Susan Weber convida

Não há muito o que se dizer de Susan Weber. Todos a conhecem tão somente pela elegância, nariz empinado e, principalmente, por sua discrição com qualquer coisa relativa a assuntos pessoais. Quase nunca aparece na sociedade dos Membros, mantendo-se, na maior parte do tempo, trancafiada em sua residência, cuidando de seus negócios, o que faz com que esteja sempre presente um ar de mistério onde quer que ela passe. Podre de rica, Susan Weber aparenta ter gostos excêntricos e muitos a chamam de representante perfeita e clichê de seu clã, Toreador.
Entretanto, um fato vem intrigando todos os Membros da Cidade. Há aproximadamente um mês, Susan Weber fez chegar às mãos de cada Membro um envelope vermelho-sangue, onde com letras douradas, se convidava para o que ela chamou de “a festa onde tudo pode acontecer”. Os nosferatus cochicham que ela solicitou ao próprio Príncipe uma lista com todos os Membros não-vivos da Cidade e até alguns de sobra, para o caso de novas crias surgirem, o que foi prontamente providenciado para a cainita.

A casa de Susan Weber era muito mais do que uma casa. Com um design moderno e “cheguei”, o prédio coberto de vidros roxos chamava atenção de qualquer um, praticamente em todos os cantos do Centro de Nova York. Eram mais de 20 andares de pura extravagância; um prédio quase faraônica.
O prédio todo, diziam, pertencia a ela. Parte da construção consistia em sua residência, com inúmeros quartos inúteis, tendo em vista que, segundo lacaios e empregados do local, a madame não gostava de receber visitas. A outra parte tratava-se da joalheria que lhe rendia seus inúmeros lucros. Segundo clientes, Susan gostava de finalizar as vendas de suas jóias pessoalmente com cada um e que, no fim das contas, a maioria sempre acabava comprando mais do que pretendia e muitas das vezes até mais do que poderia, devido às capacidades persuasivas irresistíveis da cainita.

♪ O convite deixava especificado que os trajes deveriam ser vermelhos, não importando seu estilo.
♪ Clãs permitidos: Toreador, Tremere, Ventrue, Nosferatu, Brujah, Malkavian, Gangrel, Giovanni, Ravnos, Seguidores de Set, Filhas da Cacofonia, Assamitas.
♪ Lembro que os Independentes deverão informar no post inicial como e porquê receberam o convite ou o porquê irão comparecer na festa sem o mesmo.
♪ O post inicial deverá se iniciar nos momentos antes de irem a festa e terminar quando o personagem chegar ao prédio (estacionamento do mesmo se for o caso ou na portaria)
♪ A interação é livre entre os players na entrada do estabelecimento, até que eu faça o meu primeiro post. Não preciso lembrar que, para as coisas ficarem mais interessantes, um player entre no jogo do outro.
♪ Vale especificar que os personagens se conhecem, mas preciso que entrelacem os prelúdios e me dêem boa justificativa para tanto.
♪ O post inicial deverá conter, também, a descrição das roupas que o personagem está usando, bem como os objetos (em casos de equipamentos, necessita-se justificativas).
♪ Só será autorizada a confecção do post inicial após a aprovação da ficha, pois necessitarei passar algumas informações por PM para cada player, para que a trama possa ter efetividade.
♪ A quantidade de vagas ainda está indefinida. Reservem aqui suas vagas e mandem a ficha por PM. Eu farei a autorização para o primeiro post por PM por cada um e pode ser que, se você enviou a ficha no início do jogo, eu te aceite mais pra frente, te passando um off para que a história tenha mais sentido. Quando eu achar que chega, informarei do término das vagas.
♪ Não precisaria dizer, mas é melhor deixar claro antes que eu queime a língua: Pelo amor de papai do céu: Nada de qualidades e defeitos demais e, principalmente sem sentido. Nada de prelúdios que são história de vida, novela mexicana e essas coisas. Essa é uma crônica pequena e eu não tenho muito tempo pra postar. Se você não quer que eu fique a vida toda lendo seu prelúdio, ou tendo que pesquisar sobre sua lista “básica” de qualidades e defeitos toda vez que for fazer um post (o que vai fazer, com certeza, que eu demore dias pra fazer meio post), então simplifique as coisas o máximo que puder pra mim, descrevendo as coisas certinho, de forma clara e objetiva. Ah, e nada de espadachins, samurais, narutos, exterminadores do futuro e tal. Estamos numa Cidade NORMAL, num país NORMAL, onde as pessoas são NORMAIS e por mais anormal e retardado que o seu personagem for, ele não vai sair por aí desfilando com uma .12 pendurada nas costas. Se quiser arriscar, te adianto que vai ser, de cara, ficha reprovada. Resumindo este tópico: Bom senso domina essa crônica e ponto final.
♪ Vale lembrar: no final das contas, após todas as discussões possíveis, vale a regra de ouro. Óbvio.
♪ Importante: Precisem de mim o mínimo possível.
♪ Dúvidas, reclamações e sugestões: PM ou e-mail para daniela.felicia@gmail.com . Como sou uma semi-aposentada em RPG, pode ser sim que eu esqueça de inúmeras coisas. Então, a ajuda de vocês é imprescindível. Será que essa crônica sai mesmo?
♪ No mais, good luck e amo vocês. Câmbio desligo.

Assim que termina de falar com você, o garoto tira debaixo do balcão um livro extremamente velho, grosso e de capa dura, aparentemente desligado do mundo ao redor (e de você). O seu contato parecia não surtir efeito nenhum, pois o menino não desviava os olhos do livro um segundo sequer.
Não, a não-vida não era nenhum conto de fadas. Estava claro pra você que ele era um Membro, não só pelas atitudes, palavras, mas principalmente pelos seus olhar, que refletiam uma experiência de vida de longo prazo e que, sabe-se lá porquê, parecia irradiar mérito de respeito. Mas era fácil adivinhar, também, que o garoto era mais um pobre coitado imortal porque era óbvio que, em um evento como aqueles, não haveriam mortais... Ou ao menos não como porteiros ou convidados de honra...
Você arrisca uma tentativa de reaproximação, mas alguns longos segundos de silêncio e vácuo ele, finalmente, responde:

-- Anh? Pode repetir a pergunta, por favor? -- A resposta-pergunta pareceu gentil, extremamente educada e polida demais, mas um frio lhe percorreu pela espinha e você sentiu medo. Muito medo. Mas o garoto parecia apenas distraído.

A noite não começou boa. Mas, para quebrar aquele vazio mórbido dos arredores do prédio, uma não-viva alma conhecida aparece. Sorte.

Estava na hora de se juntar às rosas. Ossos do ofício, por assim dizer.
A sua convivência com o clã da rosa da cidade, lhe dava alguns bônus, já que a maioria da Elite da Cidade era composta por Toreadores. Isso tornava sua vida mais fácil em alguns aspectos, mas todo cuidado era pouco, afinal.
Chegou ao prédio com toda a elegância e porte imponente que era natural do clã das serpentes. O barulho dos sapatos era diferente... Era um embalo sedutor. Olhando ao redor, reparou que os vidros já não eram mais roxos, mas sim vermelhos, frescuras que John Willians já estava acostumado.
Ao chegar à portaria, foi logo reconhecido por Golias Jr. Era certo que o ventrue não carregava a presença aristocrática que todos os ventrues possuem, mas o cara até que tinha estilo.
A única peculiaridade era que, apesar do estacionamento abarrotado de carros, tudo ao redor parecia vazio, nem um ruído parecia ser ouvido.
Atrás do balcão, você vê apenas um chumaço de cabelos, que você não sabe dizer se era de uma pessoa baixa ou de uma criança, mas a última opção lhe parecia improvável, tendo em vista o que a festa parecia ser.