Et innocentiae labem - Occultatum

Andrew era um vampiro antigo, de certa forma, tinha pleno controle sobre suas disciplinas, afinal já usava-as há mais de 1 século. Porém aquilo nunca ocorrerá-lhe antes, não daquela forma, não tão intenso... E pela primeira vez há muito tempo, Andrew sentiu... medo. Assim como na literatura antiga Andrew tentava usar a comédia para contrastar a tragédia de sua maldição, porém naquele momento estava despido de seu humor habitual, estava nu... diante daquela força que o sufucava. Andrew voltara ao ônibus como se tivesse acabado de ser resgatado de um afogamento, quando voltou a si tentou disfarçar, era uma noite escura, talvez ninguém tivesse notado.

O que significava aquilo ? O que era aquilo ? (Andrew pensava consigo mesmo) Era a menina ? (Ele olhava rapidamente para a criança) O que estava acontecendo ali ?

Err... Desculpe... - Andrew tentava se concentrar novamente - Desculpe, mas não pude deixar de perceber que as suas mãos deixaram um vestígio de pólvora em seu cigarro - o Cainita pegava os dedos do homem antes mesmo dele ter tempo de entender o que estava acontecendo - É realmente aqui há vestígios de pólvora... o senhor disparou uma arma de fogo... e não tem muito tempo. Por favor, não tenha medo, conte-me a verdade, conte-me exatamente o que aconteceu...

O Cainita não tinha muita escolha, não havia outra maneira de confrontar a história daquele homem e ele precisava descobrir o que estava acontecendo ? Por que aqueles homens queriam matar aquela criança ? Seria ela a fonte daquela força aterrorizante ? Seria ela um perigo ? Andrew navegava às cegas e em águas rasas, seus passos tinham que ser criteriosamente calculados.

Assim que fosse possível e seguro, Andrew mandaria uma mensagem para Anabelle:
"Minha querida Belle, pesquise em minha biblioteca algum livro sobre "lendas ocultas" do Alaska, o que eu preciso me preocupar aqui em minha viagem, principalmente qualquer coisa relacionada a crianças, há alguma força oculta aqui, que confesso-lhe me causa pavor."

Miles apostava na fraqueza dos Mortais, a compaixão. Era uma tática cruel, mas efetiva, contanto que ele mantivesse seu blefe vivo. Com o tempo, apesar da relutância do grupo, eles cederam como esperado. Não importava muito quem eles mandassem, no entanto era bom saber que Edmond estava entre eles. Apesar de achar que o garoto certamente sabia de alguma coisa do que estava acontecendo, o palpite do Lasombra era que todos ali compartilhavam esse conhecimento. Claro que esse palpite poderia estar errado, no entanto a estratégia adotada cobria as duas possibilidades.

Miles fica atento a todos os movimentos para ter certeza que aquilo não era um teatro ou uma distração. Ele mantém sua arma escondida, mas em fácil alcance. Assim que Tomás sobe as escadas, o Lasombra aplica seu controle mental sobre o alvo (Dominação 2 - Hipnotizar). Não queria perder tempo com rodeios.

- Pare. Faça com que os outros saiam do bar sem sair daí.

O Guardião espera sua ordem ser obedecida e então continua seu discurso imperativo, mas ainda mantendo o teatro. Mesmo que o homem percebesse seu controle mental, ele não queria que possíveis ouvintes notassem que seu companheiro estava sendo compelido a responder. Agora suas perguntas tinham que ser pensadas, queria as respostas certas dessa vez.

- Primeiro responda minhas perguntas. Depois discutimos o acordo. Conte-me o que sabe sobre o céu estar assim lá fora e por que a vila que tinha tantas pessoas para socorrer o velho George estava tão deserta alguns minutos antes.

A hipnose era simples de se empregar quando a situação estava a seu favor. O Lasombra, como uma criatura superior, não encontrava dificuldade em penetrar a mente do Mortal e sobrepujar sua vontade, colocando-o à sua mercê. A história era contada. "Tinha que ser a porra de uma profecia", Miles pensa. Não bastava os Malkavians e suas visões, ele ainda tinha que lidar com esse tipo de coisa nesse fim de mundo. Bem, apesar de responder algumas perguntas, infelizmente o relato não explicava sobre o que Miles realmente queria saber, só lhe dava a certeza que ele era um inimigo ali. 'A batalha do bem contra o mal' era um conceito tão comum e tão vago que o Lasombra podia chutar que 90 porcento das religiões do mundo se encaixavam nele. Para o seu propósito, uma profecia apocalíptica contada através das gerações não era prova suficiente. No entanto, essas deidades citadas poderiam lhe dar uma pista melhor, por isso Cainita impõe sua vontade sobrenatural continuamente (Dominação 2 - Hipnotizar):

- Primeiro, jogue a arma para cá e o que mais você tive escondendo aí. Você foi muito burro em trazê-la com você, mesmo eu tendo dito para vir desarmado, mas eu vou deixar passar dessa vez. Agora me explique sobre as entidades Serpente e Aranha, o que elas representam e sobre o lado que foi escolhido por vocês.

A utilidade daquele Mortal estava acabando. Miles começa a planejar seus próximos passos, pensando em como sair daquela casa e o que fazer em seguida. Ele era poderoso, mas não descuidado. Sabia que um humano não representava ameaça alguma, mas um grupo grande deles incitado por um ódio religioso podia ser um incômodo. Então ele decide dar a Thomas algumas utilidades a mais, interrompendo-o no meio do discurso e aplicando a Dominação mais uma vez.

- Você parece agitado, tome isso aqui. - Miles joga uma das pílulas calmantes que carregava consigo - Vai lhe acalmar um pouco para conseguir falar direito. Agora continue o que estava falando e se aproxime mais.

Quando Thomas termina, o Cainita decide por o fim do seu plano em prática. Ele se aproxima do Mortal calmamente e, num movimento rápido, o morde no pescoço, colocando uma das mãos sobre sua boca para inibir qualquer som. Miles drena pouco da vitae (3pds), pois queria mantê-lo vivo para sua ação a seguir. Terminada a alimentação, o Lasombra fecha o ferimento e retoma o olhar de seu alvo, à força se necessário, e invoca seu Poder do Sangue (Dominação 3 - Ordenar Esquecimentos). O objetivo do Cainita era eliminar as memórias mais recentes, desde o momento que Tohmas subiu pelas escadas. Miles sabia de tudo que havia acontecido ali, então o processo seria mais rápido. Com isso, ele tentava inserir novas: "Quando você subiu as escadas, você se deparou com um homem loiro de cabelos grandes. Ele tinha olhos verdes, queixo largo e usava roupas pretas com um casaco de pele. Ele mandou você se ajoelhar, se aproximou e desferiu um golpe na sua cabeça. A última coisa que você viu foi esse homem fugindo escada abaixo."

Por fim, Miles vira o homem com o rosto para o chão e com uma faca faz um pequeno corte em sua nuca. Com sorte, a provável letargia do homem e alguma eventual inconsistência nas memórias implantadas seria explicada pela suposta pancada. O Cainita vai, então, até uma das janelas e verifica o exterior, para ter certeza que ninguém a estava vigiando, fogindo pela noite. Talvez a igreja fosse sua próxima parada.