Vampiros - A Máscara
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Seymour Mortius - Tzimisce - Sabá

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Seymour Mortius - Tzimisce - Sabá Empty Seymour Mortius - Tzimisce - Sabá

Mensagem por Songette Qua Jan 12, 2011 10:10 pm

Nome: Brayan Vermond
Personagem: Seymour Mortius
Clã: Tzimisce
Seita: Sabá
Natureza: Solitário
Comportamento: Juiz
Geração: 8
Refugio: Casa própria em Roma.
Conceito: Investigador


Experiência:


ATRIBUTOS (7 - 5 - 3)

Físicos (5)
- Força: +1 +2= 3
- Destreza: +1 +2= 3
- Vigor: +1 +1= 2

Sociais (3)
- Carisma: +1 +2= 3
- Manipulação: +1
- Aparência: +1 +1= 2

Mentais (7)
- Percepção: +1 +2= 3
- Inteligência: +1 +3= 4 (Analítico)
- Raciocínio: +1 +2= 3


HABILIDADES (13 - 9 - 5)

Talentos (5)
- Prontidão: +1
- Esportes: +1
- Briga:
- Esquiva: +2
- Empatia:
- Expressão:
- Intimidação:
- Liderança:
- Manha:
- Lábia:

Perícias (9)
- Empatia c/ Animais:
- Ofícios: +2 (Moldar a carne)
- Condução:
- Etiqueta:
- Armas de Fogo:
- Armas Brancas: +3
- Performance:
- Segurança:
- Furtividade: +2
- Sobrevivência: +2

Conhecimentos (13)
- Acadêmicos: +3
- Computador:
- Finanças:
- Investigação: +1
- Direito:
- Lingüística: +3 (Finlandês, Inglês, Francês, Italiano, Espanhol, Japonês e Latim)
- Medicina:
- Ocultismo: +3
- Política:
- Ciências:
- Koldunismo: +3

VANTAGENS
Geração: +5 (5 pb)
Mentor: +2 (2 pb)
Contatos: +1 (1 pb) (Magnus Mortati)


DISCIPLINAS (4)
Feitiçaria Koldúnica - Caminho do Fogo 3
Vicissitude 1 (7 pb)
Auspícius 1



Virtudes (5)
- Consciência ou Convicção: +1 +1= 2

- Autocontrole ou Instinto: +1 +2= 3

- Coragem: +1 +2= 3


HUMANIDADE: 5

FORÇA DE VONTADE: 3 +4= 7 (4 pb)


QUALIDADES e DEFEITOS

Ódio: (3 pontos de Defeito)
Ódio por Marcus Maximillian.

Exclusão de Presa: (1 ponto de Defeito)
Seymour
procura se alimentar apenas de seres de mal caráter. Esses lixos sejam
mortais ou imortais, são apenas alimento. Devem ser banidos da face da
terra. Seymour costuma torturá-los antes da morte.

Vingança: (2 pontos de Defeito)
Mesmo
sendo instruído pelo seu mestre para não buscar vingança, mas sim
justiça, Seymour nutre um grande ódio pelo Ancião Marcus Maximillian.
Quando tiver sua oportunidade irá vingar por tudo que o Ancião lhe fez e
tirou.

Excesso de Confiança: (1 ponto de Defeito)
Seymour
já era orgulhoso por sua capacidade intelectual e seu amplo
conhecimento. Depois de se tornar um vampiro e de treinar arduamente com
seu mestre, Seymour ganhou um excesso de confiança que sempre é
critícado pelo seu mentor. Mesmo assim ele tem total confiança nas suas
habilidades e procura se fortalecer a cada batalha para um dia bater de
frente com o Ancião Marcus.

Noção Exata do Tempo (1 ponto de Qualidade)
Além
de ter um conhecimento matemático incrível, Seymour treinou esgrima e
jiu jitsu. Isso aumentou ainda mais sua noção de tempo espaço.

Ambidestro: (1 ponto de Qualidade)
Treinamento com espadas.

Senhor de Prestígio: (1 ponto de Qualidade)
Devido
a pequena mas cosnsiderável ajuda de Seymour (Brayan) em desmantelar os
planos do Ancião Marcus Maximillian, muitos dos membros do Sabá vê
Seymour com grande respeito. Alguns membros o odeia pelo fato de ser
orgulhoso demais. No entanto a maioria dos Anciões o tratam de forma
cordial. Isso se deve também pelos trabalhos investigativos e pesquisas
que o arqueólogo presta para a seita em geral.

OBS:

Idade aparente: 35 anos
Idade real: 62 anos
Características física
Sexo: Masculino
Cabelos: longos/ loiro (muito claro)
Olhos: castanho claro
Cor da pele: branca
Tamanho: 1,82m
peso: 82kg
Itens: Bolsa com livros, celular, espada oculta nas costas debaixo da roupa e foto de Marrie Montréal.

PRELÚDIO

É
primavera na pequena cidade de Joensuu,cidade finlandesa, capital da
Carélia do Norte, província da Finlândia Oriental. Os comerciantes
dobram Pielisjoki, o rio que corta a província, sendo usado para
transportar e exportar mercadorias vindas de outros continentes. O rio
sempre foi o coração vivo da cidade. Uma nova embarcação de barganhas e
mercadorias, acaba de atracar no porto de Joensuu. Muita agitação,
várias pessoas apressadas para comprar, vender. Entre os comerciantes
eufóricos está Juhan Antero Vermond. Herdou de seu pai o comércio que
agora sustenta sua família e o mais novo membro, seu filho Brayan Antero
Vermond. A notícia que sua esposa acabará de dar a luz, lhe faz deixar o
comércio rapidamente e ir até sua casa que se encontra mais afastada da
cidade. A alegria enche os corações de todos, o primogênito da família
Vermond nasceu. Brayan Antero Vermond, nascido em 21 de outubro de 1948,
seu pai Juhan Antero Vermond, sua mãe Annya Valkonien Vermond.
Os
dias se passam, e Johan trabalha duro para dar o melhor para sua
família. Ele quer que seu filho estude e se torne uma pessoa melhor. Não
deseja que continue os negócios da família. A pequena cidade não tem
muito a oferecer e um futuro brilhante não seria alcançado naquele fim
de mundo. O garoto dês de pequeno mostrava grande interesse nos estudos,
quase não teve um vida social, se dedicava integralmente em saciar sua
sede de conhecimento. Devido ao seu alto empreendimento nos estudos,
Brayan foi premiado pela Universidade de Harvard com uma bolsa integral.
Com seus 18 anos, Brayan deixou a cidade de Joensuu, sua terra natal,
para viajar além do rio Pielisjoki. Seu novo lar seria em Cambridge,
Massachussetts.
Sua paixão sempre foi arqueologia, mas não se limitou
somente a isso, Brayan como todo e qualquer humano, se questionava
sobre a criação divina, e seus estudos se direcionavam também para
Teologia cristã e Antropologia.
O místico era algo que transcedia a
imaginação de Brayan, sempre teve curiosidade de como tudo teve ínicio,
se realmente o Pai havia sido o responsável pela criação de tudo. Um
lado filosófico florescia no jovem e em sua busca ficava mais obsecado
por conhecimento.
Depois de 7 anos estudando na Universidade de
Harvard, Brayan Antero Vermond se formou em arqueologia no dia primeiro
de novembro de 1967.
Logo se mudou para a cidade do Vaticano a
convido de um cardeal que conheceu ainda em Harvard. O Cardeal ficou
surpreso com a força de vontade e conhecimento do jovem rapaz. Disse que
desejaria que ele trabalhasse com um grupo de arqueólogos dentro do
Vaticano.
Essa foi a oportunidade de Brayan em se aprofundar em seus
estudos, dentro do Vaticano teria maior acesso á conhecimentos que não
encontraria em nenhuma parte do globo. Em pouco tempo já se destacava
entre os mais renomados arqueólogos Sacras do Vaticano. Tão perto da
palavra do Pai, Brayan conheceu boa parte das doutrinas e ensinamentos
de Deus, mas talvez pelas influências filosóficas em Harvard, nunca se
dedicou totalmente ao cristianismo. Se mantinha obsoleto, mas sempre
buscando conhecimento para complementar suas opniões e dúvidas.
Nos
meados de 1969, Brayan teve a notícia que seus pais foram mortos no
bombardeio pela União Soviética. Isso foi um baque em sua vida, sua
única família era seus pais, Brayan estava só no mundo. Assim que a
"Guerra do Inverno" brandiu, Ele voltou a sua cidade natal, uma última
despedida e um enterro descente para aqueles a quem ele tanto amava.
Apesar
de sua maturidade, um grande ódio e desprezo pela raça humana, cresceu
forte no coração do jovem arqueólogo. Se isolou da humanidade por cinco
longos meses. Durante esse tempo, seus dias e noites eram apenas sobre
reflexão sobre o que faria dali em diante, uma depressão tomou conta de
Brayan. Suas lágrimas escorriam em forma de dor e perda, o ódio tomava
lugar dos obejetivos um dia traçado.
Um visita inesperada foi o que
mudou a rota de seu provável destino, o suicídio. Um cardeal com o nome
de Magnus Mortati. A conversa foi longa, o cardeal tinha algo incomum
nos olhos que de alguma forma acalmou as inquietudes que angustiavam
Brayan. Antes de partir o cardeal convidou o jovem para um jantar na
casa de sua afilhada. Brayan estava desolado, solitário, faria bem uma
companhia, aceitou o convite. Depois que o cardeal partiu, Brayan ficou
inquieto quanto a presença estranha que provinha do senhor que o
visitou, a paz que o acalmou, mas ao mesmo tempo sentiu uma queda da
temperatura. Talvez algum fenômeno climático. Pensou antes de se deitar.
No
dia seguinte estava mais disposto, se levantou cedo, esse seria o dia
de voltar a rotina de seu dia a dia. Também era o dia do jantar na casa
do cardeal Magnus Mortati. O velho Brayan havia despertado novamente,
logo estava no Vaticano pronto para exercer o que mais gostava de fazer,
descobertas e pesquisas.
O dia foi proveitoso, todos os amigos
vieram até Brayan lhe dar uma força, os cardeais deram palavras sábias,
palavras de consolo que revigoraram as forças do jovem.
Ao cair da
noite, o prometido jantar se aproximava, de certa forma Brayan ainda se
incomodava com aquilo que sentiu em sua casa quando o cardeal o visitou.
Deixou isso de lado, tomou um banho, se arrumou e partiu para o local
combinado, Roma.
Ah, Roma, a cidade dos mistérios ... Brayan
aproveitava a viagem e olhava as luzes da bela cidade histórica. De fato
era linda, a lua estava cheia, algumas estrelas se estendiam pelo céu
deixando um toque mágico. Brayan se lembrou que o cardeal tinha citado
que sua afilhada estaria no jantar. Não tinha muita experiência com
mulheres, mas sabia bem como tratá-las.
Seguindo o endereço que
estava anotado no bloco de notas, Brayan para de frente a uma mansão na
área nobre de Roma. Conferiu o endereço para ver se estava certo, ficou
chocado, não esperava que a afilhada ou o próprio cardeal fosse de
família nobre. Brayan estava em trajes comuns. Pensou em voltar, mas
estava determinado hoje, também não podia faltar com sua palavra. Antes
de tomar qualquer atitude, os portões da mansão se abriram, Brayan ficou
sem entender, mas entrou e estacionou o carro.
Logo veio um homem e o atendeu.

-Bonsoir Monsieur.
-Lord Magnus et sa filleule attend.

Brayan sabia pouco de francês, mas foi o suficiente para entender o que o homem havia dito. Deu um sorriso frouxo e respondeu.

-Je ne parle pas couramment le français, mais j'ai compris ce que vous dites.
-Merci!

Enquanto
caminhava até a mansão, o jovem olhou todo o lugar. Era enorme, mesmo a
lua cheia não conseguia iluminar toda a vastidão do local. Voltou sua
atenção para o senhor quando chegaram próximo a entrada. Se lá fora já
era tudo estranho e sombrio, dentro da mansão era ainda mais. A
decoração deveria ser do século de XVIII, nas paredes havia quadros
carissímos, verdadeiras fortunas. Obras de Picasso, Raphael,
Michelangelo, Van Gogh ... Brayan Ficou adimirado, estava em um museu de
preciosidades. Seus olhos brilhavam a cada pintura e obra que via.
Ignorou a parte sombria e se focou nas obras de arte de grande artistas
de renome. O silêncio foi quebrado com a voz de Mortati que foi em sua
direção com um ar de satisfação.

-Um jovem pontual, algo raro de se encontrar hoje em dia.
-Seja bem vindo Brayan, fique a vontade.

O cardeal leva sua mão em cumprimento ao jovem que da um sorriso e o cumprimenta.

-Peço desculpas, pensei que seria um jantar comum e ...

O cardeal o interrompe.

-Mas é um jantar comum.
-Venha, quero que conheça minha afilhada.

Novamente
aquela sensação estranha se manifestava em Brayan. Percebeu que não era
o local, mas sim o cardeal que emanava essa sensação de frio. Tentou se
portar com elegância, afinal o cardeal era uma ótima pessoa, todos no
vaticano o tratava com respeito. O jovem o seguiu até uma sala de star
também com decoração requintada. Os olhos do jovem Brayam novamente
percorria cada canto do local, ficava fascinado com as obras. Seus olhos
percorreram até alacançarem uma figura que estava sentada a sua frente.
Cabelos negros, olhos azuis claros, lábios simetricamente bem
delineados, uma pele alva como a neve. Sim, era a maior obra de arte que
Brayan havia visto. Pelo fato de se dedicar apenas aos estudos, o rapaz
nunca teve tempo para namoricos, quando jovem teve suas paqueras, mas
nada sério. Ainda em Harvard, teve um caso com uma das universitárias,
mas o romance durou pouco tempo e Brayan decidiu focar somente nos
estudos. No entanto, ao ver a bela jovem que aparentava ter cerca de uns
25 anos, Brayan ficou de queixo caido, seus olhos brilhavam e por um
tempo ficou com cara de "bobo". Voltou a si quando o Cardeal se
manifestou.

-Está é minha afilhada, Marrie Montréal.

A
jovem se levantou suavemente, aos olhos de Brayan ela se movia em câmera
lenta. Elevou sua mão até o rapaz, oferecendo sua mão para que ele a
beijasse. E com a voz mais doce, mais meiga, ela diz.

-Le plaisir, mon seigneur, Marrie de Montréal.

Brayan tomou sua mão em um beijo delicado, manteve seus olhos focados aos belos olhos da bela Marrie.

-Plaisir, Brayan Antero Vermond.

As palavras sairam meio que sussuradas. O cardeal vendo a situação se apressou em falar.

-Marrie, ele é Finlandês, não sabe muito francês.

A bela Marrie recolhe sua mão e dá um sorriso ao rapaz que ainda continua a olhar.

-Me desculpe, pensei que fosse italiano ou francês.

Depois
de um tempo "boiando", Brayan retoma o controle. Era inegável a beleza
resplandescente da jovem Marrie e Brayan ficou perdidamente fascinado
com sua beleza.

-Não á problemas, em Harvard eu aprendi um pouco de francês.

A
conversa é interrompida por um dos criados que anuncia á Magnus que o
jantar será servido. Magnus então convida aos dois para partilharem da
companhia na sala de jantar.
Durante o jantar a conversa segue
primeiramente sobre família. Magnus pergunta sobre os famíliares de
Brayan. O rapaz fica meio sem jeito, mas começa a falar do quão seu pai
se esforçou para que ele tivesse um bom estudo e uma ótima educação.
Fala de como era os tempos na pequena cidade de Joensuu, das suas
aventuras nos imensos campos verdes, suas estripolias de menino. Marrie
sorri das aventuras mirabolantes do rapaz, mas ele não fica timído, pelo
contrário, se sente a vontade para dizer todas as suas aventuras.
Magnus leva o assunto para o lado profissional. Pergunta quais os planos
e obejetivos do rapaz, o que ele almeja com suas descobertas. Essa é a
praia de Brayan, ele se solta mais e fala de todas as suas dúvidas em
relação a críticas, opniões de outores, filósofos. Conta sobre suas
descobertas nas pesquisas no Egito, as runas encontradas nas escavações
Maias. Se empolga com a conversa e Magnus percebe o quanto o rapaz gosta
do que faz. Marrie apenas permanece observando, ouvindo atentamente as
palavras do rapaz. Vira e meche cruza seu olhar com o dela. A conversa
se estende até acabarem de jantar. Brayan notou que ambos, Marrie e
Magnus não comeram praticamente nada, mas não comenta, seria indelicado.
Marrie
pede licença para se retirar, então Magnus convida Brayan para
continuar a conversa na biblioteca. O rapaz se despede da bela Marrie e
vai junto com o cardeal para a biblioteca.
A conversa fica um pouco
mais séria, o cardeal antes com uma face sorridente e amigável, agora
mantém um ar mais sério. Ele diz em um tom firme, mas sereno.

-Bom
Brayan, o motivo por convidar a vir aqui, se deve á uma proposta que eu
quero fazer a você. Já venho observando seu ótimo trabalho pelo
Vaticano, você é um arqueólogo talentoso e tanto talento atrai inveja,
ambição. Conhecimento é o prelúdio do poder ... Concorda?

A conversa se torna um tanto estranha, mas Brayan acena a cabeça em sinal de positivo.

-É sim Srº Magnus, mas me perdoa a curiosidade, qual é a proposta?

Magnus cruza os dedos, aquele ar de cardeal cristão some por alguns instantes.

-Vou
ser direto ... Quero que trabalhe para mim. Como disse, você tem um
talento nato, e eu preciso de pessoas de confiança. Além de ser um
arqueólogo habilidoso, você me parece ser um homem digno e honrado,
gosto de pessoas assim.
-o que me diz?

Brayan se alivia, havia
pensado que seria algo mais complicado ou até mesmo perigoso, mas a
proposta era normal, não tinha nada de mais, exceto por uma coisa. O que
o cardeal gostaria de pesquisar sendo que dentro do Vaticano ele tinha
total acesso aos documentos descobertos e até documentos que nunca foram
divulgados para a mídia? Esse pequeno detalhe fez Brayan pensar antes
de responder. Colocou a mão no queixo, estava analizando a proposta.

-Ficarei
honrado, mas fiquei curioso quanto a uma coisa ... O senhor sendo
cardeal do Vaticano, tem total acesso a biblioteca. Tudo que é
descoberto, pesquisado, passa pelas mãos do cardeais.
-O que eu iria pesquisar mesmo?

O cardeal se aconchega na poltrona e diz.

-Bem,
acho que não usei o termo correto. Não é bem uma pesquisa ... Como
posso dizer? ... É uma investigação. Eu colocaria mais como uma
pesquisa, mas o termo correto é investigação.

Dessa vez Brayan
ficou assustado com a proposta. O que um cardeal deseja que ele
investigasse? Qual o proposito disso? Quem seria o investigado? Tantas
perguntas pairavam sobre a cabeça do jovem que ele ficou sem palavras
por um breve momento. Engoliu em seco e disse.

-Me desculpe Srº Magnus, mas acho que não sou apto para tal cargo. Eu sou apenas um arqueólogo, não saberia agir como invest ...

-Calma, calma, calma ...

Interrompeu o cardeal.

-Não é isso que você está pensando. Vou explicar melhor.
-Eu
venho desconfiando de um de nosso irmãos, é difícil adimitir, mas creio
que um dos cardeais está armando alguma coisa. Não sei ao certo do que
se trata, mas ele anda muito suspeito. O que eu quero que você faça é o
seguinte, quero que verifique o que ele está aprontando.
-Você deve
se perguntar porque eu mesmo não faço isso ou contrato um profissonal,
pois bem, eu notei que você tem total liberdade de acesso a todo o
Vaticano.É claro que tem suas limitações, mas seu carisma com as
pessoas, o torna perfeito para tal cargo. Prometo que não é nada
perigoso.

Brayan tenta algumas alternativas, a idéia não era
agradável para ele. Era apenas um arqueólogo, não queria se envolver em
aventuras que não fosse de sua área.

-Eu acho que o Clero poderia resolver isso.

-NÃOOOOOOOOOO!

Berra o cardeal que se levanta bruscamente.

-De forma alguma ...
-Você
não entende, em casos de possível traição ou infiltração, não podemos
confiar em qualquer um. Alguém do Clero pode estar aliado ao
investigado, assim frustraria toda a investigação.
-Eu estou depositando minha confiança em você. Não o escolhi atoa, vejo um ser honrado em seus olhos.

Brayan fica pensativo, por um lado ele tem senso de justiça, mas mesmo assim ficou receoso.

-Não precisa me responder agora, sei que precisa de tempo para pensar. Quando tiver uma resposta, me procure.

O ponteiro indicava 23:30. Brayan se levanta apressado, a hora havia passado e ele nem percebeu.

-Eu não garanto que vou poder fazer isso, mas irei pensar concerteza.
-Bom, tenho que ir agora. Agradeço por tudo, pela hospitalidade... O jantar estava ótimo.
-Obrigado mesmo!

Magnus aperta a mão de Brayan em cumprimento.

-Fique a vontade para nos visitar quando desejar, ficaremos honrados com a sua visita.

O
criado vem novamente ao auxílio do jovem e o encaminha para a saida.
Antes de sair, Brayan olha para trás e pergunta para o cardeal.

-Quem seria o investigado?

Como se já soubesse o que Brayan iria perguntar, Magnus responde instantaneamente.

-O nome do cardeal é Marcus, Marcus Maximillian.

Marcus
Maximillian, o cardeal que falava pouco. Era discreto, não tinha muita
sociabilidade com os demais cardeais. Brayan então concentra nas poucas
vezes que viu Marcus se entrozando com as pessoas. Pelo menos na capela
sistina ele era altamente reservado.

-Bom, irei pensar direito ...
-Tenha uma ótimo noite Srº e novamente agradeço pela hospitalidade.

Brayan
deixa a mansão conturbado com pensamentos sobre a estranha conversa com
os cardeal Magnus. A noite não seria tão normal como o planejado. Assim
que chegou em casa, sentou-se e começou a pensar em tudo. Mas que tipo
de traição ele estava dizendo? O que mesmo o cardeal Marcus havia feito
de suspeito? Tantas coisas que ele devia ter perguntado, mas na hora não
pensou direito. Deitou na cama e continuou sua seuquência de perguntas a
si mesmo, até que adormeceu ...
O dia raiou e Brayan acordou cedo.
Estava ansioso para ir até o Vaticano. Queria voltar ao trabalho, além
disso, queria ver o cardeal. Não iria comentar nada, mas desejava
observar as ações do mesmo.
Assim que chegou foi direto para a
Basílica de São Pedro onde os cardeais se agrupavam pela manhã para
rezar. Nenhum dos dois estava lá, nem Mortati nem Marcus.
Meio
desapontado voltou a sua atividade e somente de tarde que viu o cardeal
Magnus em um dos corredores. Acenou em cumprimento e então seguiu em
diante. Brayan gostava muito de ficar na biblioteca. Quando estava no
Vaticano, ficava a maior parte do seu tempo lá, sempre lendo e
pesquisando. Hoje por sorte outra pessoa estava em pesquisa assim como
Brayan. Não podia ser melhor, Marcus Maximillian estava lá, sentado com
sua atenção focada em um livro gigantesco.
Brayan se manteve de
longe, mas sempre passava o olho no cardeal que nem notou a presença
dele. Inquieto, Brayan não se conteve mais e foi até o cardeal. parou de
frente para ele e deu um sorriso.

-Bonjour, monsieur.

Rapidamente
Marcus fechou o livro e olhou sério para Brayan. Parecia não ter
gostado a interferência. Apenas respondeu rudemente.

-Boa tarde ...
-Posso ajudar em alguma coisa?

Um
vento gélido cortou o ar indo até Brayan e fazendo ele tremer de frio.
Era a mesma sensação que sentiu na presença de Magnus. Achou um tanto
estranho, mas respondeu tentado ser simpático.

-Não, não ...
-Eu esqueço que a maioria dos cardeais são poliglotas, desculpe.
-Só passei para cumprimentá-lo.

O cardeal mantinha uma postura rude, mas bem disfarçada. Seus olhos eram meio caídos dando uma aspecto de velho ranzinza.

-Ah, sim!
-Estou bem, obrigado rapaz.

Depois da resposta seca do cardeal, Brayan não tinha muito papo para puxar, então resolveu se afastar.

-Peço licença, ótima tarde monsieur.

Ele
apenas acenou com a cabeça de forma positiva. O primeiro contato com
Marcus, deixou Brayan mais desconfiado. Será que Magnus estava certo?
Talvez seria apenas o jeito de um velho cardeal ranzinza. Bom, de uma
coisa Brayan sabia, ficaria mais esperto quanto a Marcus. Não era da
conta dele investigar ninguém, mas se pudesse ajudar de alguma forma,
faria sem medo. Decidiu não falar nada com Magnus, iria fazer isso
sozinho.
Os dias passava, Brayan sempre que podia, estava de olho no
cardeal suspeito. Ainda não tinha visto nada que o condenava, mas de
alguns dias para cá, não via mais o cardeal Marcus com frequência.
Aparecia a tarde e depois sumia. Ele tinha ficado mais ou menos uma
semana pesquisando algo na biblioteca, depois disso, sumiu.
Nessa
noite quando Brayan voltava para sua casa em Roma, o carro emperrou e o
rapaz ficou no meio da estrada. Decidiu seguir a pé, não estava muito
longe. Um grupo passava em alta velocidade pela rua e assim que avistou
Brayan, voltaram com o carro. Desceu três homens mal encarados. Um logo
veio para cima de Brayan dando um empurão gritando.

-Dove sono i soldi?
-LET'S FACE, NON HO TUTTA LA NOTTE!

Estavam
violentos e pelo que Brayan entendeu, eles queriam dinheiro. Um mais
agressivo correu em direção do jovem e deu um chute em sua barriga
fazendo Brayan cair no chão. Brayan não sabia lutar, pior ainda, era
três contra um. Não tinha chance de vencer todos. O que deu o chute foi
até o carro e pegou um pé de cabra. Brayan tentou explicar da maneira
que pode.

-Non ho soldi qui, vengo dal lavoro, ma posso ottenere qualche soldo.

Uma
tentativa frustrada, o cara meteu o pé de cabra nas costas de Brayan
fazendo ele cuspir sangue. Um dos caras gritou para que acertasse a
cabeça logo e mandasse ele pro inferno, mas antes de qualquer ação, um
carro cantou pneu no asfalto indo em direção dos safados que espancavam
Brayan. O parachoque parou poucos centímetros de distância da cabeça de
Brayan que se encolheu todo achando que era o fim. Se manteve assim até
que uma voz masculina soou forte.

-Levanta-se dai!

Aos
poucos Brayan ergueu sua face e sua supresa foi grande ao ver Marrie e
mais dois seguranças brutamontes. Um dos seguranças ajudou ele se
levantar e Marrie se aproximou logo em seguida.

-Está tudo bem agora, acho que eles fugiram. Bando de covardes ...

As
costelas de Brayan doiam, o cara havia acertado suas costas com o pé de
cabra. Não se queixou com Marrie, conteve sua dor em um sorriso
forçado, mas feliz em ver a bela jovem a sua frente.

-Eu já ia dar um jeito neles, mas ainda bem que vocês apareceram ...

Ambos
deram gargalhadas, os seguranças não sorria, pareciam robos, mas Marrie
sorriu. Ela se aproximou mais e passou o braço para ajudar Brayan a
caminhar.

-Está bem, mas vejo que precisa de carona.
-Vamos, estou indo para Roma também.

Brayan
ficou aliviado, não adimitia, mas ficou com medo dos caras voltarem e
terminarem o serviço. Nunca tinha sido assaltado, e tomara que fosse a
última vez. Entrou no carro junto com Marrie e partiram para Roma.
Era
uma limosine luxuosa, Brayan nunca havia entrado em uma limosine e
ficou a observar tudo com graça. Voltou seu olhar a majestosa francesa e
disse.

-Poxa, agradeço por tudo, acho que se não fosse você, eu não sei o que seria de min agora ...

Marrie da um sorriso ao rapaz e responde.

-Tudo bem, eu apenas apareci na hora certa.
-Está tudo ok?

Brayan
acena a cabeça positivamente. Durante o caminho, ambos conversam de
diversos assuntos, dá para conhecer um pouco mais a misteriosa jovem de
cabelos negros que sempre mantém uma postura elegante. Marrie convida
Brayan para tomar um drink em um dos diversos bares da bela cidade de
Roma. Mesmo estando todo dolorido o rapaz aceita o convite, seria uma
grande chance de poder ficar mais tempo com Marrie. Os dois param perto
de um dos bares e entram. O lugar era bem discreto, elegante, logo foram
recepcionados por um dos garçons. Brayan pediu um vinho Domaine, Marrie
o acompanhou pedindo a mesma bebida.
A conversa se estendeu entre
risadas e troca de olhares. O desejo dos dois aflorou com a desibinição
que a bebida proporcionava, um leve carinho na face de Marrie foi o
suficiente para um primeiro beijo.
Talvez pela carência, ou talvez
Brayan estava realmente se apaixonando por Marrie. Depois de ficarem um
tempo no bar, os dois foram até um dos hoteis, a noite seria longa e
prazerosa para os dois jovens que se desejavam ardentemente ...
Na
manhã seguinte, Brayan acordou e não encontrou Marrie ao seu lado,
apenas um bilhete agradecendo a noite maravilhosa que eles tiveram.
Depois dessa noite, vieram várias noites quentes de encontros onde os
dois a cada vez se apaixonavam mais e mais. Brayan só achava estranho o
fato de poder ficar com Marrie só a noite. Talvez ela trabalhasse
durante o dia, mas com tanto dinheiro ela precisava trabalhar? Deixou
esse pensamento de lado e foi para o Vaticano como de costume. Assim que
chegou deu uma passada na biblioteca, seus olhos fixaram em Marcus que
estava do outro lado pesquisando mais uma vez. Tinha um ar suspeito,
olhava para os lados como se tentasse ver se alguém estava vindo. Brayan
se manteve oculto entre as estantes de livros. Uma atitude aumentou
ainda mais a desconfiaça de Brayan. Marcus arrancou uma das páginas do
livro que estava lendo e enfiou em seu bolso. Colocou o livro em seu
lugar de origem e saiu sorrateiramente.
Assim que o cardeal saiu,
Brayan foi até o livro que ele estava olhando para verificar do que se
tratava. Ficou espantado ao ver que se tratava de um Grimore, um livro
de feitiçaria. A página que estava faltando, falava de uma antigo
demônio que habitava os Cárpatos, se chama Kupala um demônio Earthbound
adorado pelos Romenos. A página que antecedia a que havia sido
arrcancada, falava de feitiços Koldúnicos, rituais de unção de alma e
corpo. Coisas bizarras que intrigaram até mesmo o arqueólogo que lia
atentamente cada palavra.
É, talvez Magnus estivesse certo, Marcus
estava aprontando alguma coisa e parecia ser perigoso. Não era normal um
cardeal se interessar por magia negra, ainda mais magias que mechiam
com demônios. Era hora de procurar Magnus e contar o que estava
acontecendo.
Brayan foi até a mansão do cardeal, mas não o encontrou.
Então resolveu procurar Marrie, talvez ela soubesse onde seu padrinho
estava. Ligou e marcou um encontro.
Assim que Marrie chegou, Brayan
começou a explicar a situação, estava eufórico, preocupado com o que
poderia acontecer. Marrie explicou que seu padrinho havia saido de
viagem, mas que ligaria para ele e falaria o que tinha acontecido. A
expressão da jovem mudou quando Brayan citou que o cardeal estava
lidando com Rituais Koldúnicos, algo que mechia com carne e espírito,
uma relação com o demônio Earthbound que habitava as montranhas dos
Cárpatos, conhecido como Kupala.
Marrie se afastou um pouco de Brayan
e fez uma ligação, parecia estar realmente assustada.Depois da ligação
ela voltou seu olhar para Brayan e pediu que ele viajasse uns dias para a
França, ou para qualquer lugar, mas não ficasse nem em Roma nem no
Vaticano. O rapaz não entendeu o porque de tanta preocupação, sabia que
podia ser perigoso, mas não ao ponto de ter que sumir. Marrie o beijou
com carinho e disse séria olhando nos olhos do rapaz.

-Eu quero que vá para a França ainda hoje!

Brayan
olhava fixo aos olhos da bela Marrie. Não conseguiu questionar o
pedido, apenas abaixou a cabeça e acenou positivamente. Marrie acariciou
sua face mais uma vez e lhe beijou como se fosse a última.
Ambos seguiram para lados diferentes. Brayan foi para seu apartamento na parte sul, Marrie seguiu para o norte de Roma.
Assim
que chegou em seu apartamento, Brayan começou fazer as malas. A voz de
Marrie ainda continuava na sua mente, parecia dominar sua vontade.
Dentro de Brayan uma luta entre ficar e seguir o pedido da jovem era
travada. Por um momento a força de vontade de Brayan falou mais alto,
ele rejeitou o pedido que Marrie tinha feito, sentiu uma sensação de que
algo ruim iria acontecer. Pegou o carro e partiu para o Vaticano, lá
encontraria informações aonde o cardeal Marcus se encontrava. Alguma
coisa em Brayan dizia que ele devia ir atrás do cardeal.
Conversou
com alguns cardeais e padres e descobriu que o cardeal Marcus ficava em
uma residência perto do Pantheon em Roma. Seguiu para o local indicado o
mais rápido possível.
Era uma casa de porte médio com uma aparência
velha e decaida. A maioria das casas em Roma era preservadas como
patrimônio histórico, mas essa tinha uma aparência mais assustadora. A
porta velha estava entreaberta, alguém tinha invadido o local
recentemente. Brayan entrou cuidadosamente no local, devia ter chamado a
polícia, mas por qual motivo? Por desconfiar que um senhor estava lendo
sobre rituais satânicos? Não havia argumentos suficientes para uma
acusação grave, por isso mesmo Brayan seguiu só.
Dentro da casa,
notou que tinha vários artefatos de cultismo demoniacos. O lugar era
sombrio e frio, mais sinistro que a casa do cardeal Magnus. Quanto mais
entrava, mais sentia um leve odor podre no ar. Pensou na possibilidade
de ser um cadáver, mas talvez estivesse sendo paranóico demais.
Vasculhou mais a fundo o local, não tinha idéia se havia alguém, mas
seus instintos e sua ousadia em querer desvendar mistérios, o mantinha
ali. A cada passo que dava, Brayan sentia o odor mais forte. Na sala
notou que o tapete estava levantado, aproximou e analizou o piso que
revelava uma pequena passagem, um possível porão subterrâneo. As coisas
ficavam mais estranhas a cada minuto e mesmo com medo, Brayan não
hesitou, levantou a tampa da passagem e entrou para olhar mellhor.
O
porão era úmido e iluminado com tochas fixadas nas paredes. Brayan se
lembrou dos filmes de terror onde o mocinho entra na cova do vilão e é
pego de supresa. Isso aumentou ainda mais o medo do rapaz que procurava
ficar longe das paredes. Olhou mais a fundo, não era um simples porão, a
passagem seguia formando um caminho que descia mais para o subterrâneo.
Já que tinha ido até ali, resolveu ver o que se encontrava no final,
talvez assim desvendaria tudo isso e ficava em paz novamente.
O fedor
putrído infestava o corredor apertado e Brayan começou á ouvir vozes
que vinha do final da estreita passagem. parecia voz de mulher ...
Marrie? Apressou o passo mais um pouco e logo se deparou com um templo
gigantesco. Tinha uma forma circular com pilares enormes que sustentavam
toda a estrutura. Diferente de um templo comum, esse era todo estranho,
as estruturas eram feitas de um tipo de material orgânico, uma mistura
ossea ou algo do gênero. Brayan lembra que em suas pesquisas ele havia
lido sobre passagens secretas por toda a Roma que se conectavam
diretamente com o Vaticano. Essas mesmas passagens foram usadas pelos
Iluminatis para fazer reuniões entre os pouquissímos membros da seita.
Sua atenção logo se focou nos dois seres que se encaravam no meio do
templo. Brayan se escondeu atrás de um dos pilares e olhou novamente.
Era Marrie e Marcus, estavam falando coisas estranhas sobre clãs, seitas
... Brayan Ouviu mais uma palavra de Marcus.

-Vejo que trouxe um lanchinho pra min, Marrie.

Em
um piscar de olhos, o cardeal se encontrava ao lado de Brayan. Seus
olhos estavam diferente e a postura de um ser frágil já não era mais
vista no velho cardeal que apenas falou.

-Então você é o bonequinho deles?

Antes
mesmo que Brayan falasse qualquer coisa, o braço do cardeal sofreu uma
mutação, fazendo crescer um ponta de osso. O cardeal ergueu seu braço
que sofreu a mutação e em uma velocidade razante, desferiu um golpe
contra o rapaz que se encolheu todo em uma tentativa de se proteger.

...

Brayan
não sentiu nada. Virou sua face para ver o que tinha acontecido e viu
Marrie com uma espada barrando o ataque de Marcus que estava com parte
do seu rosto desfigurado. Ele deu um pulo sobrenatural para trás,
parecia estar voando. Marrie disse em tom sério e sem se virar para o
rapaz caido no chão.

-Eu disse para sair de Roma.

Bryan ainda assombrado com tudo perguntou.

-Oque está acontecendo aqui? Porque Marcus está me atacando e como ele fez aquilo?

Várias
perguntas, muitas dúvidas ... A mente de Brayan estava uma bagunça. As
últimas cenas não era algo comum de se ver por nenhum humano. Na
verdade, aquilo que ele viu não era algo humano. O braço do cardeal
mutar em uma lança de osso, o super pulo, a velocidade em que se moveu.
Tudo isso era incompreesível para o arqueólogo. Marrie continuava
parada. Estava com trajes difentes do normal. Usava uma roupa de couro
bem colado ao corpo. Duas pistolas, uma de cada lado da cintura. Retirou
uma das pistolas e jogou para Brayan.

-Pegue, é melhor saber usar pois vai precisar.

Brayan
ficou sem entender. Mas agarrou a arma, não sabia usar direito. Tentou
falar algo mas quando voltou a olhar, Marrie já estava encima de Marcus
desferindo golpes agressivos de espada. Ela se movia como um raio.
Marcus apenas repelia os ataques com sua lança de osso no braço direito.
Depois de uma sequência de golpes super rápidos, ambos pularam para
trás. Marrie ficou parada e derrepente de seus pés as sombras começaram a
invadir o local tomando todo o templo em escuridão. Brayan ficou
completamente cego, não podia ver nada, apenas o barulho tinindo da
espada de Marrie contra a estrutura ossea do braço do cardeal Marcus.
Pensou em atirar ou fugir, mas naquela escuridão não tinha como.
O
barulho cessou e um gemido ecoou pela escuridão que aos poucos
retrocedeu deixando o lugar iluminado novamente pelas tochas fixadas na
parede. A imagem que pode ser vista era do cardeal com duas grandes
lanças osseas atravessando o corpo de Marrie que estava ajoelhada de
frente para ele. Os braços de Marcus voltaram ao normal e assim que as
lanças foram removidas do corpo de Marrie, ela tombou. O coração de
Brayan acelerou, um ódio encheu o seu peito, uma lágrima escorreu fina
no canto dos olhos ... Brayan se levantou, sua expressão estava séria,
ergueu a arma em direção ao cardeal e puxou o gatilho decidido...
Um
pipoco estrondou forte, a bala foi de encontro a Marcus que se moveu com
maestria desviando-se da bala que chicoteou na parede. Vendo que tinha
errado o tiro, Brayan aperta o gatilho diversas vezes mandando uma chuva
de bala contra o cardeal que desvia de todas facilmente. As balas
acabam, mas o dedo de Brayan continua frenético apertando o gatilho com
força. O Cardeal balança a cabeça negativamente e diz.

-Mortais ...

Marcus
bate o pé na espada de Marrie que se encontra jogada no chão a fazendo
subir. Agarra a espada no ar e lança contra Brayan que é atingido no
peito. A espada traça Brayan que solta a arma e cai no chão. A dor é
insuportável, o sangue jorra sem parar. Marcus olha para Marrie caida no
chão.

-Você veio aqui me impedir e acabou trazendo um ótimo sacrifício para mim.
-Em retribuição, eu a deixarei ver o nascimento da minha mais perfeita criação ...

O
cardeal se vira e vai até um estrututa enorme com aspecto orgânico.
Abre um livro e começa a falar em uma língua estranha, desconhecida por
Brayan. O rapaz ainda está vivo, e tenta retirar a espada de seu peito,
mas as forças se vão junto com sua vida pouco a pouco. Ele rasteja em
direção ao corpo de Marrie, não sabe se ela ainda está viva, mas se
esforça ao máximo para chegar até ela.
Marcus continua com um tipo de
Ritual Satânico, parece estar querendo invocar algo. Sua voz ecoa por
todo o templo em um som funébre, aterrador. Um enorme amuntuado de
material orgânico começa a se mecher aos poucos diante do cardeal, uma
forma de vida, pelo menos é o que parece.
A criatura começa a se
erguer, é monstruoso, vários ossos misturados a víceras mesclada com
carnes podres. O corpo, ou o que parece ser o corpo, é repleto de bocas
com lascas de ossos que formam presas e garras afiadas com mais de 1
metro. Uma dezena de tentáculos sobressai de todos os ângulos de seu
corpo.
Enquanto o cardeal termina seu ritual demôniaco, Brayan
rasteja com muito esforço e dor na direção de Marrie. Logo consegue
chegar até o corpo de Marrie. Sem muita força, o máximo que ele consegue
fazer é se deitar ao lado da jovem que está com duas enormes
perfurações no peito. Brayan leva sua mão até a de Marrie, seus olhos
enchem de lágrima, a dor da espada atravessada em seu corpo não é nada
comparado a perder uma das últimas pessoas queridas para Brayan. Ambos
estavam apaixonado ... Assim que Brayan tocou os dedos de Marrie, ela
lentamente virou sua face para Brayan e deu um sorriso. Sua face estava
mais pálida do que o normal, seu olhos quase não tinha brilho. Brayan
rasteja mais um pouco até ficar face a face com Marrie, ele a olha
profundamente nos olhos. Tinha tantas coisas para dizer, mas uma única
ação ja expressava tudo. Os dois se beijaram ardentemente.
Um barulho de palmas ecooa, pelo templo. Marcus observa o casal se beijar e deboxa dos dois, da situação em que se encontram.

-Que coisa mais singela .... A La Sombra tem um humano como escravo sexual ...
-Estou na dúvida quem eu mato primeiro, o humano ou a La Sombra safadinha.

Os
dois param e olham para Marcus. Brayan olha aterrorizado para o
cardeal, antes um ser comum, agora se revelando um monstro. Marcus
continua.

-Hum, mortais são muito covardes, acho que vou matar
primeiro o vermizinho, assim posso apreciar a tristeza nos olhos da La
Sombra.

Ao terminar de falar, Marcus vai em direção aos dois, mas
antes que ele chegue perto, Marrie arranca uma adaga do seu cinto e
parte pra cima do cardeal. Usa suas últimas forças em um ataque suicida.
Marcus aproveita que Marrie está debilitada e sem muito esforço desvia
do seu ataque. Sem piedade desfere um golpe mortal na jovem, separando
sua cabeça do corpo.

-VACA! Eu ia deixar viver mais um pouco, no entanto você fez sua escolha.

Brayan
ao ver a cena de Marrie sendo decapitada, da um grito de lamento. Um
grito que estronda forte no local. Marcus apenas sorri sarcásticamente e
diz em tom sereno.

-Calma, calma, já vou mandar você para o mesmo local que ela está agora... O inferno!

Em
questão de milésimos de segundos, Marcus já estava diante de Brayan.
Colocou seu pé sobre o peito do rapaz e segurou a espada que estava
cravada.

-Antes de matar, eu quero ouvir você implorar para morrer. Vamos brincar um pouquinho ...

Brayan
sentia medo, ódio, angustia, todos os sentimentos impuros e de dor,
vagavam em sua mente que a cada minuto ficava mais distorcida com os
acontecimentos. Brayan Antero Vermond nunca foi um homem religioso.
Apesar de sempre estar junto dos ensinamentos e da palavra de Deus,
nunca se dedicou a segui-lo. Como todo ser humano, ele rogou por
misericórdia, rogou ao pai em seu coração. Humanos são assim, pode
passar a vida toda sendo um incrédulo, mas na hora de sua morte, na hora
da agônia, sempre, sempre clamam por um criador.
Marcus puxou a
espada lentamente do peito do rapaz fazendo ele se contorcer de dor e
gritar, lamentar, implorar por clemência. Isso parecia deixar o cardeal
mais excitado com a situação. Assim que retirou a espada, o cardeal a
ergueu e cravou na perna esquerda de Brayan. O rapaz gemeu alto, estava
prestes a perder a conciência, mas pela primeira vez, implorou ao o
criador por piedade.

-PAI ... POR FAVOR, TENHA PIEDADE DE MIM ...

O cardeal parou ao ouvir o que Brayan havia dito. Aproximou sua face ficando olho a olho com rapaz.

-Implora clemência ao seu criador?
-Saiba que por ele, eu estou aqui hoje. Sua dor, seu sofrimento, é culpa de seu pai...

Marcus apontou para a criatura que borbulhava sangue e líquidos viscosos. Continuava.

-Está
vendo aquilo? É minha criação, sou um Deus que tanto cria como destroi.
Você será parte da minha criação, matarei sua parte fraca e darei um
propósito maior a sua misera existência.

Brayan olha para a
criatura babenta, parece que ainda está despertando. parece estar
sofrendo uma fusão com o amontuado de corpos, víceras e ossos que
compõem o seu corpo.

-Deus? Deus não destroi sua criação sem motivos, ele protege seus filhos ...
-Você é um cardeal, deve saber bem disso.

-HAHAHAHAAHHAHAHAHA ...

Marcus da uma gargalhada.

-Protege seus filhos?
-Onde está seu Deus agora?
-Ou você não é filho dele?
-Vou mandar você para o lado de seu pai, assim você pede clemência a ele pessoalmente.

O cardeal retira a espada da perna de Brayan e ergue novamente, dessa vez promete um golpe fatal.
O
ataque é retido por uma adaga que passa tinindo perto da cabeça de
Marcus. Ele dá um pulo para trás largando Brayan. O rapaz vira sua face
um pouco de lado para ver o que tinha acontecido, ele não enxerga
direito, já está perto de perder seus sentidos, mas consegue ver a
imagem do cardeal Magnus Mortati acompanhado de mais dois cardeias. Os
três vem em direção á Brayan.
Magnus para diante do corpo de Brayan e se abaixa segurando o corpo do jovem arqueólogo.
Os
olhos do rapaz se fecham e a última cena que ele vê, é o rosto de
Magnus. Logo depois um urro mosntruoso e um ardor em seu pescosso...

...

{sonho enquanto Brayan está desacordado}

É
para os anjos de paz o que o cometa era para as tranquilas estrelas das
constelações da primavera. A estrela fixa é bela, radiante e calma, ela
respira os celestes aromas e olha com amor as suas irmãs ... caminha
solenemente, sem sair do lugar que lhe é determinado entre as sentinelas
da luz. Contudo, o cometa errante, todo ensanguentado e desgrenhado,
acorre das profundezas do céu, precipita-se através das esferas
tranquilas, como um carro de guerra entre as fileiras de uma procissão
de vestais, ousa afrontar a espada flamejante dos guardas do sol, e,
como uma esposa apaixonada que procura o esposo sonhando pelas suas
noites de viuvez, penetra até ao tabernáculo do rei dos dias, depois
foge, exalando os fogos que o devoram e arrastando após si um longo
incêndio ...
Entretanto as irmãs estrelas, com medo deste cometa,
decidem tentar convencê-lo a ser como elas, a ficar quieto e fixo num
determinado lugar, aliciando-o com a sua beleza e dizendo-lhe que se
tornaria mais belo se o fizesse.
Contudo o ser oculto na escuridão respode:
-Deixa-me
o segredo do meu destino terrível, deixa-me o espanto que me rodeia,
amaldiçoa-me, se não podes compreender-me. Não deixarei por isso, de
realizar a obra que me foi imposta e continuarei a minha carreira.
Fica,
pois, sossegada, bela estrela fixa, não quero tirar a tua luz
tranquila, pelo contrário, esgotarei por ti a minha vida e o meu calor.
Tu és a luz dos candelabros de ouro, e eu a chama do sacrifício.
-Realizemos os nossos destinos!


...



Os
olhos de Brayan abrem lentamente. Ele finalmente acorda. Está em uma
cama. Uma cama? ... Ele olha curioso para sim mesmo, passa a mão onde
antes havia uma ferida mortal ... Nada! Não tem nenhuma marca sequer.
Pensa em momento se está morto ou vivo. Olha o ambiente onde se
encontra, o lugar é familiar, é a casa de Magnus. Brayan teria sonhado?
Ele se levanta rapidamente, mas sente um pouco fraco. Vai até a sala e
vê Magnus e mais alguns cardeais sentados, parecem estar em reunião.
O
rapaz olha assustado para todos. Magnus se levanta e acena a cabeça
para os demais em sinal positivo. Vira-se para Brayan e diz.

-Que bom que acordou. Podemos conversar?

Brayan só consegue dizer uma coisa.

-Onde está Marrie?

Magnus abaixa a cabeça. Não responde a pergunta de Brayan.

-Vamos conversar e eu te explico tudo.

Brayan
pensa um pouco, está assustado com tudo que pode ter acontecido. O
cardeal Marcus se tranformando em uma criatura demôniaca, Marrie sendo
decapitada, morta, tudo isso é muito para o rapaz, mas ele aceita. Os
dois seguem para a biblioteca.
Na biblioteca, Magnus se senta meio
desconfortável. Brayan está curioso para saber o que houve, se Marrie
está bem, se foi tudo um sonho, um equivoco, algum tipo de delírio.
Magnus então começa.

-Eu tentarei ser direto, mas peço que me ouça primeiro, depois dê a sua palavra.

Brayan
concordou. O cardeal Magnus começou contar a sua história dês de que
morreu e nasceu novamente. Contava que em uma noite quando voltava para
sua casa ficou frente a frente com uma criatura sombria, não citou data,
mas pelo que parecia, era de uma época distante. Essa criatura tomou o
sangue dele e depois daquela noite, muitas outras vieram. Magnus não
podia mais caminhar sobre a luz do dia. Uma maldição de laço de sangue
foi passada a ele quando o ser sombrio o mordeu e provou do seu sangue.
Conhecidos como vampiros, os imortais da noite. A partir dali ele foi
conhecendo outros que compartilhavam essa mesma maldição, descobriu uma
sociedade secreta, oculta do mundo dos mortais. Seu mentor se chamava
André Petresco, um ancião do Sabá. Na época estava havendo uma guerra
entre os clãs e André estava escolhendo neófitos para compartilhar sua
força. Poucos resistiam aos ataques violentos dos clãs inimigos. O
próprio ancião selecionou um grupo de neófitos para treinar. Entre eles
estava Magnus Mortati que se saiu bem nos treinamentos. Logo já estava a
dominar as artes vampíricas conhecidas como "Disciplinas". Poderes
ocultos em cada vampiro. Usado de forma correta, garantia uma grande
vantagem contra seu oponente.
A guerra conhecida como "Jyhad" se
estendeu por um longo tempo, muito sangue foi derramado. Em uma noite de
massacre, seu mentor André Petresco, foi ferido e posto para descansar
eternamente. Magnus sem rumo, vagou pela Europa em busca de mais de seu
clã. Estava desanimado, se sentia só em sua imortalidade. Pouco tempo
depois conheceu uma neófita. A mesma também se encontrava solitária,
perdida. O vampiro que a mordeu não tomou conta dela como devia. Magnus
mesmo sabendo que ela era de outro clã, a tomou como sua afilhada.
Marrie de Montréal, a neófita La Sombra e o Tzimisce Magnus Mortati se
tornaram ótimos amigos, mais do que isso, se tornaram uma família.
O
tempo ia passado, e com ele a força de Magnus se tornava mais forte. Os
ensinamentos sobre Feitiçaria Koldúnica que seu antigo mestre havia lhe
ensinado, garantiu prestígio ao Tzimisce entre os de sua linhagem.
Poucos manipulavam essa arte adimirada por muitos. Não demorou muito
para que Magnus fosse visto como um forte candidato a ancião na seita
secreta do Sabá. Lugar onde ele aprendeu ainda mais sobre seu
antecessor, sobre a origem de sua maldição, sobre o primeiro, sobre
Caim.

Brayan ouvia boquiaberto. Não acreditava nas palavras do
cardeal. No mundo em que ele vivia, os vampiros existiam sim, mas era
apenas ficção, na verdade vampiros não eram reais ... até agora.
Magnus
colocou sua mão sobre a face e depois retirou, revelando uma face
diferente, presas sobressaiam da sua boca, presas caninas. Os olhos
reluzentes, a pele mais pálida. Brayan se assustou e deu um pulo para
trás. Magnus disse.

-Não á o que temer. Hoje eu e você somos um só ...
-Meu sangue amaldiçoado também corre em sua veia. Você tinha perdido muito sangue, iria morrer e ...

Brayan
ao escutar a declaração de Magnus, entrou em dezespero. Ele havia
morrido? O que tinham feito com ele? Tentou chorar, mas nenhuma lágrima
floresceu em seus olhos. Pensou em Marrie, pensou na sua família, nos
momentos felizes, tudo agora se tornou lama, pó ...
Sem saber o que
fazer, Brayan saiu correndo em direção a porta. Na rua acenou para os
taxi que passava, até que um parou e ele entrou. Pediu para que o
motorista o levasse para casa, para seu apartamento. Da janela Magnus
olhava o rapaz partir. Voltou a sala onde estava os demais anciões que o
aguardavam. Um dos cardeais disse.

-O mortal viu muita coisa, sinto muito Magnus, mas não podemos deixar um neófito desgrenhado a solta.
-Daremos um prazo de 24 horas, caso ele não retorne ...

Todos os cardeais se levantaram e foram até a saida. Se despediram de Magnus e partiram.

Uma
chuva começou a cair em Roma. Relampagos iluminavam o céu. Assim que
chegou em sua casa, Brayan se agarrou a uma foto que Marrie havia lhe
dado. Seu coração pesava de dor, era tudo verdade, Marrie se foi, estava
só novamente. Naquela noite não dormiu, não teve sono. Passou a noite
toda acordado lembrando de Marrie, das pessoas que eram e foram
importante para ele. Porque sempre perdia quem amava? Porque? Se
perguntou várias vezes. Onde estava seu criador nessas horas? Nessa hora
que ele mais precisou ... Deus devia estar ocupado demais para atender
um ingrato que nunca clamou por ele. Talvez nem se importasse com a sua
existência. A mente de Brayan se tornava mais conturbada a cada nova
questão. Ódio! Ele sentia isso profundamente em seu coração. Subiu até a
parte térrea do apartamento. A chuva lavava seu rosto agora pálido e
frio. Olhou para o céu e gritou.

-TIROU MINHA FAMÍLIA, TIROU A PESSOA QUE EU AMAVA... PORQUE NÃO TIRA A MINHA VIDA AGORA?
-ME MOSTRE SUA MISERICÓRDIA!

Apenas um trovão ecoou pelo céu e logo o silêncio voltou. Somente ficava o barulho da chuva que caia forte.

-ESSA É A SUA RESPOSTA? É ISSO?
-ESTÁ BEM ... SEGUIREI O QUE ME FOI IMPOSTO.
-DE HOJE EM DIANTE BRAYAN ANTERO VERMOND, ESTÁ MORTO.

Ficou
ali por uns instantes, sentou-se no chão e lamentou, tentou chorar, não
conseguia. Lembrou mais uma vez de Marrie, lembrou de Magnus ...
Magnus!
Levantou-se rapidamente. Lembrou porque não foi capaz de
proteger Marrie. Era fraco, Marcus o tratou como um pulga, um inseto que
nada podia fazer a não ser aguardar sua morte e ver os demais morrendo.
Nesse momento Brayan tomou uma nova decisão. Iria buscar conhecimeto,
sabedoria, assim alcançaria o poder. Com esse poder ele poderia fazer o
que quiser.
Desceu as escadas e foi até a garagem para pegar seu
carro. Não estava lá, lembrou que tinha deixado em frente a casa de
Marcus. Novamente foi até a rua e pegou um táxi. Voltou para a mansão do
cardeal Mortati.
Lá Magnus já o aguardava. Estava de costa olhando a tempestade pela janela.

-Que bom que voltou Brayan.
-Sente-se.

Brayan atendeu.

-Eu voltei por Marrie. Quero saber uma coisa.

O cardeal se vira e senta de frente para o rapaz.

-Eu sei o que deseja perguntar...Sim, Marcus ainda está vivo.

Brayan
ficou abismado. Seria mais um dos poderes vampíricos? No entanto a
revelação de Magnus deixou Brayan contrariado e com mais ódio.

-Eu
quero que o senhor me treine. Quero que seja meu mestre e me ensine
como despertar minha força, me ensine sobre o que eu me tornei agora.

Magnus faz um pausa e responde.

-Para que? Vingança?

Brayan abaixa a cabeça.

-Também ...

O cardeal cruza as mãos e continua.

-Sabe o que levou a morte de Marrie? Foi a vingança.
-Marcus buscava vingança contra os La Sombras. Marrie foi vitíma nisso tudo tudo.
-Ainda assim seguirá o mesmo caminho que ele?

Um
silêncio se fez por alguns minutos. Brayan pensava nas palavras de
Magnus. Ele estava certo, vingança não seria um caminho correto. Marrie
não merecia isso, mas Marcus tinha que pagar. Brayan não conseguia
pensar em uma forma justa de aplicar a justiça. Talvez com o tempo
ganhasse alguma sabedoria e fizesse a coisa certa. Em gesto de respeito
ao seu novo mentor, Brayan levantou e se ajoelhou diante de Magnus
Mortati.

-Eu sempre achei que sabia mais que os outros, sempre me
orgulhei do meu trabalho, mas ... Vendo tudo o que aconteceu, vendo a
sabedoria que o senhor tem, me sinto uma criança em meio a escuridão.
-Sim,
não nego que um ódio me corrompe nesse momento, um sentimento de
vingança arde em meu peito, por isso preciso do seu conhecimento e
sabedoria, preciso que me guie nesse caminho obscuro em qual me
encontro.

Mortati ouviu atentamente o discurso do rapaz. Analizou
a fundo seus pensamentos com sua habilidade vampírica. O rapaz sempre
se demonstrou digno, Magnus não o abraçou atoa. Sabia que tinha um
potêncial oculto e aliado ao seu bom caráter, se tornava alguém de
confiança. Coisa rara de se encontrar na sociedade vampírica. Mortati se
levanta e vai até uma prateleira e pega uma espada que estava fixada na
parede. Volta até Brayan e diz.

-Marrie era uma colecionadora
apaixonada por espadas e armas brancas. Essa espada era a preferida
dela. Acho que você cuidará bem desse pequeno tesouro da minha afilhada.
-Quando a usar, lembre-se de Marrie, não como vingança, mas como justiça. Ela sempre buscou isso.

Brayan
se levanta, adimira a bela espada. Recebe das mãos do seu mentor a
espada que um dia pertenceu a Marrie. Magnus dá mais umas palavras.

-Na sociedade vampírica é normal adotarmos um nome. Eu pensei em um pra você, se quiser aceitar ...
-É o nome do pai de Marrie. Ela sempre me contava histórias dele, sempre amou o pai. Se chamava, Seymour ...

Seymour!
Sim, Brayan gostou da idéia. Pensou mais um pouco e ... Seymour ...
Morte ... Seymour Mortius! O nome soou legal e também seria uma
homenagem ao pai de Marrie.

-Pode ficar Seymour Mortius?

Mortati notou que o rapaz se animou. Concordou com o nome.

-Ótimo!
-Lembre-se
que você não está só, á muitos, muitos outros de sua linhagem vagando
pela noite. Você é uma ameaça a eles por isso deve aprender a se
proteger.
-Eu ensinarei tudo que sei, será meu Childe.

A
partir daquela noite, dia 7 de agosto de 1970, Brayan Antero Vermond
morreu, nasceu Seymour Mortius. Assim como seu mestre, Seymour herdou
sangue Tzimisce. Sua dedicação e busca por conhecimento, fez com que
Brayan aprendesse tudo com mais facilidade. Seu mestre lhe falou do
poder do sangue, a Diablerie. Falou das seitas Camarilla e Sabá. Dentro
do Vaticano, recebeu treinamento especial junto com os soldados do
Clero. Brayan pegou o gosto por espadas, então começou a praticar
esgrima, assim ficaria mais habilidoso para manejar espadas. Magnus lhe
ensinou sobre a manipulação dos elementos, a arte da Feitiçaria
Koldúnica. A mesma arte que Marcus usou para trazer o Vozhd a vida, a
criatura que Brayan viu no templo subterrâneo de Marcus. Explicou que
fazia parte de um Ritual Koldúnico. Ensinou como moldar seu corpo
(Vicissitude), como ouvir, ver e sentir as coisas ao seu redor
silenciosamente (Auspícius).
Brayan continuou a exercer sua profissão
de arqueólogo, mas agora ia além de descobertas sobre fosséis. Tudo que
antes se limitava a especulações, agora fazia sentido. Estudou a fundo
sobre o seu progênitor, Caim. A história bíblica estava equivocada em
algumas partes. Continuou neutro quanto ao cristianismo, tinha seus
motivos e também um leve remorso com o criador. As palavras de Marcus
ficaram cravadas na mémoria de Brayan. "Onde está seu Deus agora?",
essas palavras ainda pairava na mente de Brayan. Porque? Sendo um Deus
tão onipotente, porque não protege seus filhos? Porque ainda permitia
tudo isso? As perguntas sempre moveram o mundo e agora movem Seymour
Mortius. Tais perguntas foi matando a humanidade de Brayan com o tempo,
apenas seu pensamento em Marrie o mantinha afastado da sua besta
interior.
O tempo foi passando, a experiência de Seymour como vampiro
cresce a cada noite. O século 21 é um tempo mais violento devido a
disseminação descontrolada de vampiros. A seita inimiga ganha espaço
cada vez mais, no entanto Seymour continua leal ao seu mestre e a sua
seita. Várias vezes bateu de frente com os bonequinhos da Camarilla.
Alguns sobreviveram, outros não tiveram a mesma sorte. Brayan ainda
mantém contato com seu mestre Magnus Mortati que faz parte do Sabá. Toda
e qualquer descoberta, pesquisa, é direcionada a seita.
Um ordem
direta dos anciões, ordena que Seymour vá para Nova Iorque. Parece que á
outro Tzimisce querendo brincar de Deus. Seymour vê essa oportunidade
como uma forma de aplicar sua justiça, a justiça que está pendente até
hoje. Marcus ainda caminha livremente pela noite, mas será por pouco
tempo. Uma vez ele estava na vantagem, agora, seria diferente ...
De
cima de um dos gigantescos arranha-céu de Nova Iorque, Seymour contempla
a bela cidade. Pelo jeito sua busca será demorada, o local é grande.
Fedor de neófitos vem de todos os lados.
É hora de agir segundo a sua natureza ...



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Songette
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