via a hora de voltar para a Big Apple. Não que o gelo o incomodasse, afinal, seu corpo cadavérico já não sentia o frio há alguns séculos. O problema é que não aguentava mais aquele tédio, queria estar de volta à sua livraria rodeado pelos seus livros ao invés de estar no gelo. A missão não estava correndo tão bem quanto ele imaginava e agora se encontrava sobre uma geleira sem qualquer sinal de algum vilarejo ao horizonte. Andrew olhava para todas as direções e só via um branco infinito. Ele começava a ficar nervoso, já havia horas que estava andando e não sabia para que direção estava indo. O caininta enfiava a mão nos bolsos e não encontrava seu celular, nem nenhum pertence. Droga! Deve ter trocado de vestimenta antes de sair do hotel e ficou tudo no outro sobretudo.

Andrew começou a sentir-se cada vez mais incomodado, não sabia para onde estava indo e daqui a alguns minutos o sol começaria a nascer. Ele estava sozinho, sem carro, sem pertences, sem recursos e com a ameaça do sol surgindo. O Tremere então começava a correr, correr pra qualquer direção que os seus instintos falavam que ele deveria ir. Quanto mais ele corria, mais longe de tudo ele ficava e mais a besta começava a rugir dentro de si. Aquela sensação ele nunca havia sentido antes, mesmo já tendo corrido perigo algumas vezes, era uma sensação que os mortais poderiam comparar com borboletas no estômago. Andrew sabia que a morte final chegaria logo e não havia nada que ele pudesse fazer a não ser correr o mais rápido possível até atingir algum abrigo.

Merda, o Trump sumiu! 977ala10

Os raios de sol começavam a surgir e o Tremere começava a cavar a neve, era uma medida desesperada, mas talvez ele pudesse se enfiar ali debaixo tempo o suficiente para não ser queimado pelo sol. Só que acabou por ser tarde demais, sua pele começava a abrir em carne viva e uma fumaça fétida começava a entrar pelo seu nariz. Tudo aconteceu muito rápido e enquanto o Tremere gritava ferozmente, ele via as chamas consumirem os seus tecidos e uma dor fulminante corroer o seu peito. Ironia do destino, o feiticeiro que mestrava a sedução das chamas, agora não tinha nenhum controle sobre elas. Em menos de 10 minutos, Andrew virava pó em meio a todo aquele gelo do Alaska.

rolagens:

O Tremere abria os olhos um tanto quanto assustado e instintivamente levantava a mão direita próximo ao rosto. Estava intacta sem nem um centímetro de pele chamuscado. O cainita olhava pra cima, algumas prateleiras mais altas indicavam que ele estava no seu refúgio, no subsolo da sua querida biblioteca em New York. Olhava ao redor, não havia indícios de gelo, era simplesmente mais um pesadelo. Mais um dos muitos que lhe assombrava os dias, mas dessa vez Andrew não se sentia desconcertado, talvez fosse a sua besta que estivesse calma e alimentada. O feiticeiro se sentava na cama antes de levantar completamente, ainda levemente atordoado com o seu pesadelo no Alaska, Andrew tentava se lembrar o que ele tinha de importante para fazer naquela noite.

Blood pool: 9/15
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Mensagem por JosephineRaven Sex Out 16, 2020 10:19 pm

Nicolas Rossellini

Um mergulho nas trevas, era isso que o Nicolas sentia toda vez que entrava no seu sono profundo. Nada, um abismo, uma escuridão sem fim. As vezes o vampiro desejava secretamente que ele continuasse a estar com Victória nos seus sonhos, mas era sempre o mesmo destino... um nada, uma espiral de escuridão, até que num piscar de olhos, ele acordava para uma nova noite.

Já saía da cama logo, nesta noite ele estava animado porque finalmente voltava para a sua terra natal. Estava num quarto de hotel na vecchia città  e não ligava que o hotel era duas estrelas, com uma ventoinha que fazia barulho no banheiro e um espelho rachado, afinal, estava em Firenze. Aaah Firenze, Firenze, quantas lembranças e memórias boas ele tinha dessa cidade, pensava enquanto olhava pela janela a vista daquela cidade tão marcada pela história renascentista.

Merda, o Trump sumiu! Toskan10

A janela bate forte num estalo, sem Nicolas sequer ter mexido um dedo e ele dá um passo pra trás. Ele sabia o que era aquilo, Victoria estava no seu quarto e desejando a sua atenção. Ele se virava pra trás e olhava em direção a porta do quarto, apesar de não vê-la, sentia que estava ali, pois pensava nela ardentemente desde que acordara.

OOC:

Sua conexão sobrenatural com Victoria era quebrada por um bip no celular. Nicolas pegava o Nokia velhinho da mesa de cabeceira, ainda não era um smartphone, mas até agora o velho guerreiro nunca o deixou na mão. Rossellini falava com mortos e conseguia convencer os mortais e imortais de praticamente tudo, então para quê ele queria um smart phone? Quem sabe quando abrisse o seu escritório de investigação, não poderia dar um upgrade nos seus aparatos tecnológicos…

“Ciao bello! Já chegou a terras italianas? Você sabe bem onde me encontrar. V.”

A janela abria e fechava de novo com um estalo e Nicolas sabia que não era do vento e sim da força de Victoria que contrariada, não queria perder a sua atenção. Mas Nicolas deveria seguir a noite, entretanto uma dúvida surgia na sua mente. Quem lhe enviara a mensagem? Verônica ou Valentina?


rolagens:

Blood Pool: 7/13
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Mensagem por Poeta Sáb Out 17, 2020 1:27 am

Novamente aquela viagem... A imagem da neve branca saturando a paisagem em qualquer lugar que passasse, voltava aos pensamentos do Tremere. O Alaska provou-se uma perda de tempo, faz parte... Afinal esse tipo de trabalho de pesquisa, em sua grade parte, era justamente esse, não ser nada... E aquele Estado gelado foi mais um dos "nadas" que o Cainita se depararia em seus trabalhos pela Capela.

Andrew despertou assustado, se ainda respirasse seus pulmões estariam agora arfando a todo vapor... Era somente um pesadelo. Trágico, mas belo... O nascer do sol refletido naquela imensidão de neve cristalina era espetacular... O sol... talvez a maior maldição fosse esta, estar fadado a passar a eternidade sem poder contemplar essa dádiva divina, estar fadado eternamente à noite, à treva...

Ao levantar de sua cama o Cainita passou a executar suas rotinas ordinárias, quase que de modo automático: higiene pessoal, roupas, sapato, espelho, gravata, ritual... E entre suas divagações, como um insight, Andrew lembrou-se que fazia algum tempo que não pedia para a sua carniçal atualizá-lo dos seus negócios. Faria isso o mais cedo possível.

Com tudo pronto, o Tremere dirigiu-se a porta, não antes de dar uma última olhada no espelho. Assim que saiu Anabelle estava a lhe esperar.

- Que surpresa adorável minha pétala de sakura, minha doce Anabelle, estava mesmo precisando de você. Eu gostaria que você me apresentasse o panorama atual da empresa... Mas por enquanto, atualize-me das notícias.
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Mensagem por JosephineRaven Sáb Out 17, 2020 9:59 am

Andrew Kingler

O seu refúgio era no subsolo da livraria, disfarçada por uma pequena adega de vinhos. Era lá também o lugar onde guardava as suas preciosidades sobre o ocultismo e seu espaço para rituais. Antes de sair do seu quarto, o Tremere ligava as câmeras. Apesar de já ser noite, o térreo da sua livraria continuava com bastante gente caminhando pelos grandes corredores. Não só amantes de livros, mas muitos turistas que vinham a NY, pois ao longo dos anos a Kingler’s passou a ser um dos pontos turísticos da cidade. Em seguida Andrew mudava a tela para a câmera da sua sala de reuniões no segundo andar, e lá estava Anabelle sozinha, mexendo no seu celular enquanto esperava o seu domitor.

Merda, o Trump sumiu! Refugi11

O vampiro subia a passos lentos a escadaria que culminava no térreo da loja e em seguida a outra escadaria que levava ao segundo andar, ele pensava em como nunca mais iria ver o sol na sua vida. Quem sabe um dia, seus estudos não o levariam a descobrir algum ritual que o fizesse ser resistente ao astro-rei. Seus pensamentos eram quebrados quando via Anabelle sentada à mesa de reuniões. Aquele cantinho no andar de cima era longe da vista dos curiosos clientes que rodavam pela loja, ideal para fazer reuniões mais reservadas, principalmente com o clã Tremere.

- Que surpresa adorável minha pétala de sakura, minha doce Anabelle, estava mesmo precisando de você. Eu gostaria que você me apresentasse o panorama atual da empresa... Mas por enquanto, atualize-me das notícias.

Anabelle levou um susto, por mais que ela tivesse esperando Andrew subir para o segundo andar, ainda assim ele aparecia sempre de maneira silenciosa e repentina. A mulher passou a mão pelos cabelos e ajeitou seus óculos brancos, que era a última moda em 2020 em Nova York. A carniçal não era lá muito bonita, seus cabelos estavam sempre desgrenhados, além daquela franja rídicula e ela tinha a coluna meio torta, o que fazia com que não tivesse postura. Mas ainda assim os grandes óculos e suas vestimentas alinhadas disfarçavam um pouco, ela acabava por ficar apresentável em qualquer situação.

Merda, o Trump sumiu! Anabel14

-Boa noite Sr. Kingler - dizia Anabelle com a voz um pouco trêmula, ela sempre ficava nervosa ao ter que lidar com ele, apesar das décadas e décadas de serviços - Espero que tenha tido um ótimo repouso! Aqui nesta pasta está todo o balanço financeiro das lojas de Nova York. Em resumo, as lojas estão indo bem. A margem de lucro está um pouco apertada visto que a Amazon tem investido bastante na tecnologia do Kindle e as pessoas cada vez menos têm vindo comprar livros em papel. - a senhorita abria a tal pasta e tirava umas planilhas cheias de números. - Além disso, as despesas desta casa são cada vez maiores.

Andrew tinha bem conhecimento disso, o luxo da biblioteca principal que lhe um custava um ponto turístico no mapa de Nova York, também gerava muitos custos fixos para o seu bolso.

- Deveriamos considerar um plano de negócios alternativo, caso contrário as margens de lucro vão cair cada vez mais. Talvez começar a cobrar para quem vem como turista apenas visitar a biblioteca e não compra nada.

-Em contrapartida aqui estão os outros resultados que o senhor havia me pedido - dizia ela tirando outra pasta em vermelho escuro da pilha - Fiz todo o estudo de viabilidade para abrirmos a primeira filial da Kingler’s em Washington D.C. - ela abria a pasta e desdobrava uma outra planilha extensa com números e anotações.

- Aqui está a parte dos investimentos - apontava com a caneta para uma coluna específica. - o investimento inicial seria de 35.000 dólares e entre 2 e 3 anos o senhor já teria recuperado tudo. Sem contar que será o espaço ideal para negociar algumas obras antigas tais como a Declaração de Independência dos Estados Unidos em sua folha original, assim como o primeiro rascunho do discurso de Thomas Jefferson, escrito por ele mesmo.

O Tremere sabia que tais peças raras seriam de um valor inestimável e apesar da queda da venda dos livros, ao que sua carniçal estava indicando, valeria a pena o investimento abrir uma nova loja em D.C. Afinal a sua livraria não servia apenas para meros mortais, mas era sempre uma fonte de saber sobre o ocultismo, uma referência no Mundo das Trevas.


Última edição por JosephineRaven em Sáb Out 17, 2020 11:50 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Mau Sáb Out 17, 2020 11:09 am








Nu em meio a mais profunda escuridão. Olhava instintivamente para sua mão, mas nada via. Não era que a escuridão era tão intensa que não via nem mesmo 1 centímetro a sua frente ... Não.. A verdade era que simplesmente não tinha mãos, membros ou corpo. Ele apenas era em meio aquele negrume.
Ser talvez fosse uma visão otimista, mais otimista ainda seria descrever aqueles arredores como negro, ele mal existia, estava a beira do não-ser e aquele lugar não era negro, era simplesmente a entropia da não existência.



O erro clássico daquele que se inicia nas artes da nigrimancia é achar que está preparado para olhar o abismo mas, quando encaram a entropia, descobrem que o problema não esta quando se olha para o abismo ... Mas sim quando ele olha de volta para você.

Ainda que estivesse acostumado com a sensação de chafurdar nas trevas o desespero sempre parecia algo novo e beirava o insuportável. Ter frieza para se controlar nesses momentos era o que separava os necromantes dos insanos que eram engolidos pelas trevas. Ainda assim, instintivamente procurava com seu braço inexistente pelo amparo de sua amada. Estava rodeado de morte, então onde ela estaria?
O sentimento da falta lhe doía e quando o grito de desespero parecia inevitável Nicolas abria repentinamente seus olhos, havia despertado.


O cômodo exíguo da humilde pensão de sua cidade natal era simples e decadente mas, aos olhos do detetive, possuía seu charme. A um lado um um cigarro apagado quase soterrado em cinzas no cinzeiro, a outro lado um copo com os dois dedos finais de algum whisky barato. O Ambiente parecia impregnado de uma ar turvo de reflexão e decadência, seria a presença do necromante ou os ares da velha cidade?

Nicolas levantava calma e friamente. Se continuasse ali deitado como estava, sem camisa  vestindo apenas a calça, e fosse flagrado por um mortal, a brancura de seu corpo o faria ser confundido com um cadáver imediatamente.
O cadáver, no entanto, sentava-se a beira da cama e se esticava para o criado mudo a fim de alcançar seu cadernos de notas.
Puxava uma caneta das vestes do paletó pendurado na cabeceira da cama e se colocava a fazer anotações.
Acabara de ter um sonho interessante com o abismo, se colocava a anotar inferências e notas diversas para seus estudos. A epifania somada ao ar nostálgico da cidade o fazia esboçar um pequeno sorriso satisfação no canto da boca.
Havia acabado de voltar de terras distantes, não percebera como sentira falta de suas terras.

Folheava rapidamente os relatórios de sua ultima incumbência ... O desaparecimento dos necromantes de Niqsuit.. Mais um caso resolvido para a família.

Stronzi... Vão sair do eu pé agora?” – Perguntava-se internamente em referencia ao seu clã. Até quando seria posto em desconfiança? Até quando teria de pagar pelo crime de seu pai?
Ele só desejava ser deixado em paz para procurar as verdades da entropia. Não lhe importava que cazzo seu clã estava fazendo.

La merda com esse ritual .. Vocês vão todos se matar ... Stronzi – Pensava enquanto fechava seu caderno terminando as anotações de seu sonho e se preparava para acender um cigarro. Ao menos havia recebido um bom dinheiro pelo caso, o que lhe daria um alívio para sobreviver bem alguns meses e ainda juntar um pouco mais ao montante para abrir seu escritório fixo. Mas sabia que tinha que se reerguer e começar logo a fazer grandes casos para ganhar poder e recursos.

Levantava-se para pegar o isqueiro e aproveitava o caminho para dar um gole no restante de Whisky que restava em cima da mesa. Caminhava lentamente até a janela, apreciando o ar noturno.
“Depois que se sonha com o abismo o preto dessa noite estrelada parece um imenso algodão doce rosa com pôneis saltitando ao redor...” – Ironizava internamente enquanto cuspia pela janela o whisky que guardava na boca.

O gosto da bebida era insosso. Ria internamente ao pensar como tudo no mundo sem ser a vitae tinha gosto de merda. Mas hábitos eram hábitos .. E Nicolas gostava de cultiva-los, por mais que agora tudo parecesse uma montanha de estrume aquelas pequenas liturgias o ajudavam a pensar.
E, seguindo seus hábitos, usava o isqueiro, posto na chama mais baixa possível, para acender seu cigarro. Forçava o vácuo de seus pulmões atrofiados para conseguir algum trago daquele fumo e, quando assoprava, se perdia em velhas lembranças em meio aquela fumaça.

Os pensamentos seriam interrompidos por um súbito estalo. Nicolas olhava rápida e instintivamente para a fonte do barulho. Um pequeno sorriso se desenhava em seus lábios ...

- Victoria .. – Dizia com a suave doçura da saudade em sua voz.

Caminhava lentamente em direção à porta – Procurei por você em meu sonho hoje... – Dizia sedutor e reticente.
Nicolas não conseguia vê-la, mas a sentia, sabia que ela estava ali a sua frente. Erguia seus braços no ar e ensaiava um carinho, imaginando-se arrumando carinhosamente uma mexa dos cabelos de Victoria atrás de sua orelha. Soltava outra lenta fumaça de sua boa enquanto dizia.

- Você é linda ... Mais do que ver .. Posso sentir isso – Parava um pouco – Queria tanto .. toca-la – E aproximava seus lábios onde sábia que estariam os da moça, fechando lentamente os seus olhos e sussurrando a poucos centímetros de um beijo inexistente – Não vai demorar muito, minha querida .. Eu já estou entendendo a linha das Cinzas, posso até vê-la sem precisar invoca-la se eu quiser .. Em pouco tempo.. – E deslizava os dedos por um pescoço imaginário a fim de provocar um calafrio de estase - ... Em pouco tempo poderei abraça-la .. de verdade.


Nicolas sabia que os Anziani eram capazes de tocar espíritos com a linha das Cinzas – Cazzo! Eu já até vi um stronzo atravessando o sudario!”.

Deixando-se levar pelo amor, saudade e desejo o detetive começava a ensaiar o aguçar de seus sentidos sobrenaturais, veria Victoria novamente, embora o desejo de tocar em sua pele alva estivesse longe de ser saciado.
O ritual era então interrompido pelo som agudo de seu celular.

- Um momento... – Dizia com um sorriso sem graça para o ar.

Cruzava o quarto para pegar o aparelho. Seu coração batia forte por Victoria, mas também por Veronica e Valentina. O desejo maior sempre era por Valentina, era o maldito laço de sangue...

Nicolas erguia a sobrancelha enquanto lia o recado.

“V? Que cazzo de celular!” – Xingava internamente enquanto se lembrava de que não tinha como achar o remetente. Tinha que arrumar dinheiro para conseguir ferramentas melhores.

Para piorar o numero era privado. Tanto Verônica quanto Valentina mandariam a mensagem por uma conexão irrastreável...

Restava ao detetive deduzir o V, tudo bem, afinal de contas esse era o seu trabalho, resolver mistérios mundanos e sobrenaturais.

A resposta, no entanto, era clara. Nicolas e Verônica haviam chegado juntos da viagem dos EUA, já a mensagem perguntava se já havia chegado, ou seja, com certeza não era Verônica. Além disso o detetive sabia que Verônica não era capciosa a ponto de esconder a vogal que diferencia o nome dela do de Valentina.
O ato de colocar apenas uma letra era uma provocação, uma brincadeira, uma imposição, uma dominação ... Tudo isso com um leve toque de ciúmes, praticamente a definição de Valentina.
O detetive dava um sorriso ao concluir que aquele V ironicamente estava mais explicito do que se o nome da linda cainita estivesse inteiro e acompanhado de seus vários sobrenomes.

- Desculpe.. Isso vai ter que esperar um pouco, minha linda, tenho que sair – Olhava na direção em que estaria Victoria e dava uma piscadela galanteadora em tom de desculpa – Mas fique ao meu lado.. Eu gosto de saber que você está por perto.

O estalo de protesto que se seguiu manifestando a insatisfação da entidade demonstrava que as palavras de Nicolas fizeram pouco efeito.

Era Valentina no final das contas que mandava a mensagem (Pelo menos segundo a dedução do investigador). Mas ela já queria ter com ele? A saudade de seu amor e a lascívia do laço faziam-no desejar que a convocação fosse para um encontro intenso entre os dois, embora talvez fosse também para dar o relatório do caso pregresso.
Mas onde estaria Verônica? Eles haviam se separado ha pouco depois de voltarem de viagem. Ela fora resolver algum assunto da máfia talvez...
Nicolas sacava seu velho Nokia enquanto se vestia as pressas e mandava uma mensagem para a namorada e assistente

- Onde você está?
– Seguido de um "S" e um "2", pois o aparelho não era compatível para emojis.

Nicolas estava pronto para partir. Seu coração, como sempre, dividido em três. Iria ver Valentina, o que o enchia de felicidade, mas junto estava a decepção de não poder tocar Victoria e a falta de sua fiel parceira Verônica.
Mas assim é a não-vida decadente de um ser do mundo das trevas que, no caso dos Necromantes, estava sempre um passo a frente em direção à verdadeira entropia.
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Mensagem por JosephineRaven Sáb Out 17, 2020 12:37 pm

Nicolas Rossellini

Nicolas saía do abismo nos seus sonhos, mas a sua vida real esta noite já começara tão complicada como uma teia negra e invisível do mundo dos mortos.O amor fazia isso até com seres sobrenaturais como ele. O Giovanni queria muito passar tempo com as três, mas seu corpo se estremeceu todo ao pensar que a mensagem do telefone pudesse ser a de Valentina. Não adiantava, por mais que ele quisesse na maioria das vezes se libertar, o laço de sangue sempre era mais forte. Sua amada Victória estava ali, em sombras e alma, mas por um momento ele se esqueceu completamente dela, só pensava no som da voz de Valentina e no seu toque aveludado.

Enquanto o Kindred se vestia o mais rápido possível para ter com sua amada, ele enviava mensagem a Verônica. A janela do quarto da pousada batia novamente. Com uma leve tristeza, Rosselini percebeu que teria de decepcionar as duas, porque agora tudo o que importava era Valentina. Antes que ele pudesse sair do quarto, o bip do Nokia mostrava que ele recebera a mensagem do mesmo número anterior:

“Por favor, não mande mensagem para o outro número, ele pode estar sendo grampeado. Il buon vespero daqui a 15 minutos.”

Nicolas batia a mão na testa, estava tão cego pelo laço de sangue com Valentina que seus instintos investigativos lhe deixaram na mão naquele momento. Era Verônica que lhe enviava a mensagem, então ela já havia retornado de sua viagem, aparentemente. “Il buon vespero” era o código do lugar onde ele e Verônica sempre se encontravam. Considerado um dos redutos da máfia italiana em Firenze, era um bar chamado Negroni, inclusive um dos coquetéis favoritos de Verônica.
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Mensagem por Mau Sáb Out 17, 2020 1:02 pm








- Cazzo! - Dizia enquanto já estava na rua à caminho de Verônica.


"Esse laço mexe até mesmo com meu raciocínio ... Tudo enviesado para Valentia ... Isso ainda vai me matar algum dia".

Era triste e decadente pensar que não veria mais Valentina, e que a lascívia do laço obscurecia até mesmo o amor que tinha por sua estonteante namorada ruiva, Verônica.
Mas no final das contas era bom estar indo em direção a sua parceira novamente.

Nicolas sinalizava para o primeiro táxi que passasse e se dirigiria ao ponto de encontro.

Pediria que o motorista parasse a uma distancia segura do bar.
Descia do carro puxando a gola da camisa para cima e abaixando a aba do chapéu para esconder melhor o rosto.
Pensou em olhar para os lados para ver se estava sendo seguido ou observado, mas lembrou-se de estar numa area barra pesada da máfia, com certeza estaria sendo observado.
Ainda assim tinha os olhos atentos para qualquer movimentação suspeita, Verônica estava sendo excessivamente cautelosa e poderia inclusive estar com problemas. Tal pensamento fez com que o detetive apressasse seus passos.
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Mensagem por Poeta Sáb Out 17, 2020 10:33 pm

"Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância."
John F. Kennedy


Antes de se encontrar com sua carniçal o Tremere apoiou-se no guarda corpo do piso superior de sua biblioteca, ficando de frente para aquele imenso salão, durante algum tempo ele contemplou o baluarte de seu império, havia ali uma quantidade incomensurável de conhecimento, séculos de sabedoria... Grande parte dos turistas que transitavam por ali buscavam apenas tirar uma selfie com a arquitetura de fundo, saindo dali tão pequenos quanto entraram, mas na verdade isso não incomodava o Cainita de forma alguma. Aquela visão o deixava nostálgico e enquanto seus dedos inconscientemente tocavam a pedra ametista, ele se lembrou da sociedade de escritores que pertencera. Daquele grupo apenas ele ainda existia, os demais ao pó retornaram.

Anabelle estava junta com Andrew há algumas décadas, ela era seu braço direito, sua conexão com o seu lado humano, o seu "canário". Andrew desenvolvera uma grande feição por ela, algo paternal.

-Boa noite Sr. Kingler - Espero que tenha tido um ótimo repouso! Aqui nesta pasta está todo o balanço financeiro das lojas de Nova York. Em resumo, as lojas estão indo bem. A margem de lucro está um pouco apertada visto que a Amazon tem investido bastante na tecnologia do Kindle e as pessoas cada vez menos têm vindo comprar livros em papel.

O Tremere sabia que provavelmente existia uma força maior por trás de uma mega coorporação como a Amazon, jamais teria alguma chance se tentasse concorrer diretamente.

- Além disso, as despesas desta casa são cada vez maiores. - Deveriamos considerar um plano de negócios alternativo, caso contrário as margens de lucro vão cair cada vez mais. Talvez começar a cobrar para quem vem como turista apenas visitar a biblioteca e não compra nada.

- De fato, contrate uma assessoria para fazer um estudo de viabilidade, precisamos avaliar a queda na movimentação de turistas caso adotemos essa idéia. Não pretendo focar em lucro, só precisamos que seja auto sustentável.

Aquela quantidade de turistas circulando próximo do seu refúgio era conveniente para o Tremere, ele podia se alimentar sem maiores dificuldades.

Em contrapartida aqui estão os outros resultados que o senhor havia me pedido - Fiz todo o estudo de viabilidade para abrirmos a primeira filial da Kingler’s em Washington D.C.

- Você sempre muito eficiente, Belle! Ótimo trabalho.

- Aqui está a parte dos investimentos - o investimento inicial seria de 35.000 dólares e entre 2 e 3 anos o senhor já teria recuperado tudo. Sem contar que será o espaço ideal para negociar algumas obras antigas tais como a Declaração de Independência dos Estados Unidos em sua folha original, assim como o primeiro rascunho do discurso de Thomas Jefferson, escrito por ele mesmo.

- Excelente! Eu estava ansioso com essa oportunidade em Washington, preciso desse material o quanto antes. Quero que você prepare a minha viagem para amanhã mesmo, pretendo visitar os lugares sugeridos e escolher pessoalmente. Agora preciso me alimentar, usarei meu escritório dessa vez.

Andrew dirige-se ao salão buscando alguma presa que estivesse solitária.
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Mensagem por JosephineRaven Dom Out 18, 2020 3:53 pm

Nicolas Rosellini

Nessa hora da noite não havia muito trânsito, o motorista de táxi era um romeno quase tão pálido como ele, com cabelos negros, falava italiano fluente mas com um leve sotaque. O motorista perguntou se ele se incomodaria em deixar os vidros abertos. A brisa da noite era suave, ainda assim fazia um pouco de calor. Nicolas não se importava com a temperatura, afinal seu corpo não sentia nem frio nem calor. Pelo contrário, a brisa noturna batendo na cara e o cheiro da cidade velha de Firenze o deixava mais animado pela noite que estava por vir. Ainda havia bastante gente pelas ruas de Firenze, era verão e a maioria dos bares tinha um espaço no exterior com mesas e cadeiras. Os italianos gostavam muito de apreciar um aperitivo do lado de fora.

Agora Valentina já ficava um pouco mais no fundo dos seus pensamentos, uma vez que ia encontrar Verônica. No trajeto para o bar, Nicolas se perguntava em que apuros ela podia estar por ter enviado mensagem de um número estranho, e ter desaparecido de vista desde que ambos voltaram à Itália. Verônica o ajudava sempre nas suas missões, era a sua companheira fiel e nunca lhe escondia nada, principalmente pelo laço de sangue que unia os dois.

Saíndo um pouco mais da vecchia città, as ruas começavam a ficar mais desertas, não havia tantos turistas nem italianos tomando os seus Bellinis nos terraços. A iluminação também ficava um pouco mais fraca e o táxi ziguezagueava por ruela mais estreitas. O Giovanni decidira descer a alguns metros do bar só por precaução. Ajeitar as suas vestimentas para adquirir mais discrição não lhe causaria mal algum, assim Rosselini olha para todos os lados antes de seguir firme até a porta do Negroni.

Spoiler:

Aquela área ali já era conhecida por ser da máfia italiana, ao olhar ao seu redor, Nicolas percebe alguns homens fumando na rua e conversando em voz alta. Claro que ele estaria sendo observado, mas por estar indo se encontrar com Verônica, era provável que soubessem quem ele era, para onde estava indo e o que iria fazer. Só por precaução, o vampiro dá mais uma olhada ao seu redor, mas não vê nada fora do comum.

O Negroni era um bar discreto e perfeito para este tipo de conversas mais reservadas, num estilo speakeasy, aqueles bares secretos da época da lei seca americana. A entrada era por uma lojinha de pastrami, bem iluminada. Nicolas chegava até ao balcão, cumprimentava o funcionário, que lhe perguntava o que queria comer. O Kindred então respondia "Il buon vespero" e imediatamente o rapaz dava meia volta e ia até o fundo do bar abrindo a porta de uma antiga geladeira vermelha estilo retrô.

Merda, o Trump sumiu! Gelade12

-Divertirsi, signore - respondia o empregado enquanto acenava a cabeça de maneira polida.

Merda, o Trump sumiu! Speake10

A porta da geladeira na verdade era uma passagem secreta para um comprido salão que abrigava um bar. Havia 3 ou 4 mesas ocupadas e mais alguns clientes no balcão. Nicolas caminhava até ao fundo e já identificava os cabelos ruivos de Verônica, mesmo estando em pé de costas. Mas antes que o italiano pudesse se aproximar, ela já se virava para trás:

Merda, o Trump sumiu! 310a0912

- Ciao, bello! - dizia a dama depois de um gole no Negroni e com um sorriso de orelha a orelha. Afinal, fazia um tempo que ela estava desejosa por Nicolas e por sua vitae.
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Mensagem por JosephineRaven Dom Out 18, 2020 5:17 pm

Andrew Kingler

-Claro que sim, deixa comigo, boss! - Anabelle já estava mais descontraída, e era assim que ela lhe chamava com carinho e admiração - Vou resolver as pendências para a viagem, suponho que queira se hospedar na Capela como da última vez, certo?

Antes que Andrew se levantasse da mesa, a sua carniçal pousava a mão por cima da dele, um contraste entre o calor de uma pele humana e uma derme gélida de um cadáver. O Tremere olhava para a sua mão e em seguida para Anabelle, que lhe retornava um olhar perfurante por debaixo daqueles óculos vintage. Ele sabia que já fazia um tempo que não alimentava a sua carniçal e bastava uma troca de olhares para entender o recado.

ooc:

No caminho de volta para o refúgio, já no térreo, Andrew rondava alguns corredores. Nova York era uma cidade fácil para se alimentar. A cidade que nunca dorme tinha a vantagem de ter estabelecimentos abertos até altas horas da noite, não só bares, mas lojas, galerias de arte, supermercados, alfaiatarias e mais uma miríade de serviços que poderia se encontrar em uma metrópole. Além disso, Kingler tinha a vantagem da sua livraria ser um ponto turístico, não precisava colocar os pés fora do jardim de casa para caçar. O Tremere ia em direção à seção do clube do livro. Desde que abrira a sua livraria ao público, fizera questão de criar uma parte destinada aos autores com os quais tivera contato enquanto mortal. É engraçado como todo eles viravam pó enquanto o feiticeiro se perpetuava através dos séculos.

Ali virada para uma das estantes, a folhear alguns livros, estava uma jovem loira com um casaco rosa cintilante, ela parecia muito interessada em uma das obras dos autores do clube do livro. Depois de algumas voltas pelos corredores, Andrew sentira aquela presa poderia ser a mais fácil da noite.

Merda, o Trump sumiu! Preypo12

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Mensagem por Mau Dom Out 18, 2020 7:18 pm








A viagem pelo táxi até o local do encontro era convenientemente agradável. Nada como um tempo afastado de Florença para apreciar os mortais e suas atividades noturnas de uma vida intensa e efêmera, Nicolas semicerrava os olhos ao notar o semblante pálido do taxista, era realmente algo chamativo alguém quase tão pálido quanto ele. Mas não iria se incomodar em pensar o porquê, quem quer que fosse aquele motorista, não era de sua conta.
Preferia apreciar o vento da janela aberta e se deliciar na expectativa de encontrar sua amada.

O ambiente descontraído da noite bohemia logo seria substituído por um mais desértico e sombrio, algo de se esperar na não-vida de um necromante.
Nicolas descia do carro e arrumava suas vestes. Uma olhada ao redor demonstrava que já haviam notado sua chegada e provavelmente tinham alguma idéia do porquê estava ali.
Ótimo era como um ritual de visita, um anuncio de sua chegada.
Caminhava então firme e calmamente pela sombria paisagem aproximando-se cada vez mais do bar Negroni.


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O caminhar calmo prosseguia pelo interior da discreta loja de pastrami, ecoando pelo piso de madeira.

- Il buon vespero – Dizia com o rosto semi-coberto pela aba de seu chapéu.

E assim que a passagem secreta lhe era indicada, abaixava discretamente a aba em agradecimento ao empregado.

- Grazie.

Nicolas adentrava respeitosamente o ambiente e logo se dirigia ao fundo do bar já perscrutando a sinuosa e exuberante silhueta daquela linda mulher. Se seu coração estivesse funcionando ele bateria com força.. Nem mesmo os anos e anos ao lado dela conseguiam fazer com que se acostumasse com sua linda presença.

O sorriso de Verônica lhe trazia certo alivio, ela estava bem e , embora não fizesse muito tempo que estavam separados, já sentia saudades.
Nicolas dava um pequeno sorriso em resposta e dentro de sua boca seus caninos produziam um pequeno corte na parte interna de seu lábio inferior, o bastante para um doce e recompensador filete de vitae.

Aproximava-se discretamente de Verônica, demorando-se nos últimos passos e vencendo a distancia final passando suavemente seus braços pela cintura da moça e a puxando-a para si.
Não dizia nada mas cumprimentava-a com um beijo intercalando seus lábios aos dela deixando-a apreciar com surpresa o êstase do gosto de vida e morte daquele intenso e discreto reencontro.

Merda, o Trump sumiu! Tenor

Deixaria a carniçal apreciar o beijo por uns instantes, mas logo a levaria para um canto discreto do bar e teria com ela:

- Vê ... – Dizia com carinho o nome da namorada e seguido de um leve sorriso – Você está bem?/color] – E então tornava ao seu semblante mais sério – O que aconteceu? Por que me enviou uma mensagem de um numero estranho? – Dizia em sussurro no seu ouvido.

Estava contente em ver Verônica, mas não desatento. Concomitante às investidas que dava na namorada, estava também atento aos seus arredores, um bom habito que cultivava como investigador. Tornava seus sentidos aguçados com sua disciplina de detecção para prestar atenção, ouvir, ver ou até mesmo cheirar qualquer coisa fora dos padrões.
E emendava:

- Estou ficando com fome – Dizia baixinho no ouvido da garota.
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Mensagem por JosephineRaven Dom Out 18, 2020 9:51 pm

Nicolas Rosselini

Aquele sorriso não enganava Nicolas. Ele sabia que ela estava segura (por hora), mas no mundo das Trevas onde viviam, tudo sempre mudava em segundos. Em uma alívio por vê-la linda e estonteante como sempre, o Giovanni resolvia presenteá-la com o elixir dos não-vivos, a bebida rubra tão saciada pelos mortais e pelos de sua espécie.

Para a mortal, aquele beijo era um êxtase, mil vezes melhor do que o Negroni que estava em sua mão e que ela apoiou no balcão para poder entrelaçar o seu braço ao redor do pescoço de Nicolas. Ela chupava os seus lábios em uma cena sensual que não só era uma troca de sentimentos, mas também era um prazer inestimável. Para ela, aquele beijo era melhor do que um orgasmo. E nesse entrelace, alguns segundos depois, o cainita ao puxar seus cabelos para trás, apertou-os um pouco e afastou os lábios dela. A dose já era o suficiente para manter o laço de sangue, algumas gotas bastavam, mas Verônica não conseguia deixar de se satisfazer com mais e mais. Nicolas imaginara o dia que por ventura Verônica se tornasse um deles, da maneira impulsiva que ela é, demoraria ainda um tempo para controlar a Besta.

O casal sentava na última mesa, o lugar mais discreto de um bar já muito discreto. A ruiva o acompanhava segurando-o pela mão e na outra buscava seu cocktail do balcão. Ele sentava ao seu lado, no banco de couro verde musgo da mesa. Assim que se sentavam, ela pousava seu drink na mesa e tirava o chapéu, colocando-o ao lado do copo. Ao sentar-se, Nicolas ativou os seus sentidos e quando Verônica tirou o chapéu, ele poderia ver com detalhes as pequenas caspas que surgiam por debaixo dos seus cabelos ruivos.

- Vê ... – Dizia com carinho o nome da namorada e seguido de um leve sorriso – Você está bem?/color] – E então tornava ao seu semblante mais sério – O que aconteceu? Por que me enviou uma mensagem de um numero estranho? – Dizia em sussurro no seu ouvido.

Enquanto sussurrava, olhava para o resto do bar, um odor adentrava pelas suas narinas, um misto de fumaça de habanos com odores cítricos, dos limões e limas do lado de dentro do balcão. As lâmpadas do teto acima do bar brilhavam mais do que nunca e caso ele se aproximasse demais da área do balcão, elas lhe fariam doer os olhos.

- Eu estou otima! Você sabe como as coisas são... *ruído tshi tshi tshi tshi* trocar telefones.... *ruído tshi tshi tshi* INTERPOL… *ruído tshi tshi tshi tshi* número *ruído tshi tshi tshi tshi*

Nicolas não conseguiu entender quase nada do que Verônica dizia, o barulho das coqueteleiras dos bartenders, efeito dos seus sentidos aguçados, se sobressaía ao que a ruiva ao seu lado dizia.

- Estou ficando com fome – Dizia baixinho no ouvido da garota.

- Faz muito *ruído tshi tshi tshi tshi* alimentou? - perguntava Verônica puxando os seus cabelos para o lado contrário de onde estava sentado Nicolas. A veia pulsante prendeu a sua atenção e por um momento ele nem ouvia mais os ruídos irritantes do shaker do bartender.
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Mensagem por Mau Seg Out 19, 2020 6:32 pm








Sentir o prazer que aquele beijo dava a Veronica, sentir seu corpo tremer com a tempestade de sentimentos, ouvir seu gemido abafado pela dança dos lábios .. Tudo aquilo trazia satisfação ao cainita. Uma satisfação pífia comprada a consumir sangue, é claro, mas ainda assim algo bom. Seria essa satisfação os respingos de humanidade e amor pelo qual o detetive tinha por sua namorada em meio àquela miríade sombria de deturpações e sentimentos no mundo das trevas?
Nicolas gostava de acreditar que sim, mesmo um necromante precisa ter alguma raiz no mundo dos vivos, pois ele é aquele que estuda e transita nos dois mundos, e para entende-los é preciso se agarrar àquelas pequenas coisas. O mundo dos vivos, dos mortos e dos mortos-vivos , e aquele apaixonado beijo eram parte desta tripla existência inerente ao cainita.

Puxava então os cabelos cor de fogo de Veronica olhando-a fundo nos olhos com um pequeno sorriso. A carniçal sabia que ele imaginava o que poderiam estar fazendo se estivessem em um lugar mais propício, porém não era o momento e logo teriam de voltar à compostura.
Nicolas pegava na mão de Vêronica e a conduzia gentilmente até um canto discreto do bar, instintivamente interpondo seu corpo ao dela para poder protege-la de qualquer perigo que pudesse ocorrer.

Sentava-se e tentava começar uma conversa, ao mesmo tempo em que aguçava seus sentidos. Mas o ambiente estava muito carregado de estímulos, o que confundiu Nicolas e o fez perder as respostas de Veronica. Ele imediatamente cessava sua disciplina e, no momento em que as coisas começava a voltar ao normal via o suculento pescoço ofertado pela linda jovem.

Nicolas estava começando a ficar com fome, a besta ainda estava calma, mas estava acordada e alerta. Era bom deixa-la mais saciada para que o cainita tivesse algum lastro. A própria visão do pescoço de Veronica já principiava uma perda de seu controle.

Levantava-se discretamente para poder sentar-se ao lado da namorada e ter um acesso confortável à jugular. Retirava o chapéu e o repousava ao lado do chapéu vermelho colocado sobre a mesa ao lado do Negroni. Então enterraria seus dentes suavemente em seu pescoço, logo depois de um leve beijo.
Afundar os caninos naquela carne macia, sentir aquele inebriante perfume ao mesmo tempo em que sorvia a vitae ... Era uma sensação indescritível.
E estava dividindo aquele orgasmo perverso com sua namorada. Em meio a todas aquelas sensações tinha certeza: amava.
Mas o quanto desse amor era por Veronica e o quanto era pela vitae? E o onde começava Veronica e onde acabava a vitae? Estavam engendrados ou tudo aquilo era uma enganação? São os paradoxos do horror da existência de um cainita, mas Nicolas preferia acreditar que agora os dois partilhavam daquela existência, e fosse o que fosse, era real e parte deles. Era o estase que dividia com seus amores.

(Se possível Nicolas consumirá a quantidade segura de dois pontos de sangue de Veronica)

Ao fim do processo, e depois de lamber o ferimento no pescoço, Nicolas voltaria ao seu lugar na mesa. Sentando-se e retirando o maço de cigarros do bolso, ofertaria um a Veronica e pagaria um para si enquanto também sacava o isqueiro de seu bolso, acenderia o cigarro da mulher e em seguida o seu, puxando um Trafo e soltando a fumaça para só então continuar a conversa:

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- Desculpe-me, eu me distrai, você pode repetir, por favor? Aconteceu algo?
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Mensagem por Poeta Dom Out 25, 2020 11:19 am

Quando Anabelle o tocou fitando-o daquele jeito, o Tremere lembrou-se de suas responsabilidades... Não fosse sua memória anormal ele não se lembraria da última vez que alimentou sua carniçal.

- Oh minha querida, quão relapso eu fui em minhas obrigações com você, tome - o vampiro estica seu braço, enquanto dobra a manga de sua camisa - alimente-se, beba da minha vitae e tornemo-nos um só.

Andrew desceu para o salão procurando uma presa... A maioria dos visitantes andavam em grupos o que seria um problema. Ele continuou andando entre os diversos corredores até que, numa agradável coincidência, viu uma jovem sozinha, lendo um dos clássicos de um de seus colegas, definitivamente uma excelente leitura que devido a "não ser comercial" jamais tornou-se um best seller, nem perto disto.

Em algum outro momento o Tremere despendiria algum tempo seu conversando com aquela bela mulher, porém infelizmente nesse momento assuntos mais urgentes lhe consumiam.

O vampiro utiliza-se de sua percepção sobrenatural para certificar-se de que era uma humana ali na sua frente.

(caso seja)

Através de um comando simples Andrew pede para ela o seguir:

-Siga-me!

Em seu escritório o Cainita alimenta-se daquela mulher (3 pontos de sangue) e ao final usa sua lambida para tampar seus rastros.

Antes de liberá-la ele usa seus poderes para fazê-la esquecer de qualquer coisa após ter aberto aquele livro.

Spoiler:
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Mensagem por JosephineRaven Dom Out 25, 2020 12:17 pm

Nicolas Rosselini:

Além dos diversos estímulos que ocorriam no bar, o pescoço de Verônica também o distraía. Aquela veia pulsante lhe tirava atenção de qualquer coisa que a moça pudesse estar dizendo. Nicolas olhava ao redor mais uma vez, ninguém ia estar olhando enquanto ele se alimentava. Estavam em um bar realmente discreto, e no máximo alguém pensaria que ele estaria a dar um beijo mais lascivo no pescoço da sua companheira. Fazia alguns dias que ele não consumia à vitae e agora o líquido rubro escorria de maneira ardente para dentro da sua boca. Ainda mais vindo de Verônica, uma de suas amadas, o êxtase daquela alimentação era melhor do que tudo, era incomparável a 50 orgasmos seguidos de qualquer homem mortal.

Um misto de arrebatamento e felicidade lhe enchia a alma. Aquele momento ali era único e o laço entre os dois era tão profundo, que o Giovanni duvidava que qualquer outro vampiro poderia ter uma relação tão verdadeira e intensa quanto a dele. Definitivamente a vitae mudava qualquer ponto de vista que ele poderia ter sobre o amor.

Se reacomodando na cadeira, o necromante voltava à realidade. Agora com a besta mais tranquila e saciado por sua carniçal, Nicolas gostaria de entender mais o que havia acontecido naqueles últimos dias que ele havia se separado de Verônica. A ruiva também parecia arrebatada e cada vez mais apaixonada por ele (ou pelo laço de sangue), e com uma voz mais mansa do que o habitual, lhe responde:

- Eu disse que vez por outra temos que trocar os telefones, esconderijos e funcionários, a polícia italiana as vezes resolve ficar no nosso pé. Dessa vez tem até a INTERPOL envolvida. Por isso tive que pegar o outro chip.

-Mas me conta, como foi a sua missão nos EUA?

-Eu tive que passar uns dias em Berlim. - Verônica possuía um grande conhecimento sobre os negócios da máfia por causa de sua família - Sabe, essa questão de traficar armas e drogas não está com nada, o que está realmente sendo mais lucrativo agora é o ciberterrorismo.

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Mensagem por JosephineRaven Dom Out 25, 2020 1:56 pm

Andrew Kingler:

É claro que Anabelle lhe servia com a maior dedicação e gosto o possível. Mas a partir da vitae, ela conseguia trabalhar com mais afinco, sentindo-se mais ligada do que nunca a Andrew. O misto de admiração e vício agora dominava a mulher, que fechava logo todas as suas pastas e ia em direção a porta, para fazer as diligências pedidas pelo seu domitor o mais rápido possível.

O Tremere aproveitava que estava em casa para se alimentar antes de se jogar em mais aventuras desconhecidas (mesmo que o Washington não fosse tão longe quanto o Alaska). Depois das rondas pelos corredores, Andrew chegou a conclusão de que a jovem loira seria o alvo mais condizente com o que havia naquele perímetro.

teste:

O feiticeiro queria se certificar de que a garota não era um ser sobrenatural que nem ele, afinal todos conheciam a livraria de Kingler e qualquer um poderia ter entrado despercebido e ser uma ameaça. A loira era mais difícil de enxergar, o vampiro se concentrou, mas só percebeu que a sua aura era mais brilhante do que a de um cainita. Andrew não conseguiu absorver nenhum sentimento da senhorita, mas pelo menos não seria nenhum vampiro que poderia lhe espreitar e atacá-lo desprevenido.

teste:

Andrew agora tinha mais certeza de que ela não passava de uma presa, pois assim que ele a ordenasse, a loira já o seguia sem dizer nem uma palavra. Nem um “oi”, nem um “quem é você?”. Ela simplesmente o seguia até a passagem secreta, sem tirar os olhos do vampiro.

Ali no seu escritório, que também era o seu refúgio, o feiticeiro tinha a privacidade o suficiente de fazer o que quisesse com a sua vítima. Poderia drenar o sangue todo, fazer rituais com a moça, e todo e qualquer tipo de coisa que quisesse. A jovem estava completamente hipnotizada com o seu olhar. Contudo, Andrew lembrou-se que tinha coisa mais importantes para fazer porque queria ir logo para Washington DC tratar dos seus negócios. Apenas acalmar a besta seria o suficiente, afinal, o Tremere não queria ter mais daqueles pesadelos da próxima vez em que se recolhesse no seu descanso. Isto era algo para ser estudado, mas o Tremere tinha quase certeza que a fome influenciava bastante na questão dos pesadelos.

Antes que a loira pudesse perceber o que estava acontecendo, Kingler já cravava os seus caninos no pescoço da mortal e sugava o máximo de sangue que conseguia sem que ela desfalecesse. Aquele sabor era indescritível, mil vezes melhor de tudo o que tinha provado na sua vida de humano. A vitae lhe dava poder e lhe mostrava como ele era superior, pois era imortal e pertencia a um clã que que até mesmo dentre os seus pares vampiros, também era muito superior aos outros.

teste:

Agora já saciado da sua sede sobrenatural, o feiticeiro apagava de maneira eficaz toda a memória daquela jovem desde o encontro no corredor da biblioteca. Da mente da loira, era um lapso escuro que nunca mais voltaria. Ela se sentia confusa e olhava ao redor, encarando Andrew com um olhar mais questionador:

- Que lugar é este? O que eu estou fazendo aqui?
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Mensagem por Mau Dom Out 25, 2020 4:22 pm







Os prazeres do beijo e do consumo da vitae eram sempre arrebatadores. Por mais que sempre se alimenta-se, Nicolas nunca se acostumava com aquela deliciosa sensação, era como se cada vez fosse a primeira. Junto com a lascívia do consumo, vinham também a culpa e a dúvida do que seria seu verdadeiro amor por Verônica. Mas mesmo aquele sentimento angustiante lhe trazia prazer em meio ao consumo do sangue.
O que lhe restava para poder se perder na fantasia de que aquele era um sentimento verdadeiro, era se apegar aos pequenos detalhes de Verônica, aqueles que só ela tinha. Sentia seu perfume, o toque único de sua pele, a beleza de seu batom e cabelos vermelhos, a felicidade em ter para si a sua entrega...

Talvez o maior sinal de um verdadeiro amor de Nicolas por Verônica estivesse no ato de interromper aquele processo, não queria tomar mais sangue do que o necessário de sua namorada. A tarefa hercúlea de interromper aquele inebriante prazer sombrio seria então sua maior prova de amor. Mas Nicolas sabia que ganhar da besta quando esta estava relativamente saciada era algo bem mais fácil do que quando está estivesse realmente mostrando suas garras e rasgando-o por dentro. O amor verdadeiro para a besta ensandecida nada mais era do que uma piada infantil, e o detetive, conhecedor do oculto, sabia disso.

Após o maravilhoso e deturpado intercurso, o casal se sentava frente a frente novamente e Nicolas poderia finalmente ouvir melhor o que Verônica tinha a dizer.

- Hmm .. Entendo, é salutar você manter o hábito de cobrir os seus rastros – Dizia dando uma baforada falsa de seu cigarro – Mas acho melhor trabalharmos mais juntos e deixarmos sua relação com os Puttanesca apenas para eventuais contatos que precisarmos em nossas investigações – Dava um leve sorriso e apertava carinhosamente a mão da namorada – A vida da máfia é muito arriscada para nós. Conseguiremos bem mais poder, recursos e influencia com nossos serviços para o mundo cainita.

Nicolas passava então para o assunto de sua missão nos EUA.

- A investigação foi um sucesso. Consegui um dinheiro razoável como recompensa e também ficar com bons olhos com alguns da Camarilla
– Pausava pensativo – Só não sei como La famiglia vai reagir... Se fosse qualquer outro primo seria agraciado .. Mas no meu caso? Hmpf .. – Dava uma leve risada irônica – Acho que serviu apenas como um motivo para não me matarem por hora .. Mas não me surpreenderia que Valentina me presenteasse com uma estaca no peito em nome dos anziani ..

E continuava.

- O que significa que não podemos parar, minha querida. O dinheiro foi bom mas ainda não é suficiente para abrirmos o escritório. Além disso temos que continuar construindo nossa reputação.



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Mensagem por JosephineRaven Ter Dez 01, 2020 8:10 pm

Nicolas Rosselini:

Sem mais barulhos ensurdecedores, Nicolas agora ouvia com clareza o que a sua carniçal dizia, e engatavam em uma conversa:

- Hmm .. Entendo, é salutar você manter o hábito de cobrir os seus rastros – Dizia dando uma baforada falsa de seu cigarro – Mas acho melhor trabalharmos mais juntos e deixarmos sua relação com os Puttanesca apenas para eventuais contatos que precisarmos em nossas investigações – Dava um leve sorriso e apertava carinhosamente a mão da namorada – A vida da máfia é muito arriscada para nós. Conseguiremos bem mais poder, recursos e influencia com nossos serviços para o mundo cainita.

- Mas as vezes você parece mesmo que é inocente, quem você acha que está por trás da máfia italiana? - Verônica dava uma risada de leve e bebia um gole do seu Negroni.

- A investigação foi um sucesso. Consegui um dinheiro razoável como recompensa e também ficar com bons olhos com alguns da Camarilla – Pausava pensativo – Só não sei como La famiglia vai reagir... Se fosse qualquer outro primo seria agraciado .. Mas no meu caso? Hmpf .. – Dava uma leve risada irônica – Acho que serviu apenas como um motivo para não me matarem por hora .. Mas não me surpreenderia que Valentina me presenteasse com uma estaca no peito em nome dos anziani ..

Verônica torcia o nariz quando ouvia falar no nome da Valentina, ela sabia que a Giovani lhe fazia de gato e sapato e isso ainda duraria por séculos. Mas ainda assim, sempre tentava dar um pouquinho de esperança: - Quem sabe a sua liberdade está mais perto do que você imagina? - dizia Verônica, beijando a mão do seu amado.

- O que significa que não podemos parar, minha querida. O dinheiro foi bom mas ainda não é suficiente para abrirmos o escritório. Além disso temos que continuar construindo nossa reputação.

-Se nós conseguirmos lucrar com isso, aí realmente você poderá abrir quantos escritórios quiser. Eu ainda não tenho muitos detalhes da missão - ela lhe passava um papel dobrado em quatro enquanto falava - mas este é o responsável. Caso você tenha a permissão dos Giovanni, poderemos partir para Berlim o quanto antes.

Nicolas desdobrava o papel e lia apenas um nome:

Muhammad Al-Badawi
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